"Afrodite treina uma aprendiza na poderosa arte das rosas, mas será que no final ele conseguirá se separar dela, ao descobrir algo diferente em si próprio?"
As rosas não falam
Capítulo 11 - Novas rosas virão!
Duas semanas haviam se passado desde então. Tudo estava como antes, monótono, principalmente para Afrodite que agora passava os dias praticamente enclausurados em sua estufa. Ninguém sabe ao certo o que ele tanto faz ali, mas sabem que depois que sua pupila desapareceu, ele anda meio diferente.
Há quem ache que ele a matou e a enterrou na estufa, e esteja como está por arrependimento ou medo de Saori. Mas algo é certo os dois não se davam bem.
Contudo outros acham que ele passa o dia produzindo aquela bebida a base de rosas que ele gosta, e de noite enche a cara. Ninguém sabe o que ele realmente faz lá...
- Afrodite, Afrodite! - alguém batia a sempre trancada porta. Não houve resposta.
Após um tempo, ele respondeu: - O que quer Marin? - perguntou num tom irritado. Várias pessoas já tinham vindo chamar por ele, a todo o momento.
- Afrodite! Quero falar com você...! Abre a porta...? Por favor! - ela pediu delicadamente.
Ele abriu a porta devagar. Estava mais branco e pálido, talvez por causa da falta de sol... não.. Parecia estar muito abatido, mais magro. Usava uma jardineira cor-de-rosa e uma camisa vermelha de listras.
- Você não me parece nada bem... está pálido! O que aconteceu? - perguntou preocupada.
- ... comigo...? Nada.
- Tem certeza? - ela olhou por todos os lados a procura de algo, mas só encontrou vasos com plantas e materiais de jardinagem. - Desculpe-me perguntar, mas, por acaso você matou a Cypria e escondeu o corpo dela aqui??!
Afrodite parou em choque, mas logo sorriu e comentou: - É o que estão pensando, não é? - ao ver a amiga mexer a cabeça num gesto afirmativo, ele deu uma gargalhada e terminou: - Não é nada disso... Não me tornei igual ao Maskinha, que guarda a cabeça das pessoas que matou em sua própria casa, não. Apenas estou trabalhando num novo projeto!
- No-novo projeto?
- Sim! Uma nova rosa mais fatal e poderosa para as minhas lutas. - pegou um vaso nas mãos. - Veja! Eu a consegui!!
- Hã?! - ela olhou para a rosa no vaso. Tinha uma linda tonalidade cor-de-rosa, era grande e possuía poucos espinhos. - Aah... Assim me sinto mais tranqüila! O que ela faz? Por que é tão especial? Por que você ficou enclausurado aqui por todo esse tempo? Não podia ter agido normalmente?
Depois da chuva de perguntas feitas por Marin, ele pôs de volta o vaso em cima da jardineira ( é o nome de um belo adorno usado em jardins, é como uma mesinha suspensa no teto e enfeitada com cordas.), voltou-se para ela e pôs as mãos em seus ombros, falou: - Não sabia que todos iriam ficar preocupados comigo... Vou responder a uma pergunta de cada vez!
"Apesar de parecer cansado, ele me parece muito mais gentil... vai ver foi o tempo sozinho...", pensou Marin aguardando as respostas de seu amigo.
- Bem, aham! A belíssima rosa que produzi a pouco é altamente letal. Possui um cheiro agradável que hipnotiza a vítima, e seus poucos espinhos carregam um veneno poderosíssimo. O pólem que ela solta entra na pela rapidamente servindo de veículo para que o veneno funcione com mais velocidade. Explicando isso fácil, quem receber esta rosa morre em segundos, e nem percebe isso! Não é maravilhoso?! - Marin ouvia a explicação de Afrodite boquiaberta, restando-lhe apenas balançar a cabeça em afirmação. - Fiquei aqui esse tempo todo porque precisava reunir uma grande quantidade de cosmo para produzir a rosa. Não saí daqui porque fiquei meditando o tempo todo, concentrando o meu cosmo! É só?
- Sim... Mas você está muito magro, não tem fome?
- ... sabe que não ... - 'ROOONC!!!' - Er... bem acho que estou...
- Então, vamos almoçar! Eu preparei algo lá em casa... - ela virou-se e caminhou até a porta. Ouviu um barulho. - Afrodite?!
Ele estava caído no chão, aparentemente desmaiado.
À noite, na Casa de Peixes:
- Afinal, o que o médico te disse?
- Quase nada, só que ele estava muito fraco por causa do desgaste de energias, e pela falta de alimentação, mas disse que ele só iria dormir por um tempo a mais. E que quando acordasse, o fizesse comer, ou caso contrário ficaria muito doente.
- Sei... Mas por que será que ele fez essa burrice? Todos os outros cavaleiros sabem que não adianta treinar o cosmo se não se cuida do corpo, é quase um suicídio!!
- Eu também acho... Deve ter algum motivo muito forte por detrás da atitude dele... - ela falou meio pensativa. E como se tivesse lido os pensamentos do cavaleiro de cabelos azuis que estava parado perto à cama de Afrodite, ela falou: - Só pode ser por causa da Cypria! Ele deve ter feito alguma coisa para ela ter ido embora tão rápido, e agora, está arrependido! Foi isso!...
- Verdade... Quem vai ficar aqui tomando conta dele de noite?
- Só pode ser você, Miro! Eu tenho um encontro com o Aioria. - falou Marin.
- Tudo bem... Eu fico, não é meu diz de vigília no Santuário, posso vigiar esse meninão que ultimamente só tem feito besteiras. Afinal quando eu era mais novo, ele também cuidava de mim...
- Se ele só faz besteiras... e você, Miro?? Hehehe... Tchau! - ela foi para a sua casa em passos largos.
Afrodite dormia como um bebê, num sono calmo e profundo. Mal se mexia, estava literalmente nos braços de Morfeu....
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- RRROOOONNNC!! ... RRO-RONNCCC!! RRRROOOOONNNCCC!!!!! - algum bicho asqueroso fazia esse barulho bem alto pelo quarto.
Afrodite remexeu-se na cama, abriu um olho pela metade e bateu a mão na testa e deixou-a cair pelo rosto. - "Não acredito... quem é esse porco?!" - pensou revoltado.
Foi da cama até onde o ser estranho roncava, gritou em seu ouvido: - ACCCOOORRRDDDAAA!!!!
O ser misterioso nem se mexeu, apenas engasgou-se com um pouco de saliva, mas logo voltou a roncar novamente com mais intensidade. Afrodite ficou furioso, ele pegou um vaso que tinha em seu quarto, e despejou a água em cima do coisa, que engasgou de novo.
- AHH!! COF, COF! - começou a se debater.
- GGRRR...!! QUE DROGA! ACORDA, MIRO!! - Afrodite deu umas tapinhas no rosto de Miro, e ele enfim acordou.
- ... ahan...? Onde eu estou? Quem é essa sereia linda...? Ainda bem que fui salvo por você depois de cair no mar... - parecia que ainda não havia acordado por completo.
- Você está na minha caverna, e eu, Afrodite - a sereia, vou cozinhar você no meu caldeirão, e depois te comer vivo, fofinho... hu huh...
- O QUÊ?! SAÍ PRA LÁ, AFRODITE!! - ele se levantou num pulo. Amarrou para trás o seu cabelo azul e foi lavar o rosto.
Afrodite fez o mesmo, embora ainda tenha passado um bom tempo escovando suas madeixas azuis-claros.
- Ô Miro, o que você está fazendo aqui, hein? Onde está a Marin, eu me lembro de estar conversando com ela antes...
- Estou aqui porque ela não podia ficar cuidando de você, já que desmaiou e ficou aí dormindo desde ontem na hora do almoço. - ele foi até a cozinha. Alguém bateu a porta. - Espera um pouco!
"Desde ontem? Que horas são...", ele olhou no relógio que fica na cabeceira de sua cama e... - Oohh! E-Eu dormi ou fiquei desmaiado por 24 horas?! É possível??
- Oui! Você ficou sem energias, Afrodite. Agora trem que se alimentar! Está na mesa!!
- Camus?! - exclamou. Ele o seguiu até a sala, um belo almoço estava sendo servido. - Marin?!
Ela levantou-se da mesa, onde tentava tomar um copo de suco com um canudo por debaixo da máscara, foi até ele. - Ainda bem que você acordou! Fiquei preocupada, sabia?
- Eu e o Camus também... - completou Miro.
- Estou melhor, não precisavam se incomodar tanto... - falou meio sem jeito.
- Mas é claro que sim, não podemos perder um cavaleiro de ouro desse jeito tão idiota e... - deu um tapão nas costas de Peixes. - Isso é pela água que jogou na minha cara...
- Miro! Não faça isso! - repreendeu Marin.
Depois de um bom almoço e muitas risadas. Camus teve que ir embora para sua casa, porque hoje é o seu dia de guarda, e Marin foi para o campo de treinamento onde teria mais de dez aspirantes a cavaleiro de bronze aguardando-a para o treino. Miro ficou por lá mesmo.
- Afrodite, por que você magoou a Cypria?
- Hã? Magoei? Eu não fiz nada a ela.
- Não? Então porque ela foi embora do Santuário sem falar com ninguém? Você deve te-la humilhado, não foi?
- Não! Já disse, eu não fiz nada àquela mocréia!! - demonstrou-se um pouco irritado.
- Eu duvido! O que eu sei é que depois da festa, ela ficou em sua casa...
- Por causa da bebida que você deu para ela... Afinal, o que tinha ali? Miro de Escorpião!? - elevou o seu tom de voz.
- Antares. Uma gota do veneno de Antares. Só isso!
O queixo de Afrodite despencou em conjunto com os seus olhos que quase saltaram do rosto. - VOCÊ DEU VENENO DA ANTARES PARA ELA?! POR ACASO É LOUCO?? ELA PODIA TER MORRIDO! SEU IDOTA!!! - pulou no pescoço dele e começou a apertá-lo com força.
- ... a... me... solta... - falou sem fôlego.
Afrodite largou o pescoço dele. - Não... não vale a pena te matar. Tudo bem, me o porquê de ter dado isso para ela beber...
- Ai... arf.. ai... certo... - "Desgraçado, apertou com força, ai..." - Mas, só se você prometer que vai me contar o que fez para ela ir embora! - falou ainda massageando o pescoço dolorido.
- Hmmm... Você realmente quer saber o que fiz com ela? Direi, mas fale você primeiro.
- Eu sabia que voc tinha feito alguma coisa! Por acaso disse que o rosto dela de manhã quando acorda é deformado?? Hahah... ou então que ela fica com o cabelo e bucha... - brincou Miro. - Fiz isso por dois motivos: primeiro, eu gosto de saber como as pessoas se comportam quando estão sobre o efeito de alucinógenos... Quando estão fora de si... E segundo, por que quis saber se ela iria agüentar um treinamento comigo, já ela é de escorpião também, e deveria ser treinada por mim... e você...?
- Bem... Fiz com ela algo que você com certeza tentou, mas pelo que sei não conseguiu... - Afrodite sorriu em satisfação ao ver a reação de Miro.
- Não acredito... você e ela... fizeram amor... foi isso??!
- Exatamente... - Afrodite parecia saborear cada letra dita. - Agora, não venha mais me dizer que não sei como é que é uma mulher porque agora eu já sei, e posso garantir, ela é bem deliciosa... se queria tanto saber...
Miro franziu as sobrancelhas e advertiu: - Eu se fosse você não me gabaria disso, porque se depois ela foi embora como foi, significa que não gostou. E deve estar envergonhada do que fez! Lembre-se de que ela estava sob o efeito da Antares... e as reações são diversas... A minha mesmo foi terrível quando comecei a me tornar um cavaleiro de escorpião...
Afrodite ficou em silêncio, as palavras de Miro eram vingativas, mas muito verdadeiras. Qual seria a mulher que não teria o mínimo de vergonha se descobrisse que 'ficou' com um homem como Afrodite... muito florzinha...? Cypria, com certeza não é uma dessas mulheres... "Se ela foi embora é porque tem vergonha de mim, agora..."
- V-Você tem razão... o que eu faço agora?
- Se você sente que gosta muito dela, vá aonde ela está e fale com ela de novo! Oras! Ou então não há nada a ser feito... - respondeu Miro ainda surpreso com tudo isso. - "Hum.. Quem diria o Afrodite, virando um homem! Se eu contar ninguém acredita... e eu sem o meu gravador... droga."
O silêncio instalou-se na sala mais uma vez. Até que Miro, antes de sair, lembrou-se de algo: - Athena quer conversar com você, mandou dizer-lhe que o está esperando em seu Templo. Até mais!
"Athena quer conversar comigo... Xiii...", pensou meio preocupado.
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Há duas semanas atrás, mas precisamente na manhã seguinte a festa...
- Ai... Esse sol escaldante da Grécia vai acabar comigo... E justo agora estou sem meio chapéu! - ela atravessou a rua do bar que camufla a entrada do Santuário.
A viagem foi muito cansativa, já que para voltar ela teve que pegar vários ônibus, e ainda pegou uma carona para economizar.
"Hmm... O ar do campo me faz muito bem...! Como é bom voltar para casa...", pensou emocionada. Depois de quase um ano morando no Santuário, ela finalmente pode voltar para a sua casa, uma modesta fazenda no interior, quase na fronteira com a Macedônia. Sua família era conhecida como uma grande fornecedora de flores.
O caminhão parou. - É aqui, moça? - perguntou o motorista, um homem gordo e sujo, com aspecto de ter passado dias na estrada.
- É sim! Muito obrigado... - ela abriu a porta do caminhão e já estava pronta para saltar, quando...
- Espere aí, mocinha, obrigado nada... Tem que pagar a viagem... - o motorista agarrou o braço dela e forçou-a a ficar quieta. - Vejo que tem belos seios... - ela havia conseguido segurar suas duas mãos com apenas uma mão, e com a outra desabotoou o vestido florido dela. Mexia nos seios dela, com a mão por dentro do sutiã.
"Aah... Que nojento... tenho que fazer alguma coisa!...", meio sem perceber com a raiva e repugnância que tinha do homem, ela elevou seu cosmo, e até teve forças para se livrar do homem, e torcer o seu punho, tirando a sua mão de onde não devia.
Ele soltou um grito de dor, e pôs a outra mão em volta do punho torcido. Ficou muito surpreso com a súbita força que ela adquiriu, e o calor que vinha dela. Afastou-se imediatamente dela. "Que raios de luz roxa é essa que envolveu esta mulher de repente? ... Bruxaria...??" - V-Você é... isso é bruxaria?! ...Afaste-se de mim!! - falou o homem desesperado.
A tal luz sumiu quando ela abriu os olhos e percebeu que, agora o homem encontrava-se distante dela encolhido no outro lado da cabine do caminhão. No ar pairava um suave cheiro de flores, mas ao mesmo tempo era demasiado sufocante para ambos. Aos poucos foi tornando-se cada vez mais intenso, a medida que ela sentia raiva do tal homem.
Este começou a sufocar-se com tal cheiro, e com um mão em volta do pescoço e os olhos esbugalhados, acabou por desfalecer.
Cypria saiu de lá correndo, sem nem olhar para trás, ela não conseguia acreditar que ele havia morrido com o seu cosmo. Lembrou-se das palavras de seu mestre que dizia que um dia, ela iria precisar ter matar... Ele falava de defesa, e não crueldade. Em pouco tempo ela chegou à sua casa.
Abriu a porta, chamou por alguém para ajuda-la com a bagagem, mas ninguém apareceu. Mesmo achando estranho, ela foi até o seu antigo quarto. Ele ainda estava como havia deixado, sua mãe deve ter providenciado a limpeza e arrumação pelo tempo em que esteve fora.
Estava suja e cansada, da viagem, preferiu tomar um banho logo. Depois iria atrás dos seus pais. Quando terminou o banho, deitou em sua cama macia... A cama em que dormia na casa de Marin, não era muito boa, meio desconfortável. Como estava muito cansada, caiu no sono ali mesmo, ainda molhada do banho.
Quase uma hora depois acordou um grande barulho vindo da sala, muitas pessoas falando alto, e rindo, alegres. Algumas das vozes eram conhecidas, os seus pais, e havia um homem falando alto e rindo, numa estranha mistura de italiano com grego. Ela levantou da cama e seguiu até a sala para saber quem é. Foi devagar para que não a percebessem agora, escondeu-se atrás da cortina.
Observou a todos, no sofá de costas para ela, estavam os seus pais e seus irmãos. A frente, estavam outras pessoas que também moravam na fazenda, mas eram apenas empregados de confiança. E num canto, havia um homem sentado, com feições parecidas com alguém que ela já tenha visto antes. Só não se lembrou de imediato.
Entretanto, ele a viu e ao invés de chamá-la ou avisar que ela estava lá escondida, simplesmente sorriu e piscou o olho. Seu olhar mostrava uma grande satisfação. Estando quase cara-a-cara com ele, ela enfim se lembrou de onde o conhecia...
- Máscara da morte! - exclamou em abafado com a mão na boca. Todos voltaram-se para ela e arregalaram os olhos em conjunto. Seu pai pôs a mão no coração, e sua mãe chorou emocionada. Estavam surpresos com a presença repentina da filha querida depois de tanto tempo.
Continua...
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N/A:
Como podem perceber escrevi um pouco mais... acho que como a história caminha para o final, fiquei mais impolgada...
Nesse capítulo fiz algumas citações as fics da Fofão-chan, um abraço!
Agradecimentos especiais a, Perséfone-sama, Sf-chan, Juliane-chan,Megawinsone e Milla-chan, por ter comentado a minha fic... não me canso de dizer, MUITO OBRIGADA!!! :P Beijus...
Kourin-sama
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