Retração: "Eu não possuo os direitos sobre Saint Seiya, ou sobre qualquer de seus personagens. Todos os direitos cabem ao Masami Kurumada, criador e desenhista do manga series. Apenas os utilizo para a redação de fanfics."

"Afrodite treina uma aprendiza na poderosa arte das rosas, mas será que no final ele conseguirá se separar dela, ao descobrir algo diferente em si próprio?"

As rosas não falam

Capítulo 12 - Grande Encontro

- Cypria, minha filha! Você está aqui...!! - sua mãe correu ao seu encontro, estava muito emocionada. Ela olhou para o marido, e como se entendesse o que ela pedia, acenou com a cabeça e sorriu...

As duas foram até o quarto de Cypria:

- Mãe... é tão bom vê-la novamente! - abraçou-a.

- É maravilhoso para mim também... - limpou as lágrimas que caiam dos seus olhos. - Mas, eu pensei que você viria apenas na próxima semana quando terminaria o seu treinamento...

- Só que achei melhor vir logo, fiquei preocupada com a saúde do pai... - olhou para baixo disfarçando.

- Sei não... Acho que você andou fazendo algo errado, e fugiu! Desde pequena você não perdeu essa mania feia. Bem que eu tentei mudar isso em você, mas acho que é de nascença!

- Rsss...

A expressão na face de sua mãe, uma senhora de mais de quarenta e cinco anos, mudou bruscamente. Com a voz levemente alterada, ela ordenou: - Conte-me o que fez dessa vez, Cypria!

- Eu não fiz nada. Já falei que fiquei preocupada com o pai, e depois eu termino lá no Santuário. Não tem problema, mãe... Mas, como ele está?

- Está melhor, nos últimos dias ele melhorou muito. O médico até deixou de prescrever alguns medicamentos. - falou aliviada. - E tenho uma surpresa agradável para você, minha filha! Prestou atenção naquele rapaz que estava conversando comigo e com o seu pai?

- Sim, infelizmente.

- Ele será o seu noivo, a partir de hoje, assim que você trocar essa roupa, e for até a sala. Aah... Ele é um ótimo partido, minha filha! É rico, tem heranças milionárias lá na Itália, é de uma família tradicional italiana, que são compadres dos parentes de seu pai, e além de ser um pedaço de mau caminho, modéstia a parte. Parece... Que ele é um cavaleiro de Athena, também...

- Sim, ele é! Um cavaleiro de ouro, de Câncer. Infelizmente eu já o conheço...

- Aah!! Que ótimo! Assim evita constrangimentos nas apresentações... - ela foi interrompida por Cypria.

- Mãe, ele não é o que parece! É um psicopata, cruel e calculista, é um homem sem escrúpulos, e tenho certeza de que ele está mentindo!! O que ele disse a vocês? Que já me conhecia?

- Sim. - ela confirmou. - Ele falou que a viu no Santuário, e apesar de não ter visto seu rosto, parece que foi algo assim se não me engano, o que é inacreditável e improvável até...

- Como eu sou aspirante a Amazona, tenho de usar uma máscara, não é permitido mostrar o rosto.

- Hmm... Então é por isso... Você está com o rosto tão branco. Pensei que era anemia! - ela voltou ao assunto, enquanto foi até o armário de Cypria, e começou a escolher uma roupa. - E... ele disse que se apaixonou por você, e que quer se casar com você. Olha, eu acho que ele é um moço direito, tem um emprego, é rico, bonito, e...eu nem deveria estar dizendo isto a você, que ainda não sabe dessas coisas, mas eu achei ele bem viril, macho mesmo! - ela estava de costas para a filha, mas mesmo assim escondeu o rosto, encabulada.

- Huh?! Hã? - Cypria ficou boquiaberta com a declaração da mãe.

- Bem, vista isso, arrume-se bem bonita, e vá até a sala, vou dizer que você não demora. E... não adianta fugir pela janela, viu?! - saiu.

"I-n-a-c-r-e-d-i-t-á-v-e-l... Como eu me livro dele agora...??" Ela pensou desesperada, não tinha idéia do que fazer, mesmo assim não ousou contrariar sua doce mãe. Começou a se vestir.

Quando terminou foi até a sala, seus irmãos mais velhos, e seus pais a aguardavam junto com o seu 'pretendente'. Todos estavam emocionados com a ocasião, menos ela própria, que tentava a todo custo ter alguma idéia para livrar-se dele, de Máscara da Morte.

- Cypria, eu estou muito feliz que você tenha retornado no exato dia em que seu futuro marido veio até aqui, tratar comigo das condições do seu casamento. Agora, aproveitando a situação, eu autorizo perante a todos nesta sala, a corte do Senhor Carlo à minha filha Cypria. - pausou para tossir um pouco. - E ainda aviso mais, que dentro de quinze dias será realizado o seu casamento, com tudo que uma boa festança mereça!!

Todos aplaudiram a decisão do senhor de idade que de tão debilitado em sua doença, andava de cadeira de rodas. Ele estava bastante emocionado, deixando até uma tímida lágrima escapar-lhe no canto do olho direito.

- Eu gostaria de me pronunciar. - falou Máscara. - Fico muito grato com a permissão dada para o noivado com a Cypria, e com a confiança que o Senhor depositou em mim. Não o decepcionarei. - olhou para ela e beijou levemente sua mão. - Eu te amo, Cypria.

Ela puxou a mão rapidamente com nojo, limpou-a no sofá, e falou: - Eu me recuso a aceitar a corte deste senhor. Ele é um mentiroso, e não é bom homem coisa nenhuma!

- Cypria! - exclamou o seu pai. - Como você pode dizer isso??

- É verdade pai, ele está mentindo descaradamente para o senhor, e não percebe? Ele é exatamente o contrário do que diz ou afirma ser!! - tentou argumentar embora não tenha surtido efeito.

- Mocinha, você não vai me desobedecer! Aceitará a corte deste Senhor, EU sou o seu pai e sei o que é melhor para você! - alterou a voz e falou firme.

- Sim... - ela abaixou a cabeça.

- Agora, os deixemos a sós, por um momento para se conhecerem então. Querida, você me leva até a varanda? - perguntou a sua esposa, que prontamente o levou para lá.

"Sozinha com o Máscara da Morte..." esse pensamento se repetia na mente de Cypria como um alerta, ela sabia do ele era capaz, ou melhor ela não sabia. Sentada de frente a ele na sala, em um sofá, ela estava visivelmente desesperada.

- Por acaso está com medo de mim, ragaza? - perguntou. - Dessa vez não lhe farei mal, pode ficar tranqüila. E que rosto tão belo escondia naquela porcaria de màscara... fez muito bem em tira-la! - sorriu. Aproximou-se dela. - Eu não vou forçá-la a nada, mas só porque seus pais estam aqui, mas quando não estiverem por perto, nós conversaremos melhor. Vá se acostumando comigo, porque até o final de sua vida, será a mia mòlher. Uno baccio, amore mio... - ele saiu da sala e foi até a varanda. Depois foi embora da fazenda.

"No que fui me meter..." pensou.

Agora, duas semanas depois no Santuário na Grécia. Afrodite se dirigia para a Sala de Athena, onde teria uma pequena audiência com ela.

- Athena, o que deseja? - falou cordialmente, reverenciando-a adequadamente. Mesmo sendo o corpo e a imagem de Saori Kido, ali sentada naquela cadeira estava Athena, na realidade.

- Afrodite, Cavaleiro de Ouro de Peixes, tenho uma tarefa especial para você. Encontrar e trazer de volta o Cavaleiro de Ouro de Câncer, Máscara da Morte.

- Hã?! - espantou-se com tal pedido.

- Ele me pediu semanas atrás um tempo de descanso longe do meu Santuário, eu concedi-lhe tal tempo, mas, ele não cumpriu com sua palavra de voltar no prazo que estabeleci. Sendo assim, posso considerar uma afronta e condena-lo dentro das minhas leis, mas prefiro primeiro conversar com ele antes de tomar qualquer atitude. - pausou e olhou para o cavaleiro. - Por isso peço a você que o traga de volta.

- Mas... por que eu? Não teria outro cavaleiro para fazer tal tarefa?

- Não. - falou sem dar espaço para mais argumentações. - Agora vá. O endereço do lugar para onde o mandarei está com o Grande Mestre. Você tem cinco dias para isso. Agora, pode ir.

- Sim. - levantou-se e saiu. Ao cruzar a porta, ouviu alguém o chamar novamente.

- Afrodite! Volte! - era Saori, ela mesma, e ao que parecia ainda desejava conversar com ele. Foi curta e grossa: - O que você fez para a Cypria? Porque ela foi embora sem nem ao menos falar comigo?

- Eu... não sei, Saori. Sinceramente eu não sei. Afirmo, não fiz nada para que ela quisesse sair correndo do Santuário.

- Então o que foi? Se não foi você... o que terá sido...? - ela questionou-se. - Pode ir, Afrodite. - Ele saiu.

Ao chegar na Sala do Grande Mestre, este o aguardava. - Afrodite, aqui está o endereço. Cumpra as ordens de Athena, e volte no período indicado. Boa Sorte.

Depois de dois dias de viagem...

"Grrr... Isso aqui parece o fim-do-mundo!!" pensou ao pegar o terceiro ônibus, o último. Perguntou ao motorista onda teria de descer, e este indicou uma parada num pequeno vilarejo, que de tão pequeno deveria ter no máximo cem habitantes.

Como numa vila de interior, as pessoas não parecem ter muito o quê fazer além de falar da vida dos outros. E o alvo principal é sempre os estrangeiros, vindos de outro lugar.

Afrodite desceu do ônibus e ajustando sua mochila, deu uma boa olhada na vila. Tinha uma praça central, várias casas, e muita gente sentada nos bancos da praça, aparentemente sem ter muito o quê fazer...

Como não sabia como chegar no 'tal lugar', achou melhor perguntar a um homem que estava sentado na praça. Enquanto caminhava até lá, percebeu que todos não tiravam os olhos dele e que até ficavam de cochichos. Por fim, perguntou ao homem:

- O senhor poderia me infirmar como faço para chegar na Fazenda Chipre?

O homem levantou o chapéu, e olhou para Afrodite com um olho só, de cima a baixo: - Você não é daqui, certo?

- Não, sou da Capital, Atenas.

- A fazenda fica naquela direção. - apontou para o que seria o norte. - A partir daquela estrada de barro, você segue até achar uma plaqueta na porteira da fazenda.

Ele percebeu que o homem não diria mais nada. - Muito obrigado. - pegou a tal estrada de barro.

Depois de duas horas de caminhada, ele avistou o que seriam duas propriedades localizadas em lados opostos da estrada. Mas, no entanto em nenhuma das duas havia alguma placa de identificação, muito menos no endereço que recebeu.

Numa das tais propriedades, havia uma moça de chapéu aparentemente perdida num imenso campo de flores das mais variadas espécies. Na verdade ela parecia colher as flores.

Sem nenhuma outra idéia em mente, Afrodite decidiu ir até onde essa moça estava para perguntar-lhe qual das fazendas era a que tanto procurava. Chegou na porteira e chamou por ela.

Não houve resposta.

Notou que a porta estava meio aberta, como se alguém tivesse saído a pouco tempo, entrou. Caminhou até a moça, e perto dela perguntou:

- Com licença, essa é a Fazenda Chipre?

Ela estava colhendo flores numa cestinha e com a pergunta de Afrodite, voltou-se para ele. Arregalou os olhos e levou uma das mãos a boca, soltou a cesta e correu dali. Tão rápido que o vento derrubou seu chapéu revelando uma enorme trança em volta de cabeça.

"Trança na cabeça?? Isso me lembra alguém..." pensou na hora. Como num estalo, teve certeza de que aquela não era uma desconhecida, então ficou paralisado olhando-a desaparecer nos campos. Depois de alguns segundos limpou uma lágrima que havia caído sem aviso e correu até ela.

Ela era rápida demais e havia se escondido com facilidade. Entretanto, ele escutou um soluço vindo atrás de uma das árvores do lugar, e foi até lá. Encontrou-a sentada encostada na árvore e com o rosto para baixo.

- ... A-aconteceu alguma coisa? Você correu num desespero... eu só fiz uma pergunta simples... - ele tentou falar, mas as palavras pareciam engasgar na garganta.

Ela não respondeu, apenas soluçou de novo.

Tirou os óculos escuros e os colocou na cabeça, agachou-se para tentar conversar com a moça. Mas ela só fazia chorar.

Entre um soluço e outro ela começou a falar algo. - ... n-nunca pensei... que viria até aqui atrás de mim... nunca...

Por um momento ele pensou que ela estava o confundindo com outra pessoa, mas logo percebeu de quem realmente se tratava. Ficou atônito, sem reação nenhuma.

- Eu pensei ter feito uma besteira, mas vejo não... Fico muito feliz em vê-lo de novo... - ela levantou o rosto e sorriu levemente.

Ele a olhou incrédulo, não acreditando finalmente a estaria vendo sem aquela máscara horrorosa. "... como é bonita...", pensou. - ... é... mesmo você... Cypria...?!

Ela enxugou o rosto e falou: - Eu mesma. Mas quase não deu para lhe reconhecer, mestre... - sorriu.

Depois de um tempo ela percebeu que ele não fazia outra coisa se não olhar para ela com cara de babaca. - Vai ficar parado aí só olhando para mim?? Estou ficando com vergonha!

- ... é que nunca pensei que você fosse tão bonita... - esfregou os olhos. Depois levou uma das mãos ao rosto dela, e com a ponta dos dedos acariciou-a por todo o rosto. Parecia enfeitiçado.

Ela o abraçou. Seus olhos fitaram-no molhados e emocionados. Aproximou-se mais e o beijou.

Não muito longe dali uma sombra os observava desde o princípio...

Continua...


N/A:

Oi! Dessa vez acho demorei um pouco para atualizar... Porque estou meio sem tempo de faze-lo.

Hmmm... Espero que tenham gostado deste encontro inusitado... ou provocado, quem sabe... a partir daí a trama se complica, e agora será que a Cypria deveria ficar com os dois cavaleiros de ouro? (Eu se fosse ela... embora meu gosto não seja bem, o Afrodite e o Máscara... mas cavaleiro de ouro é cavaleiro de ouro... )

Agradecimentos as sempre presentes , Milla-chan, Megawinsone e Juliane-chan, por ter comentado na minha maravilhosa fanfic. Obrigada mesmo!

Kourin-sama