Capítulo seis – Animais não amam
- Aê garotão! Eu vi você com a Melane lá perto do lago – disse Sirius, quando Remo entrava no quarto.
- Não enche, Sirius... – ele disse, se desfazendo da roupa. – Se as coisas fossem tão fáceis como você imagina, estaria mais feliz.
- E não são? – perguntou desdenhoso – Ela te deu um fora?
Remo levantou as mãos, como se fosse orar e disse:
- Acuda este meu pobre amigo - Sirius olhou para o teto do dormitório e riu.
- Você é muito enrolado. Não pediu ela em namoro, não fez nada parecido?
- Eu não posso fazer nada disso. Você sabe muito bem disso – ele disse, enquanto tirava os sapatos. Sirius fez uma cara feia.
- Como assim? Não pode fazer?
- Na condição que eu sou, não.
- Que condição? Eu não estou entendendo onde você quer chegar!
- Não grite, Rabicho está dormindo – disse Remo, apontando a cama de Pedro.
- Não vem com gracinhas agora. Rabicho não acorda nem com um ataque de Comensais da Morte – falou bastante sério. – Você não contou ainda?
- Como se fosse simples.
- É simples – respondeu Sirius, encarando o amigo. – Ela entenderá. Você não pode ficar se privando do amor, Aluado. Não deste jeito.
- Você não sabe o que está falando! – exclamou Remo, com o tom de voz um pouco alterado para quem estava preocupado com o sono de Rabicho.
- Eu sei sim!
- Não você não sabe! Não está na sua pele e não desejo isso pra você – disse ele, levantando-se da cama.
- Pela primeira vez na vida, eu digo que você está errado. Não vê que vai acabar com a sua vida assim? A única coisa que sei é que você está sendo um perfeito idiota. Isso que você é. Conte a ela, pelo amor de Merlim!
- Não é tão fácil assim! EU SOU UM ANIMAL! A-NI-MAL!
- Agindo deste jeito você é sim – concordou Sirius, rapidamente.
- NÃO É VOCÊ QUE TRANFORMA-SE EM UM LOBO! NÃO É VOCÊ QUE PODE DEVORAR PESSOAS! NÃO É VOCÊ QUE REPRENDE UM SENTIMENTO, POR CAUSA DO QUE EU REALMENTE SOU! NÃO FALE BESTEIRAS. EU NÃO POSSO, ANIMAIS COMO EU NÃO AMAM.
- É claro que amam! Mas você tem medo. Medo de encarar a felicidade de peito aberto.
- Eu não tenho medo – mentiu Lupin – Eu tenho cuidado.
- Então você é cuidadoso demais! – retrucou Sirius – Amar silenciosamente! Como se fosse errado.
- É errado – corrigiu Lupin.
- Nunca vi isso. Não entendo e também não quero entender – e saiu do quarto, batendo a porta.
N/A: Obrigada mesmo pelos comentários. E Kirina-Li, fico feliz por você gostar do meu Remo. Eu não gosto de fics escritas após o livro OdF que retratam o Sirius e o Tiago como uns idiotas. Garotos de quinze anos são daquele jeito mesmo. É só você olhar pro seu irmão, para os meninos da sua classe. E se a Melane foi mordida ou não, vocês saberão um pouco mais pra frente. Deixem reviews e me façam feliz.
