N/A: som de vaias Tá, tá, eu mereço. Eu sou a escritora da fan fics mais lerda da história! Um capítulo há cada milênio. Parece quanto eu mais rezo, mas coisa acontece na minha vida. Minha vó morreu, meu irmão doente, o curisnho que não dá descanso. Mas estou aqui, viva da silva. Obrigada pelos comentários e-mails) ultra-mega-fofos, obrigada pelas broncas (que no meu caso são necessárias) e pelos elogios. Podem deixar comentários, mandar e-mails ), eu não mordo! )
Geralmente o pessoal que me manda e-mail pergunta quando a Melane vai aparecer, a resposta é: eu não sei. No duro, não tô fazendo suspense. Posso até dar uma dica (eu adoro dicas). Ela vai aparecer quando uma coisa grave acontecer (até rimou). E NÃO, não vou desistir da fic! . '' Segundo, quem quiser saber um pouco mais do futuro (meio nebuloso) de Remo e Melane é só ler a Recomeço, que está hospedada aqui. Já alertando que Recomeço é ENORME, quem quiser ler, até bom porque se distraí um pouco. Espero que vocês gostem do capítulo, tem muita coisa que ficou no ar e que será respondida no capítulo doze (que já tem suas quatro páginas). E valendo o que eu disse antes, vou deixar a guerra um pouco de lado, okay?
E se eu não atualizar até dezembro - eu realmente espero terminar o capítulo doze até lá - Feliz Natal pra vocês, meus queridos!
Beijos!
Capítulo onze - A dieta de Rabicho
Remo sentiu um cheiro familiar adentrar em suas narinas. "Suor", concluiu.
- Sirius, devemos ir para a esquerda...
- Quê? - resmungou em resposta.
- Não está sentido um cheiro terrível de suor, misturado com medo?
- Eu não sei como é cheiro de medo, Aluado - falou Sirius.
- Concentre-se. Vamos pela esquerda. Aquele grupo de Comensais foi para lá...
Sirius e Remo, junto com outros membros da Ordem, estavam em uma casa abandonada, particularmente escura e que fedia à mofo.
Estavam atrás de Hudson Thompson, bruxo poderoso que comandava os Comensais da Morte, no sul da Inglaterra. Conseguiram a informação que estaria lá, comandando um ritual para novos membros do Clã de Voldemort.
O corredor parecia mais escuro que os outros quais Sirius e Remo percorreram. Ele sentia um cheiro familiar, não era apenas limão e medo, era muito mais do que isso.
- Aluado, Aluado, está me ouvindo? - perguntou Sirius, em frente do amigo.
- Oi...
- Aluado, isso não é hora de estar no mundo da Lua! - brigou Sirius, bastante sério. - Sinto cheiro de limão, mas fraquíssimo. Tem certeza que lá é o caminho. Tenho a leve sensação que se estamos em uma emboscada...
- Sirius, estamos no meio de uma podridão e escuridão sem caminho. Perdidos, sem comunicação, em um lugar cheio de comensais fedorentos. É claro que estamos em uma emboscada! Anda, vamos...
Os dois caminhavam às cegas e a medida que o andavam, Remo podia sentir melhor o azedume que pairava no ar. Seu olfato era apuradíssimo, conseguiria farejar diversas coisas, mesmo estando em sua forma humana. Quando era lobisomem seu faro ficava melhor ainda. Sentia cheiro de sangue, de medo e de rosas silvestre. No início, chegava ficar tonto de tantas sensações ao mesmo tempo, mas agora ele tirava proveito desta sua habilidade. Assim como o olfato e sua audição. Sirius também tinha estes sentidos mais aguçados que um ser humano normal, a pessoa mudava bastante quando se tornava um animago, transpondo algumas características de seu animal para a vida normal.
O extenso corredor se acabava em uma porta velha de madeira, Sirius abriu com cuidado. No cômodo escuro, Lupin distinguiu uma escada de madeira. Os dois subiram, sempre alerta e no próximo cômodo, dava para escutar perfeitamente o som vindo do chão.
- Tá escutando, Aludo?
- Sim... Estamos no sótão desta casa...
- Mais pra frente há uma claridade, vamos ver o que está acontecendo.
Eles andaram seguidos pelo som, que se aumentava gradativamente. Havia um enorme, imenso buraco no chão, de onde vinha os sons e a luz. Sirius deitou no chão e espiou a reunião que acontecia lá em baixo. Havia cerca de trinta encapusados, formando dois círculos. Havia um Comensal ao centro do círculo e a frente deste, um homem ajoelhado, sem nenhum capuz.
- Olhe isso, Aluado... Como vamos fazer para avisar os outros da localização destes podres?
- Não sei... - disse Remo preocupado - A comunicação aqui não funciona, alguma magia nos bloqueia aqui dentro. E atacar, só nós dois, seria um duplo suicídio.
Quando se ingressava na Ordem da Fênix, cada um ganhava um comunicador. Um objeto pequeno, sem nenhum valor e com isto, se comunicavam. No caso de Remo era um clipes de papel e Sirius carregava uma moeda trouxa. Para se comunicar, basta colocar a varinha no objeto e mentalizar a mensagem, imediatamente, o bruxo da Ordem mais próximo será avisado. Mas o clipes de Remo e a moeda de Sirius não funcionavam, assim que chegaram aos arredores da casa.
- Eu vou e você fica aqui - falou Sirius, levantando-se do chão e limpando sua calça suja pela poeira do chão.
- Não, eu vou contigo! Alguém pode aparecer e... - os ouvidos de Remo captaram um ruído no quarto úmido. Olhou para Sirius, que estava parado, olhando para a porta do cômodo. - Quem está aí?
Então, Remo viu um rato gorducho se aproximar próximo ao enorme buraco. Era Rabicho e assim sendo, Remo suspirou aliviado e a pressão que seus dedos faziam em sua varinha diminuíra.
- Rabicho, você me deu um baita susto! - reclamou Sirius, entre os dentes - Algum dos nossos estão vindo também?
Pedro voltou a sua forma normal. Era um menino baixo, bastante gordinho. Havia muitas marcas de espinhas espalhada por seu rosto branquelo. Os olhos extremamente redondos e negros, os dentes da frente levemente avantajados, lembrando até mesmo dentes de roedores. Sirius gostava de zombar que Rabicho não conseguia voltar ao seu normal porque os dentes eram de ratos. Pedro parecia bastante acelerado do que o seu normal, suava bastante. Parecia que tinha algo importante a dizer. Deu um passo, em direção à Sirius, quando a madeira rangeu alto.
Foi tudo muito rápido, porque no instante seguinte, Pedro havia despencado junto com boa parte do assoalho. Rapidamente, Remo conseguira amortecer a queda do amigo, com um simples feitiço. Todos os Comensais olharam para cima e Sirius sorriu e acenou tranqüilamente.
- Você vem, Aluado?
- Como?
E, sem ao menos responder, Sirius pulou para dentro do buraco, no meio de tantos Comensais; e sem pensar muito, Remo pulou também. Os três estavam ao centro do círculo: Pedro assustado, Sirius segurando a varinha firmemente e Remo, tentando fazer as contas de quantos estavam contra eles. Mas não houve tempo para contas, porque as janelas se quebraram e outros membros da Ordem da Fênix e Aurores entraram na enorme sala.
Remo ficou um pouco na dúvida de saber o que atacaria primeiro, até que viu o que seria o líder, Hudson Thompson, fugindo no mar dos encapusados. Ele correu atrás do homem, livrando-se dos que tentavam passar pelo seu caminho. Não era só Hudson que estava fugindo, os outros tantos novatos faziam o mesmo. A perseguição estava mais fácil, aos poucos o salão barulhento ficara para trás junto com a multidão, os gritos e os disparos dos feitiços. Era só ele e Hudson, o Comensal fugitivo. Eles corriam para fora do castelo, Remo o mais veloz que conseguia.
Aos poucos o Comensal começou a dar sinais de cansaço. O tempo ajudava, pois fazia uma noite bastante quente e abafada. Remo sempre trazia consigo uma corda (um laço mágico) quando saía em missão pela Ordem. Ele apanhou o laço que ficava preso em seu cinto e lançou o Comensal, como um peão laça um boi desgarrado. Ele segurava forte o homem, que tentava se soltar. Quanto mais ele tentava sair, mas ele se prendia.
- Imobillus - falou Remo. Aproximou-se do homem que estava estirado ao chão e arrancou-lhe a máscara. De fato era Hudson, pelo menos era a descrição que teve obteve na última reunião da Ordem. O homem suava bastante, com os olhos azuis aterrorizados. Com bastante calma, Remo apanhou o seu clipes e verificou que ainda a comunicação não estava boa. Ele conjurou outras cordas e amarrou melhor o homem, feito isso tirou o feitiço de imobilização.
- Olá! - saudou, Remo. - Que noite bonita, não?
- Mais bonito se estivesse uma lua cheia rasgando o céu - retrucou mal humorado. - Como você...
- Todos nós sabemos sobre a sua condição - Hudson interrompeu.
- Não estou aqui para discutir com um verme como você, Hudson. Acabou pra você.
Hudson riu alto e parou de tentar sair da corda, porque a cada movimento que fazia, mais apertada ela ficava.
- Acabou pra mim, mas para você ainda não... Irá pagar por isso. Escreva que estou lhe dizendo!
- Que quer dizer com isso? - ele perguntou.
- Remoooooooooo! Remooo! Remo! - gritou Sirius.
Remo virou-se e viu o amigo correndo em sua direção.
- REMO! - Sirius continuava a gritar.
- Hudson, você me dá medo - debochou Remo - O que um abutre e amarrado como você pode fazer contra mim? - continuou Remo.
- Hahaha - riu debochado - Uma vez você me tirou tudo o que era importante para mim, um dia vai chegar a sua vez...
- Remo, precisamos da sua ajuda lá dentro - falou Sirius se aproximando do amigo - Parece que o Hudson fugiu e...
Então Sirius parou de falar, vendo o Comensal arramado no chão.
- Ora, ora, ora... Vejam só quem está no chão - riu-se Sirius - Bom trabalho, Aluado. Esperem só o pessoal ficar sabendo.
- Vocês irão pagar por isso! - falou Hudson com raiva nos olhos.
- Haha, 'té parece! - Sirius olhou para o amigo - Está ouvindo estas asneiras desde quando?
- Asnei... - começou o Comensal, que foi interrompido por um chute de Sirius.
- Sirius! - repreendeu, Remo.
- Eu não quero ouvir bobagens e vem você deveria. Vamos levar este traste para dentro, pessoal estava te procurando...
Os dois levaram Hudson Thompson para dentro da casa abandonava. Havia muitas coisas quebradas e a casa pareceu mais frágil do que era. Vidros quebrados, pedaços de madeira podre no chão e alguns Comensais capturados. Assim que Remo apresentou o Comensal que havia capturado para Moody, ele desaparatou para sua casa.
Afinal o que ele teria feito? Tirado algo de importante para Hudson? Mal o conhecia, mas aquela dúvida estava o atormentando. Verificou o quarto de sua mãe, estava tudo bem com ela. Dormia feito um anjo. Caminhou para o seu quarto, cansado. Abriu a janela e observou a lua. Tão linda e tão mortífera. Ele não queria pensar na semana que vem, seria lua cheia e ele desejou mais uma vez estar em Hogwarts. Perguntou para lua até quando teria tanto sofrimento. Perguntou também o que ele teria feito em outras vidas, para ser condenado a tanta dor. Todo mundo se acertava, menos ele.
Ele riu da sua própria auto piedade. Ele que deixara a sua felicidade fugir. Melane havia escapado por entre seus dedos, como água. E daí que seu irmão havia sido morto por um lobisomem? Ele via amor nos olhos de Melane, não era superficial... Se ela gostasse mesmo, havia de aceita-lo, assim como seus amigos. De repente as coisas pareciam tão fáceis... Será que ela voltaria? Será que ele teria coragem de contar seu segredo?
Naquela noite Remo não dormiu, apesar do cansaço que estava sentindo. Passou a noite inteira a escrever.
Da última vez que esteve na Biblioteca Nacional da Grã-Bretanha (localizada no Beco Diagonal) Remo havia pego uns exemplares de livros sobre Artes das Trevas. Queria saber mais como se defender de Voldemort, Comensais da Morte e companhia limitada. Mas para saber se defender, ele teria que conhecer algo mais. Muito mais do que as aulas que teve em Hogwarts, algo mais aprofundado. Remo lia sobre Dementadores quando ouviu um ploft.
Remo tirou os olhos dos livros e observou Sirius, com o rosto meio carrancudo.
- O que está lendo?
- Dez maneiras para matar Voldemort - respondeu Remo, voltando seus olhos para o livro.
Sirius sentou ao seu lado, Remo sentiu os olhos negros do amigo o observando. Ele olhou de esguelha para Sirius. O amigo estava estranho...
- Que foi? O que tem aí em sua mão? - perguntou Remo.
Sirius girava um envelope amarelo. Girava pra lá e pra cá.
- Almofadinhas? Algo de ruim aconteceu? - continuou Remo, colocando o livro de lado. - Notícias ruins?
- Algo de péssimo aconteceu... - resmungou mal humorado - Encontrei o Frank, sabe? Melhor você ver com seus próprios olhos...- disse ele jogando o envelope para Remo.
Ele abriu rapidamente, esperando péssimas notícias mas não foi isso que encontrou. Era um convite de casamento. Remo olhou para o amigo sem entender nada. Frank Longbottom iria se casar com Alice, que mal havia naquilo?
- Onde está a má notícia?
- Onde? - replicou Sirius, dando um pulo do sofá - Virou moda, todo mundo se casando agora?
- Eu ainda não entendi o que você quer dizer com isso, Almofadinhas.
- Isso é uma péssima notícia. Imagine quando Rouge ver isso! - contou, com os olhos negros arregalados. - Todos os nossos amigos, colegas estão se casando!
- Sirius, eu acho que você precisa rever sua relação coma Rouge...
- Ninguém quer me entender! Nem você, Aluado... Aposto se a doida varrida da Melane estivesse aqui, vocês se casariam depois de formados. Virou uma lenda isso! - continuou Sirius, irritado.
- Sirius, eu...
- Todos vocês são os últimos, penúltimos, antepenúltimos dos românticos! Eu só tenho dezoito anos e a Rouge também...
- Sinceramente, eu não entendo vocês dois. Já falou isso com ela?
- Bem...
- Olá, Sirius! - disse Francis, descendo as escadas. - Como vai, querido?
Sirius olhou de um modo estranho para Francis e a cumprimentou.
- Onde está o Pedro, hein? - ela perguntou.
- Deve estar comendo por aí - disse Sirius. - 'Tá tudo bem com a senhora?
- Sim - ela respondeu prontamente - Remo, meu filho, vou dar uma saída e já volto...
- Ok, mãe - falou, Remo - Tome cuidado, sim..
Assim que Dona Francis saiu da casa, Sirius olhou assombrado para Remo.
- Você não deveria deixar a sua mãe sair deste jeito, Aluado.
- Que jeito?
- Ela ainda está doente!
- Doente?
- Lógico...
- Minha mãe está em perfeitas condições, Almofadinhas. Aquela gripe misteriosa passou...
- Acho que você 'tá é ficando louco. Sua mãe está podre, deveria levar ela no Hospital e...
Ploft! Pedro havia aparatado para a casa de Remo.
- Aí está você, seu gordo safado! - zombou, Remo - Precisa fazer uma dieta. Você quase matou todos nós!
- Dieta é uma palavra que não existe no dicionário do Rabicho - explicou Sirius, jogando-se no sofá.
- E aí, notícias do Tiago? - perguntou Pedro, encostando-se na parede.
- Duvido que tenhamos notícias dele... - respondeu Remo - Por um longo e imenso tempo...
- Isso sim são férias! Sair de Hogwarts, se casar, ter dispensa da Ordem, viajar na Cassie - observou Pedro - Ter uma garota pra se amarrar...
- Se você tomasse banho, né, Rabicho! Teria mil garotas pra se amarrar - disse Sirius, batucando os pés no chão - Todas loucas, mas teria.
- Quer calar a boca? - falou Rabicho, irritado. - Só porque você pensa que é o garanhão, fica zombando com a minha cara.
- Pensa? - repetiu Sirius, rindo - Eu sou! Sou um máximo, eu diria.
- Por que abriu a boca, Rabicho? - reclamou Remo, dirigindo-se para a cozinha. - Agora ele vai ficar se gabando por horas...
- Que livro é este, hein? - perguntou Rabicho.
- Que tal ler a capa... - resmungou Sirius.
- Arte das Trevas... - falou Rabicho, folheando o livro - Aluado, 'cê não acha que está se interessando demais nestas coisas?
- Como assim? - perguntou Remo.
- Não é a primeira vez que vejo que está lendo este tipo de livros... Ele aqui é sobre criatura das trevas e como reconhecê-las... - continuou Rabicho - Deste jeito, vou começar a desconfiar de você.
Remo andou até a porta da cozinha e cruzou os braços.
- Rabicho quando 'cê abre a boca só sai asneiras mesmo - falou Sirius - Ele só esta lendo isso, para... Para...
- Para me defender, defender a minha mãe, defender o meu amigo Rabicho que está desconfiando de mim neste exato momento - completou Remo. - E além do mais, eu sou a própria criatura das trevas - debochou Remo, fazendo com que Sirius risse alto.
- Defender? Quem quer te matar?
- Ai, Merlin! - resmungou Sirius - Garanto que ele quer te matar também!
- Quem?! - perguntou Rabicho meio assustado.
- Almofadinhas, não complica porque o Rabicho tá meio lerdo hoje... No dia que capturei o tal Hudson, ele disse que iria me fazer pagar...
- Dentre dez Comensais capturados, dez nos juram de morte e falam que nós vamos pagar - contou Sirius.
- Eu sei... Mas ele foi diferente, parecia que não era só da boca pra fora. - continuou Remo - Ainda me disse que eu tirei algo de precioso dele e que eu teria que pagar por isso. Foi algo assim, não me lembro direito agora...
- Vai ver que tem algo com a Melane - sugeriu Rabicho, entrando da cozinha.
- Melane? - repetiu Sirius e Remo.
- Que ela tem a ver com isso? - falou Sirius, indo pra cozinha também.
- Ué! - exclamou Rabicho, abrindo os armários - Aquele pai dela, estronhoso... Vai ver que ele está metido com Arte das Trevas... Vai ver que alugou um Comensal pra te matar.
- Boa idéia! - falou Sirius - Boa idéia para folhetins de drama. Rabicho, sua imaginação vai longe. De onde tirou a idéia que Comensais podem ser alugados?
- Ora bolas! Nunca assistiu filmes? Daqueles que se alugam pessoas pra matar uma outra pessoa - explicou Rabicho, comendo bolacha.
- Isso é coisa de trouxa! Tire isso da cabeça - falou Sirius, sentando em cima da mesa.
- Saí da mesa, ô! - bronqueou Remo, empurrando Sirius - Eu não faço idéia do que eu tenha feito, mas foi sem intenção...
- Coisa de louco isso, Aluado... - consolou Sirius - E você, seu rato sem graça. Pare de comer!
- Porquê? - perguntou Rabicho, com a boca cheia de bolacha.
- Está de dieta - informou Remo, tomando-lhe o pote de bolachas.
- Estou?
- Sim, está!
Depois daquela tarde Remo tratou de fazer muitas coisas (alguma delas com ajuda de Sirius). Primeiro colocou reparo em sua mãe. Tentou enxergá-la de outra maneira, mas estava tudo bem. Ela não lhe parecia doente tampouco com vestígio da gripe passada. A única coisa que ele pode notar era que sua mãe já não passava muito o seu tempo com Remo. Dona Francis parecia estar organizando alguma coisa... Mexendo em seus livros de feitiços (ela era uma Encantadora), cuidando do jardim, fazendo as suas compotas.
Ela estava diferente e Remo também estava... Ele tinha idéias malucas na cabeça. A guerra estava começando, eram muitos Comensais para poucos Aurores, os bruxos da Ordem da Fênix também. Ele achava que era isso que estava lhe afastando de sua mãe.
Remo não costumava sair em combates, era difícil de acontecer. Ele ficava mais nas estratégias, nos livros, no esquema de ataque. Ele pesquisava o que era pedido, saía em busca de pistas. Não era muito perigoso perto do que Sirius, Pedro, Tiago, Rouge costumavam fazer. Os amigos de Remo, iam para as batalhas, para caçar Comensais (como Sirius gostava de dizer) e poderiam não voltar vivos. E se caso isso acontecesse, uma parcela de culpa seria de Remo, porque ele quem elaborava os planos. Isso o consumia um pouco, tantas vezes ele quis mudar de posições. Mas era bom no que fazia e Dumbledore junto de Moody não o trocavam de posição por nada.
Pensando em tudo isso, Remo fechou o livro que estava estudando (sobre Dementadores) e foi procurar a sua mãe. Ela estava na cozinha, o cheiro de geleia havia tomado toda a casa.
- Mãe, eu posso falar com você?
Ela olhou de uma maneira estranha para Remo e disse:
- Qual é o problema? Aconteceu alguma coisa?
- Você está estranha, mãe... - começou Remo - Pensa que não te conheço? O que há contigo?
- Remo, meu filho... Não tem nada de errado comigo, eu estou bem - ela respondeu calmamente - Me preocupo com você. Eu não queria você metido nesta guerra, meu único filho, minha única família. Fomos abandonados por todos depois que seu pai morreu. Eu não quero te perder agora.
- Mãe, nada vai acontecer comigo - ele respondeu.
- Já está acontecendo - ela insistiu, virando-se para o fogão e mexendo a geleia - Já est acontecendo... Quer você queria, quer não.
- O que você está falando? - ele perguntou preocupado.
- Eu posso sentir, filho. Sabe disso! Você sabe, por isso peço que você desista.
- Mãe! - exclamou o filho se aproximando da mãe - O que você está vendo? O que você está sentindo? Quem sabe pode ajudar a Ordem e...
- Remo, não diga bobagens - disse brava - Meu tempo aqui já se esgotou e vai demorar para nascer outra igual a mim. Vai demorar... - ela disse sem esperanças - Muitas coisas terríveis estão para acontecer. Contigo, com teus amigos, com os bruxos. Mas vejo coisas boas depois da tempestade de chumbo, eu vejo paz... Remo, escute as palavras de sua mãe...
- Eu sou todo ouvidos à senhora.
- Pois então faça o que eu digo. Fique fora disso tudo. Você pode, você tem esta opção. Nada você pode fazer, tem que se salvar. Vá embora daqui.
- Mãe, uma vez você me disse que não é fugindo que os problemas passarão.
- Eu sei, eu sei. Os problemas serão os mesmos mas a dor será menor. Será pequena. O seu destino já foi traçado por Ele - disse ela, com o dedo indicador apontado para cima - Tá traçado. Mas a dor... Ah, a dor Remo... Ela pode ser menor, pequenina. Eu só quero o seu bem. Que você sofra menos do que já vem sofrendo por minha culpa, todas as noites de lua cheia.
Remo ficou nervoso.
- Quantas vezes eu vou ter que lhe dizer que a culpa não foi sua. Foi minha a irresponsabilidade - ele disse, perdendo o controle de sua voz - Não foi sua culpa. Quantas vezes teremos que discutir isso?
- Eu sou a sua mãe ainda, não fale deste jeito comigo. Se não tivesse o largado por aí! Eu não quero discutir, não quero brigar. Eu quero que você viva em paz, longe da Inglaterra. Longe desta ilha que está coberta por nuvens negras. Longe da dor e de sofrimentos, de coisas que você não precisa viver. De coisas que fugiram de sua responsabilidade. Você pode ficar, a desgraça será a mesma, mas o sofrimento não.
- Mãe... Nós não podemos sonhar que tudo acabou. Eu não posso, nem você. Continuarei na Inglaterra, continuarei na Ordem. Você quer paz? Eu também quero... E nem se alguém viesse aqui e me contasse os meus próximos anos, mesmo sabendo de tudo, eu ficaria. Eu luto por você, mãe. Luto por mim, por tempos felizes. E quem sabe eu possa impedir esta desgraça que você diz? E quem sabe eu possa amenizar a dor, as perdas, nem que seja absorvendo tudo isso? Eu não vou fugir, nunca me perdoaria. Nunca me perdoaria... - ele repetiu com os olhos cheios d'água - De ver toda a desgraça que está por vir sem ajudar os meus amigos, sem lutar pela a paz que eu quero, que você quer, que nós precisamos. Não vou ficar de braços cruzados! - exclamou com ânimo - E vou fazer o possível, eu juro, mãe.
Francis não pode deixar de sorrir e abraçou seu filho forte. Ambos precisavam de um abraço e de algumas lágrimas derramadas, porque nem todas as lágrimas são um mal. Francis naquele instante teve mais orgulho de seu filho e teve certeza que ele agüentaria tudo o que estava por vir. Ela não sabia de muita coisa, apenas uma nuvem preta cobrindo o céu. Uma densa fumaça em volta de seu filho e dos amigos dele. Aquilo era um mal presságio, somente visível aos olhos dela. Mas a partir daquele momento, uma fraca luz acendeu em seu peito e ela pode acreditar em dias melhores. Mesmos se eles demorassem a chegar e mesmo se ela não estivesse viva para presenciar. Seu filho estaria e isso fez dela um pouco mais feliz. Um pouco mais confiante.
