Capítulo 4 – Romeu e Julieta
– Que diabos você foi fazer com Montague ontem!? – Eliza perguntou em sussurros assim que elas se sentaram na biblioteca.
– O louco mandou uma carta para Mione... dizendo que a ama – Gina fez uma cara de nojo – E ela pediu para eu ir com ela ver o que ele queria...
– Por Merlin! Montague!? – a morena fez uma cara de descrença.
– Montague... o mundo tá perdido... daqui a pouco o Malfoy manda uma carta cheirosinha para o Harry pedindo desculpa por tudo o que já fez para ele!
As duas não conseguiram conter as risadas com a idéia.
– "Querido Harry... Eu queria pedir perdão por todas as ofensas proferidas durante os anos..." Bem do feitio de Draco – Eliza comentou entre risadas.
– E Harry responderia: "Querido e cheiroso Draco... Sua carta era realmente cheirosa, que perfume era aquele? Claro que eu te perdôo, Draquinho! Sem ressentimentos..." – e as duas caíram na gargalhada.
– Isso é realmente impossível de acontecer!
– Também acho... que droga, Eliza... agora eu não vou conseguir parar de rir quando eu ver Harry e Malfoy juntos!
– Não reclama... eu passo umas sete horas perto de Draco, como eu vou me controlar?
– Eu acho que me mataria se passasse esse tempo todo perto dele!
– Eu acho que você acabaria gostando dele se passasse todo esse tempo perto dele... ele é divertido – ela sorriu – Claro que essas sete horas são só quando eu resolvo dormir com o Blaise... a cama dele é do lado da do Draco. – ela começou a desenhar flores no pergaminho, meio pensativa – Eles são tão bonitinhos dormindo, mas eu nunca consigo realmente dormir lá com aqueles dois armários roncando e bufando a noite toda.
– Você dorme com Blaise e ninguém reclama!? – Gina estava vermelha.
– Você entende o sentido de dormir, não? – ela sorriu inocentemente – Eu realmente durmo... eu gosto de ficar abraçada com Blaise enquanto ele dorme... – ela suspirou – Era horrível quando a Pansy dormia lá... Por Merlin! Ela bufava mais que Crabbe e Goyle juntos, sem contar o quanto que gritava!
Gina se voltou ao pergaminho com a revelação da menina. Isso quer dizer que era habito comum as sonserinas irem dormir com os seus namorados nos dormitórios? E pelo jeito que Eliza falava, elas realmente faziam algo, num dormitório comum. Mas Eliza não parecia esse tipo de menina, ela era reservada e Gina nunca a vira no meio das sonserinas "depravadas".
– Vamos para a poção do morto-vivo, então... Espere aqui que eu vou pegar um livro que fala dela, abertamente! É tão bonita a história... – Gina observou a garota ir em direção a uma estante e pegar um livro.
Ela não pode deixar de pensar em como ela era elegante. As vestes aparentemente novas balançavam enquanto ela andava calmamente em direção a estante. Gina bufou ao comparar o jeito de Eliza, feminino e elegante, com o dela, largado e masculino. "Também... o que você quer, Gina? Você cresceu com 6 irmãos! Ela é a segunda filha de uma família rica! Não é de espantar que ela tenha um namorado que não larga ela por nada!"
– Aqui! Romeu e Julieta... Shakespeare! – ela colocou o livro em cima da mesa, na frente de Gina, a tirando dos pensamentos.
– Oh! Eu conheço essa história! Não é a de...
– Dois jovens de famílias inimigas que se apaixonam, bla bla blá... Sim, sim! Eu amo essa história! – a morena interrompeu a ruiva e começou a falar. – Ele é um gênio! Eu nunca ouvi dizer numa história real assim, mas seria tão romântico se algum dia acontecesse... Se algum casal vencesse todas as barreiras para poderem ficar juntos...
– Realmente... – Gina via como a garota falava com emoção aquilo. E ela sentiu que aquilo que ela dizia realmente era algo romântico. "Um amor que supera todas as barreiras... Oh... se alguém me amasse assim um dia..." Ela devaneava e somente voltou a terra quando ela disse aquilo.
– Minha mãe chorava toda vez que lia essa história... – a garota suspirou, triste.
– Me desculpe por ter feito você se lembrar da sua mãe...
– Ora, nada... eu me lembro dela todos os dias. Vamos continuar com as aulas?
– Tudo bem...
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– Por Merlin, Narcissa! Largue esse pergaminho por um minuto! Já estamos chegando... – a garota de cabelo castanho-avermelhado a cutucou, reclamando com ela.
– Já vou, já vou Galadriel... Relaxa! – a loira sorriu para a amiga. Galadriel Morningsun era sua melhor amiga. Mas ela só se juntou a eles, na mesma cabine, um pouco depois de Narcissa voltar da ronda. Ela começara a namorar um garoto Corvinal no ano passado e passava o maior tempo possível com ele. Era bastante bonita, com longos cabelos cacheados e olhos cor de avelã.
– Não vai trocar de roupa? – Dan lançou um olhar malicioso para a garota quando falou isso, caindo na gargalhada depois, sendo acompanhado pelas garotas.
– Vou, seu depravado! – ela pegou a capa de Hogwarts e vestiu por cima da roupa – Feliz agora?? Você sabe que a gente não precisa estar de uniforme no banquete de boas vindas!
– Como foi a viagem de vocês, Cissa? – Galadriel se sentou no colo de Narcissa e lançou um olhar cúmplice com Daniel.
– Depois que eu saí da reunião dos Monitores, a gente fez o de sempre. Conversou... Daí a Creevey veio me chamar pra fazer a ronda com ela, e Merlin! Como ela fala! E depois eu voltei e você tava aqui... – ela sorriu - e como foi com seu namorado, hein? Ai... vai mais pra lá que você tá machucando a minha perna!
– Foi fantástico! – a outra garota sorriu e se arrumou no colo da amiga – Ele é tão carinhoso, e gentil, e gente boa...e nem é trouxa! Só mestiço!
– Você parece meu avô falando assim, Gal...
– Mas... você sabe que eu só não me sinto bem com trouxas... eu não entendo nada deles e eles nada de mim! É estranho, Dan...
– Pelo menos você não tem preconceito de verdade, você tenta entender os trouxas...
– Opa! Acho que chegamos! – o trem havia parado num baque, e Galadriel exclamou feliz, pulando do colo da amiga.
– Você vai com os mortais ou conosco para o castelo, Gal? – a loira abriu a porta sorrindo para a amiga.
– Com vocês, é claro! Eu preciso conversar com Dan... Você pode ir indo na frente e nos esperar no castelo, por favor??
– Mas...
– Por favor, Cissa... – e ela teve que atender o pedido dos dois. Sabia que quando Galadriel tinha uma idéia na cabeça, não tirava. Saiu um pouco furiosa e curiosa. Rumou a uma carruagem e ficou esperando os amigos.
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Naquela manhã Hermione recebera uma carta e só tivera tempo para lê-la no jantar. E, pra variar, Gina estava com ela. A ruiva olhava a carta que Hermione segurava nas mãos. E, pela segunda vez naqueles dois dias, sentiu inveja de Hermione. "Como ela, que não tira a cara dos livros recebeu duas cartas de amor em dois dias e tem Rony e Krum aos pés e eu não consigo sequer chamar a atenção de Harry?" Observava a caligrafia fina e bonita, diferente da de Montague que era rude e estranha. "Eu conheço essa letra..."
Flashback
– Ué, essas anotações não são suas, Eliza. – ela desenrolara um pergaminho em cima da mesa olhando para a morena.
– Draco emprestou as dele, do ano passado. Ainda não aprendemos essa poção, mas acho bom a gente ver com antecedência para no dia não fazer feio.
Gina olhou para a caligrafia de Draco e não pôde deixar de pensar o quão bonita ela era.
Fim do Flashback
– Draco Malfoy... – ela olhava descrente para a mesa sonserina, aonde via o loiro conversando com Eliza.
– Você acha que ele me mandou isso!? – Hermione olhou para Gina descrente – Você tá ficando louca, Gin!
– Não! Não acho que tenha sido ele – ela sorriu, escondendo o que sabia. Não sabia porque, mas sentiu que não deveria contar para ela o que estava fazendo. E também sentiu ciúmes.
"Merlin, Gina! Ciúmes?? Você deveria estar feliz pela sua amiga!"
Enquanto isso, na mesa sonserina Draco olhava discretamente para ver se seu "alvo" já havia demonstrado sinais de que sabia que era ele.Estrategicamente, fez com que Eliza mostrasse a sua caligrafia para Gina, e então a ruiva faria a sua parte. Mas aparentemente não funcionara. "Será que ela não contou? Ela é tão burra assim?"
Ouviu Eliza tossir violentamente ao seu lado e estendeu o seu lenço para ela, voltando a comer.
– Eu falei que o Blaise estava doente e você acabaria ficando doente também... – ele falou acusadoramente.
– DRACO! – ela gritou e largou os talheres no prato ruidosamente, olhando para o lenço.
– Não grita, sua histérica... Que foi? – ele olhou para a garota e viu que ela era uma máscara de espanto. Reparou que ela estava branca e tinha um filete de sangue no canto da boca. Virou mecanicamente os olhos para o lenço que ela segurava na sua frente.
– Sangue! – a sonserina sentada em frente a eles também largou os talheres, fazendo novamente toda a mesa olhar para eles.
– Merlin! O quer você fez!? – Draco estava da cor original do lenço, branco.
– Eu tossi e... e... – ela voltou a tossir violentamente, como antes e novamente levou o lenço a boca, cuspindo sangue.
– Merlin! Ela está doente! Chame o professor Snape! Rápido! – a primeira garota se levantou e mandou um garoto do primeiro ano ir atrás do professor.
– Eliza!? Fale comigo! – Draco tinha a garota deitada no seu ombro, arfando.
– Eu... eu tô bem... e – ela fez uma careta de dor e voltou a tossir, cuspindo mais sangue no lenço que já estava rubro.
Snape entrou andando rapidamente no salão, sendo seguido de McGonagall e Madame Pomfrey.
– Elizabeth? – Snape se aproximou. A garota estava branca e Draco e segurava.
Madame Pomfrey pegou o lenço vermelho de sangue da mão da garota e pediu que Draco deixasse Eliza com ela, agora. Snape fez sinal para Draco seguí-lo, junto com McGonagall.
Gina observou toda a confusão receosa. Sua "professora" estava doente e agora provavelmente teria que dar as informações diretamente para Draco.
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"Oh não... eu não acredito nisso"– Me daria a honra de ir até o castelo com você, senhorita? – James Potter estava parado na frente da porta carruagem que ela segurava para ir com seus amigos, que por um acaso ainda não haviam aparecido.
– Eu estou esperando-
– Daniel Zabini e Galadriel Morningsun? Eles entraram em outra carruagem. Eu os vi. Você pode falar com eles quando chegar lá, agora me permita lhe acompanhar. – ele entrou na carruagem, se sentando ao lado dela.
– Se você estiver mentindo... – ela bufou, enrolando o pergaminho.
– Eu não minto, Narcissa. Não para você... – ele sorriu para ela, e ela suspirou levando as mãos a tempora.
– Eu não mereço você dando em cima de mim, James!
– Não seja rude comigo, Cissa... – ele sussurrou, chegando perto dela. – Me disseram que você é gentil com quem é gentil com você...
– Eu não tenho culpa se eu não consigo tratar bem um idiota como você! – ela virou para ele e ele a empurrou no banco, a beijando.
– IMBECIL! – ela o empurrou e deu um tapa na cara dele, se levantando e batendo a cabeça no teto.
– Calma, Narcissa... – o garoto sorria maliciosamente, passando a mão no rosto.
– Calma o caramba! – ela sacou a varinha – Estupefaça!
E ela saiu da carruagem deixando um James inerte nela, com um grande galo e um grande sermão para os amigos.
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Na outra manhã, Gina acordou mais cedo para visitar a futura Sra. Zabini. Ela estava péssima. Grandes olheiras negras contrastavam com o azul dos olhos dela e sua pele estava mais branca do que nunca. Os longos cabelos negros em uma trança. Blaise segurava a mão dela, com o nariz completamente vermelho.
– Olhe, Liz... Guinevra veio lhe visitar.
– Mande-a embora, Blaise! Ela não pode pegar essa doença! – ela falou, fazendo uma careta de dor.
– Madame Pomfrey me garantiu que não é contagioso! Não seja teimosa! Se continuar assim vai morrer velha e torta numa cama porque nem seus filhos vão querer vê-la por ser tão orgulhosa... – os olhos dos dois se cruzaram e ela suspirou.
– Entre, Gin... mas não se espante com... com... – ela começou a tossir violentamente e a arfar, e Blaise pegou um lenço e deu para ela. Novamente, o lenço ficou rubro.
– Ela ficou assim a noite toda... – Blaise jogou o lenço numa lixeira, que já estava cheia de panos vermelhos. – Madame Pomfrey achou que fosse uma tuberculose, mas a poção não fez efeito. Ela está tomando uma poção para repor o sangue, enquanto não descobrem o que é...
– E você ficou aqui a noite toda!? – Gina se sentou ao lado do sonserino, um pouco desconfortável, e tirou uma mecha de cabelo da morena do rosto dela.
– Não, Gin... Draco e ele se revezaram em cuidar de mim... – ela sorriu mas logo fez uma careta de dor.
– Draco!? – a ruiva se espantou.
– Sim, Weasley. Você esta melhor, Eliza? – Draco que acabara de chegar e escutara o finzinho da conversa entrou na sala, e se aproximou de Eliza, limpando o canto da boca da amiga com um lenço.
– Estou sim, Draco... Obrigada... Muito bom que vocês dois estarem aqui, muito bom... – ela respirou um pouco mais fundo e fez uma careta – Merlin! Meus pulmões ardem cada vez que eu respiro... é como se milhares de facas o atravessassem de uma vez!
– Acalme-se, Eliza... não fale, querida... – ela foi acalmada pelo namorado.
– As suas aulas de poções, Gina... Draco cuidará delas daqui para frente, entendeu? E não quero que vocês briguem! Por mim, tenham as aulas normalmente, como pessoas civilizadas! – ela tossiu, cuspindo sangue no lenço novamente.
– Quê!? – Draco olhou descrente para Eliza – Você quer que eu dê aulas de poções para Weasley?
– Sim, Draco...qual o problema? Vocês ainda não são Romeu e Julieta... Podem muito bem serem vistos juntos. Eu sei que é estranho, mas é plausível. E, além do mais, você é o maior interessado nessas aulas... mais do que eu ou Gina... – ela revirou os olhos e mordeu os lábios.
– Tudo bem, tudo bem... – ele bufou e cruzou os braços. Gina ficou calada o tempo todo. Ela esperava isso, mas mesmo assim teve um choque quando ela disse.
– Muito bem, muito bem! Vão tomar café agora e vão para as aulas. Depois vocês podem visitá-la... – Madame Pomfrey saiu de sua sala, carregando uma bandeja com poções e uma sopa. – E eu quero vocês dois dormindo direito essa noite, não quero mais doentes! – ela apontou para Draco e Blaise – Eu cuido da menina de noite!
– Mas... Madame Pomfrey! Ela... ela precisa de mim... –Blaise apertara a mão da namorada.
– Eu acho que você deveria dormir, Blaise... – Eliza falou, com a voz sumindo.
– Oh, Merlin! Você sabe que eu posso ficar sem dormir!
– Acho melhor a gente ir, Blaise. – Draco puxou o amigo pela capa, saindo da enfermaria com Gina. – Ela não pode se irritar.
– Eu nunca pensei que fosse viver para ver Draco Malfoy se preocupando com alguém que não fosse ele mesmo... – Gina pensou, alto demais.
– O que você disse, Weasley? – Draco lançou um olhar irritado para a menina.
– Eu!? Eu não disse nada! – ela pareceu assustada, e ele sorriu desdenhoso.
– Mesma hora que você se encontrava com ela, na biblioteca. Prepare-se para ter um professor de poções pra valer...
– Egocêntrico... – ela o xingou, ao vê-lo virar num corredor com Blaise. Ela seguiu para o Salão Principal, com uma vozinha maldita da cabeça reclamando que aquilo não daria certo.
N/A: Não pretendo tirar as esperanças de ninguém, mas não esperem OUTRO romance entre pessoas que inicialmente se odeiam. Eu realmente não acho que o nome do capítulo foi bem colocado, e não sei se eu deveria colocar esse nome mais para frente. Mas temporariamente tá aí... Romeu e Julieta. Eu amo essa história, vcs não tem noção de como! Muitas pessoas reclamaram que a família tá bastante confusa. Era de se esperar, já que é mta, mta gente. Talvez eu faça uma N/A explicativa Estou pensando seriamente nisso.
Alias, eu vou viajar no dia 25/12 e ficar fora até o dia 29/01. As chances de ter um pc pra eu continuar vão ser quase as mesmas de um velho e surdo atravessar a rua e não ser atropelado, mas eu vou continuar escrevendo em cadernos e qndo eu chegar é só digitar! Ou seja, só mais uns 3 capítulos e depois só em fevereiro Que droga! Ou talvez eu possa deixar alguns capítulos guardados e encarregar alguém de postar... o q vcs acham? Assim vcs nom ficam mto tempo sem atualização!
Obrigada pelas Reviews o/ Continuem comentando! Continuem comentandooooo! ''
