A Revelação

- Kal.... Kal...

Kal virou-se na direção da voz que o chamava, estava numa floresta, podia-se ver os raios de sol penetrando por entre as árvores. Kal continuou a caminhar na direção daquela voz doce e melodiosa. Até que deparou-se com um templo. O que um templo desses está fazendo aqui no meio da floresta? – se perguntou – entrou dentro do templo, era um templo muito bonito, era todo de mármore e havia uma estátua de um jovem tocando uma harpa. Kal queira lembrar-se da onde conhecia aquele jovem, mas não conseguiu, foi então que ele começou a ouvir uma melodia muito bonita, mas o que mais lhe chamava a atenção era a voz que cantava tal melodia, era a mesma voz que o chamara na floresta. Ele foi seguindo na direção da voz e chegou a um salão imenso, e logo que adentrou ao salão a melodia cessou – mas como pode haver um salão tão grande aqui, pois, do lado de fora ele não parece ser tão amplo – pensou ele – foi então que ele pode perceber que ali estava uma jovem e que talvez ela soubesse quem estava a cantar a melodia misteriosa.

Antes que ele pudesse sanar suas dúvidas a jovem virou-se para ele e com um gesto de mão pediu para que ele se aproximasse.

- Kalel de Perseu, esse é seu título de cavaleiro, não é mesmo? Perguntou a jovem misteriosa.

- Sim, mas quem é você? Respondeu Kal

- O meu nome não importa – respondeu ela docemente – mas o que realmente importa é o que tenho a lhe dizer.

Kal estava confuso, não sabia onde estava e nem como chegara até ali, mas a jovem não inspirava desconfiança, ele sentia-se seguro com ela, em outra ocasião talvez ele não tivesse agido assim, pois, sempre desconfiava de quem não conhecia e isso não era porque queria, mas conseqüência de uma vida de duras batalhas.

- O que você tem a me dizer que é tão importante? Perguntou ele.

- Primeiramente – disse ela, mas suas palavras foram interrompidas por passos de alguém que acabara de entrar no salão onde eles estavam e se posicionando ao lado da jovem.

- Hipnus – gritou Kal – já se posicionando para uma eventual batalha e elevando seu cosmo ameaçadoramente.

- Acalme-se cavaleiro e diminua seu cosmo – disse ela – ele não nos fará mal algum.

- É bom te ver Kal – disse Hipnus abraçando a jovem – é bom saber que sempre está pronto a lutar.

- Lutarei com você e com quem quer que seja se for preciso – respondeu Kal sem diminuir a agressividade de seu cosmo.

- Se acalme Kal, não pretendo lutar com você – respondeu Hipnus calmamente.

- Quem me garante que não me atacará assim que eu baixar a guarda? Respondeu Kal ironicamente.

- Eu lhe garanto cavaleiro, como já lhe disse, Hipnus não nos fará nenhum mal – disse a jovem – fazendo com que Kal diminuísse seu cosmo gradativamente.

- Como ia dizendo antes de ser interrompido por vocês dois – disse a jovem fazendo um gesto de impaciência – quero que saiba Kalel de Perseu, que Athena, ou melhor, sua esposa Saori Kido está viva, mas precisa urgentemente de ajuda.

- Ela está viva! Kal não conseguia esconder sua alegria, fazendo com que até Hipnus sorrisse da sua atitude.

- Mas onde ela está? Por favor, me diga.

- Tudo a seu tempo cavaleiro – respondeu a jovem com a mesma calma de sempre – ela está presa em um vaso, como aquele em que esteve presa na batalha contra Hades.

Ao ouvir o nome de Hades, Kal não conseguiu se conter e seu cosmo novamente elevou-se mais agressivo e ameaçador do que antes.

- Acalme-se Kal – disse Hipnus – deixe minha esposa terminar de falar.

- Não é Lord Hades que está por trás do seqüestro de sua esposa e sua filha Luthy, mas meu cunhado Thânatos é quem está por trás de tudo isso, mas ele não é o mentor desse plano sórdido para eliminar Athena e seus descendentes.

- Mas você acabou de dizer que é ele quem seqüestrou minha esposa e minha filha – respondeu Kal totalmente confuso.

- Tudo será explicado, basta ter um pouco mais de paciência – respondeu ela – bem com ia dizendo não é Thânatos o mentor de tal plano, mas sim um inimigo que você e seus amigos já combateram anos atrás – ela faz uma pausa, como que pensando na pessoa que estava fazendo tudo aquilo – seu nome é Ares, é ele quem planeja matar Athena e se vingar das pessoas que o derrotaram anos atrás na batalha das 12 casas e isso inclui todo o santuário, pois, ele planeja dominar todos os cavaleiros de Athena, assim como ele fez com Mu de Áries. Agora cavaleiro volte, salve sua família e derrote de uma vez por todas esse tirano que tem prazer em ver as pessoas sofrerem.

- Mas como posso ter certeza de que Hipnus não irá interferir e tentar salvar Thânatos, pois, apesar de tudo eles são irmãos.

- Não se preocupe – disse Hipnus – não irei interferir, pois, não concordo com o que ele está fazendo, e além do mais ele tentou tirar minha esposa de mim há muito tempo atrás, então sei muito bem pelo que você esta passando, então vá e derrote-os.

- Não pense que será uma batalha fácil – disse a jovem – você terá que lutar contra sua própria filha, pois, ela está sendo controlada por Ares e há também Mu de Áries, que está sendo controlado, por isso que ele tem agido estranhamente.

- Bem – continuou ela – espero que isso tenha sanado todas as suas dúvidas.

- Há uma dúvida ainda – respondeu Kal – onde posso encontrar minha esposa, minha filha e as pessoas responsáveis pelo seqüestro delas?

- Elas estão no templo de Ares em Esparta – respondeu a jovem que ia desaparecendo em uma névoa com Hipnus.

- Espere! Você ainda não disse o seu nome – gritou Kal

- Meu nome é Endemyon – respondeu a jovem antes de desaparecer por completo na névoa.

Kal acordou assustado. "Então tudo não passou de um sonho, mas parecia tão real" – pensou ele – Endemyon, Hipnus muito obrigado!". Foi quando ele percebeu que estava na cama, dentro de uma cabana com uma faixa em seu abdome.

- Já acordou – disse uma voz que acabara de entrar no quarto – realmente você se recupera mais rápido do que os outros, deve se por causa de "Misopheta Menos" a técnica que Perséfone passou a você nos Elíseos enquanto se recuperava da batalha contra Hades.

- Levantou cedo, Senhora – respondeu ele reconhecendo imediatamente a dona daquela voz.

- Não me chame de Senhora, já não me considero mais na posição de me chamarem assim – respondeu ela.

- Então chamarei você de senhorita, assim está bom? Respondeu ele com um tom de deboche.

- Já disse que não gosto que me chamem assim – disse ela abrindo a cortina do quarto para que a luz do sol adentrasse e iluminasse o lugar, fazendo com que Kal pudesse ver o olhar fulminante que ela lhe lançou.

- Continua a acordar com o mau humor de sempre Lyre Weren – disse Kal entre risos.

- E você a me provocar como sempre Kalel Stravos – respondeu ela no mesmo tom aproximando-se de Kal e dando-lhe um forte abraço que foi correspondido da mesma maneira.

- Pensei que você fosse morrer – disse ela com lágrimas nos olhos

- Vaso ruim não quebra fácil, não é mesmo Lyre – respondeu ele, fazendo com que ela desse um meio sorriso.

- Então Hipnus e Endemyon apareceram em sonho pra você. O que eles disseram?

- É falta de educação ler a mente das pessoas sabia – disse Kal com um sorriso maroto e logo em seguida contando-lhe tudo que Hipnus e Endemyon haviam lhe falado.

- Então Ares aliou-se a Thânatos para assim se vingarem de Saori e você, isso não é nada bom – disse Lyre depois de escutar o relato de Kal.

- O que eu não entendo é por que Ares resolveu se vingar somente agora?

- Talvez seja porque como estava tudo em paz ele os pegaria de surpresa – respondeu Lyre

- Você tem toda razão, é isso mesmo. Agora temos que voltar ao santuário contar tudo para os cavaleiros de ouro e seguir para Esparta salvar Saori, Luthy e Mu – disse Kal com entusiasmo.

- Espera um pouco – respondeu Lyre – você não se recuperou totalmente ainda, nem pense em sair daqui.

- Mas...

- Mais nada, eu te encontrei todo ensangüentado e trouxe para esta cabana, curei seus ferimentos com meu cosmo e cuidei de você, e agora só porque já se sente melhor pensa que vai sair daqui e se meter numa batalha – disse Lyre com um tom de preocupação – você ainda não se recuperou totalmente, descanse mais um pouco, nunca te pedi nada, por favor, atenda esse pedido que lhe faço.

- Só foram dois ataques, do primeiro eu me esquivei, mas foi o segundo que me atingiu, por isso acho que você está exagerando, não fiquei tão mau assim – respondeu ele.

- Na verdade – disse Lyre – foram três ataques simultâneos, do primeiro você se defendeu, já o segundo atingiu-o pela frente e o terceiro nas costas, foi muito rápido e como você estava preocupado com o desaparecimento do cosmo de Saori você não conseguiu evita-los, pois, estava distraído e não pôs em prática o que lhe ensinei e quando eu disse que você estava todo ensangüentado, eu não exagerei, você estava muito mal e pra ser sincera, mesmo com a energia que passei para você, não tinha certeza de que se recuperaria.

Kal não ouviu o conselho de Lyre e levantou-se, mas como ainda não estava totalmente recuperado, sentiu uma tontura e sentou-se na cama novamente.

- Viu eu lhe disse que não estava totalmente recuperado, mas você é muito teimoso – disse Lyre fazendo um gesto de impaciência.

- Teimosa é você – respondeu ele já levantando-se novamente – e nem pense em....

Kal não pode terminar a frase, pois, ele havia sido atingido por Lyre com um soco na altura da cintura que o fez cair desmaiado na cama.

- Kal – disse ela ao ampara-lo – porque você é tão teimoso? Você não está em condições de lutar agora, mas amanhã tenho certeza que já estará recuperado e então iremos ao santuário. Prometi à sua mãe que iria cuidar de você e não pretendo quebrar essa promessa – pensou ela lembrando-se de coisas de seu passado.

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O sol nem havia despontado no horizonte e Kal já estava em pé acordando Lyre para juntos irem ao santuário.

- Lyre....Lyre....LYRE – grita Kal já sem nenhuma paciência, o que faz ela cair da cama devido ao susto que levara.

- Ora seu...(N.A. palavras de baixo calão são proibidas nessa fic) não pode chamar mais baixo não! Eu não sou surda!

- Você tem um sono muito pesado, eu estou aqui faz uma meia hora te chamando baixinho, mas como você não acordava, então resolvi radicalizar – respondeu Kal com um ar de deboche.

- Você me paga Kal, não perde por esperar – disse Lyre lançando um olhar fulminante que faria o próprio Zeus tremer nas bases.

- Você não precisa de sono de beleza Lyre, pois, você como hospedeira de Afrodite não envelhece e nem morre esqueceu (N.A. se quiserem saber mais sobre Lyre Weren, leiam A Rosa e a Flecha – parte 1) – disse Kal levando a mão à boca, pois, percebeu que havia falado demais.

- Desculpe... Kal começou a dizer, mas foi interrompido por Lyre.

- Não precisa se desculpar – disse Lyre lendo os pensamentos de Kal – sei que não teve a intenção de me magoar, além do mais, tudo o que disse é verdade e isso já não me incomoda, depois de séculos, finalmente aprendi a viver e a aceitar minha condição.

- É muito bom ouvir isso Lyre – respondeu Kal aliviado, pois, se isso tivesse acontecido anos atrás, certamente agora ele seria um homem morto.

- Bem, vamos logo ao santuário, senão você vai ter um treco daqui a pouco – disse ela com um sorriso maroto.

Assim puseram-se a caminho do santuário, ao chegarem passaram facilmente pelos guardas, que estavam dormindo e quando viram Kal, ficaram assustados pensando que seriam castigados por dormirem no posto.

- Parece que estão todos no salão do mestre – disse Kal ao sentir os cosmos dos cavaleiros de ouro.

- É você tem razão, vamos até lá então – respondeu Lyre – você ainda sabe o caminho secreto?

- Claro que me lembro, é do lado da casa de Áries senão me engano, se formos por ali chegaremos mais rápido ao salão.

No salão do mestre, os cavaleiros discutiam sobre qual a melhor estratégia a ser tomada no momento.

- Eu proponho um ataque surpresa, pois, como dizem a melhor defesa é um bom ataque – disse Milo todo orgulhoso da conclusão a que chegara.

- Atacar quem? Se nem sabemos quem é nosso inimigo – respondeu Kamus acabando com o sorriso do escorpião.

- O que temos a fazer é reforçar nossas defesas e esperar um ataque ao santuário, pois, temos que proteger Sarah – disse Aioros.

- Aioros tem razão – disse Dohko – a situação requer isso, já que não temos muito o que fazer e... Dohko parou repentinamente, pois, havia sentido dois cosmos se aproximando.

- De quem são estes cosmos? Perguntou Aldebaran

- Finalmente chegaram – disse Shion

- Parece ser o cosmo de Kal, mas há uma outra pessoa com ele – disse Saga.

Saga estava falando ainda, quando de repente a porta do salão do mestre abriu-se e por ela passou Kal.

- Kal você está vivo? Perguntou Milo todo alegre.

- Não, estou morto, não vê que agora sou um espectro – respondeu Kal revirando os olhos diante da pergunta de Milo, fazendo com que todos rissem e deixassem Milo vermelho de vergonha.

- O que aconteceu Kal? Perguntou Saga.

- Você está bem, onde está Athena, Lyre e Mu? Sentimos seus cosmos desaparecerem – disse Aioria.

- Quem é a pessoa que está com você? Perguntou Aldebaran.

- Calma rapazes, tudo será explicado no seu devido tempo. Agora quero que vocês recebam uma velha amiga – disse Kal dando fazendo sinal para que Lyre entrasse.

Oi, galera!! Depois de alguns dias festando e viajando, aqui estou eu de volta com um capítulo novinho em folha, espero que estejam gostando. Não esqueçam de mandar reviews, tá!! Até o próximo capítulo.