DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions.

Capítulo 2 - Pressentimentos

Roxton caminhava a passos largos, estava aflito, onde Marguerite poderia estar? A esta altura ele deveria ter a alcançado. Estava escurecendo e o caçador sabia que as chances da herdeira estar em perigo eram grandes, afinal, ela tinha se enfurecido e saído correndo sem nem se dar o trabalho de pegar a arma. Ele não conseguia entender o motivo da irritação dela para sumir daquele jeito, de qualquer forma isso ele descobriria depois, o importante era encontrá-la.

"Vamos Marguerite, já chega dessa brincadeira de esconder. Se você queria me deixar preocupado você conseguiu, então apareça!"

"Vamos, Finn, saía logo dessa água! Logo vai escurecer e nós nem buscamos as ervas ainda." Verônica estava sentada a beira da água se secando e chamava Finn impacientemente, mas a outra garota parecia não ligar. "Essa é a última vez que eu te trago comigo..."

"Tudo bem, tudo bem, já tô saindo... não precisa ficar nervosinha..."

"Mas é claro que eu preciso, já é a terceira vez que eu te chamo... FINN!" Verônica estava encharcada, Finn saiu da água se sacudindo e acabou por deixar a outra loira molhada outra vez.

"Desculpa, Vê!"

A garota da selva olhou para a outra e pensou em dizer alguma coisa não muito agradável, mas seus ouvidos aguçados escutaram algo...

Marguerite estava bufando de raiva, tinha voltado para o acampamento ao se dar conta de que havia esquecido o coldre com sua arma e estava pronta para encher o caçador de desaforos. As insinuações de Roxton soavam como deboche aos sentimentos dela, mas no fundo ela sabia que aquele era o único jeito que ele conseguia desarmá-la quando queria falar da relação deles. Mas não era isso que ela queria hoje, não sabia explicar o por que, mas algo dentro de seu interior parecia exigir que as coisas entre os dois se definissem de uma vez por todas, como se o agora fosse o momento para se entregar e o depois não fosse existir. E ela estava ficando com medo de seus pressentimentos, essa sensação podia significar que algo de ruim estivesse para acontecer. Não que a herdeira realmente acreditasse em sexto sentido ou algo parecido, mas talvez ser a reencarnação de uma sacerdotisa druida significasse ter que prestar mais atenção em sua intuição. No entanto, para ela, a "ponderada e indiferente" srta. Krux, era muito menos alarmante desconsiderar esse tipo de sensação estranha e irritar-se com Lorde Roxton, contudo, ele não estava ali.

"Aquele prepotente! Certamente saiu pra me procurar achando que eu iria me meter em problemas. Pois bem, ele que fique dando voltas sem conseguir me encontrar, eu não vou atrás dele, quis brincar comigo agora é a minha vez de dar o troco!" Ela senta-se sobre uma pedra se sentindo vitoriosa e percebe que uma forte chuva está prestes a cair. Estava tão abafado e agora já não seria prudente se banhar no rio, já que havia escurecido de vez, assim uma súbita vontade de tomar banho de chuva a invadiu.

"Hei, Vê, eu tô com fome..." Finn estava sentada esfregando a barriga e não notou que Verônica estava buscando silenciosamente por algum movimento entre as folhagens.

"E daí? Você sempre está com fome..." A loira resmunga sem se importar e desconfiada com o que escutara minutos atrás continua procurando por sinais de alguma ameaça.

"Pô Vê, mas eu tô mesmo com muita fome... ei... mas o que..." A garota se interrompe e arregala os olhos sentindo pingos de água caírem no rosto.

"Você também ouviu?"

"Ouvi o quê? Eu senti..."

"Sentiu o quê?"

"Olha pra cima e sente, Vê. Tá começando a chover, e pelo jeito isso vai vira uma tempestade das boas e agora que eu já me sequei não tô afim de ficar molhada otra vez... mas o que eu devia ter ouvido?"

"Eu não sei, Finn. Eu escutei uns ruídos, mas se você que tem os ouvidos treinados tão bem ou até melhor que eu, não escutou nada... É melhor nós procurarmos por um abrigo, pelo jeito vai ser um temporal forte mesmo..." Verônica respondeu ao observar o céu escurecido por nuvens negras e olhando uma vez mais ao redor para se certificar de que não havia nada. Na verdade, desde a hora em que acordara naquela manhã estava com uma sensação estranha, tinha sonhado com Malone na noite anterior, mas o sonho se transformara em pesadelo e por isso precisava afastar os tormentos de sua cabeça. Tinha esperança de encontrá-lo e seu maior medo era descobrir que algo de muito ruim pudesse ter acontecido com aquele que descobrira tarde ser o homem que amava.

"Tudo bem, vamô por ali, ó... acho que eu vi uma gruta quando nós távamos vindo..." A garota do futuro falou se levantando e se voltando para uma Verônica distraída. "Ei, Vê, você tá me ouvindo?"

"Hã? Ahh... vamos então..." A loira respondeu tentando dispersar os pensamentos e seguiu para onde Finn apontava.

Roxton estava chegando ao seu limite. Já tinha buscado por Marguerite em todos os arredores e não conseguia encontrá-la. Resolveu voltar ao acampamento para juntar tudo e se certificar que ela não havia voltado para lá. Então notou que a chuva estava começando a crescer juntamente com o seu nervosismo, algo em seu interior indicava que precisava encontrar a herdeira logo.

CONTINUA...