Sábado
Sábado à noite, todos na mansão Kido haviam aproveitado a noite para saírem com suas respectivas namoradas. Todos menos Saori, que queria aproveitar a noite calma para colocar seu trabalho com a Fundação em dia.
A noite estava agradável, mas Seiya resolveu voltar cedo. Apesar da alegria e agitação dos amigos, não estava muito afim de badalação.
Voltou cedo para casa. Ia subindo as escadas para o seu quarto quando notou uma luz acesa na biblioteca que servia como escritório de Saori.
Entrou e viu Saori debruçada em pilhas de papéis.
—Você está trabalhando demais, Saori. -ele comentou.
Ela levantou os olhos da papelada e sorriu:
—Ainda há muito serviço a ser feito. Tenho negligenciado um pouco meus deveres como Presidente da Fundação.
Seiya sorriu, e Saori notou o quanto ele parecia um menino quando sorria. Seu olhar se concentrou nos lábios do rapaz, lembrou-se da vez em que caíram em um precipício, quando a salvou de Jamian, e estava inconsciente. Ela quase o beijou naquele dia.
Por alguns momentos, o único ruído foi o das respirações de ambos.
—Talvez devêssemos aproveitar a noite estrelada de hoje? -ele perguntou de repente.
—Para quê?
—Para andar por aí.
—Como?
—Um passeio ao luar, Saori.
—Acho que um passeio me faria bem. -rindo, Saori se levantou e arrumou a saia do vestido. -Até porque deve estar mais fresco lá do que aqui. Está...quente aqui.
Ela ia passando por ele, mas Seiya tocou-a de leve no braço, detendo-a. Ao erguer o olhar para Seiya, rezou para parar de pensar naqueles lábios que sempre tivera vontade de beijar. Tinha que se controlar. Sua consciência dizia para que fosse direto para o quarto e dormir.
O fato é que sempre se sentiu atraído pela Saori, quando crianças, foi sua paixonite. No entanto ela não era a mais agradável das criaturas na infância, e isso fez com que Seiya passasse a reprimir o que sentia com a raiva.
Raiva que perdurou enquanto treinava na Grécia, mas que bastou revê-la para que esse sentimento ruim sumisse e desse lugar novamente àquela atração que sempre tivera pela jovem.
Mas a revelação sobre Saori ser a encarnação de Athena o deixou incerto sobre seus sentimentos e o que fazer. Havia momentos que pensava que o que sentia era recíproco pela jovem, mas em alguns momentos ela parecia distante com ele. Talvez ser Athena para a Saori fosse algo difícil para uma garota que, até outro dia só tinha a preocupação de participar de reuniões de acionistas e gastar sua herança com compras. Agora, praticamente, carregava o mundo em seus ombros.
—A lua está linda! –a voz de Saori tira Seiya de seus pensamentos e o faz mirar o belo rosto de Saori.
Ela parecia ter percebido, pois retribuía o mesmo olhar.
—Está mesmo...fazendo uma lua linda lá fora. -disse rouco. Deu um passo à frente, colocando-se a poucos centímetros dela. - Ideal para...casais.
—É... mas não somos um casal. –comentou, ainda fitando-o.
—Isso é só um detalhe...
O calor dele e o perfume masculino inebriaram os sentidos de Saori, que sentiu um arrepio delicioso. Sem pensar, colocou as mãos no peito dele, e aquele simples contato deu-lhe a sensação de que estava preste a fundir-se a Seiya.
Quando viu a cabeça de Seiya descendo em direção a sua, disse algo, mais por necessidade do que por surpresa ou medo.
—Seiya... -e envolveu seu pescoço com os braços.
As bocas se tocaram, e eles se entregaram ao beijo como dois famintos. Saori se aproximou dele tanto quanto era possível e desfrutou da solidez daqueles músculos, do corpo dele.
Seus movimentos eram ansiosos e um pouco impacientes. Queria urgentemente que Seiya e ela dessem razão ao desejo que os consumia há meses.
Seiya pressentiu o desejo sem que ela dissesse nada e, no instante seguinte, começou a abrir botões e a baixar as alças de seu vestido. Quando sua mão, enfim, tocou um seio, Saori já estava quase sem ar.
"—Calma, Seiya... não a assuste! Será que estou fazendo certo?"
O gemido que ela deixou quando mergulhou a cabeça na curva de seu pescoço havia lhe mostrado que estava sim. Saori tocou a pele e provou-a com a língua só para sentir o gosto dele. Seiya gemeu e a ergueu do chão, colocando-a sentada sobre a mesa do escritório. Com movimentos rápidos ele puxava o vestido até deixar os seios de Saori livres.
Quando a boca de Seiya tomou um mamilo intumescido, Saori arqueou as costas e gemeu de um jeito como nunca gemera antes. Suas mãos acariciavam os cabelos macios de Seiya.
De repente, uma mão deslizou sob a saia de Saori e tocou-lhe as pernas, mas quando aquelas mãos afastaram as pernas e tocaram a carne mais sensível que havia ali, Saori pensou que fosse desmaiar com a sensação.
—Seiya... -sussurrou ela, meio assustada.
—Calma...
O protesto morreu em sua garganta. À medida que os movimentos iam ficando mais intensos, acontecia a mesma coisa com o prazer. Ela foi perdendo o controle, até ficar perdida de volúpia.
Depois de alguns instantes de intenso calor, Saori gritou, molhada de suor e exausta. Mal podia crer que estava ali, colada nele. Seiya ergueu-se e tornou a beijá-la. Depois se afastou e olhou-a com um desejo tão forte que Saori sentia-se incendiar. Voltaram-se a se beijar, com paixão.
Ainda estavam vestidos, mas Saori sentiu a rigidez dele através das roupas. Todos os músculos pareciam tensos, como se houvesse um grande poder armazenado dentro dele. E ele continuou pressionando-se contra o corpo dela para que sentisse o quanto a desejava.
—Saori... eu...
—Tudo bem. Eu quero isso. –ela respondeu, sorrindo.
—É que... –ele ficou corado até a raíz dos cabelos.
Saori percebeu o que ele queria dizer e sorriu.
—Também é a minha primeira vez, esqueceu? –ela o incentivou. –Para mim parece certo ser com você. Sei que não vai me machucar.
A resposta do cavaleiro foi toma-la no colo, levando-a até um divã próximo. Saori aceitou ser colocada sobre o móvel.
Ele tirou a calça com uns poucos movimentos, ansiosos e um pouco desajeitado. Antes de baixar sobre o corpo dela outra vez, ergueu a saia de Saori e massageou-a como fizera antes, deixando seus instintos o guiarem. Só que, daquela vez, havia ainda mais urgência nos movimentos dela.
O medo, o desejo e a curiosidade de Saori foram crescendo mais e mais, mas, quando Seiya se posicionou entre suas pernas, bastou um olhar para aqueles olhos escuros para acabar com todas as suas dúvidas.
Seiya a penetrou com um movimento rápido. Saori sentiu dor e deleite, e deixou escapar um grito que ele abafou com um beijo.
—Me desculpe, eu a machuquei!
—Está tudo bem, Seiya... -Saori mergulhou a cabeça no ombro forte e agarrou-se a ele, e a dor passou a dar lugar a uma necessidade inegável. –Está tudo bem... continue...
Ela moveu os quadris, insegura, e Seiya correspondeu com outro movimento, e mais outro, até que ambos estavam se mexendo, em um único ritmo.
Por fim, Seiya deixou escapar um gemido mais rouco, agarrando com força seus quadris. No entanto, após o orgasmo, Seiya fitava o rosto de Saori e recomeçou os movimentos, erguendo o corpo e acariciando-a em sua feminilidade, querendo fazê-la ter as mesmas sensações que ele.
Então, Saori arqueou o corpo, deixando escapar um gemido alto, sentindo pela primeira vez seu corpo estremecer quando finalmente atingiu o ápice.
Ficaram alguns minutos abraçados depois do ato consumado, Saori estava deitada sobre seu corpo e Seiya acariciava os seus cabelos.
Saori ergueu a cabeça e Seiya cobriu seus lábios com os deles.
—Eu deveria ter feito isso há muito tempo atrás. -falou com um sorriso maroto.
—Nos odiávamos um tempo atrás. –ela riu.
—Isso é um detalhe. –ele sorri.
—Seiya?
—Sim?
—E como ficamos agora?
—Ah... acho que vão estranhar se dissermos que estamos juntos? –ele coçou a cabeça. –Mas acho que não vão ficar muito espantados, não.
—Vamos contar para todo mundo? -perguntou ela.
—Sim. Mas antes...
Ele a afastou um instante, levantou-se e a pegou no colo, indo em direção ao seu quarto.
—A noite é só uma criança... -disse com um sorriso malicioso.
Sorridentes, entraram no quarto e Seiya fechou a porta com um dos pés.
Lá fora, a lua iluminava o casal através da janela aberta, que mais uma vez se entregavam à paixão e ao amor que os consumia.
Fim...
