Para facilitar a leitura... em itálico estão os sonhos, pesadelos e delírios... e a cada mudança de ponto de vista a primeira palavra do parágrafo estará em negrito.


SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE

13 Vida Em Marcha

Não estava somente cansado, estava aborrecido... angustiado... as notícias não eram boas, todo o dia o jornal anunciava, mortes, desaparecimentos, atentados... Voldmort estava na ativa... Andava com dor de cabeça constante e os ataques se resumiam a esporádicos encontros... era o Lorde das Trevas que se escondia um pouco agora... ciente de que podia ter a mente lida também...

Mesmo assim, pensou Harry a caminho da sala de Snape, a dor não parava... como se tivesse um espinho preso a testa... , aborrecido.

Bateu na porta e escutou um resmungo... abriu-a.

-Entre e feche essa porta Potter!- disse Snape mal-humorado.-Estou ocupado.

-Estou vendo.- acabou dizendo olhando o cinco caldeirões enormes no meio da sala quatro sobre fogo mágico.

-Potter... feche a maldita porta!- ele sibilou despejando o conteúdo de um frasco no caldeirão do meio.

Fechou a porta e se aproximou, Snape parecia cansado, mas concentrado, aquilo lhe dava uma feição compenetrada difícil de avaliar... era como se ele não pertencesse ao mundo mortal... assim sim, ele parecia aqueles bruxos misteriosos das histórias trouxas... lembrando-lhe vagamente o que sentira no primeiro ano... ao mesmo tempo que teve o vislumbre do professor cozinhando criancinhas , culpa das histórias de fada trouxas...

-Alcance-me aquele frasco, Potter, se for capaz...- disse o bruxo o olhando de lado.

Harry olhou a bancada... felizmente entre o grupo de vidros repletos de coisas estranhas somente um era reconhecível como um frasco, pegou o frasco e enfiou-o na mão do professor.

-Pedir por favor não mata... professor.

Snape apenas manteve a concentração, podia ser somente para não ter que falar nada da impertinência do outro, ou poderia ser o fato de que mexia a poção a sua frente com extremo cuidado... por fim disse sério:

-Seja útil Potter e vá até a lareira perguntar a Dumbledore se vamos precisar de mais poções.

-Como?

-Sabe usar uma lareira Potter... não me venha com...

-Só me diga como chamar a lareira do diretor!- disse indo a lareira, nunca havia reparado direito nela.- E onde está o flú!

-Acho que você responde suas próprias perguntas com um pouco de raciocínio.- Snape respondeu.

Irritado meteu a mão no pote sobre a lareira, dividido entre a gana de xingar o outro e se bater.

-Lareira do diretor!- disse ao jogar o pó, nunca tivera boas experiências ao lidar com lareiras...

Dumbledore olhava preocupadamente para uma série de quadros vazios, obviamente seus ocupantes estavam a trabalho, e se virou ao escutar a lareira.

-Harry?- perguntou surpreso.

-Snape quer saber se o senhor vai precisar de outras poções...

-Professor Snape.- disseram as duas vozes... a bondosa do diretor a sua frente e a irritada do professor ás suas costas.

Apenas continuou olhando o diretor, ignorando ambos, Dumbledore disse aparentando cansaço:

-Sim Harry... mas mandarei uma lista com Fawkes. E posso, se me permite a curiosidade, saber o que faz fora da torre?

-Aula de oclumência... bem, deveria.

Escutou Snape chiar ás suas costas.

-Imagino que por hoje você será dispensado...- disse Dumbledore.

-Diretor?

-Sim Harry?

-Aconteceu algo grave?

Um olhar preocupado foi substituído por um sorriso leve, e falso percebeu Harry.

-Não se preocupe com isso, nada de muito grave, estou mandando Fawkes para o professor Snape em um minuto certo? Boa noite Harry.

-Noite Diretor.

Odiava flu!!! Levantou tossindo por causa da fuligem que parecia ter-se preso a garganta.

-Então Potter?

-Dumbledore disse que vai mandar uma lista por Fawkes.

Tentou ler a expressão de Snape, mas ele voltou a olhar tão concentrado ao caldeirão com o que lhe pareceu vagamente um misto de irritação e preocupação, que as palavras lhe escapuliram pela boca antes de pensar direito.

-O que aconteceu afinal?

Snape olhou-o, certo já devia ter dispensado-o... poderia terminar as poções em paz, disse cortante.

-Nada Potter, agora pode ir.

Harry deu uma segunda olhada nos caldeirões, perecia tão ridículo aquilo tudo que concluiu irritado:

-ÓTIMO! Não aconteceu nada... um caldeirão de poção fortalecedora, dois de poção para repor o sangue e um de esquelesce e não aconteceu nada?!- disse indo para a porta.- Nem eu sou tão lerdo assim! NADA! Tá certo... só espero que não tenha morrido ninguém!

Snape apenas olhou o rapaz indo em direção a porta e saindo... olhou os caldeirões... de certa forma intrigado.

Potter não errara nenhuma das poções...

Mas não mencionara o quinto caldeirão... bom... o quinto estava cheio, de água.

-Não tem nada no jornal.- concluiu Hermione.

-O Snape podia estar somente, você sabe, repondo os estoques da escola.- disse Rony sem muita convicção.

-Tá, então me diz porque Dumbledore estava tão nervoso.- disse baixinho.

Desnecessário até tanto cochicho porque no meio da bagunça da aula de Flitwick ninguém prestava atenção, na verdade estavam todos olhando o fato de Simas ter feito da cabeça de Lilá um punhado de verrugas da pior espécie.

E era só para ter transformado as fivelas dela em joaninhas... de brincadeira... quando na verdade devia estar tentando tornar o pano a sua frente em algo impermeável, tema da aula.

Feitiço que Hermione sabia e os ensinara a um tempão...

-Tá certo.- disse Hermione exasperada.- Eles disseram para não se preocupar certo? Pra quê...

-Não quer saber se algo aconteceu com alguém Hermione? Eu não gostaria de ficar sabendo depois de uma semana que meu pai foi mordido de novo, ou coisa parecida, entende?- disse Rony meio sério.

-Vou escrever para Lupin.- disse baixinho.

Os outros dois concordaram.