SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE

14 A Sombra

Mais de meia Ordem ferida num ataque ao Largo... a casa fora destruída. os membros da Ordem se perguntavam sobre espionagem...

-No entanto...- disse friamente.- Não descarto a possibilidade de Voldmort ter tirado a informação diretamente de sua mente Potter...

O rapaz continua com o mesmo olhar infinito... já é início de dezembro e ele não faz progressos, imagino se não é algum bloqueio... porque eu sei que ele está tentando... por mais que eu diga que é preguiça sei que não é.

Meia hora depois um rapaz muito aborrecido saiu friamente da sala... sei que vai remoer a conversa... não sei mais o que fazer... Dumbledore acredita piamente que Harry Potter sabe o que faz...

As vezes a fé cega de Dumbledore me irrita. Por um acaso ele já olhou dentro desse garoto? A quem quero enganar? Claro que já... creio que Dumbledore já o conhece melhor do que eu...

Tenho uma pilha miserável de trabalhos sobre pedras da lua... sou uma criatura masoquista... todo ano peço o mesmo trabalho que meia dúzia de incompetentes vai copiar dos colegas... todo o ano a mesma coisa... devo ser masoquista... a pilha não vai se ler sozinha... Mas não consigo me concentrar nisso... se não soubesse minha matéria de cor e de trás para frente estaria preocupado...

Admito... Harry Potter é um objeto de estudo interessante, um livro do qual não desejo largar sem terminar, bom de certa forma para prosseguir tenho que entender e ele não se mostra facilmente. O que eu vejo é só uma imagem... não encontro a pessoa, a menos que ele seja esse imenso vazio, se ele for isso estamos perdidos, ninguém pode ser tão vazio, ou se ele fosse assim não teríamos problemas... não haveria o que atacar... E o Lorde estaria esmurrando o ar a alguns anos...

Eu poderia... tentar conversar com ele... se as defesas dele não estivessem armadas vinte e quatro horas por dia. Mea culpa.... eu fechei a porta cedo demais... poderia ter batido a porta na cara dele um pouco mais tarde... mesmo assim Black faria a propaganda adequada da minha pessoa... é o destino...

Algumas criaturas andam banhadas em luz própria... outras se esgueiram nas sombras...

Severo olha a salinha a sua volta, com um suspiro pega a pilha de pergaminhos e abre o primeiro. Bom, hora de tomar algumas atitudes...

"Imagino que Harry se esgueire pelas sombras, carregando um pouco de luz por onde passa..."

E com um balançar de cabeça dirige sua atenção a todos os prováveis D que os pergaminhos merecerão.

A frase não abandona sua mente...

-No entanto... Não descarto a possibilidade de Voldmort ter tirado a informação diretamente de sua mente Potter...

Escrevendo furiosamente a última lição de feitiços, ainda lhe martela a possibilidade... não, não, não!

É o quinto pergaminho em que revisando são suas próprias palavras que transbordam... não! É como se os pensamentos tortos vazassem de sua cabeça o tempo todo. Se eu tivesse uma penseira... E tudo que precisava segundo Snape "filho da puta!!!" é de concentração... mas estava cansado.

Tão cansado... cada madrugada em que evitava se concentrar nos pesadelos... a AD, o quadribol... as aulas em si. Nunca imaginaria que um dia Hogwarts iria perder a graça e se tornar um fardo. Agora, no entanto a vida se tornou um fardo... viver dói... cansa... aborrece...

A pena pousada mancha mais um pergaminho... Não está olhando.

A visão noturna da janela... a noite o castelo mergulhado nas sombras parece mais interessante... mais interessante que a vida.

Poderia aprecia-la melhor se não estivesse com a testa pregada no vidro frio tentando amenizar a queimação na cicatriz... isso irrita...

-Eu devia...

Pensamentos tortos vazam o tempo todo... fechou os olhos com a testa grudada ao vidro gelado.

Harry olhou irritado para o sétimanista no chão... que inferno... porque cada idiota no mundo queria um duelo com ele? "NÂO PODEM APENAS CALAR A BOCA E ME ESCUTAR? NÂO CONSEGUEM SEGURAR O DESEJO DE APARECER?"

O principal... "O que eu vou fazer quando um deles me derrotar?", não consegue sorrir quando o aplaudem, apenas estendeu a mão para o rapaz, que só para constar tem o dobro de seu tamanho e peso... para levar um olhar um pouco surpreso e magoado do antes tão falante oponente... ego ferido.

O ar frio de inverno entrava pelas janelas da enorme sala da AD, agora não mais na sala precisa, a sala era uma das enormes salas do primeiro andar... perto de onde Firenze dava aulas de Advinhação... aulas da AD todo o dia agora, porque todos as querem... se não fossem os amigos estaria enlouquecendo...

"Se já não estou..."

Ainda estava na sala... alguns minutos depois de todos terem ido, olhando o jardim da janela e se atrasando para mais uma aula de oclumência... O corvo no peitoral da janela parecia olha-lo... esperando um bicada... Desejava ser bicado? Estendeu a mão e passou um dos dedos na cabeça do bicho que apenas crocitou...

-Que inferno...- disse olhando o pássaro negro.

Seus passos não fizeram barulho, estava na porta quando olhou para trás... o corvo ainda estava no mesmo lugar...

"É só um pássaro! Pare de ter idéias!"

Censurou-se e saiu, Snape com certeza estará muito feliz com esse atrazo.

O corvo ainda estava parado quando Harry cruzou a porta e a fechou com um baque seco... só então o corvo abriu as asas e voou.