A autora da fic adverte: lembram do Nc17? Lembram do Bd? Lembram dos avisos? Pois é né? (fic as vezes é que nem nota do governo... cheia de siglas. Alguém atentou para qual mão foi ferida? por quem? E o que ela simboliza?)
Ps: KD As REVIEWS?!!!
SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE
19 Sem Palavras
Reflexos de rubi num céu mareado de nuvens preguiçosas, como se dizia, toda a manhã o céu dá um espetáculo para uma platéia que continua adormecida, embora nesse caso a platéia não estivesse adormecida... e sim imersa em outro espetáculo, coisa sublimada em magia suficiente para gerar o mais belo nascer do sol...
Algo é belo se ninguém o aprecia?
Apreciar... desejar... o que o levara a tal ato? De apreciar os lábios finos comprimidos contra os seus e a língua que nada delicadamente pedia passagem ao fundo da boca... cobra invasora, serpente sedutora.
A mão que sem nenhum pudor se alojou na curva de sua nádega, apertando-a, a outra que o segurava com força pelos cabelos, ditando a intensidade da pressão sobre os lábios, causando arrepios pela pele intocada, arrepios muito reais...
Estava de olhos fechados, sentia-se frio, mas muito sensível, como se a pele estivesse naquele momento quase ferida... cada toque era de tal prazer que chegava ao limite da dor... dor da mordida forte em seu ombro.
Ombro nu.
Nudez da pele macia e salgada, tão branca, branco puro... a pureza é desejável... a boca que iniciou tudo, cativa de lábios mais experientes, tão diferente de todas as outras, como todas a são... as mãos que descem temerárias, ah, tolice da inocência, mãos que lhe abrem as vestes, impedidas de tal tarefa apenas para serem libertas da camisa já aberta.
Torso pequeno, magro, branco e tão desejável nessa delicadeza imprudente... a fera surge do íntimo para abocanhar o prazer oferecido... Manjar aos demônios... e como tal o empurra ao chão, o que lhe queima no âmago é desejo, serpente traiçoeira de instinto... dos instintos o mais maligno e estupendo...
O que ignora o medo e se move apenas de prazer e dor... momento.
Olhando os olhos verdes abertos em muda adoração, fascinação, compartilhando o desejo e perdido num medo contido pela coragem imprudente que lhe permite libertar um gemido ao estender as mãos desejosas.
Mãos que ficam melhores privadas da liberdade, os olhos negros examinaram em torno enquanto delicadamente as mãos pequenas terminavam o serviço de tirar-lhe a veste assim que livrou-se do pano negro reparou no outro...
A tira de tecido branco que envolvia a mão cortada... com um sorriso cínico e desejoso voltou a beijar o braço fino, o peito nu e o mamilo delicado... enquanto as mãos livravam o pano branco da mão esquerda, os dentes roçando leve do mamilo ao pescoço, para a boca de lábios tentadores mordiscando-os... levando os pulsos a união forçada... amarrados pela tira branca a mão ferida por cima da outra.
Surpresa... as mãos presas e uma delas dolorida ao ser pressionada o desperta para o que vê a frente... ele é grande... e nesse instante infinitamente poderoso... os olhos negros são o próprio universo... implacável e furioso... infinito, infindável, indesvendável.
Prenda-me.
As mãos pesadas que seguravam o tecido o soltaram... segurando o rosto do rapaz, a boca que retorna tão faminta da sua... e da sua língua deixando-o sem fôlego, as mãos presas acima da cabeça descem envolvendo o pescoço do outro num abraço desajeitado e doloroso... as mãos grandes descem pelo seu flanco causando arrepios e cócegas , dedilhando a calça e o cinto até sumirem... desaparecerem da superfície sensível de sua pele.
Ele está mordendo seu pescoço... isso é estranho... se retorce e geme... está doendo... o sugar na orelha o deixa lânguido... sente-se derreter novamente.
Céu e inferno.
E quando ele se ergue sentado sobre suas pernas a mão traça algo imaginário no seu ventre... a outra mão segura o punhal negro... erguido.
Um momento para observar o abdômen magro, um pouco demais ao observar as linhas que cada costela desenha no peito jovem e sem pelos... o poucos que existem são negros e descem abaixo do umbigo... traçando o caminho ao ponto desejado escondido pela calça.
Erguendo o rosto para a face insegura do jovem... ele não o olha, está olhando algo acima... ah, punhal ritual em sua outra mão, desce-o devagar, passando a lâmina fria pelo rosto um pouco mais pálido... desce roçando leve a lâmina até a cintura dele, aproximando o corpo pesado do corpo deitado no chão, voltando a empurrar os braços para cima, beijando-lhe a testa colocando o punhal entre as mãos presas...
O frio do metal prateado do punhal ainda está presente na sua pele, a carícia maliciosa e perigosa no entanto o faz ficar estranhamente desejoso de mais... sentir mais, receber mais... sente os lábios que lhe beija a marca na testa e o frio da lâmina entre suas mãos...
Num movimento do braço forte o punhal entra firme... enterrando-se até o cabo.
Ergue-se apreciando tal oferenda... inocência contida... criatura selvagem presa ao seu capricho, a face corada e os olhos abertos denunciam o leve torpor excitado entre o medo e o prazer, as mãos agora presas pelo pano branco que está preso pelo punhal preso a terra.
Prisão.
Os lábios entreabertos e a respiração alterada são um convite a mais pura luxúria, toma-os novamente, toma-os com fúria, desejo...
Ódio.
Beijo traidor, enquanto retira as últimas proteções do corpo contra seu ataque. A mão desce com as unhas contra a pele jovem encontrando o caminho entre os pelos mais abaixo encontrando a fivela do cinto, o primeiro botão da calça.
Excite-me.
Fecha os olhos, prazer, desejo, vergonha... inundação de sensações impossíveis de descrever ou controlar... o toque nada sutil em recantos inexplorados, deixa escorrer gemidos leves pela boca... nunca tinha sentido aquilo, nem pensado que poderia vir a sentir algo assim na vida... desconhecia o prazer.
As mãos dele em seu quadril e a boca que lhe levava ao paraíso, a boca que lhe explorava o sexo, fazendo-se retorcer e gemer... as mãos que corriam leves das coxas ao peito sentia-se derreter, suar frio, ah...
Precisa aplacar esse calor que o devora, precisa de mais contato com a pele do outro ergue os olhos pensando em encontrar o verde ausente... mas não.
Esmeraldas atentas, brilhantes, valiosas, observando-o despir-se lentamente, agora o desejo se torna de outra forma sádico, despe-se devagar, roçando o corpo e o tecido na nudez etérea do jovem desprotegido preso ao solo, sentido-o tremer de leve, engolir em seco ainda olhá-lo.
Sorri ao descer a mão que o toca inteiro sem pudor, sem nada que a impeça...desce o nu sobre o nu, quente, sobre o frio... voltando num ondular de ofídio deslizando sobre o outro corpo sensível, cheirando-o, provando-o com a língua... como fazem as cobras... até a boca.
Beije-me.
O corpo... nunca apreciara-o assim, dos ombros largos, quadril estreito e as pequenas cicatrizes... quase imperceptíveis se não fosse a luz quase dourada que o banha, esguio, ágil, o pescoço longo e os cabelos negros, longos e brilhantes como penas de corvo, olhos de ave de rapina... sim parece predador como um pássaro cruel.
Serpente emplumada.
A virilidade do outro roçando na sua, num movimento lento e torturante... se retorce procurando mais contato e é advertido com uma nova mordida no pescoço, a face que se ergue para encará-lo é forte, poderosa, sem idade...
Bela... Belo.
Ele é belo no seu poder de arrancá-lo do mundo, em conter seus ímpetos, em mostrar dor e prazer... é belo em sua serenidade, belo das leves linhas em torno dos olhos, belo dos lábios finos que roçam sobre sua face...
O mover suave e rítmico o envolve num leve torpor quase angustioso... mal se percebe de pernas afastadas, apenas as leva em torno do corpo do homem sobre si, enlaçando-o, o calcanhar se aloja entre as nádegas dele...
Entrega... o movimento de permitir-se ao outro, entregar-se, deixar-se é um convite, as pernas magras que o envolvem são um convite a aprofundar a experiência que está indo ao auge... não corrompê-lo apesar de tudo... tão belo, inocente, intocado.
Manter essa pureza é um jogo delicioso e sofrido já que é um fruto ali, tão fácil de se tomar... devorar e jogar fora... não é hora disso, tal ato merece melhor momento contudo e de tudo a ser oferecido, do banquete que lhe é ofertado já é deveras intenso, desce uma das mãos para envolver ambos os membros... numa carícia mútua.
Cadência quase obscena...
Move-se sob o peso do outro, sob a pressão exercida por ele, arqueja, geme, implora com o olhar para que prossiga com mais força, intensidade... o corpo instiga, lateja, deseja, a mente, esvai-se, esvaece... oh... o que é isso?
mate-me...
O rapaz solta um leve gemido... ou um grito afogado no que lhe arrebata, arqueia-se todo e do modo mais esplendoroso desfalece embriagado pelo prazer que lhe assalta... os olhos verdes se fecham pela primeira vez e retornam desfocados e esgazeados, seu próprio prazer o segue, segue luxurioso e potente por causa de tal espetáculo que se desenrola sob sua pele...
Deitando-se ao lado dele o observa, nu... submisso de modo quase espontâneo e tão belo... o rosto que se vira mal o vê por causa do braço preso acima que lhe impede a total visão, toca os pulsos presos e toca a mão encharcada de sangue... o ferimento abriu com a pressão feita...
Um pequeno poço de sangue puro e sonolento... desce os dedos úmidos de sangue e o olhando, o marca... lábios... pescoço, peito, encantamento secreto sobre pergaminho novo, liso, macio e vivo... chegando ao ventre magro onde os resquícios do ato permanecem...
Seu e meu... juntos... um só.
Os dedos descem em tal poção, tão cálida quanto perigosa.
Sêmem e Sangue.
Tais marcas feitas não podem ser apagadas, sagradas por si só... e antes de terminar de traçar as últimas linhas solta-lhe os pulsos avermelhados, e a mão úmida passa sobre seu rosto.
Guerreiro em pintura de guerra... são as mãos pequenas que passeiam finalmente livres pelo seu corpo, reconhecimento gentil.
Puxa-o para seu peito e o aninha... ambos estranhamente sonolentos.
Fecham os olhos juntos... Adormecem em traição.
Sem palavras.
