SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE
21 Evidência Inegável
Comunicou a falha para Dumbledore via lareira, e o outro apenas havia dito "Isso poderia acontecer... é um processo lento.", com toda calma do universo atrás daqueles óclinhos de meia-lua... por vezes Alvo Dumbledore o irritava deveras.
E não ouve segundo que aquele sorriso dele não o fizesse ter a impressão que ele se divertia com algo... agora, com apenas uma bandeja pífia de chá em sua escrivaninha, aproveitava, se é que ter um problema daqueles poderia ser proveitoso, aproveitava para procurar os símbolos que não saíam de sua cabeça...
Até porque o conjunto inteiro, os símbolos e o corpo que os ostentava era difícil de esquecer... e isso era horrível!
Da Treskale sagrada ao último símbolo desenhado no... no corpo do outro, sabia que houvera magia muito forte envolvida e tudo que não queria é descobrir por um acaso, por exemplo, no meio de uma aula que havia posto um feitiço em Potter...
É claro que seria muito divertido se ele começasse a obdecê-lo... ou se ficasse quieto... ou se... seria um problema se ele o... beijasse por exemplo...
A menos que estivessem sozinhos e...
Fechou o livro que lia com muita força e impaciência tomando um gole do chá já frio.
Puxando um antigo tomo... seria impossível prever as consequências de tudo porque certas medidas mágicas haviam sido tomadas e outras haviam se interposto no caminho seguro antes traçado...
Obviamente o problema inicial persistia, porque se Potter um dia pudesse confiar nele... bom, melhor assim, talvez com esse fracasso total se livrasse dessa agonia.
Talvez Dumbledore o ensinasse.
E o frio voltou a se espalhar até a base de sua coluna..."é a convivência Severo... você ficou tanto tempo com Potter que pegou a sonsisse dele!". Agora, acima de tudo o outro TINHA que aprender oclumência.
Primeiro: Se Potter não apredesse Oclumência logo... O Lorde podia muito bem topar com tal "lembrança" Seria um parto convence-lo de que estava se aproximando do rapaz com propósito de auxiliá-lo... na verdade seria perigoso se aproximar do Lorde se ele tivesse acesso a tal "lembrança", Seria o fim de sua utilidade para a Ordem...
Segundo: Se houvesse o caso de Dumbledore, dando aula a Potter, topar naquilo... bem não seria agradável, afinal Dumbledore era um pouco paternal com relação ao garoto e talvez não tão cedo, porque tinha utilidade na Ordem, mas mais tarde sofreria muitas consequências daquilo...
Terceiro: Levando em consideração que ambos acreditassem que era um "delírio"do rapaz... O Lorde o faria se aproximar de Potter...e Dumbledore tentaria afastá-lo dele... ambas as alternativas o... incomodavam.
Não que já não fosse ruim saber que tinha cometido tal erro, tal "traição" a confiança do diretor, e a si mesmo, afinal ele era seu aluno e menor de idade...
E afilhado de Sirius Black... filho de Tiago Potter!
Que inferno!
Num único ato nervoso enfiou os cotovelos por cima do livro e as mãos enterraram-se no cabelo negro... até levar um choque.
Maldita Irma Pince e suas azarações protetoras de livros velhos!
Estava com soluço.
E nem tinha chego na metade da segunda garrafa... sensação maravilhosa... não era necessário encher a cara para ver elefantes cor-de-rosa dançando...
Era só conhecer Fred e Jorge...
-São bonitinhos!-riu Hermione.
Rosmerta até riu um pouco mas depois que aquelas miniaturas de elefantes-bailarinos quebraram algumas jarras de quentão ela pediu educadamente para que os gêmeos os recolhessem... e eles passaram para uma sessão de piadas.
Agora estava com soluço de tanto rir.
E em seguida eles atacaram mostrando algumas novidades inofensivas da Gemialidades... como o espelho-deformador.
-É só um espelho.- disse Rony se olhando.- E muito do brega por sinal.
E quando ele tirou o espelho da frente do rosto, todos riram... na verdade Harry se afogou "...não vou terminar essa segunda garrafa nunca!"
-Parece o Krum, Rony!- Gina se esganiçou.
Rony parecia estar com duas taturanas-pimenta no lugar das sobrancelhas e sim... aprecia um pouco com as do Krum sim.
-O que acha Hermione?- Jorge perguntou maldosamente.
-Não parece com ele não...- ela disse olhando Rony com o rosto meio torcido para não cair no riso.
-Tirem isso de mim! Tirem isso de mim!- Rony disse assim que Gina lhe passou um espelho normal que tirou da mochila.
-Ah! AHA! Parece a Camile Dángelo lembra Fred?- riu Jorge quando Hermione aceitou pegar no espelho (o efeito dele durava só dois minutos então ela aceitou testá-lo).
-Ela beijava muuuuito!- ele apontou a bocona que agora Hermione tinha.
-Combina com você Mione.- riu.- Pode falar tudo que quiser agora...
-Harry!-Gina lhe deu um cotucão.
-Foi uma brincadeira!-olhou com desagrado a ruiva que quase o fizera derrubar a garrafa "eu não vou terminar essa garrafa hoje?"- Aposto que o Rony gostou da mudança, não é?
O ruivo lhe deu um olhar assassino antes de falar algo, não escutou porque Fred riu alto e lhe deu uma palmada nas costas, além do mais Hermione não ligara, estava tendo um acesso de riso porque olhava-se no espelho normal de Gina.
-Nem pensem! Nem pensem!- cobriu o rosto com a mão e a garrafa.- Afastem isso de mim!
-Qualé Harry!- Fred riu.- não seja estraga prazeres... deixa a gente rir da sua cara um pouco também.
-Minha vez!- Gina disse.
E quando baixou os braços para olhar a outra ela lhe enfiou o espelho na cara.
-Isso é sacanagem Gina!- exclamou ao ver seu próprio reflexo no espelho...e que olheiras.
-Corvo! Parece um corvo Harry!-riu Rony.
-Harry... andou mentindo recentemente seu Pinóquio!- Disse Hermione.
-Me passa esse espelho Gina!- disse estendendo a mão para o espelho normal dela.
-Você tá me lembrando alguém...- ela sorriu.
Ele a olhou antes de se ver no espelho.
-Você está parecendo o Snape...- ela riu.
Estava se olhando no espelho dela quando falou muito sério.
-Ele não tem um nariz assim!- na verdade falou indignado.
Os outros o olharam estranhamente... felizmente lhe ocorreu uma resposta... emendou.
-O meu é mais bonito.
Todos riram e devolveu o espelho a Gina.
Com um estranho amargo na boca...
Saiu deixando a garrafa pela metade na mesa, acompanhando Gina até a Dedos de Mel. Deixando Rony e Hermione para trás... bem como os gêmeos que saíram em seguida e foram para a Zonko's.
E para não ter que falar muito enfiou um pirulito enorme na boca e deu um bom dinheiro para Gina se divertir com Luna que encontraram ali dentro com cara de quem se perdeu... e as duas foram de um lado para outro escolhendo doces... as acompanhou em silêncio.
E assim foi até pelo caminho de volta ao castelo... carregando sacolas de doce e com o pirulito na boca... até porque aquele amargo não saía... e estava pensando...
No que não devia.
-Harry... podia tirar esse pirulito indecente da boca agora?- Hermione disse irritada, ajeitando os dois livros que comprara e que estava carregando.
Rony carregava mais três, os mais grossos.
-Harry!- ela disse mais enfáticamente.
Ele estava se recusando a responder porque não dormira a noite... e fez sinal de que estava com as mãos ocupadas, e estavam, pois Luna e Gina realmente haviam torrado todo o dinheiro que dera em doces, ambas também estavam com ambas as mãos ocupadas de sacolas de doce.
Estavam subindo as escadas e Rony estava rindo da cara indignada de Hermione... Ele continuou se fingindo de sonso como pirulito na boca, por mais que estivesse com câimbra na mesma, Gina e Luna estavam a frente pensando na divisão dos doces... um retorno a infância, pensou as olhando... e as duas voltaram rapidinho.
-Tá uma briga ali na porta perto do salão... alguma coisa entre Sonserina e Grifinória...- disse Gina.
-Ah! Quero ver isso!-Exclamou Rony.
-Rony você é monitor!- disse Hermione.
-Mais um motivo!- ele sorriu.
E ali já na entrada Argo Filch falava com uma Minerva McGonagall Furiosa e um Snape mau humorado, haviam cerca de nove alunos ali de cabeça baixa... todos do quarto ano, quatro Grifinólios, cinco Sonserinos.
E o bolo entorno da bagunça só aumentou,já que tinha muita gente voltando de Hogsmeade, havia sido só uma briga, mas Minerva estava fazendo um verdadeiro discurso e Snape observava entediado, até o olhar...
Queria sumir... quer dizer, ali bem na frente,já que tinham sido praticamente os primeiros a parar, estava ali com um dos seus mais velhos e enormes moletons, arrepiado do vento, com aquela coisa na boca e carregando um monte de sacolas da Dedos de Mel...
Que ridículo...
Como se importasse não?
-He...- Exclamou Rony.- Quanto quer apostar que o morcegão adoraria te meter no rolo Harry?- Disse Rony percebendo o olhar frio do professor.
Hermione falou algo sobre os pontos que iam perder, mas Harry segurando todas as sacolas numa única mão tirou o pirulito da boca devagar e quebrou o contato visual olhando para Rony e Hermione.
-Que tal a gente sumir daqui hein?
-Não é má idéia... que coisa mais rídicula.- disse Hermione concordando.
-É só um bando de moleque mesmo... se pelo menos o Malfoy tivesse se ferrado com eles...- Rony deu de ombros.
E qualquer desculpa seria ótima, porque ainda sentia os olhos negros pregados na suas costas... se virou.
-O que foi Harry?- perguntou Hermione.
Enfiou novamente o pirulito na boca para não responder...
Porque apesar dele não estar mais o olhando...
Snape pareceu ter-lhe sorrido.
Devia ter sido impressão... estava nervoso.
Ao chegar a sala comunal encarregou Rony e Gina de dividir os doces... disse que estava com dor de cabeça e ia dormir... e que não o acordassem nem pro jantar... o que era óbvio que iam fazer... o forçavam a ter três refeições "decentes" por dia.
Entrou no dormitório vazio... sim estava todo mundo lá fora, lá embaixo... fazendo algo divertido e produtivo.
Mas ele não... "porque Harry Potter não podia ter uma vida normal..."
Olhou-se no único espelho do quarto...
"Porque quando não estava salvando o dia..."
Odiava o maldito cabelo arrepiado, e aqueles óculos velhos...
"Estava alucinando por causa de Voldmort..."
E magro... baixo... uma coisa! Claro que o moletom enorme ajudava...
"E como se não bastasse, estava alucinando com... Snape! ECA!"
Arrancou o moleton com raiva de si mesmo e encarou o próprio reflexo...
E viu... ali... se aproximou no espelho... tocou... sim ali, oh...
Aquilo era incontestável.
Inegável.
Com a mão sobre o hematoma em seu pescoço sentou-se na borda da cama, perdido...
-Eu não sonhei...- pressionou o lugar, dolorido, sim... onde ele o mordera.- Eu não sonhei... aconteceu.
