Esse é o tipo de capítulo que empaca uma vida... quer dizer além de uns probleminhas que tive, esse capítulo acabou não rendendo o que eu queria... não é perca total, mas não gosto dele, desculpem mas depois de um tempo desisti de arrumar, pra acabar indo em frente... vai ficar melhor... espero��.
SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE
23 O Efeito Lakeos
"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas..."
(O Pequeno Príncipe)
O domingo passou tenso e de comum acordo não o procurou para aula de oclumência na segunda... aos amigos disse que o professor estaria ocupado com coisas da Ordem...
O que não era de todo mentira, sabia que havia coisas ocorrendo de vez enquanto (A dor na cicatriz era suficiente para saber que Voldmort estava feliz e satisfeito...) e também andava saturado... as aulas e a AD estavam transformando sua vida numa correria, Afinal tinha pilhas de coisas atrasadas.
Amaria um vira-tempo... desejava uma penseira...
E seu sonho de consumo era Snape...
Por pior que isso parecesse...
No ínicio logo que saiu daquela sala dele, quis ir até o lago e se afogar, não que isso fosse uma idéia nova, só que realmente desejou fazer aquilo... tanto que mesmo sem a capa perambulou pelo castelo como uma assombração a madrugada inteira.
Só porque havia desejado e gostado do contato com o outro.
Havia gostado... só se lembrar disso era suficiente para sentir borboletas no estômago de aflição (lembrava sempre do dragão do quarto ano quando isso acontecia...), quer dizer, a vida lhe era de todo madrasta... Snape? De todas as criaturas da face da terra... tinha que ser Snape?
Não acreditava no que ele dissera sobre encantamento... sentia isso.
Estava encantado... mas o encantamento nada tinha com magia...
Nem com amor, por tudo que conhecia, admitia, não era muito...
Mas havia química... é aquilo que todos diziam ser química... sabia que era isso era algo que o fazia desejar sentir de novo, aquela mistura de sensações... as mãos, os sons, o cheiro... a boca.
O perigo, por que sabia que o fato de ser justamente Snape é que dava aquela sensação de perigo inebriante. Porque era impossível saber de todo o que o desgraçado-filho-da-puta do Snape pensava da maldita vida.
-Encantamento... tá certo...-balbuciou.
-O que Harry- Hermione ergueu os olhos.
-Hã- a olhou.
-Você falou que o encantamento tava certo.- Rony ruminou com os olhos num livro de transfiguração.
"Eu estou vendo... herbologia agora... epa..."
-Não... eu só lembrei que tenho coisas de feitiços pra ver... tava pensando alto...
-Então pensa mais baixo Harry... esses seus grunhidos estão me desconcentrando...- Hermione disse escrevendo algo.
-Oh... me perdoe.- disse fechando o livro.- lhe atrapalhar deve ser um crime...
Virou-se e saiu... "certo Harry...esses ataques de delicadeza e bom humor vão te trazer problemas..."
Vão mesmo.
Se não estivesse um pouco atarefado com as questões de sempre estaria se sentindo de folga... os alunos entravam já no ritmo preguiçoso pré-natalino, a Ordem estava ocupada mais com o ministério e o maldito véu (Porquê não podiam deixar como estava? Não era maravilhoso se tudo ficasse como estava?)ao mesmo tempo que do outro lado a ampliação do grupo era a única ordem... Ele não era ligado a parte de recrutamento, então de certo modo estava de folga...até porque o Lorde não ia dar passo algum com precipitação depois do fiasco no ministério... ainda havia gente sendo castigada por aquilo... todas as ações eram ligadas a grupos específicos, algo mais fácil de controlar e muito efetivo... seu grupo não estava ativo...
Mas como a vida não era maravilhosa ou perfeita ainda havia a criatura... POTTER...
Porquê a vida é madrasta... não mãe.
Não que sua mãe fosse exemplo de maternidade... mas porque não podia ficar quieto em sua masmorra com suas poções e pergaminhos para corrigir? Sem ficar procurando Runas Arcaicas e poções recém-criadas para retirar o Potter da cabeça?
É, retirar o Potter da cabeça... retirar a imagem daquele moleque impertinente de pijama na sua frente... Não que fosse desagradável não é?
Era somente perigoso.
Potter era perigoso... sentiu naquele sorriso, na forma como ele entrara em sua sala... era perigoso porque podia sentir os olhos verdes pregados nele nas aulas, e nas poucas vezes que ele estivera no salão... poucas mesmo, por isso estava magro... não comia por acaso? Vivia de vento? Porque os adolescentes eram tão complicados?
Perigoso porque seu autocontrole era falho... admita Snape... não é algo a ignorar... o fato de negar é apenas uma fraqueza ainda maior... negar que o sente perto, que sonha com ele , que o deseja, acima de tudo que deseja conscientemente refazer o que fizera em um mundo de sonho... isso era perigoso, um jogo perigoso no qual sentia-se imensamente covarde em se esquivar... fugia de Potter, admitia, podia senti-lo pelo castelo, podia sentir quando o rapaz deixava o castelo, podia sentir quando ele despertava e ficava a madrugada toda na sala comunal... podia sentir quando ele tinha pesadelos...
Quando não os tinha também... e isso era difícil de ocultar... os sonhos horríveis que tinha revendo o sofrimento dele com a marca... ferido... atacado pelo Lorde... e temia que isso fosse um prenúncio.
Quando a aula de trato terminou com um belo discurso de Hagrid sobre as esfingesé óbvio que ele adorava as criaturas, apenas impacientemente recolheu seu pergaminho e pôs a andar...
-Harry! Harry- gritou Hermione.
Ela e Rony o alcançaram, o problema de se ter amigos chegados demais é que eles tendem a querer saber e opinar sobre todos os fatos da vida...
-O que foi-grunhiu sem parar.
-O Hagrid vai ficar chateado! Até parece que você queria fugir da aula dele!
"Por Tudo que é sagrado não... eu vou ter que falar com ele..." pensou desanimado.
É que estou com um pouco de pressa...
-Pressa de quê... jantar- perguntou Hermione.
-Não é má idéia.- disse Rony.
-Não, quero ir à biblioteca antes...
-Harry eu já disse que você está doente essa semana não disse? Biblioteca... de novo- resmungou Rony.
-Harry tem razão... muito do que estamos vendo vai cair nos NIEMS além do mais Harry tem que se esforçar por causa da AD! Vou com você Harry!
"MERDA!"pensou baixinho com um sorriso para a amiga.
Das coisas que vinham ocorrendo essa era das mais chatas... não dava pra pensar com os dois amigos namorando e brigando o tempo todo nos seus ouvidos, além do mais toda vez que ameaçava ler o livro de Runas que Hermione lhe emprestara, ela desatava e lhe dar uma aula e quando se metia nos livros de poções ela se achava na obrigação de ajuda-lo porque ele tinha problemas com a matéria...
E o fato de estar praticamente uma semana sem poder sequer vê-lo o estava deixando nervoso... sinceramente paciência tinha limite e a sua já era... não era conhecido por ter paciência... por enquanto se refere a uma passagem curta de tempo... nas aulas ele se limitara a ignora-lo... o que queria dizer que estava ficando com saudades daquelas habituais xingações dele... qual era o problema afinal...
-Harry está me escutando- Hermione disse baixinho.
-Não.- disse e fechou o livro sem se importar se ela ficaria ofendida.
-Qual o seu problema hein- Hermione o olhou seriamente.- Você está insuportável!
-Isso é falta de mulher.- disse Rony.
-Vai se catar Rony- se levantou e foi em direção a estante de ingredientes de poções.
Os dois amigos só para variar, estavam preocupados e o seguiram... andando devagar olhando os livros escutou.
-Sabe... seria legal se você contasse pra gente.- Rony resmungou.
-Contar o quê- continuou passando o dedo pelas lombadas dos livros.
-Se a gente soubesse não perguntava.- disse Hermione.- Agora... dá para explicar o motivo de você estar tão irritado? Até parece você no ano passado, sem gritar é claro...
Puxou um tomo e os olhou:
-Você são lerdos, então vou deixar a sutileza de lado e vou ser bem grosso... quanta patada eu tenho que dar em vocês dois para vocês se mandarem e eu deixar de segurar vela?
Hermione corou obviamente entendendo o duplo sentido do que ele falara, Rony estava ali parado... provavelmente movendo as engrenagens mentais.
Virou-se para o outro corredor e esticou o braço para outro tomo quando sentiu... quase derrubou os dois tomos, agarrou o braço meteu a mão na cicatriz... sufocando um grito, caiu de joelhos.
Era terrível... ardia, queimava...
-Harry- exclamou Hermione se abaixando.
Mas não estava se concentrando nela... estava horrivelmente preso em um dilema... estava se debatendo, rasgando-se...
Voldmort estava furioso com algo... mas tentava bloquear a ligação com ele, ou ele o perceberia... mas estava torturando-o... ou punindo-o. Sim, o máximo que pode saber sem chegar muito próximo da mente de Voldmort... ele estava punindo Snape.
A dor na cicatriz provinha de Voldmort... mas no braço... sentia a marca... ardendo queimando com as maldições... queria ir até ele... alivi�-lo... Severo... mas não podia.
Se denunciaria, denunciaria Severo... ele estava sofrendo...
Ambas as dores, ambas as conexões eram dolorosas e exaustivas... estava se perdendo... não conseguia suportar... não pode evitar as lágrimas de dor antes de desmaiar.
Um corvo bateu asas planando sobre Hogwarts parando sobre o parapeito de uma janela especial... Os olhos de Dumbledore se fixaram no ponto negro.
Febril... era como se sentia... doente... triste... vazio... olhando o teto da enfermaria, quanto tempo permanecera desacordado? Agora mais calmo sentou-se.
-Não... Não mesmo rapazinho- disse Pomfrey.- Trate de se deitar...
-Porquê? Estou bem...
Ela lhe deu uma olhada severa e o fez voltar a deitar... voltou a censura-lo por estar magro... dizendo que os amigos haviam saído para jantar e que ele devia fazer o mesmo.
Foi até a sala comunal e se jogou na cama... ainda tinha alguns doces de Hogsmeade... não estava a fim de encarar outras pessoas... a presença dele era opressiva... sentou-se na cama com um pedaço de caramelo grudado no céu da boca... ele estava no castelo!
Então estava vivo! Parecia estar bem!
E como sabia disso afinal? Voltou a deitar controlando o desejo de sair correndo vê-lo... verificar se estava bem, inteiro...
Pelo menos até tarde da noite...
Rony disse que Hermione estava chateada com ele porque não fora até o salão... mas disse ao amigo que falaria com ela no outro dia, depois ouviu um relato longo sobre a preocupação dos amigos, agradecia muito por isso... mas depois simplesmente ficou rolando na cama esperando o amigo dormir... catou sua veste, preto era melhor para andar a noite, já que a capa estava confiscada...
Desceu devagar a escada da sala comunal... assim que desceu o último degrau escutou:
-Sem sono também- Hermione perguntou sentada em frente a lareira.
Pela primeira vez na vida odiou tremendamente a amiga... do fundo do coração.
