Eu tenho vontade de bater no Snape! lembram do SM? Nem sempre envolve o ato em si... e sim o relacionamento... bem vindos a noção de Snape de "ajuda". Eu má com o Harry? Imagina... se eu fosse personagem do livro a Belatriz teria perdido o posto.


SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE

28 Aceitando as regras.

-O que diabos está fazendo aqui tão cedo, Potter?- sibilou o homem.

Não se preocupe... estão todos jantando no salão... e não é como se tivéssimos tempo não?...Professor.- emendou a muito custo.

E porque você não está jantando também, Potter?

Porque posso fazer isso depois... professor... e vo... o senhor também não está.

Modos Potter... falei com o diretor... voltaremos ás aulas... Dumbledore me deu carta branca para treiná-lo a meu modo... só uma regra por enquanto Potter... não haverá questionamentos.

Certo... professor...- disse sentindo um mau pressentimento e um estranho arrepio.

Então vá jantar Potter, e depois vá dormir.

Mas...

Não haverá questionamentos.- disse friamente e fechou a porta.

Deveria ter imaginado que isso era uma péssima idéia e se a aversão que sentia a idéia de ser possuído novamente não fosse imensa, teria desistido, pensou ao sair da sala de Snape na madrugada...

"Não acredito em coisas fáceis Potter... acredito, em regras... em punição."

"A natureza humana é essa e você é o exemplo vivo... só alcança algo quando tudo parece perdido... é o instinto."

"instinto se domina."

Ruminava olhando o bracelete, era óbvio que aquilo o incomodava... mas "não haveria questionamentos"... suspirou desanimado olhando a lareira.

Você entendeu?- Snape perguntou ainda sentado na poltrona.

Um rei diante do bobo da corte.

Basicamente... tenho uma meta a atingir e serei punido até acertar?

Exatamente.

Não é como se eu tivesse escolha é?- perguntou ainda inexpressivo.

Na verdade Potter você tem... e muitas... pode tentar fazer Dumbledore o ensinar... embora eu avise que não seria tão mais divertido, poderia tentar sozinho... embora possa acabar tendo tanto sucesso quanto ao fazer suas poções. Pode se conformar...

"Pode se conformar", voltou a suspirar ainda rodando o bracelete em seu braço... a peça era inteiriça, sem encaixe visível, sem riscos, sem nada.

Se olharam firmemente, tentava ignorar que sentia algo o atraindo para aqueles olhos tentou lembrar-se que na oclumência o olhar era importante... mas de certa forma não era como se pudesse esconder algo do outro... era?

Regras a seguir.- ele disse o olhando firmemente.- Não haverá contato, entendeu Potter? Isso já deve ser um bom treino para seu autocontrole. Você está proibido de mencionar nossas aulas, apenas Dumbledore sabe delas, nem McGonagall foi informada.

Então é... segredo?

Não simplifique.- disse sério.- Mas de certa forma... ir e vir é parte de seu treino, sei que é muito interessando em perambulações noturnas, e nossas aulas serão diárias entre meia noite e duas da manhã, inclusive nos fins de semana Potter, a menos que eu não esteja disponível...

Pensou na capa de seu pai na mochila... devolvida pelo outro."Para garantir o mínimo de conforto e agilidade em sua movimentação noturna... a capa da invisibilidade... de seu pai...

"Pai" estranho como até essas noções antes tão firmes pareciam virar pó entre seus dedos... não sabia mais se devia sentir algo, como sentira antes... desde a penseira... desde as afirmações de Sirius e Lupin via lareira, e agora, com o tempo sentia também que algo novo surgia.

Sentia raiva de Sirius.

Sentia raiva porque agora que precisava de alguém estava sozinho. Mas... sentia vergonha também, porque... porque não era uma coisa que contaria a Sirius se o padrinho estivesse vivo não? Se ele estivesse vivo...

Agarrou as pernas e enfiou a testa dolorida nos joelhos... não era como se pudesse descansar agora... não era como se pudesse desligar-se do fato que odiava o modo como sua própria vida se desenrolava... e doía pensar que não tinha o controle. O bracelete pesado fazia sua pele doer ao comprimi-lo contra a perna.

"Não perca tempo com especulações inúteis, não pense fora... não pense em nada que não seja a sua meta... para ajudar..."

E ele erguera a varinha e com desgosto Harry percebeu que ele fazia os mesmos meneios que uma vez vira Voldmort fazer... quando rabicho ganhara uma mão de prata.

Mas ele ganhara um bracelete... o feio e pesado bracelete de prata.

Ele ainda não está funcionando.- e embora Harry não soubesse o que Snape queria dizer com isso, ficou tenso.- Mas creio que isso deve lembra-lo sempre do que você precisa... de sua meta.

Ergueu o braço, o bracelete deslizou, isso porque estava magro... muito. Admitia. Sabia que, por exemplo... que em Rony tal "adorno" nem caberia no braço comprido e olhando Hermione... não era como se ela ficasse confortável usando aquilo... estava mesmo magro... pálido... feio.

Talvez porque ao olhar em volta, não achava ninguém igual a si mesmo pelos corredores... não via iguais... todos os outros pareciam adolescentes comuns, felizes, ou quando infelizes... o estavam por causa das coisas comuns da adolescência...

Quando tinha perdido sua juventude? Sentia-se velho. Sentiu isso quando Gina o chamara de ranzinza. E depois quando voltou a falar com Rony e Hermione... havia frieza. Sentia que um pouco daquela "magia" da amizade deles de infância, estava se apagando...

Não sabia como desfazer esse desgaste.

Quando atirou-se á cama, depois da cuidadosa ladainha de feitiços, sabia que não dormiria... era fato.

Talvez tivesse agido errado, mas não comentou com ninguém... observava o amigo com preocupação, há um curto espaço de tempo ele havia mudado muito, antes chegara a parecer motivado com algo, distante, mas motivado, no entanto, agora estava mais distante que nunca, não estava magoado com ele como lhe perguntara diversas vezes... Rony sim... teimoso demais para ver que o amigo não estava melhor com sua emburração.

Depois da internação, Harry parecia isolado do mundo... num mundo inatingível... e ele parecia se esforçar para entender o que estava acontecendo também... estava sofrendo e no entanto... não era como se confiasse suficientemente neles para contar.

E talvez fosse sua culpa, com a história da internação... mas não sabia que a professora Minerva pudesse tomar uma atitude tão drática, se bem que ele estava mesmo doente.

E se estava, ou estivera, porque nem ele, nem Pomfrey, Nem Minerva disseram o que havia ocorrido? Seria algo relacionado a Voldmort? Será que dessa vez eles queriam evitar uma confusão como a do ministério?

Não seria justo... Se eles não iam participar, porque Harry? Só por causa daquela droga de cicatriz?

Hermione suspirou olhando para a pilha instável de livros, felizmente Rony adormecera escudado por um dos livros e Gina estava muito ocupada com as tarefas extras por causa do ano de NOM´s.

Não.- a voz rouca se elevou um pouco.- Pedra lua não serve pra isso... você está copiando a linha errada...

Gina o olhou irritada.

Ah! Muito obrigada! Que bom que você está vigiando meus deveres Harry!

Eu já fiz essa redação Gina... só queria ajudar...

Não precisa me esfregar na cara que eu não sei nada Harry!- disse a ruiva juntando seu material, batendo o pé pela sala comunal até a escada do dormitório feminino.

Harry apenas suspirou, Hermione o olhou preocupada, mas Rony foi mais rápido, para infelicidade geral.

Beleza... vai pegar no pé dela também?- disse frio.

Ela só está nervosa por causa dos NOM´s... – Harry disse puxando outro livro de DCAT.- Até parece que você esqueceu como é...

Como a gente podia esquecer não é?- disse Rony voltando a olhar o livro, mas murmurando.- Com Umbridge... e seus pesadelos, e sua expulsão do quadribol... e a AD...

Que foi idéia sua e da Hermione.- Harry disse com uma expressão zangada.

Oh!- disse Rony fechando o livro com força.- Porque você não gostou nenhum pouquinho... Harry o professor... coitado... foi um esforço tão grande...- disse Rony.

Cala a boca Rony!- disse Hermione baixo.

É verdade Mione!- Rony se levantou e olhou Harry de cima.- Estou cansado de ver você reclamando da vida! Qual o seu problema!

E antes que Hermione pudesse calar Rony, sempre delicado como um hipogrifo nervoso, Harry se levantara, algo de furioso no rosto.

Sabe qual é o seu grande problema Ronald Weasley! Você é um invejoso, egoísta! Cego e burro demais... quando você crescer Ronald, eu lhe conto qual é o MEU problema, mas creio que no momento o senhor, e esse seu cérebro de ameixa, não iriam entender...

HARRY!- Hermione exclamou observando Rony ficar vermelho, perigosamente vermelho... mas Harry exalava uma frieza que chegava a dar medo.

Os dois se encaravam, e mesmo Harry sendo muito mais baixo que Rony, era bem óbvio que Rony imediatamente começou a perder a coragem... Harry furioso parecia perigoso.

Perfeito!- exclamou Rony.- Vou dormir, para não lhe incomodar com meu cérebro de ameixa! Obviamente, um bruxo poderoso como você, não pode conviver com a ralé... boa noite.- disse passando por Harry, ignorando o chamado de Hermione.

Um dia...- Harry disse sério sem virar.- Um dia você vai falar uma coisa dessas, mas não vai ter tempo de pedir desculpas... e sabe de uma coisa Rony? Arrependimento dói.

E saiu da sala pelo retrato deixando tudo sobre a mesa.

E Rony ficara ali parado... felizmente não havia mais gente na sala ou seria um escândalo... mas acima de tudo quando Rony sentou-se passando as mãos grandes no cabelo, do jeito que Mione gostava mas não admitia, ela concordou que em uma coisa Harry tinha razão... arrependimento doía e Rony já estava sentindo o efeito de falar demais.

Ele não reagiu.- disse Rony erguendo o rosto.- Não como eu imaginei.

Você o provocou de caso pensado?- Hermione ficou de boca aberta.

Rony estreitou os olhos e disse mais sério que nunca, ficando um pouco parecido com Gui...

Eu não tenho mais catorze anos Mione.

Não tenho sabe? Era o queria gritar para ela... porque todos achavam que era tonto demais para perceber? Certo, não era um gênio como ela, ou esperto como Harry, mas, mesmo assim, sabia que havia algo tão errado com o amigo que o deixara doente... estranho e distante.

E começara depois daquela ida ao ministério... e estava piorando, o amigo não parecia interessado em nada, nada que não fosse livros de defesa e poções, imaginava que ele procurava algo, mas não sabia o quê.

E tinha medo de imaginar... olhou para os olhos da namorada e pela primeira vez, acabaram por falar sinceramente de seus temores...

Ambos tinham quase certeza de que o amigo estava, ou pretendia, enfrentar Voldmort.

Você acha que devo falar com McGonagall de novo? Hermione perguntara.

Rony deixou o olhar vaguear até a lareira.

Ás vezes... bem ás vezes, achava que podia, se fizesse esforço, sumir.

Desaparecer... sumir no ar e cessar de existir... era como por um instante, todos os seus eus se cansassem... e desejassem parar.

Sem nenhum protesto, depois de brigar com Rony e sair pelo retrato, foi tomado por essa sensação... essa sensação de total desespero, do sentido de não haver nada a esperar... e só agora sentia que não queria mais isso.

E ao longe alguém já meio entramado em sua mente, exultou, não estava no controle, mas podia sentir a desesperança de Harry, e dessa vez o rapaz não se importou em fechar a porta.

Não fazia diferença.

A porta da sala precisa apareceu e estava no lugar em que passara tantas noites insones, seu estranho laboratório, agora olhando mais atentamente e sendo sincero consigo mesmo, e havia um sorriso triste nos lábios ao perceber isso, o lugar não passava de uma tentativa frustrada de se sentir perto do outro, e agora, pensou rodando o bracelete no braço, havia sido em vão.

A desilusão amorosa causava gargalhadas em Voldmort que insistia em saber que era o autor de tamanha façanha. Queria abrir passagem e ver o que Harry via... queria pistas... queria uma vítima... os olhos de Harry se fecharam se concentrando na curiosidade doentia do outro.

Indecente... violadora, isso era um sentimento estranho, essa violação de sua alma, e ... não fazia diferença, não era como se conseguisse resistir, para prazer do bruxo que prosseguia tentando fazer com que seus olhos se abrissem... prosseguia tentando possuir a autonomia de Harry.

Era como sangrar... e nem percebeu quando se levantou, era ele, ou seria Voldmort? Mas o outro desejava tanto abrir seus olhos ainda fechados... quando abriu os olhos, para decepção de Voldmort estava em uma sala vazia... apenas uma única poltrona estava no meio da sala vazia...

Voldmort voltara a se contrair em seu íntimo... mas estava lá.

Só esperando.