SOB UM CÉU VERMELHO SANGUE

33 O que ainda te protege.

Ainda não sabe o que ocorreu antes... a terrível dor na marca em seu braço ou Minerva McGonagall muito abalada em sua porta.

Tinha a desculpa na ponta da língua, era necessário. Precisavam de sua ajuda... não podia sair agora, seria comprometedor... a marca ainda queimava quando entrou, como era estranho...

Quando entrou com Minerva McGonagall e Alvo Dumbledore no dormitório dos sextanistas da Grifinória, não deixaram de olhá-lo com estranheza. Seu olhar permaneceu frio.

Mas não conseguiu permanecer de todo frio ao vê-lo, assim como McGonagall não conseguiu conter as lágrimas.E Dumbledore não conteve a preocupação ao olhá-lo.

Parecia morto. Embora não estivesse, respirava, mas estava tão mórbidamente pálido, que a boca, sempre tão evidente mesmo na sua costumeira palidez, agora estava azulada...Jogado sobre a cama revirada como um boneco quebrado... um fino boneco de porcelana...

Tocou-o, no pulso, só para ter certeza que não estava frio. Tinha pulso, estava frio... os olhos verdes entreabertos como a boca. Adormecido como morto.

Devemos levá-lo até a enfermaria Alvo! Ele pode estar correndo perigo.-fungou Minerva.

O que acha Severo?- disse o outro.- Acha que... isso infelizmente comprova o que ele mesmo tanto avisou não?- Dumbledore fechou os olhos cansadamente.

Foi algo... importante Dumbledore... estou sendo chamado a um bom tempo.- confidenciou.

Vamos transferi-lo para a enfermaria... Acalme-se Minerva, e acalme os garotos sim... peça a senhorita Granger e ao Sr Weasley que a ajudem.

Sim Dumbledore, vai levá-lo?

Enfermaria. Severo.

A Fênix transportou magicamente os três. Pomfrey se aproximou solicitamente.

Apenas o acomode Papoula, não sabemos exatamente o que ocorreu.

Ajudou-a a acomodá-lo, a outra ficou preocupada com a palidez e a temperatura... mais cobertores... olhou o diretor que parecia mais preocupado que nunca.

Precisamos sair por um segundo Papoula... ninguém deve se aproximar dele... isole-o... Mas não tema em comunicar qualquer alteração mínima.

Farei isso Diretor.- disse ela indo aos biombos.

Fawkes o levará a um ponto fora da escola...quero que vá Severo, você pode conseguir alguma informação, mas tenha cuidado... não sabemos o que Voldmort conseguiu.

Terei cuidado.- disse observando Dumbledore lhe passar a ave ao ombro.

Mas na alma tinha fúria.

Minerva McGonagall entrou e dispensou a todos.

Todos de volta a seus quartos... Srta Granger, Sr Weasley.

Hermione, apesar de preocupada como Rony logo arrebanhou as meninas do primeiro ao sétimo ano.

O que foi agora?

Quem morreu?

Ele morreu?

As perguntas eram essas na maioria, as mesmas do ano anterior quando Neville saiu berrando pela sala comunal que Harry Potter tinha tido um "treco", mas ao contrário do ano anterior quando todos achavam seu amigo doido... agora, havia temor na voz das garotas e não deboxe.

Será que ele está bem?

Não sei.- disse preocupada.-Mas acho que a professora Minerva vai me dizer algo... bom tenho que descer... boa noite.

Boa noite... se o tivesse deixado ficar... isso teria sido evitado?

Isso podia ser evitado, ou era mesmo a maldita sina do amigo? Sofrer? Não o vira, mas Rony tinha voltado do quarto pálido depois do grito , quando mandou Neville chamar Minerva e mandou Simas e Dino para baixo.

Parece morto.- disse Simas, ainda mais branco.

Cale a boca.- Retrucara.

Minerva estava ainda de pé, séria mas abalada.

Professora... o que houve?- perguntou.

Sabemos tanto quanto vocês... ele já está na enfermaria, creio que mandá-los dormir será inútil não?

Mas da última vez...vezes ele sempre acordava depois...- gemeu Rony.

Sim, Ronald, mas dessa vez... devemos esperar.

Será que alguém se feriu?- Rony murmurou.

Não sabemos.- Minerva voltou a afirmar.-Se pelo menos ele houvesse se cuidado.- acabou desabafando.- Precisava se cuidar, parecia no mundo da lua.

O coração de Hermione pareceu perder uma batida, no mesmo momento Gina apareceu na escada.

Ele...ele tá bem?

Gina... volta lá pra cima.-disse Rony.

Hermione voltou a olhar Minerva que se preparava para sair.

Professora acho que preciso falar com a senhora.- disse baixinho.

Rony ainda tentava convencer Gina a voltar para o quarto... Minerva a olhou seriamente e disse.

Vocês dois esperem aqui, Hermione venha comigo.

-Até que enfim!- sibilou o outro.

Devia saber que no meu caso é um pouco difícil ir e vir.- responde frio.

Fale isso para o Lorde.- Lucius disse subindo a escada.

Ignorou o olhar curioso de um ou outro comensal, não era bem vindo, se não fosse Lúcio Malfoy e o próprio Lorde, nunca mais seria aceito, A vida não é irônica?

O que houve de tão urgente?- perguntou.

Não se finja de desentendido... Milorde está de cama... que inferno Snape!- disse o outro se virando.- Quase morremos todos do coração ao escutá-lo!

"Há justiça no mundo... pelo menos sombra dela" Pensou.

Foi tão grave assim?- perguntou "preocupadamente".

Ele disse ter urgência em falar com você... deve querer notícias.- disse Lúcio á porta do aposento, bateu, entreabriu disse baixo.- Milord... Severo chegou.

Já não era sem tempo... deixe-nos Bela... entrem logo Lúcio!

Entrou esbarrando em Lestrange que o olhou de cima como sempre, prostituta nojenta, o quarto estava sempre assim, igual... mas dessa vez o bruxo não estava confortavelmente sentado em frente á lareira... e sim na cama, sua máscara de frieza já estava posta, embora, dessa vez temesse perder a calma e rir da figura a sua frente "Bem feito...serpente." O que era uma atitude idiota e perigosa. ajoelhou-se ao lado da cama.

Vim o mais rápido que pude Milord.

Imagino que o velho Dumbledore lhe chamou muito mais rápido para atender seu menino de ouro.- sibilou Voldmort.

Deveras.- respondeu erguendo o rosto.

Perfeito... como está Potter, Severo... conte-me... necessito saber.

Praticamente em coma, Milord.

Isso é maravilhoso não?- perguntou Lúcio.

Obviamente que não!- Voldmort sibilou.- Não seja estúpido Lúcio, deixe-nos.

Sim Milord.- disse Lúcio e saiu rapidamente.

Assim que a porta se fechou, Voldmort voltou a falar.

Nesse estado Potter me é inacessível... uma fortaleza. Não posso sentir a mente dele e seu corpo está protegido em Hogwarts, Severo.- disse Voldmort.- Não me interessa em nada matá-lo estando tão perto de dominá-lo... mas ele precisa estar desperto para que eu possa possuí-lo.

Isso não lhe é arriscado Milord?

Sim... Potter é uma caixinha de surpresas não Severo?- disse o bruxo interpretando muito mal seu olhar.-Foi um erro de cálculo, recentemente o ânimo do rapaz em tudo indicava uma queda iminente...

Milord?

Potter anda apaixonado Severo Snape... pessoas apaixonadas são burras.

Não pode esconder o peso em suas entranhas... o frio que lhe percorreu as costas.

Sim... exatamente por isso preciso de você.

Devia correr? Fugir? Desaparatar?

Descubra quem é... a pessoa que partiu o pobre coração de Potter...

Suas entranhas acabavam de voltar ao lugar... mas o frio permanecera.

Potter, apaixonado?- perguntou se fingindo ainda surpreso.

Sim... tão tolamente apaixonado que ainda protege a identidade da pessoa que o rejeita... essa pessoa deve morrer... assim como Black... a culpa porá Potter em minhas mãos... estou a um passo de desvendar tudo que se esconde naquela mente... o rapaz é uma boa arma... em minha mão ele será a queda de Dumbledore.

Milord não compreendo.

Nem deve, antes de tudo, sua missão Severo... o que não deve ser difícil, descubra quem é a pessoa tão protegida de Potter... Acima de tudo, garanta que ele não deixe o estado em que se encontrava... isolado.

Deprimido?

Sim... a guarda está baixa desde a morte de Black... e vem baixando mais... um outro golpe desses vai derrubá-lo... mas precisa ser alguém importante... veja Severo... Esse sentimento de proteção por parte do rapaz quase me fere realmente... admirável... admito. E esse sentimento será a queda dele.

Milord...

Ora, sem mais preâmbulos, Só retorne com o nome da pessoa a quem Potter defende com tanta devoção... essa pessoa... tem os dias contados... e Potter logo me pertencerá. Agora, volte... não esperamos que Dumbledore ignore um sumisso seu.

Obviamente que não Milord, estou indo.

Espero notícias suas... muito em breve Severo... você tem me servido lealmente apesar de tudo.

Obrigado Milord.

"Obrigado por sua cegueira... e obrigado Harry... me perdoe pela minha... cegueira."

"Eu nunca mereci essa proteção."

Do lado de fora daquela casa, Severo olhou a madrugada que se abria num amanhecer frio... e o corvo partiu em direção a Hogwarts.