Capítulo 4: Surto Maldito.

Sentimentos confusos... Não vou pensar em nada a não ser o livro de poções na minha frente.

Droga, porque estou apaixonada por Draco Malfoy?

Gina, você está bem? - Cornélia me cutuca e eu afirmo com a cabeça. Mentira, não estou nada bem. Agora passo por uma crise de identidade fatal da qual, com certeza, não sairei ilesa. Terei sérios problemas mentais daqui pra frente e quando for Sra Malfoy, serei conhecida pelas crianças como "Sra Maluca Malfoy". Meu destino é tão... Ruim!

Estou bem, Cornélia. - digo isso pela milésima vez neste dia o que é terrivelmente bizarro. Enquanto ela escrevia para sua mãe, eu tentava tirar meus pensamentos na 'zona amor' - que incluía Draco. Tentava, inutilmente, pensar somente nos estudos, mas toda vez que lia "Dragões", eu lembrava dele. Isso é péssimo! Um sonserino? Inimigo pessoal da minha família? Merlin, por que você não é bom comigo e faz eu me apaixonar por quem pode sentir o mesmo? Só de pensar que meu futuro marido nunca será realmente meu futuro marido... Será apenas mais uma ilusão pra merda da vida...

Você está estranha. - ela comenta.

Você acha?

Sim. Não suspirou quando Harry passou por você.

Então é sinal que estou progredindo.

Sabe de uma coisa?

Hum...?

Eu torcia para você ficar com seu Harry.

Meu ex Harry - corrijo.

Mas já que não deu certo depois de tantas tentativas...

É... - murmuro pensativa já com toda minha atenção no dia em que ele dirá para mim numa tarde linda ao pôr do sol: "Você é a mulher da minha vida, Gina"

Será impressão minha ou você está suspirante?

Eu...? Suspirante?

Ela não responde, só dá aqueles risinhos maldosos e nego freneticamente com a cabeça.

Não, é imaginação sua, Cornélia.

E apesar dos meus pensamentos centrados nas masmorras e Cornélia vez ou outra soltar aqueles risinhos maldoso, eu continuei l�, fingindo estudar com minha versão piorada de 'Estou tão concentrada no livro...'.

Eu espero ansiosamente poder ver meu futuro marido voando sob a noite maravilhosa.

De todas as coisas que eu mais desprezo no sexo frágil é a maneira como elas pensam que só porque você dormiu com elas, você é propriedade particular. Hoje, por exemplo, eu fui quase molestado no meio de um corredor deserto. Eu estava saindo de uma torturante aula de Adivinhação, quando...

"Draco!", ela gritou e eu quase não reconheci sua voz. Anna, a louca, vinha correndo da direção oposta. Quase fingi que não a tinha ouvido e tive um desejo súbito de continuar andando. Mas ela foi tão rápida - o que o desespero das mulheres faz... -, que agarrou meu braço e me fez parar, lançando-me um olhar acolhedor mas ao mesmo tempo irritado. "Suponho que tenha mudado de idéia sobre desde a nossa última conversa".

"Me desculpe", arrasto as palavras para aquela garota loira e sem cérebro entender o significado delas. "Mas nós tivemos alguma conversa?".

Ela solta um muxoxo e revira seus olhos.

"Estou falando sério, Draco!".

"Eu também".

"Você pensou que eu posso ser uma ótima companheira?".

"Não!", falei sinceramente. "O que fizemos foi mais físico do que oral", faço uma careta. "Espera, isso não foi legal de se dizer"

Então, como se estivesse me punindo, foi embora com a cara mais amarrada que conseguiu fazer. E eu sorri por ter me livrado dela, ao menos eu espero isso.

Então porque as mulheres são tão grudentas e acham que podem mandar em você ou fazer aqueles planos ridículos de casar, gastar sua fortuna e ter filhos? É tão mais fácil ficar por um tempo - sem nenhum compromisso - e ser feliz sem responsabilidade alguma...

Você diz isso porque nunca se apaixonou. - Blaise comentou um tanto sombrio por trás das cobertas. Ele estava deitado e eu - acreditem se quiser -, estava sentado de frente pra ele, numa das minhas crises de insônia.

Claro que eu estranhei aquela declaração, por isso achei melhor ignorar e achar que aquilo era o efeito do cansaço. Blaise havia chegado ao dormitório de madrugada.

Malfoy's não amam, Blaise.

Você diz isso agora. Mas quando encontrar alguém que te faça perder a sanidade vai achar o mais sensato tê-la como esposa.

Odeio o Blaise filósofo. Por isso achei melhor esquecer e dormir.

Outra vez eu estava l�, escondida por entre os arbustos e vendo-o voar. Aquilo virou rotina e eu diariamente ia observá-lo. Havia deixado todo o meu orgulho para apenas olhá-lo no céu tão sublime quanto as coisas mais belas que os bruxos já inventaram ou que Merlin, com sua bondade, abençoou. Era como ver uma pintura cara que não se pode tocar. E droga, eu queria tocá-lo agora! Sentir a textura de sua pele e quem sabe, o gosto de seus lábios.

Merlin, Merlin... Me devolva o bom senso! - censurei baixinho, com medo de ser descoberta.

Faria uma semana desde que eu começara a ir até lá durante a noite e contemplá-lo. E nesta uma semana já pude conhecê-lo.

É tão arrogante que me dá raiva. Sinceramente, vou ter sérios problemas para domesticá-lo! Uma das conversas mais absurdas foi a com o Crabbe:

"Você tem que parar de pensar com o estômago, Crabbe", disse num tom superior. "Talvez você até melhore sua aparecia se parar de pensar 24 horas em comida".

Ou nos surtos egocêntricos que ele dá às vezes:

"Não sei porque as garotas de Hogwarts me olham tanto e, se durmo com elas, acham que são minhas donas", sorriu de maneira afetada. "Aliás, eu sei exatamente porque..."

"Por que?", Goyle perguntou.

"É meu charme natural", gabou-se.

E ouvindo tantos comentários idiotas, eu tenho certeza de uma única coisa; Draco Malfoy não tem muitos amigos. E tenho a impressão de que Zabini é o único que o atura. Merlin, eu terei de aturá-lo também...

Por que cheguei a essa conclusão? Porque Draco se permite brincar e parar de fingir um pouco quando está com Zabini? No fundo sei que esse "parar de fingir" não é total. Talvez ele seja um cara tão ou mais bonzinho que Harry ou nem isso. Vai ver é mau até os malditos ossos e estou sendo romântica novamente.

"Eu definitivamente estou cansado de voar", Draco disse.

"Você?", Zabini perguntou muito irônico enquanto pousava os pés nos chão. "O 'incansável' Draco Malfoy casado?"

A resposta foi um sorriso breve.

"Conseguiu achar uma garota para Hogsmeade?", Zabini perguntou.

"Não".

"Quer ajuda?"

"Não".

"Porque não? Continua achando que é capaz de achar opção melhor do que as minhas?"

"Não. Só não estou afim de ficar estuprando uma garota com a língua..."

"Isso soou estranho..."

"...Nem muito menos ter que ficar aturando aquelas idiotas que você me apresenta"

"Então vai comigo?"

"Se não tem outro jeito..."

Alguma coisa se mexeu! Vai ver é algum bicho, afinal estou no meio do mato no escuro e... SEM VARINHA!

Quando ouço um grito desço da vassoura esperando ver Anna - ela ainda espreitava pelos corredores querendo me agarrar -, e tudo que vejo é um cordeirinho.

Uma grifinória! Quer sobremesa melhor? Seus cabelos ruivos - isso me soa familiar - estavam um pouco bagunçados, mas não faziam-na perder o charme. Muito pelo contrário! Faziam-na parecer travessa.

Os olhos castanhos me olhavam pasmos e um pouco aterrorizados. E então eu entendi o porque do terror...

Medo de insetos?

Eu... Bem... Não! É só que...

Nome?

Virgínia Weasley. - diz tímida. Sua saia (dois palmos acima do joelho) estava amassada e algumas folhas estavam penduradas na camisa branca e excessivamente curta dela. Então me lembrei que os Weasleys são pobres o que torna aquela blusa uma condição desfavorável e não um modismo.

Só de lembrar os maus bocados que havia passado por causa daquela familiazinha de merda, me subiu o sangue. De repente me deu vontade de enforcá-la. Certamente ela estava me espionando para correr para algum professor e contar que um monitor chefe estava quebrando as regras. Imaginem quantos pontos a Grifinória iria ganhar com isso!

Você vai sair daqui e correr para contar algum do que viu?

Não. - respondeu corando.

E porque não?

Porque não sou delatora. - respondi fixando meu olhar no chão escuro. -E também...

Também...?

O que eu faço, Merlin querido? Digo:" Porque estou irremediavelmente apaixonada por você e sei que será o pai dos meus filhos?" Ou falo: "Cala boca, Malfoy", e saiu correndo?

Esquece. - digo girando os calcanhares e andando mais ou menos rápido, mas duas mãos fortes e um pouco violentas me seguram.

Agora eu quero saber.

Você não precisa!

Mas eu quero!

Oh, que pena, nem tudo que você quer pode conseguir.

Está bem, não conte. Mas como terei certeza de que você não vai me dedurar?

Irritada, olho nos olhos dele; um erro porque viajo no mundo azul pálido que eles representam para mim. E a velha curiosidade sobre a maciez dos lábios dele volta como se nunca tivesse ido embora.

Perdida! Era como eu me sentia.

E bem, eu estaria mais se Malfoy estivesse mais perto ainda...Muito mais do que ele estava e...

Ela estava tão perto que me assustou porque não era eu quem estava se aproximando e sim ela. Talvez ela não estivesse ciente disso ou fosse seus instintos despertados pelo meu charme Malfoy. A questão é que a vi fechar os olhos e se inclinar. Notei que ficou na ponta dos pés e entreabriu a boca.

Eu, Draco Malfoy, vou deixar que uma Weasley me beije?

O que pensa que está... - eu ouvi sua voz arrastada dizer muito vagamente e as palavras soavam longe demais. Tão longe que eu mal as escutava. E não me perguntem como, mas eu beijei Draco nos lábios.

Não um beijo propriamente dito, mas sim uma tentativa frustrada de beijo. Quer dizer, não que eu não saiba fazer isso, mas fica difícil beijar um sonserino contra sua vontade. Mesmo que ele seja seu futuro marido.

Mal nossos lábios se encontraram, senti várias coisas estranhas. Raios, luzes, sinos... Tudo soava irreal na minha cabeça. Como uma droga no sangue que levava essas sensações para todo lugar do meu corpo. E num momento breve de sanidade abri meus olhos com força e o empurrei sem a menor sombra de delicadeza a ponto de fazê-lo cair no chão.

Droga, Weasley! O que você fez? - ele grita confuso. E eu estava como ele - talvez até mais ainda -, não sabia o que havia ocorrido e minha única reação foi correr rapidamente para o dormitório, me enfiar nas cobertas e não querer sair de lá nunca mais.

Merlin, o que eu fiz!

Comentário da beta Lina:Sobre o título do capítulo, acho que seria melhor se fosse no singular. Algo como "Maldito surto" ou "Surto maldito".

A Gina se apaixonou muito rápido... Mas ela pode chegar a conclusão (ou alguém contar para ela) que isso não se trata de amor propriamente dito, mas de um impulso patológico ao romantismo ocasionado por carência excessiva. Tal mal pode acarretar sintomas graves como, por exemplo, se sentir apaixonada por Draco Malfoy. Mas calma! Isso não é verdade! É apenas uma ilusão da sua mente que parece ter sofrido a ação de cogumelos alucinógenos. Ou qualquer coisa do tipo... (Droga! Agora até eu estou confusa!)

Acho melhor parar por aqui antes que eu entre num estado de crise de personalidade (ou simplesmente confusão) tão grande quanto o da MiaH.

Abraços de alguém que te adora!

Lina

N/A: Bem, a paixão de Gina é exagerada. Tenho plena noção disso. Mas eu queria apenas faze-la uma...Louca romântica. É isto.

Desculpem, mas tenho prova de gramática na segunda e já são onze da noite, tomei um pouco de vinho e pré completar estou com sono. Por isso, vou deixar para os reviews no próximo capítulo que talvez saia no próximo final de semana – isso vai depender de quantos reviews irei receber por ser tão boa com vocês e postar DOIS capítulos num único fim de semana! Só quero agradecer mesmo a todos os reviews e toda a ajuda que vocês têm me dado!

Aahh...

COMENTÁRIO EXTRA RAIVOSO: Desculpem, mas a culpa não é minha se o terceiro capítulo saiu a bosta que saiu! É tudo culpa do ff ponto net que "come" os travessões e é completamente doido de colocar tudo em desordem!

E se esse for uma merda como o anterior, perdoem o site, ele não sabe o que faz... Ù.U