Capítulo 2: Uma chance para nós.

Respirou profundamente olhando o quarto vazio. Sentia-se um imbecil por estar daquele jeito. Era esse o poder que Gina tinha sobre ele. Apesar de não dar o braço a torcer, ele morria de medo de perdê-la. Resignado, se dirigiu até o banheiro e olhou seu reflexo no espelho grande. Riu de si mesmo. Ele não parecia ter dormido num sofá de um amigo. Virginia não era burra.

Então ele tirou a camisa e logo depois estava sem roupa. Queria tirar o cheiro de sabonete barato que seu corpo exalava.

Queria estar impecável para quando ela voltasse.

---

Sussan atravessava a rua cheia de carros com um leve sorriso no rosto. Se dirigia até uma casa consideravelmente grande no centro de Londres; mas antes disso ela teria de passar em outro lugar...

Não andou muito até chegar num edifício cinza e mal conservado. Entrou pela porta de vidro e passou direto pelo porteiro que bebia – o que pareceu à Sussan - café.

-Bom dia, Jorge. – foi tudo o que disse antes de pegar o elevador. Ao chegar no quinto andar, foi até o final do corredor cinza e estreito e tirou um bolo de chaves de sua bolsa. Quando localizou uma chave pequena e dourada, abriu a porta evitando fazer barulho.

O apartamento era pequeno com apenas um quarto. A sala não possuía muitos móveis e havia uma pequena televisão trouxa com aparência de quebrada em cima de uma mesa desgastada. Pegou um pequeno corredor e entro na porta esquerda dele. Na cama, um homem dormia tranqüilamente enrolado por lençóis brancos e encardidos.

-Bom dia, John. Tenho ótimas noticias! – a voz de Sussan pareceu desertá-lo. Abriu os olhos castanhos e a olhou como se não acreditasse na presença dela.

-Sussan...? Mas o que...?

-Meu lindinho! – exclamou carinhosamente, andando em direção a cama. –Tenho noticias ótimas!

Mais tarde, sentados numa mesa de madeira, tomando um café comprado na confeitaria mais próxima, Sussan e John conversavam animadamente sobre um possível golpe...

---

A casa que Virginia passara sua infância continuava a mesma. Com o mesmo cheiro de torta fresca, com o mesmo ar limpo de campo. Às vezes ela sentia falta daquele lar, mas ela realmente amava a vida que levava com Draco.

Lembrava que um pouco antes de dormir, ela ia até a janela de seu quarto e observava as estrelas. Dele, dava para ver estrelas lindas, das mais variadas constelações. Tinha mania de observar o céu escuro. Ficar imaginando cada estrela de perto, cada história que pudesse guardar naquelas luzes celestiais.

E na mansão Malfoy ela não tinha uma visão muito boa do céu...

Aparatou no jardim da casa e tentou concertar os cabelos, ajeitou suas vestes e caminhou lentamente até a porta de madeira desgastada. Em cima da porta, havia escrito com a letra de sua própria mãe: "Bem Vindo Á'Toca!".

Suspirou e bateu nela; esperou.

-Oh, Gina! – Molly dizia enquanto abraçava a filha.

-Mamãe, desculpe por não ter te visitado antes...É que meus dias andam uma loucura! Imagina: Consegui um emprego na escola de primário bruxo...Draco não gostou muito disso, mas eu disse: "Draco, eu tomo minhas próprias decisões. Você só pode me apoiar!". Eu acho que anda tenho de resolver algumas coisinhas antes de começar realmente...

-Venha, minha querida. – disse Molly fazendo com que Gina entrasse na casa. Sentaram-se na sala e Molly pegou o que seria um moletom vermelho e recomeçou a costurar.

-E então, quais são as novidades?

-As mesmas. Seu irmão Rony vai se casar com Hermione no final deste mês e estão planejando comprar uma casinha bem perto daqui, isso não é ótimo? Pelo menos terei um filho por perto já que Carlinhos mora em outro país, Gui mora longe o suficiente para só nos vir visitar em datas especiais, Percy...Você sabe, não temos nem noticias dele, os gêmeos de vez em quando aparecem e você... – acrescentou magoada. –Nunca vem aqui...Desde que você foi morar com o Malfoy, parece que esqueceu de nós...

-Mamãe! Claro que eu não me esqueci de vocês! É que a vida segue. Os filhos tendem a ir morar em outras casas, se casarem, ter sua própria família...

-E quando você e Malfoy vão se casar?

Era exatamente aquela pergunta que Gina não precisava ouvir naquele momento. Aquilo foi o bastante para ela se levantar bruscamente e dizer, tentando ocultar a mágoa que teimava em sair claramente por sua voz:

-Quero muito ver meu antigo quarto...Sabe, também tenho sonhado com as tortas que você costumava fazer...

-Gina?

-O que foi?

-Algum problema, querida?

-Problema? Não! Claro que não! – riu forçado.

-Hum...Tem certeza, meu anjo? Eu poderia ajudar...

-Não! Você não pode! – Gina falou rispidamente, depois suspirou frustrada. Mentir para mãe era algo completamente impossível. –Tudo bem, desculpe. Eu só estou estressada, só isso. Estou precisado das famosas tortas de cereja.

Molly sorriu, mesmo que não houvesse realmente um bom motivo para sorrir, ela apenas quis neutralizar a tensão que ambas se encontravam. Levantou-se do sofá, pondo de lado o futuro suéter Weasley e foi em direção à cozinha. Mas antes se dirigiu para a filha:

-Gina, vá ver seu quarto. Está exatamente do jeito que você deixou!

Seu quarto realmente estava da maneira que ela havia deixado. Os bichinhos de pelúcia, os pôsteres de jogadores de quadribol, alguns retratos de sua família...Recordações boas; deixou Gina feliz.

Sua cama estava com a mesma cocha rosa com babadinhos amarelos que havia deixado um dia antes de ir morar com Draco. Lembrava que se sentia muito adulta e capaz de tomar aquela decisão sozinha...

Sentou-se na cama e se surpreendeu em saber que ao contrario que esperava, a cocha estava limpa, com o cheiro de sabão do campo...E lembrou-se subitamente de Harry.

O rapaz que roubava seus sonhos costumava usar um perfumo que lembrava sabão do campo. Achava estranho alguém com tanto dinheiro usar coisas tão simples, mas Harry era assim. E isso era o que Gina mais gostava no rapaz.

Ela não o via a muito tempo e ficou imaginando como ele estaria. Sua paixão por ele havia acabado, tinha se apaixonado por Draco e estava feliz por correspondida. Sentia-se frustrada por não ter sido correspondida por Harry, mas ela não sentia mágoa. Ao contrário; sentia-se grata por ele não ter correspondido, pois certamente ela não teria conhecido Draco.

Foi quando ouviu vozes na sala. Vozes conhecidas, outras esquecidas...

"Olá Harry, que bom que veio hoje!", ouviu Molly dizer calorosamente para o rapaz. Sabia o quanto a Sra Weasley gostava de Harry e secretamente torcia que Gina ficasse com ele e não com Malfoy. Mas Molly sabia que não poderia de forma alguma interferir no destino que Gina escolhera.

Abriu a porta do armário onde sabia que encontraria um espelho médio e fitou sua imagem refletida nele.

'Horrível', pensou. Suspirou frustrada e fechou com delicadeza a porta, saindo de seu quarto em seguida.

-Olha, só! Rony...Nem parece que você agora é um auror! – falou rindo enquanto descia as escadas sorrindo, como um anjo.

Rony o olhou emburrado, mas logo depois sorriu.

-Oi Gina, a um tempão que você não vem aqui...Cadê o traste?

-Traste? Que traste?

-Aquilo que você chama de namorado...- disse mal-humorado.

-Oh, Rony! Draco não é um trate pára de falar assim dele! E ele não pode vir...Oi Harry...

Ele sorriu. Ela tinha observado que ele a fitava com atenção? Não sabia e corou para variar...

-Er...oi Gina, tudo ok?

Sorriu.

-Tudo ótimo!

-Crianças, o almoço está na mesa! – Molly chamou e Gina sorriu; Molly nunca se conformaria que suas crianças viraram adultas. Mãe nunca vê um filho adulto.

-Como vão as coisas lá no ministério? – ela perguntou sem interesse, só por curiosidade.

-Ah, nada boas! – Harry contou. –Ultimamente um bruxo louco, que já foi devidamente internado em Sta. Brutos, invadiu uma fazendo trouxa e começou a queimar toda a plantação com magia...Aquilo foi um verdadeiro problema, por que muitos trouxas viram...Tivemos que apagar a memória de muitos!

-Nossa... – ela respirou fundo, olhando para o prato cheio e intacto.

-E você, Gi? Continua sem fazer nada? – Rony provocou malicioso.

-Ah não! Sua irmã vai trabalhar com crianças trouxas. – Molly disse aliviando a barra da filha.

Gina pode sorrir ao ver a bola de Rony murchar.

-Exatamente! Adoro crianças...Adoraria ter um filho.

Rony cuspiu o suco de abóbora.

-O QUE?! MAS VOCÊ NEM É CASADA COM O MALFOY!! ISSO SERIA VERGONHOSO!

Ela revirou os olhos.

-Ah, Rony! Você parece que vive no século passado! Relaxa, eu nem estou pensando realmente em casar com o Malfoy, muito menos ter um filho dele! – deixou escapar. Se arrependeu um pouco ao ver a cara de satisfação de todos presentes, inclusive de Harry.

---

Embora tivesse muito a fazer em seu trabalho, Draco continuava a andar de um lado para o outro em seu escritório. Esperando angustiado. O lugar da espera estava propositalmente localizado, pois de lá ouviria qualquer barulho que a porta da frente pudesse fazer. Ele sabia que Gina odiava aparatar por isso, o melhor lugar de se estra era seu escritório.

Havia ficado em casa para esperar Gina voltar e conversar com ela. Mas ele não esperava que ela pudesse demorar tanto.

Ela está com raiva de mim, pensou enquanto olhava o piso do cômodo. Ela não vai voltar tão cedo!

Sacudiu a cabeça como se quisesse afastar tais pensamentos. Ele sabia que era impossível dormir sem estar ao lado dela, sem sentir o doce perfuma que ela exalava, sem sentir todo o calor que ela podia proporcionar. Havia pensado até em ir até aquele buraco que sua namorada chamava de Toca e pedir para ela voltar. Mas seu ego e seu orgulho eram muito maiores do que ele.

---

-Gina, você não acha melhor que Harry te acompanhe? – Molly perguntou preocupada.

-Não mamãe, relaxa! Eu posso ir sozinha não tem problema...

-O Harry tem carro, ele pode te levar! Né Harry? – Rony perguntou enquanto massageava sua barriga que estava cheia de tanto comer.

-Claro, pra mim tudo bem!

-Hum...- Gina suspirou vencida. –Tudo bem então, Harry me leva.

E foram.

-É aqui, não é? – perguntou depois de dar umas voltas e enfim achar o caminho certo para a mansão Malfoy.

Gina que estava distraída apenas afirmou com a cabeça.

-Hei, está tudo bem?

-Ah...Hum, claro! Está tudo ótimo!

-Mesmo?

Ela ficou em silêncio e Harry não sabia o que dizer.

-Eu queria entender o motivo de tudo isso.

-Como assim?

-Isso tudo! Você e o Malfoy. – Gina deu de ombros.

-Não sei, parece mentira, não?

Harry concordou.

-Sabe, eu queria que você soubesse que a algum tempo eu venho pensando muito em você.

-Sério?

-É...Quero dizer, você está com o Malfoy e tal...Mesmo não gostando dele, eu tenho que aceitar. Afinal você é dona da sua vida...

-Harry?

-Hum?

-Obrigada!

Ele a olhou confuso.

-Por que "obrigada"?

-Ora, por vim me trazer em casa. – disse sorrindo.

-Ah...Tudo bem. Se precisar avisa, ok?

-Tudo bem.

Gina abriu a porta do carro e se preparou para descer, mas antes disso, virou mais uma vez para Harry e beijou levemente os lábios do rapaz que se surpreendeu.

-Te vejo por aí. – falando isso saltou do carro, deixando um Harry Potter abobalhado.

---

O loiro ouviu a porta ser aberta em um barulho surdo e seco. Soube que era ela; seu coração disparou. Saiu do escritório rapidamente e foi até a sala, esperando encontra-la.

-Gina? – murmurou ou vê-la entrar e colocar sua bolsa no sofá.

A ruiva o encarou longamente, nada disse. Vê-lo assim, tão bonito só fazia que a dor aumentasse.

-Me desculpe... – as palavras que ele dizia só passavam de murmúrios roucos, um tom que Gina acharia sexy, mas a situação em que se encontravam só piorava as coisas.

Deu um sorriso vago para ele e caminhou até as escadas. Draco percebeu que naquele sorriso havia mágoa e soube que nada estava bem. Deu alguns passos até ela e segurou fortemente seu braço, impedindo que ela continuasse a andar. Gina nada fez para se afastar.

-Draco...Eu quero dormir. Estou cansada. Dá pra você me soltar? – Draco não se mexeu.

-Só te solto quando você disser que me desculpa.

Ela retrucou cínica:

-Desculpar por que, Draco? Por você ter dormido na casa de Blaise?

-Eu...Me desculpe, eu devia ter te avisado. Você deveria ter ficado preocupada.

Ela se voltou para ele, com um olhar frio.

-Acho que eu não deveria me preocupar, não é Draco? Outras pessoas não se preocupariam...Está tudo bem Draco. Eu te desculpo por você ter dormido na casa do Blaise. Agora me deixa ir pra cama.

Ele sorriu malicioso.

-Há outras coisas que nós podemos fazer para nos divertir...

-Com certeza! Mas não estou com ânimo para isso. Porque você não se diverte sozinho...?

Subiu as escadas, decidida. As coisas não seriam esquecidas tão facilmente. Não bancaria a otária.

Sentiu vontade de chorar, mas a raiva secou as lágrimas antes mesmo delas caírem em seu rosto.

Draco suspirou e foi até a cozinha preparar uma poção de sono. Definitivamente a noite seria longa para ele...

---

Sussan tomava banho na sua banheira e ouvia música clássica. Sua mente estava leve. De um jeito que há muito tempo não sentia. Sorriu levemente, sentindo o cheiro das diversas ervas que colocara na água morna.

Um telefone estava ao lado, em cima de uma pequena mesa onde se colocavam objetos pequenos. Ela pegou o aparelho e discou um número que sabia de cor, respirando fundo e esperando alguém atender.

-Alô. – a voz que ela não ouvia há séculos soou despertando do pequeno transe que havia entrado enquanto esperava na linha.

-James? É a Sussan. Eu consegui uma forma de ajudar agente.

-Uma forma? E qual seria ela?

-Dando um golpe em Draco Malfoy. – respondeu confiante.

---

Ela acordou por causa dos raios solares que entrava através das leves cortinas brancas. Logo se espreguiçou na cama e estranhou em não encontrar Draco ao seu lado.

Sentou-se em volta e olhou meio perdida ao redor. Relaxou ao ver que ele estava sentado na poltrona, observando-a.

-O que foi? Achou que eu havia sumido? – ele provocou.

-Na verdade...

-Admita, Weasley; você teve medo.

-Medo?

-Medo de que eu pudesse ter ido embora.

-Não seja ridículo...

-Você e ama, Weasley?

Ela sentiu seu rosto queimar. Gina odiava quando ele fazia aqueles tipos de joguinhos. Odiava porque ela sempre se desmanchava.

-Eu...Eu...

-Você me ama.

Ela ergueu as sobrancelhas.

-Você não pode responder por mim.

-Posso se eu souber a resposta.

-Mas...

-Virginia, eu conheço você. Conheço tanto que sei quando você está magoada. Quando você está triste e quando você está feliz.

-Draco, eu...

-E eu sei que você não está feliz. O que posso fazer a respeito disso, Weasley?

Gina não respondeu.

-Eu quero te ver sorrindo, Gina. E você não esta sorrindo agora. Está?

Ela sentiu as lágrimas querendo sair de seus olhos castanhos.

-Não vou te prender. Se você me prometer que vai voltar a sorrir como antes, eu te deixo ir embora, não impeço a mulher da minha vida de sair pela porta da frente.

Aquilo foi demais para ela. Deixou que as lágrimas caíssem por seu rosto e toda sua raiva passou instantaneamente. Nenhum vestígio do sentimento de raiva que sentia antes por aquele loiro restou. Ela deu um sorrisinho besta e se levantou da cama. Os olhos de Draco brilhavam e ela pode ver que ele estava aliviado. Sentou no colo do namorado e o beijou com ardor. Matando as saudades que sentia do gosto e do calor que Draco possuía.

-Eu não vou a lugar nenhum, Draco. Porque meu lugar é ao seu lado, seu idiota!

Ele sorriu satisfeito. As coisas se ajeitaram, enfim.

---

Fontes seguras diziam que ele trabalhava num negócio próprio. Fábrica de vassouras. Sucesso que não deixava de ser percebido pelas revistas de negócios próprios. Até sabia um pedaço da história profissional de Draco. Ele começou com uma loja que vendia vassouras, mas que não era capaz de faze-las; o que espantou Sussan. Ela sabia que Draco tinha dinheiro suficiente para comprar o Ministério da Magia. Mas quando ele conquistou a confiança dos clientes, comprou a fábrica mais tradicional de vassouras da Inglaterra. Ela então entendeu o porquê dele ter começado tão baixo.

O prédio em que ficava seu escritório era grande e parecia caríssimo alugar qualquer escritório ali. Era verde-musgo e os letreiros prateados com dizeres:

Escritórios de administração – Fábricas Malfoy's.

Aquilo pareceu motivar a morena e fazer com que sua vontade de possuir aquilo tudo aumentasse. Precisava se aproximar dele. Tinha que se aproximar dele. E então todos os problemas de sua família acabariam. Estaria livre de James e de quaisquer dívidas que ela tinha com ele. Estaria livre para saborear o dinheiro de sua vítima.

-Quero ver Draco Malfoy. – disse usando um tom autoritário, a recepcionista estranhou e falou:

-Ele ainda não chegou, quer marcar um horário?

-Não preciso de horários. Ele está me esperando.

Por um momento, a recepcionista hesitou, mas depois se lembrou que seu chefe era bastante imprevisível. Nunca avisava que esperava alguém. Talvez aquela mulher estivesse mesmo sendo esperada por ele; decidiu correr o risco. Não queria arrumar confusões.

-A Srta pode esperar na sala de visitas...

-Eu posso esperar na sala dele. Eu já disse: Ele me espera. Por isso não há problema em me deixar entrar.

---

-Virginia, o que você está fazendo? – perguntou assim que a ruiva se levantou da cama e foi até o banheiro.

-Tenho que resolver umas coisinhas...

-Como o quê, por exemplo?

-Eu vou aceitar a proposta de emprego.

-O que?! – não tentou ocultar o espanto.

-Draco, eu quero trabalhar!

-Mas meu anjo, me entenda; você definitivamente não precisa trabalhar! Você tem tudo, não tem?

-Não é essa a questão, Draco! Quero trabalhar por prazer!

-Trabalhar por prazer? Você está querendo dizer que vai virar prostituta?!

Gina revirou os olhos.

-Claro que não, idiota. Eu vou trabalhar numa escola para crianças.

-Escola para crianças? – perguntou incrédulo.

Gina estava no banheiro arrumando os cabelos flamejantes e colocando uma leve camada de maquiagem. Tirou a blusa que vestia, ficando só de sutiã. Draco sorriu de maneira maliciosa e foi até ela, abraçando por trás. Gina bufou e disse ríspida:

-Draco! Você está me atrapalhando!

-Você não acha melhor ficar aqui comigo?

-Não! Eu quero muito trabalhar nessa escola, Draco! E você...Deveria me apoiar!

-Eu?! Apoiar uma loucura?

-Não é uma loucura! Loucura é deixar que você decida por mim o que devo ou não fazer da minha vida!

-Virginia...

-Draco, por favor não discuta....

-Tudo bem! Se você quer isso...Não vou ser do contra.

Ela sorriu e foi abraça-lo. Draco jamais faria algo que fizesse com que ela ficasse com raiva dele. Já sofrera muito quando ela ficou apenas algumas horas longe dele. Mas ele não deixaria que aquilo se repetisse.

-Você quer uma carona? – Draco perguntou colocando uma mecha ruiva atrás da orelha dela.

-Seria ótimo!

-Ok, mas eu tenho que ir antes para o escritório.

-Você não vai demorar?

-Não. Eu só tenho que pegar alguns relatórios... – Draco foi tomar banho enquanto Gina terminava de ser arrumar.

---

-Quer esperar na sala de espera?

-Não precisa. Vou com você.

Passaram pela sala em questão e Gina observou que nada havia mudado desde a última vez que havia ido até ali. Poucas vezes ela o visitava, poucas vezes ele dava carona à ela. Talvez fosse pela recente briga ou poderia ser um sinal de mudança da parte dele. Gina sentia-se feliz por essa possível explicação. Não que ele fosse um mau namorado, mas ele sempre estava trabalhando e quase nunca passava um tempo com ela. A não ser à noite, é claro.

Quando chegaram na sala de Draco, parecia que algo estava fora do foco. Os quadros pendurados nas paredes frias e sérias cochichavam entre si, como se estivessem comentando sobre algo que parecia errado. Gina nunca achou aquela sala bonita ou do jeito que ela gostaria que fosse; mas naquele dia parecia ser menos ainda um lugar onde passaria horas.

Sentada atrás da poltrona que se encontrava por trás da mesa central – a mesa de Draco - estava uma mulher que parecia irreal, ao ver de Virginia. Talvez por se parecer com aquelas modelos lindas das capas de revistas ou por ter um ar de superioridade que ela sabia não ter, mesmo com toda a convivência com quem entendia tudo sobre superioridade.

-Draco, esperei por você a manhã toda. Temos um assunto a tratar.

Gina olhou atentamente o loiro que parecia estar mais pálido que o normal. Perguntou-se se era o calor ou simplesmente fosse a presença desconhecida – para ela – daquela mulher.

-Virgínia, vou chamar o motorista para te levar até a escola.

-Draco, aconteceu alguma coisa?

-Tenho que resolver um assunto com ela. Nos vemos em casa.

-Mas eu posso esperar...

-Não.

-Porque não? Vai demorar tanto assim?

-Virginia, eu já disse você não pode esperar.

-Você deve ser a esposa do Sr Malfoy, suponho. Me chamo Sussan Kelly.

-Esposa? Deve haver algum engano, eu não sou casada com Draco!

-Não? Então me desculpe pela informação errada. – disse olhando brevemente para Draco.

-Eu vou esperar na sala de espera, depois que você resolver o assunto, você me leva.

-Virginia, entenda que...

-Não. Eu já disse, vou esperar.

Draco suspirou frustrado.

-Tudo bem, então vá. – Gina caminhou pela sala consideravelmente grande e foi embora, os deixando à sós.

---

-COMO É QUE É?

-Exatamente, querido. Ou faz isso que te falei ou vou contar para sua querida Gininha o quanto o namoradinho dela é malvado!

-Você não faria...Não faria...

-Você duvida? – Sussan perguntou erguendo a sobrancelha.

-Pra que você está fazendo isso? Quer dizer, você não me conhece...

-Você tem dinheiro, e estou precisando dele. Se tudo correr bem, nosso segredinho estará a salvo.

Draco bufou de raiva; se levantou num impulso e foi até a mesa de canto pegar um drink. Tudo soava tão irreal e ele mal podia acreditar que estava em maus lençóis. Virginia custa caro, pensou, Mas tudo vale a pena se tratando dela.

-Eu já decidi. Vou te dar o dinheiro, mas você deve sumir depois que eu entrega-lo pra você.

-Sem chances daquela noite se repetir?

-Nenhuma chance.

-Ótimo! – Sussan disse se levantando da cadeira com um sorriso sarcástico nos lábios. –É ótimo fazer negócios com você, queridinho!

Draco acompanhou Sussan com o olhar até que ela abrisse a porta. Ele esperava ver qualquer coisa quando a porta se abrisse, menos ver sua namorada com os ouvidos colados na porta. Engoliu em seco. Gina tinha os olhos úmidos e tristes. Draco nunca se sentira tão idiota como naquele momento.

Sussan sorriu maliciosamente mais nada disse, apenas foi embora deixando Draco e Gina se olharem profundamente.

N/A: Nossa, até que enfim terminei esse capítulo! O meu maior problema de termina-lo era que no capítulo anterior eu escrevi que no próximo capítulo (esse, no caso) teria a seguinte cena:

"-O que você pretende fazer agora? – ele perguntou sem ter coragem de encara-la. Olhava para o chão escuro e para seus sapatos.

-Ir embora"

Peço milhões de desculpas por não ter cumprido o que eu disse, mas é que o capítulo 2 ficaria gigantesco.

O que eu aprendi com essa confusão é que nunca mais vou dizer o que se passará nos outros capítulos O.O

Mari má! Merece castigo!

Bem, queria agradecer todos os reviews que recebi e a paciência de todos vocês!

Eu estou toda enrolada com minhas outras fanfics e confesso ter deixado essa um pouco de lado.

Mas, antes de responder todas as reviews, queria pedir a opinião de vocês para algo que tem me deixado dividida: O que vocês acham de ter uma leve e inocente NC17 no próximo capítulo? Hein? Hein? Se não for pedir muito, deixem reviews e falem o que vocês acham sobre ter NC no próximo capítulo!

Aos Reviews!

Lina Khane Athos: Lógico que você achou a dedicatória linda U.U Nela você é citada! �

Obrigada, Linoca! Mas você me deu uma grande idéia. Por enquanto a fic não é NC, mas talvez ela possa ser! XD O que você acha disso? Hein? Hein?

Lady L Malfoy: Cinco palavrinhas mágicas: Desculpe pela demora! Boa Leitura!

Milinha: Que bom que você gostou da minha maneira de escrever. Eu até fiquei meio desanimada, sabe? Porque o meu Draquinho vai sofrer muito... Mas depois eu penso e digo: Nhai! Ele merece! Eu criei um Draco Malfoy bem filha da P..., não é mesmo?

Miaka: Obrigada por você estar sempre deixando reviews nas minhas fanfics. Isso é muuito importante pra mim, sabe? Sobre você ter achado triste...Bem, você ainda não viu nada. Eu escrevi uma história que vai deixar muitos leitores tristes e com raiva. Mas fazer o que, né? A vida é assim...

Nahemwe: "Mari se esconde por trás do sofá". Meeedo! Não faça mal para mim! Juro que não demoro tanto nas outras atualizações. Você podia dar um desconto porque teve as festas de final de ano e tal...Mas muito obrigada, pois se você quer me matar, significa que você gostou da minha fic! Valeu mesmo!

Rafinha M Potter: "Sorriso amarelo" Olá querida XD Que bom que você gosta de Fora dos Planos e está acompanhando essa também! Queria te pedir desculpas, porque eu não tenho atualizado NENHUMA fanfic! Sinto muito, é que eu tenho tido problemas diversos e fica realmente difícil escrever alguma coisa. Beijos pra você!

Mimi: E eu amei seu review! Nesse capítulo você vai ver que tem sim alguém interessado nela, mas acho que isso não vai pra frente. Nunca se sabe. Mariana é uma caixinha de surpresas! Beijinhos, fofinha!

Amanda Dumbledore: Sim, você deve estar tão surpresa por ter mais uma D/G aqui, não é? "Sorriso irônico". Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada! Você me dá ânimo pra continuar a escrever! Além de mimar a minha pessoa horrível! Mas amigas são para isso, né? XD

Mel: Sabe como eu agiria? Eu mandava castrar o Draco XD "Sorriso diabólico". Depois eu pendurava na parede como troféu. Pelo menos ele NUNCA se esqueceria de mim! Sorte dele eu não ser a Gininha. E sim, eu sou comadre da Linoca! E novamente sim, ele escreve muuito bem!

Anna Lennox: Quem dera se os homens fossem tão gentis, tão delicados, tão espirituosos, tão sensíveis como as mulheres! Eles, sem dúvida seriam os donos do mundo se soubesse como tratar uma mulher! Mas...A vida é injusta e os homens são imperfeitos. Pior é que não temos outra escolha a não ser amá-los, não é?

Aqui está o capítulo tão esperado, obrigada mesmo! Você não precisa morrer, aqui está um novo capítulo! ;)

Angelina Michelle: Draco é um babaca, sinceramente...Eu estou começando a odiá-lo.

Fofa, você não sabe como estou feliz por você ter comentado na minha fic!Logo você que comenta, mas não lê (nunca vi coisa mais maluca. Eu sou ao contrário. Sempre leio, mas nunca comento!). Te adoro, você é muito fofa! OS: Você nunca enche o saco!

Mil Black: Drama, drama, drama. Talvez eu tenha essa facilidade de fazer drama por que minha vida é um drama. Aliás, que vida não tem dose de drama? Que vida não te faz chorar? Qual vida é tão perfeita a ponto de você estar satisfeito com tudo? Minha intenção era vaga demais. Eu escrevi essa fic quando não tinha nada pra fazer. Mas já que você gostou, fico feliz! Drama...Sim, eu também adoro um drama. Principalmente daqueles que te faz chorar!

Nana Malfoy: Faz tudo isso de tempo? Bem que eu vi teias de aranhas penduradas nos cantos no Word...Desculpe, desculpe, desculpe! Prometo não demorar tanto na próxima vez!

Nossa, então é isso!

Continuem com os reviews, eu imploro!

Adoro todas vocês! Beijos e até a próxima!

o/

Os: Essa fanfic não foi betada. É possível ter alguns erros de português. Eu não sou perfeita. Se eu fosse não teria graça ;)