Mil Perguntas e Um Reencontro

Sentei à mesa entre Sirius e Remo ( e à frente dos três integrantes da família Evans) e pela primeira vez senti a intimidação de estar naquela casa. Afinal, estava na frente da garota dos meus sonhos e das pessoas de quem eu estou certo de que vou roubíla um dia!

A sra. Evans continuava a me olhar de uma maneira muito estranha... o que será que Evans dizia pra ela sobre mim? Será que ela confessou pra sua mãe que é perdidamente apaixonada por mim e que ela não agüenta mais fugir do meu irresistível encanto? Hmmmm... é bem provável!

- Então... Tiago Potter... - a senhora exclamou. Eu olhei pra ela e depois pra Sirius e ele levantou o ombro, como quem também não entendeu nada. - Lily fala muito de você.

- Ah, é- eu sorri na direção dela e, de repente, Evans se viu muito entretida em tentar espetar uma ervilha com o garfo. - Bem ou mal?

- Depende do meu humor, Potter. Que varia diretamente com o nível de estresse que você me causa no dia. - ela levantou a cabeça e sorriu ironicamente.

- Eu não fazia idéia de que era tão importante para a manutenção do seu bem-estar, Evans. - eu ri, me divertindo.

- Ou para a não-manutenção dele, não é- ela levantou as sobrancelhas. A sra. Evans virava de um lado pra outro, e o Sr. Evans olhava para a filha com uma cara muito confusa.

- Lily, por que você está sendo tão hostil com o garoto?

- Ah, é assim o dia todo na escola, senhor. - Remo se manifestou. - Chega a ser irritante. Acho que a Lily e o Tiago têm uma forma muito... peculiar de demonstrar o quanto gostam um do outro. Ai, como amigos- ele fez cara feia pra Evans e se pôs a massagear o joelho.

- Er... e como vai a temporada de quadribol, garotos- A sra. Evans tentou despistar o assunto. - Remo me disse que vocês treinam bastante. Acho que isso justifica todos esses cortes e arranhões no rosto dele! Vocês precisam cuidar melhor do seu amigo.

- O Remo está no time- Sirius ergueu a cabeça, prestando atenção pela primeira vez no que acontecia no ambiente. Eu dei uma cotovelada no baço dele e então, ele consertou. - Ah, sim, o Remo... é, os treinos. Muito violentos. Eu mesmo quase tive minha orelha arrancada por um balaço uma vez.

- Nossa! E por que eles permitem um esporte tão perigoso como esse?

- Porque é divertido- eu e Sirius falamos juntos, empolgados. - Não é, Moony- eu completei.

- É, é sim. Quadribol é minha vida. - ele disse, com menos de 1 do nosso entusiasmo.

- Pois eu acho que alguém devia interferir. Vocês são crianças, não podem se arriscar dessa maneira.- A Sra. Evans comentou, erguendo a voz. É, tal mãe, tal filha.

- Relaxe, Louise. Isso acontece mesmo quando se é garoto. Eu mesmo ainda tenho todas as cicatrizes de quando jogava rugby. - o pai de Lily suspirou. Eu respirei aliviado, alguém que nos entende!

- Eu acredito que a situação aqui é um pouco diferente, Phillip. Nós estamos falando de garotos voando a metros de altura...

- Mãe. Tudo bem, eles não correm perigo de vida nem nada. Ninguém nunca morreu jogando quadribol, não é- Evans ergueu uma sobrancelha para nós. - Não é?

- Aham...é. É super seguro. - eu respondi.

- Está bem, vocês me convenceram. - a senhora Evans sorriu, aliviando o clima pesado.

Mas então, foi a vez do senhor Evans começar a perguntar.

- Lily e Remo estavam comentando que vocês dois têm um certo problema com autoridade?

- Como assim- Sirius indagou de volta, desconfiado.

- Bem, parece que vocês estão sempre em detenção, arrumando confusões por aí... - ele riu. - Não me entendam mal, eu também aprontava das minhas no tempo de escola...

- Phillip, que péssimo exemplo!

- Pai... - Lily respirou fundo, tensa.

- Er...acho que precisamos ir. - eu disse, me levantando da cadeira. Sirius me olhou com uma cara mortalmente assustadora, já que nós ainda nem tínhamos comido a sobremesa (torta de abóbora com uvas passas, a favorita dele). Mas eu já estava me sentindo desconfortável demais naquele lugar, com os pais da Evans nos interrogando...

- Tão cedo- Louise Evans disse. - Mas vocês não provaram minha torta! Eu peguei a receita num livro da Lily!

- Desculpe, senhora mas...er... eu e o Sirius temos que terminar algumas redações. Lições de férias são tão cansativas...Tenham um ótimo Natal!

Evans olhou pra mim com uma cara de "quando você chegou a fazer lição nas férias em toda a sua vida?". Eu apenas sorri. .

- Foi um prazer. Vejo você na escola?

- Sim. - ela exclamou, contrariada.

- Feliz Natal, Lily- Sirius a abraçou.

- Feliz Natal, Sirius. - ela riu, surpresa.

-Feliz Natal, Evans- eu pretendia fazer o mesmo, mas ela rapidamente pegou minha mão e a sacudiu.

-Feliz Natal, Potter.

Sirius e eu nos despedimos de Remo e caminhamos até a estação mais próxima, e pegamos o metrô trouxa de volta para casa.


- Ah, vocês chegaram- Minha mãe nos abraçou forte quando nos viu entrar pela porta. Sirius ainda não tinha acostumado com o jeito Potter de criar os filhos, e a cara que ele fez foi hilária! Com muito custo, ele ergueu os braços para abraçar minha mãe de volta. Ela, assim que se separou de nós, pegou o rosto de cada um com as mãos e deu um beijo estalado.

- Empolgada, uh- Sirius mexeu os lábios quando ela se virou. Ela se virou de volta e entregou um envelope nas mãos dele. - O que é isso, sra. P?

- Uma carta. Aqui diz que é sobre seu tio Alphard. - ela disse, distraidamente. Sirius abriu-a com pressa e correu os olhos pelo pergaminho. Ele ergueu os olhos negros pra mim, e eles estavam brilhando.

- Eu sou um cara muito, muuuuuuito sortudo, você não acha- ele sorriu, misteriosamente.

- Eu concordaria com você, se soubesse o que aconteceu. - eu ri.

- Meu tio Alphard morreu. - ele disse, devagar.

- Aaaaaaah... - eu ergui uma sobrancelha, não entendendo nada. - E isso te faz alguém sortudo?

- Não exatamente. - ele coçou a cabeça. - Quer dizer, tio Alphard era muito gente fina. A gente se encontrou poucas vezes nos últimos anos. Ele gostava de bagunçar meu cabelo. - Sirius olhou pra cima, saudosista. - E ele me dava os brinquedos mais legais de Natal. Quer dizer... ele era o único que me dava presentes de Natal. Até eu entrar em Hogwarts e ir pra Grifinória. A mulher dele e os filhos passaram a me odiar, bom, a maioria da família passou a me odiar... eu sempre tive a sensação de que ele tentou entrar em contato comigo depois disso.

- Hmmm. Acho que você já falou dele...

- Então. Ele morreu. E me deixou como seu único herdeiro. - Sirius voltou a sorrir. - Único. Eu faturei...muitos galeões!

- Agora eu entendi- eu sorri, ainda desinteressado. Então... - Peraí, você está rico agora!

- Dã!

- Aê, grande Sirius- eu o abracei. - Hmmm... eu acho que é muito politicamente incorreto a gente comemorar isso, mas...

- ...quando nós fomos politicamente corretos, meu caro- Sirius deu uma gargalhada.

- Ha ha! E o que você vai fazer com todo esse dinheiro, hein?

Sirius ficou quieto por alguns segundos. Então, ele ergueu os olhos pra mim e sorriu.

- Eu vou comprar um apartamento.

Eu abri a boca pra falar alguma coisa, mas algo me impediu. Eu não esperava essa resposta de Sirius, talvez porque eu não imaginasse que ele fosse querer sair da minha casa. Na verdade, eu nunca havia me tocado de que ele, na verdade, não tinha uma casa. Talvez nunca teve. Na Mansão dos Black, ele nunca foi exatamente aceito, e a minha casa... bem... por mais que meus pais se esforcem para tratílo como um filho, Sirius sabe que aqui não é o lugar dele.

- Eu acho uma idéia brilhante. - eu abri um sorriso, e joguei meus braços em volta do pescoço dele. - Hmmmm, e vai ter um espacinho pra gente levar umas garotas, né?

Sirius deu sua velha gargalhada.

- Garotas? Admita, Prongs... você anda muito monogâmico ultimamente. E eu quero ver você convencer a Lily de ir pra lá...

- Ah, cala a boca ou eu te dou um Incendio no meio das fuças!

- Você não teria coragem. - ele sorriu. - E você não pode. Grande tio Alphard. Vamos fazer um ótimo uso de seu dinheiro.

- Um grande uso maroto. - eu pisquei para ele. - Feliz Natal, tio Alphard!


Semanas se passaram, e lá estávamos nós de volta no Expresso de Hogwarts. Arista, como sempre, estava super-empolgada e passou quase o tempo todo contando de sua viagem para o Nepal (!) pra mim e pro Sirius. Er...minto. Enquanto Arista despejava seu relato em nós, Sirius disfarçava com uns "mmm" e uns "ahaaaam" abafados pelos carinhos "comportados" que ele e Anne compartilhavam. Remo e Lily também estavam com a gente, Evans mais por insistência de Moony e da Arista do que vontade realmente, afinal, ela não tinha muita escolha.

- ...eu já não agüentava mais tanto frio sabe, fiquei feliz quando chegamos. Mas o lugar é maravilhoso- ela percebeu minha cara de sono, os bocejos do Remo e a extrema atenção que Sirius a dava. - Er...e o Fedorento, Ti?

- Ele está velho, minha mãe achou melhor ficar cuidando dele. Acho que ela só se sente sozinha na verdade...

- Ah, pena, ele é tão divertido!

- Pra vocês. Ele só fica no dormitório feminino! Ai- eu reclamei quando alguém me deu uma cotovelada. A cara da Anne apareceu detrás da cabeça do Padfoot.

- Dissfulpe, Tia...- a voz dela saiu abafada, e incompleta.

- Nada. - eu ri. Esses dois estão mesmo se dando bem, se é que você me entende.

- Er, com licença, eu vou ao banheiro. - Evans se levantou, lançando um olhar reprovador em direção a Anne.

- Ah, eu também vou sair.

Evans me olhou fundo nos olhos e saiu da cabine. Eu a segui. Ela fechou a porta atrás de mim com uma volta na varinha.

- O que você quer- ela perguntou, com uma voz suave.

- Falar daquele dia. Da visita à sua casa.

- Sim?

- Er...foi legal. - eu sorri.

- Ah, que bom, meus pais massacraram vocês de perguntas porque eles são curiosos com toda essa coisa de mundo bruxo, mas eles adoraram vocês. - ela disse, apressadamente. - Volte mais vezes. Agora, se você me dá licença...

- Sério essa do "volte mais vezes"- eu sorri mais ainda. Evans bufou.

- Se você me dá licença... - ela repetiu.

- Nós tivemos um momento.

- Eu não sei de que momento você está falando.

- No piano. Nós ficamos calados, e eu te abracei e...

- Aquilo não foi um momento. Quer dizer, foi um momento como qualquer outro momento. Mas não o tipo de momento que você quis dizer, apenas um momento qualquer.

- Você disse momento 5 vezes.

- Você está discutindo momentos- a voz dela soou irritada.

- Por que você não simplesmente admite que gosta de mim e pronto?

- Porque eu não gosto de você.- ela ergueu a voz.

Conta outra, Lilica. Aquele olhar no piano, essa irritação constante, você se referir a mim por "Tiago" aquela noite na floresta... é eu que estou esperançoso demais ou você já deu muita bandeira?

- Sabia que você já está me cansando? Você poderia me poupar um pouco de trabalho e...

- Ah, sempre gentil e romântico, né Potter? Te poupar o trabalho e o quê? Dar uns amassos com você como a minha amiga e o seu Pads e pronto? Estamos quites? Aliás, fala pro seu amiguinho que eu e a consciência da Anne queremos ela de volta!

Lily saiu caminhando pelo corredor. Eu entrei de volta na cabine e, ligeiramente estressado, dei uma cotovelada no Sirius e me sentei entre ele e Anne. Sirius me olhou com uma cara péssima, mas a da Krakowsky realmente me assustou... e não é que eles combinam mesmo?

- Ah, finalmente...- Remo exclamou, rindo. - Sua saliva não é algo bonito de se ver, Padfoot. - ele, então, olhou pela janela. - Ah, veja só, já estamos chegando...

- Graças a Merlin que vocês estão em casas separadas... - Arista soltou uma gargalhada.

- Ninguém pode matar as saudades do namorado por aqui, é- Anne, versão homicida, exclamou. Evans entrou correndo e cambaleando na cabine (muito estranho) e nós nos preparamos pra descer. Malas, animais, criancinhas e Hagrid no meio do caminho. Realmente, o caminho era difícil de percorrer. E você pensaria que nessa multidão de pessoas, cacarecos e meio-gigante seria complicado encontrar alguém? Pode ser para você e pra mim, reles diário mortal. Mas não para...

- Amelia Vance- eu exclamei ao ver a loirinha empurrando dois irmãos gêmeos para chegar até mim.

- Tiago Potter- ela sorriu. - Você pensou que eu sumi, não é?

Pensei? Eu desejei isso a cada segundo.

- Imagine! Você que andou fugindo de mim! Eu nunca mais te vi desde...o...er... quando foi a última vez que nos vimos?

- No baile de Halloween, engraçadinho.- ela riu distraidamente. - Ai, Tiaguinho, eu senti falta do seu bom-humor!

- E eu senti falta da sua... risada irritantemente descontrolada.

- Ah. - ela parou por alguns segundos e revirou os olhos, voltando a sorrir.

- E o que aconteceu com o fã-clube?

- Acabou. - ela sacudiu os ombros. - Na verdade... só eu e a Carol estávamos dispostas a seguir com a idéia.

Eu comecei a rir. Tinha que sair da cabecinha dela a idéia do fã-clube. Bom, menos mal. Eu não estava nem um pouco a fim de reuniões com garotinhas irritantes como ela. Bem, elas teriam que falar nas reuniões, certo? Já estragava todo o clima.

- De qualquer maneira... - Amelia mexeu a cabeça e começou a falar sem parar.

Concentre-se, Tiago. A garota está falando, concentre-se. Er...onde estão Sirius e Remo?

- ... e agora estamos namorando e...

- Ah, sim, que bom... - eu balancei a cabeça.

Oh, Evans está se aproximando.

- Então, Amelia, muito bom te ver- eu a abracei. - Muito bom mesmo! A gente se tromba por aí de novo, ok? Até mais- eu exclamei, mais alto que o necessário. A garota abriu um sorriso enorme e saiu saltitando até um grupo de Lufa-lufas. Será que o tal namorado dela estava lÿ Difícil saber, já que não ouvi metade da história. Evans olhou pra mim e bufou, Sirius e Anne vinham logo atrás.

- Você está apenas com ciúmes, Lily.- Sirius gargalhava atrás dela.

- Falando de mim- eu cruzei os braços e sorri.

Evans fez uma cara de "Por que eu estaria?"

- Não. De mim. - Anne exclamou. - Lily está com ciúmes de mim porque eu "grudei no Sirius".

- Hmmmm... - eu passei a mão pelos meus cabelos.

- Você sabe qual é a solução para isso, não sabe- Sirius perguntou. Lily ergueu uma sobrancelha. - Você tem que namorar um maroto também!

- Ótima idéia- Lily sorriu. Eu senti meus lábios dispostos a sorrir ainda mais. - Pode ser o Remo?

Muito engraçadinha ela.


N/A: Estou injuriada com esse que rouba meus pontos de exclamação e interrogação! (desabafo)

Senti um pouco dos meus pais superprotetores no casal Evans. (revira os olhos) Pais! Hmmm, e eu tinha que colocar a Amelinha de volta...hahahaha

Eeeeeeeeba, reviews! (solta rojões)

TLupin: Obrigada!

Mah Clarinha: Minha beta Naty comentou uma vez que o Ephram podia ser o Sirius, e eu até que gostei da idéia, mas agora que você mencionou o Remo... hmmm acho que ele seria meio uma mistura dos dois! E não, eu não vou contar nada sobre a fic, você terá que ler! Muáuáuá XD

Mylla Evans: Eu acho que você já passou por aqui sim, mas minha memória é péssima. Que lindo que você está gostando da fic! E eu adorei seu nick ;D

Dani Potter: Que bom que você ficou "boba demais, perdida, tapada, com os olhos brilhando e babando" com a cena do piano! D Eu também me sinto assim ;D Obrigada!

Miri: Concordo, o Remo tem que arranjar uma garota. Mas com os dois amigos que ele tem, fica difícil, né?

Pikena: Obrigadinha!

Kanako Sumeragi: Calma, menina! Hahaha. Hmmm, violino é muito bonito mesmo, combina com ela, mas pianos me atraem... (se bem que, pra tocar, eu sou uma negação)

KeKa Black: Hahahaha gostei do "ato involuntário"... Eu e Tiago agradecemos!

Gente, obrigada mesmo por todos os elogios! A Prongs está totalmente superando minhas expectativas!

Próxima Atualização: 25/02/2005 (Me perdoem se não for exatamente nessa data, mas eu estou de mudança e as coisas estão meio caóticas...)