Vitória e Gillyweed

Ainda era muito cedo quando eu abri os olhos e, num salto, sentei na cama. Pesadelos, odeio eles. Não consigo me lembrar exatamente o que era, eu nunca me lembro dos meus sonhos, mas eu acordei tremendo. Eu só lembro de uma coisa: uma risada horrível, tão fria que parecia sugar todo o calor de um recinto, e até depois de acordado eu ainda sentia um ar gelado. Por isso odeio pesadelos, eles só servem para te assustar e deixar encucado. Onde que eu ia ouvir uma gargalhada daquelas?

Eu levantei e fui para o banheiro jogar água no rosto. Logo, todo mundo estaria de pé, grande jogo hoje! Eu senti um frio na barriga, afinal, era minha primeira final como apanhador. E ainda contra a Sonserina. Não seria tão fácil como os nossos outros jogos, o apanhador deles era um animal, mas nada impossível, afinal, ele não poderia ser esperto o suficiente para manejar a vassoura e localizar o pomo ao mesmo tempo, não? Nenhum sonserino é!

Passei por Padfoot e ele estava com a cabeça enterrada no travesseiro, de bruços, como sempre. Pedro roncava alto com a boca bem aberta - depois eu sou o roncador! - e Remo apertava forte uma almofada contra seu peito. A noite não deveria ter sido tão boa pro Moony também.

Me vesti e, com a minha varinha, fiz cócegas nos pés de Sirius. Ele deu um pulo.

" Merda, Prongs, não tem graça! " - ele resmungou, coçando o olho.

" Acorda, criança, nós temos um jogo pra ganhar! "

Sirius estava, em poucos segundos, de pé, ao meu lado, sorrindo feito bobo.

" Ah sim...sempre é bom aumentar nossa coleção de taças. E eu nunca estive tão a fim de derrubar verdinhos a vinte metros de altura. " - ele se espreguiçou.

" Esse é o espírito esportivo, Padfoot. " - Remo resmungou da cama dele. - " Agora, como eu não faço parte do time, eu não tenho que acordar tão cedo, eu não tenho que ouvir sermão no vestiário, dêem o fora e me deixem no meu processo de despertar, que costuma ser lento aos sábados. "

" Incrível como ele pode ser eloqüente às sete e meia da manhã. " - Sirius comentou enquanto descíamos a escada para a Sala Comunal. Arista, coincidentemente, fazia o mesmo, e assim que eu a percebi, lembrei-me do tal Corvinalzinho dela.

" Como foi? " - eu perguntei, impaciente.

" Bom dia, Tiago." - ela sorriu. - " Agora você vira e diz..."

" Bom dia, senhorita Arista Skyler." - eu fiz uma reverência. - " Como foi? "

" Ótimo, Tiago. " - ela se sentou na poltrona mais próxima. Sirius e eu trocamos olhares de preocupação. "Ótimo" não era a resposta esperada quando você pergunta à sua inocente e ingênua amiga como o encontro dela com um moleque cheio de hormônios na Torre de Astronomia! "Ótimo" definitivamente não era bom, nada bom! Ótimo era péssimo!

" Ótimo? " - eu e Padfoot dissemos juntos.

" É! " - ela sorriu. - " Nós conversamos, resolvemos tudo, foi muito bom. "

" Oh, Merlin. Ela está sorrindo. Está tudo perdido. " - Sirius balançou a cabeça.

" Resolveram o quê? " - eu cruzei meus braços.

" Isso realmente é da conta de vocês? " - Arista respondeu, rápido e irritada.

" Claro! Você é nossa melhor amiga! Nós temos que saber de tudo! Nós dividimos segredos, Arista. É assim que funciona! Principalmente em um assunto desses, onde você claramente precisa de nosso auxílio, sem mencionar nossa benção." - Sirius explicou.

" Sério? Nós dividimos segredos? Então sente aqui, amigo, e me explica porque você terminou com a Anne? " - ela nos olhou fuzilante. Sirius fechou a cara.

" Muito engraçado. Desembucha, Skyler."

" Eu não vou contar pra vocês o que nós conversamos, é ultrajante! E eu não preciso da ajuda de vocês, muito menos da benção! Merlin, imagina se eu tivesse namorando com ele! "

" Você não estÿ " - eu não pude evitar sorrir.

" Não, Potter, não estou." - ela riu. - " E você poderia conter um pouco sua felicidade."

" Eu não tenho problema nenhum com você namorando, Arista." - Sirius disse. - " Mas nada de torre, tá entendendo? "

" Eu tenho um problema com você namorando, se for com aquele imbecil." - eu cruzei os braços.

" Exatamente quem não se encaixa na sua categoria de imbecil, Tiago? "

" Eu, o Sirius, o Remo, o Pe-...hmm, talvez não ele...é. Nós três." - eu sorri.

" Isso não me deixa muitas opções, não é? " - ela revirou os olhos.

" Como não? Eu estou solteiro no momento! " - Sirius recebeu um tapa na cabeça de Arista. Nós ouvimos passos incertos vindo da escada do dormitório masculino. Remo apareceu, com o cabelo muito próximo de como o meu deveria estar e a cara amassada.

" Vocês ainda estão aqui? "

" Bom dia, beleza matinal." - Sirius riu.

" Estudando até tarde de novo, Remo? " - Arista exclamou num tom maternal.

" Na verdade, eu só perdi o sono no meio da noite. Uma coisa, que a princípio parecia pequena, me incomodou. Por que o Snape confirmou sua história?" - Remo se dirigiu a Sirius.

" Como assim?" - Sirius se fez de desentendido.

" Eu te conheço muito bem pra cair nessa, Padfoot." - Remo franziu a testa. - " Ajudando ele a se levantar?"

" Hmmm, eu também não sei por quê. Talvez ele acha que minha versão é menos humilhante do que dizer pros verdinhos que estava apanhando da gente."

" Mas isso deixaria eles muito mais felizes. Saber que vocês estavam querendo saber do plano deles a qualquer custo." - Remo analisou.

" O Snape nunca foi muito aceito nem na casa dele. Talvez...ele esteja com medo de que eles descubram que ele é um fracote e chutem ele da "organização". "- eu sorri.

" Talvez nós possamos deixar isso pra depois." - Arista se manifestou. - " O time já deve estar nos esperando."


Faltavam apenas minutos para a partida começar, e Bessie Kendrick andava de um lado pro outro do vestiário, suas mãos coçando o cabelo freneticamente. Cooper estava batendo com força seu taco contra um armário, e eu tinha certeza que ele estava visualizando um dos sonserinos ali. Takahashi havia retornado à sua mania de roer unha e Noah Travis...bom, alguém podia usar a vassoura dele pra varrer os pedaços do garoto pra fora do vestiário.

" Ei, ei, pessoal, cadê a confiança de vocês?" - Sirius comentou, alegre.

" Não é falta de confiança, Black, é... angústia." - Takahashi balançou a cabeça. - "Vai ser um jogo difícil."

" Angústia e muito ódio." - Cooper exclamou entre dentes. - "Vai ser um jogo sujo, isso sim."

" Eu votaria em "falta de confiança" com esse aqui." - eu apontei para o Travis, que agora era consolado por Arista.

" Se a Lufa não tivesse perdido pra Corvinal, nós não precisaríamos de jogar com eles." - Noah lamentou, respirando fundo.

" Daí nós jogaríamos contra os lufas, e onde está a emoção nisso?" - eu dei um tapinha nas costas dele. Travis suspirou mais uma vez. No mínimo, ele não via emoção nenhuma no jogo. Seria muito mais produtivo usar o pirralho como mascote.

" Ok. Nós podemos ganhar. Nós vamos ganhar. Nós só não podemos descer ao nível, deles, ok? Eu não me importo se eles substituírem seus jogadores por trasgos montanheses, nós vamos usar de jogo limpo." - Bessie finalmente parou de andar. - "Eu estou falando sério, Sirius!"

" Tá bom, tá bom. Eu vou tentar." - Sirius piscou pra mim, balançando o taco de quadribol com uma cara maníaca. Eu sacudi a cabeça, rindo, e segui os outros para o campo. A escola inteira, como haveria de se esperar, estava ali. Eu procurei por Remo, Pedro e Evans em vão, eles não poderiam ser vistos dali debaixo com toda aquela multidão. O barulho era ensurdecedor. A nossa torcida brandia bandeirinhas e faixas para nós, enquanto os sonserinos nos xingavam de tudo quanto era nome. Um pedaço de madeira (que devia ser parte de uma bandeira) errou a cabeça do juiz, o prof. Michaels, e ele tentou, sem sucesso, localizar quem tinha o jogado. Ignorando os verdinhos malditos, eu acenei para o pessoal das outras arquibancadas. Meu peito se inflou de orgulho, a sensação de ter um estádio inteiro (ou talvez, 3/4 dele) gritando por você é indescritível! Sirius jogou seu braço em volta do meu pescoço, e ele também sorria muito.

" Isso é que é vida, hein amigo?" - ele piscou. - "Quase me arrependo de todas as matérias que peguei esse ano pra Auror. A gente devia ser profissional."

" Menos, Pads." - eu ri. Mas realmente era incrível! Só não sei se poderia fazer isso minha vida toda...ah, eu poderia sim!

O apito soou, e eu decolei rápido. 40 pontos de diferença, né Wormtail? Eu podia fazer isso, o pomo estava pra mim dessa vez. O apanhador dos verdinhos, o babaca do Robert Mason, nunca ia conseguir pegá-lo. Eu cruzei o braço e praticamente assisti o jogo de camarote, enquanto o idiota passava voando de um lado pro outro.

Mas se pra mim o jogo estava relativamente fácil, o resto do time não podia dizer o mesmo. Acho que o capitão deles deve ter orientado o time a "socar qualquer um que via pela frente"! Impossível! Em menos de 10 minutos, já tinha rolado umas treze faltas, e Bessie parecia estar prestes a explodir. Tristan tinha largado o jogo para discutir com Bode e quase foi expulso quando ameaçou socar o moleque e Takahashi recebeu uma tacada no estômago ("acidental", segundo os sonserinos). Mas o pior foi aos 64 minutos, depois de três interrupções e com o placar Grifinória 90 X 70 Sonserina. Arista estava na cara do goleiro deles, e já estava quase lançando a goles quando Felícia Bunt chocou-se com ela. Foi tão forte que por um segundo, eu pisquei os olhos e pensei que as duas tinham atravessado o corpo uma da outra, mas a Bunt tinha uma certa...vantagem em termos de massa corpórea. A torcida da Grifinória se levantou, e eu ouvi alguns gritos de horror femininos... Arista estava caindo! Por impulso, eu voei atrás dela e Bunt passou por mim.

" Ops. Sem querer." - ela tinha um sorriso no canto da boca. Agora, me diga. Como todos eles podem ser tão nojentos e asquerosos e odiáveis assim? Certeza que o Chapéu Seletor leva isso em conta!

De qualquer maneira, o time todo tinha se ajuntado em volta de Arista, que estava caída de lado. Ainda bem que a altura não era tão grande... Malditos...Eu me ajoelhei do lado dela, e Sirius fez o mesmo do outro lado.

" Arista?" - eu a virei.

" Ai, ai, vai com calma, Ti!"

" Ei, você tá viva, isso já é um começo!" - Sirius deu uma risadinha, mas sua cara era de pura preocupação.

" Claro que estou, você acha que um trasgo estúpido daqueles vai me matar?" - ela riu, gemendo de dor logo em seguida. - "Eu acho que quebrei o braço."

" Com licença, licença... sr. Potter." - Michaels me empurrou.

" Ela quebrou o braço." - eu disse, automaticamente.

"Você consegue andar, srta. Skyler?"

"Aham... eu acho que torci o pé, mas dá pra eu ir mancando." - ela sorriu. Duas sombras se formaram no chão e eu olhei pra cima. Era Moony e Evans.

" Nós levamos ela, professor." - Lily disse, com a mesma cara do Sirius.

"Vem, Arista." - Remo a levantou, com dificuldade, e colocou o braço dela ao redor do seu pescoço.

" Desculpa aí, Skyler!" - Bunt gritou, com uma cara de pesar (claramente falsa). - "Não foi minha culpa, Prof. Michaels, eu não vi ela e..."

" Ah sim, você não a viu com a cara no gol, não? Muito conveniente!" - Takahashi a encarou.

" Eu vou mostrar pra você o que é conveniente, seu..."

" CHEGA!" - Michaels separou os dois. Sirius também estava se controlando muito pra não pular no pescoço da garota (se ela podia ser chamada disso), eu sabia bem pela cara dele, como se ele tivesse farejado venenoso. - " Vocês têm trinta segundos pra se acalmarem ou a partida está encerrada!"

" Você não pode fazer isso." - Bode disse, displicente.

" Ah posso, e você acabou de me dar um bom pretexto pra fazê-lo, sr. Bode." - a voz do prof. Michaels soou grave.

Ele apitou novamente e o jogo recomeçou, agora mais violento do que nunca. Resolvi me dedicar ao pomo e acabei me arrependendo de não ter feito isso antes. Por mais que o Mason tivesse circundado o estádio inteiro - aproveitando o momento de distração de todo mundo - ele ainda não era rápido o suficiente para pegar o pomo, mas... eu também não estava exatamente encontrando o dito cujo! Justo dessa vez ele resolve me escapar... lembrei da Arista caindo... daquele exemplar feminino de trasgo de pântano rindo dela caída no chão...dos rostos prepotentes dos Sonserinos...aquilo estava indo bem além do quadribol.

Então, eu finalmente avistei a bolinha dourada, que passou zunindo pelas arquibancadas e foi em frente aos Lufas-Lufas que eu consegui apanhar o pomo. Mason veio na minha cola, e deu um tapa no meu braço, tentando arrancá-lo de mim. O pomo continuava se debatendo na minha mão.

" Você não vai pegar esse pomo, Potter!"

E é científico. Brutamontes com Q.I de gira-gira ficam mais burros ainda quando sob pressão.

" Ah, vou mesmo! E leve isso de presente pros seus colegas de time."

E então eu mandei um de direita bem no meio da cara do Mason, que rodopiou na varinha e me fitou tonto. A arquibancada da Lufa-Lufa começou a gritar e aplaudir, eu não sei se mais pela captura ou pelo soco que o verdinho tinha levado. Acabou. Éramos campeões!

Pousei, mas meus pés tocaram o chão por segundos, porque logo dezenas de pessoas me jogavam para o ar, gritando meu nome, gritando o nome de nossa casa, cantando músicas que eu não pude distinguir...Eu sou bruxo, mas devo dizer que aquilo sim é que é "momento mágico"! Eu me senti inabalável, intocável, eu era campeão! Nós éramos campeões! E ganhar a Copa como apanhador era algo novo pra mim, como se fosse a primeira copa de todas! Eu nunca soube o quão era bom ter a palavra final. Eu e o pomo de ouro decidimos a vitória! Campeões!

O campo de quadribol virou uma enorme bagunça! Não se podia entender nada, porque as vozes eram tantas e tão distintas que tudo soava como um zunido grave e contínuo. Senti uma mão me alcançar e apertar forte meu ombro. Olhei para baixo e era Padfoot.

" Você deve estar adorando aí em cima, não?" - ele gritou.

" A visão é ótima!" - eu gargalhei, ele soltou a risada-latido dele. - "E olha, vejo sonserinos ali! Ei! VERDINHOS! JOGO SUJO NÃO DÁ EM NADA, NÉ? NÓS ACABAMOS COM VOCÊS! NÓS ARRASAMOS VOCÊS! NÓS SEMPRE VAMOS ACABAR COM VOCÊS! SEMPRE!""

A torcida da Grifinória alcançou a entrada do castelo e eu vi Evans vindo correndo pelo corredor. Eles me puseram no chão assim que ela parou à nossa frente, vermelha e ofegante.

" Ah, acabou o jogo?" - ela abriu um sorriso enorme e maravilhoso. - "Nós ganhamos então?"

Gritos e aplausos responderam à pergunta dela.

" A Arista me mandou para o campo para ver como estava indo o jogo, mas... vocês podem dizer pra ela vocês mesmos." - ela olhou para mim e Sirius.

" Por que não vamos todos nós?" - Tristan Cooper tinha nos alcançado e ouvido um pedaço do diálogo. O rosto de Evans ficou sério de novo.

" Como assim, todos nós?" - ela perguntou, mas a voz dela foi abafada por uma multidão que entrava no castelo, alegre e cantante. Ela olhou para nós com certo desespero. - "Eles vão fazer o que eu estou pensando que eles vão fazer?"

"Eles, não. Nós!" - Sirius exclamou, empolgado, e colocou o braço direito em volta da Evans e com o outro ele me abraçou. - "Vamos mostrar pra Evans como se festeja, Prongs!"

A cara que ela fez foi impagável! Ela encolheu os ombros e, bufando, decidiu que não dava para contestar o Padfoot. Eu e ele fomos gargalhando o caminho todo até a Ala Hospitalar, e Lily, contaminada, acabou caindo na risada também.

A Ala já estava lotada de alunos empolgados, gritando, festejando. Nós vimos Madame Pomfrey passar por nós, os cabelos desarrumados, dizendo que aquilo certamente não era permitido, e que a Casa toda estaria de detenção quando o diretor chegasse. Em meio a toda a bagunça, nós alcançamos a cama onde Arista estava. O braço dela tinha uma tala, e seu pé estava enfaixado. Em volta dela estavam Bessie, Moony, Anne e o tal do Burkefield.

" Riz!" - eu me joguei na cama, abraçando-a.

" Ai, você vai me quebrar toda de novo, Ti!" - ela riu, sua voz abafada.

" E aí, o braço?" - eu apontei para ele com a cabeça.

" Tudo bem!" - ela sorria bastante. - "A Madame Pomfrey tinha colocado isso provisoriamente até ela terminar de ferver a poção mas aí todos chegaram..."

" Bem, Arista, já que está tudo bem, eu vejo você depois." - Jeremias exclamou, me olhando de esguelha.

" É, eu estou no comando agora, amigo." - eu fechei minha cara. Quem o azulzinho achava que era pra cuidar da minha amiga? Ouvi Arista rindo sem parar do meu lado. - " O quê?"

" Ouça a si mesmo! É ridículo!" - ela cobriu a boca com as mãos, rindo mais ainda. Ótimo. E eu estou fazendo isso por ela! - "Sim, depois a gente se vê, Jer... "eu estou no comando", muito boa..."

" Espere, Jeremias. Eu vou com você." - Anne gritou quando o garoto estava quase se perdendo na multidão. - "Foi um ótimo jogo, Potter, Arista... parabéns!" - ela sorriu e balançou os ombros. Nossos olhares logo se desviaram para o Sirius.

" Jer! " - Padfoot cruzou os braços, parecendo ignorar que Anne tinha acabado de sair.

" Ah, dêem um tempo vocês dois! Deixem a coitada comemorar a vitória!" - Remo reclamou, rindo.

" Pena que eu não vi você capturar o pomo!"

" Foi incrível!" - Takahashi se pronunciou. - "Ele deu um soco fenomenal no Mason..."

" Você socou o jogador adversário? Isso é permitido?" - Evans peguntou, franzindo a testa daquela maneira linda que só ela sabe fazer. Com a minha felicidade e empolgação no momento, eu poderia simplesmente beijá-la. Mas nah. Muita gente no recinto.

" Na verdade não, mas tenho certeza que o juiz não estava prestando atenção." - eu pisquei para ela.

" Ah, sim. Um jogo justo e parcial, não?" - ela revirou os olhos.

Madame Pomfrey passou tendo um colapso nervoso novamente. Dezenas de mãos surgiram de uma vez para nos congratular pela vitória, e eu nem tinha tempo de ver os donos delas. Me surpreendi mesmo quando Alice Southwood, a monitora-chefe da nossa casa, namorada de Frank Longbottom e uma autoridade que nós evitamos o ano todo (não que ela não fosse simpática, mas ela tinha o péssimo hábito de ser completamente justa e honesta, mais ainda que a Evans) veio apertar minha mão de maneira esfuziante.

" Muito bem, Potter. Muito bem, mesmo! Há muito tempo nós não víamos um jogo tão agitado, mas vocês foram ótimos!"

" Er...obrigado, Southwood." - eu sacudi a mão dela, sorrindo muito.

"Ah, e diga-se de passagem, ótimo soco." - ela murmurou, piscando, e virou-se para abraçar Bessie. Virei-me para Evans, que estava logo do meu lado com Remo.

" Você ouviu essa, Evans?" - ela mordeu o lábio inferior. - "Você devia aprender mais com a monitora-chefe, sabia?"

" Você é incorrigível." - ela bufou.

" Então não sei por que você tenta me corrigir!"

" Você está alucinando, Potter! Eu nunca..."

" Ah, quietos vocês dois, por Merlin!" - Remo exclamou. - "E Lily, não que eu defenda a atitude do Prongs aqui, mas... eles derrubaram a Riz. Quem se importa com o bem-estar do nariz do Mason?"

Lily fuzilou Remo com o olhar, ela odiava mesmo ser contrariada.

" Boa, Moony. Ele é um maroto, apesar de tudo, Evans."

Ela fez um esforço sobre-humano para não sorrir. Douglas Langton, um quartanista, surgiu com sua câmera fotográfica. Já havia se tornado uma tradição pra ele tirar uma foto do time toda vez que ganhávamos a Copa (o que, diga-se de passagem, acontecia todo ano desde 1948), e pela quarta vez ele não ia falhar. Bessie e Cooper estavam atrás da cama, Takahashi veio correndo ao ver Langton. Noah Travis veio com ele e pulava entre Kenji e Tristan para poder aparecer. Eu ajudei Arista a se sentar na cama e sentei-me ao lado dela. Sirius estava em pé ao meu lado. Remo e Evans fizeram menção de se afastar, mas Padfoot puxou o nosso amigo.

" Não, Moony, você sai também! E você também, Evans! "

" Eu acho melhor..."

" Vamos l� Evans." - eu sorri, me aproximando mais de Arista para sobrar lugar pra ela. Evans olhou para mim, o rosto ficando vermelho, e se sentou delicadamente.

" E onde está o Pedrinho, hein?" - Remo perguntou.

E como se Wormtail tivesse lido a mente de Remo, ele surgiu do meio da bagunça, o rosto pintado metade de amarelo, metade de vermelho.

" Eu achei dois garotos ali com garrafas de Fire...er...Cerveja Amanteigada ali!" - ele se corrigiu, olhando para Evans com apreensão.

" Vamos, Wormtail! Nós não temos o dia inteiro!" - eu o apressei, rindo. Ele sorriu e sentou-se no chão, à frente de mim e Evans.

" Ok! Agora, todos digam gillyweed!" - Douglas tapou o rosto com a câmera. Eu aproveitei o momento de distração e joguei meus braços ao redor do pescoço de Evans.

" GILLYWEED!"

" Gillyweed." - eu me virei, admirando a perfeição de seu nariz, suas maçãs do rosto afogueadas e seus olhos que me fitaram de relance.

" Gillyweed." - ela murmurou, num sorriso contido.

CLACK.


N/A: Olha só, penúltimo capítulo! O próximo é o último! Como o tempo passa rápido... (Camys com lágrimas nos olhos)

Eu amei tanto escrever esse capítulo e o próximo! Espero que vocês tenham gostado também...

Obrigada pelos reviews! 115 é muito MUITO mais do que eu podia imaginar... vocês são demais!

Mylla Evans: Sim, sim, Mylla, temo que só no sétimo ano esses dois vão se acertar...mas eles não estão muito longe disso, sabe? hehe Adorei seu nick! Beijinhos!

Pikena: Obrigada! Verdade, eles são muito unidos... dá até inveja dessa turma! E calma, calma...da próxima, num vai ter Arista pra atrapalhar o/ Beijos!

Natalia Potter: Shhhh, num fala do meu pequeno progresso na II, mate! Hahahaha. Deus, comparar minha Lily com a da Manza, heresia... ela é TÃO melhor que eu... obrigada! E eu entendo você falando do Sirius, porque eu sou assim com o Tiago, ele é meu bebê também FELIZ ANIVERSÁRIO MATE, TE AMO!

Laura Black Malfoy: Olha que eu vou cobrar os reviews! Não se preocupem, pessoas, beijinhos virão...obrigada pela força, Laura! Beijinhos!

Titinha Potter: Vírus são bobos, chatos e tem cara de melão. Humpf. Espero que você tenha gostado desse capítulo também, e SIM, teremos continuação! (Deus e Merlin ajudem que eu consiga escrevê-la rs) Beijos!

Ginna C. Malfoy: D/G é legal também, comecei a apreciar esse gênero ultimamente! (Pessoas me matarão, eu sinto, não é Nats? haha) Obrigada pelo elogio! Beijinhos!

Próxima e última atualização: 03/04/2005