O Casamento Ideal
Disclaimer: Os personagens aqui apresentados não me pertencem, e sim as tias J.K.R. e Lynda. Resumo: Em um universo alternativo, Draco e Ginny são colegas em uma revista (pode parecer uma loucura) e decidem fazer uma aposta! N/A: Essa é a minha 1º fic!
O que fazer para casar com um milionário, segundo Ginny Weasley:
1. Irrite seu chefe, Draco Malfoy, simpático e charmoso editor de uma revista, criando uma coluna polêmica – "O Casamento Ideal: Guia Prático." 2. Aceite o desafio de Draco de seguir os própios conselhos e tratar de encontrar um marido rico. 3. Passe a sair apenas com solteiros milionários. 4. Chegue à conclusão de que todos eles perdem o encanto quando comparados com Draco, que, por acaso, também é um solteiro milionário. 5. Tente convencer a si mesma de que não se sente atraída por Draco. 6. Desista de tentar convencer-se. 7. Ganhe a aposta.
lalalalala - fala de personagens
Capitulo I – Quer apostar?
O Casamento Ideal
(Guia Prático)
por
Victoria Boulderbottom
Primeira Etapa: Superar o Sentimento de Culpa
"A coluna deste mês é dedicada às leitoras que estão fartas de sonhadores com bolsos vazios. É para aquelas mulheres que estão preparadas para enfrentar seriamente a missão de encontrar um marido rico, mas não sabem como.
Sei que algumas de vocês alimentam secretamente esse desejo, mas sentem-se culpadas por isso.
O que é compreensível. Afinal, vivemos em uma sociedade que se regozija em apontar o dedo e recriminar: "Ela se casou com ele pelo dinheiro", toda vez que uma felizarda consegue realizar a façanha.
Portanto, hoje falaremos sobre a questão da culpa. Uma vez que você consiga resolver esse problema, nada mais, no mundo, irá impedi-la.
Agora, quero que vocês fiquem de pé, diante de um espelho. Respirem fundo e repitam as palavras: "Que amor que nada! Ele é rico, e quero me casar com ele."."
Draco tirou o disquete do dryve e empurrou-o sobre a mesa.
Não posso publicar essa baboseira. É ridículo
Do lado de fora, o vento uivava, arremessando a chuva de primavera contra a vidraça. Ginny afastou-se da janela, virando as costas para uma tempestade para enfrentar outra.
Eu já disse como é gratificante ter você de volta, Draco? – Ela se sentou em uma cadeira e sorriu. – Por quanto tempo pretende ficar?
Draco levantou o rosto para Ginny.
O tempo necessário.
Que bom – murmurou ela, quando o telefone tocou.
Draco atendeu.
Um momento, por favor. – Ele cobriu o bocal com a mão e gesticulou com a cabeça, indicando o disquete. – Leve isso com você, quando sair – ordenou, antes de girar na cadeira até ficar de costas para Ginny. – Malfoy falando. Pois não?
Ginny levantou-se, pegou o disquete e começou a batê-lo levemente contra a palma da mão enquanto andava de um lado para o outro. "Leve isso com você quando sair." Sem discussão, sem conversa, sem argumentos. O homem não mudara nada.
Ginny já esperava por aquele tipo de reação. Depois que voltara para Chicago e assumira a superintendência da revista, Draco conseguira indispor-se com o diretor de arte, o diretor de publicidade e a maioria dos chefes de departamento.
Como responsável pela seção "Vida de Solteiro" da revista Aspects, Ginny não poderia esperar que consigo fosse diferente. Ela parou de andar e olhou para Draco.
Alto, loiro e com olhos azuis-acizentados, o legendário Draco Malfoy ainda era inegavelmente atraente.
O que quer que ele andara fazendono Maine nos últimos dois anos fora-lhe benéfico, refletiu Ginny. E quanto mais cedo ele voltasse para làmelhor.
Draco desligou o telefone e virou-se para o computador.
A questão está encerrada – declarou, sem se dar ao trabalho de olhar para Ginny, quando ela se aproximou.
Ela colocou o disquete na mesa e sentou-se.
Sabe, Draco, para um homem de mentalidade aberta, você está tendo uma extraordinária falta de visão.
É mesmo?
Claro! Que outra coisa diria de alguém que rejeita um artigo que nem leu?
O que a faz pensar que não o li?
Você não teve tempo. Não fazia cinco minutos que estava aqui, quando entrei.
Draco arqueou uma sobrancelha.
Eu não sabia que estava sendo tão atentamente observado.
Ginny riu.
Não fique envaidecido! Por acaso, eu estava voltando do almoço, com Minerva, quando o vi passar. – Ela colocou um dedo sobre o disquete e girou-o sobre a mesa.
Até onde você leu?
O suficiente para ter certeza de que não vai funcionar.
Por que não?
Porque não combina como estilo de Victoria Boulderbottom.
Leia um pouco mais, por favor. Você vai captar o espírito da coisa.
Esqueça, Ginny.
Ela se empertigou na cadeira e cruzou as mãos e as pernas.
Não sairei daqui antes de você ler tudo.
Draco sorriu.
Fique à vontade.
Ginny apertou os lábios, contrafeita. Draco tinha as covinhas mais profundas do que de qualquer outro homem que ela conhecera. E quanto mais ela contemplava aquele rosto sorridente, mais se lembrava de como detestava covinhas em um homem.
Draco coçou o queixo. Olhos que lhe lembravam chocolate derretido observavam-lhe cada movimento, com uma clara expressão de desafio.
Ele já esperava por isso.
Seu último diretor-superintendente, Marcus Flint, tivera o cuidado de anexar um relatório sobre o desempenho de cada funcionário à ficha de cada um deles, antes de partir para explorar o Alasca, equipado com um saco de dormir e um rifle.
Fora o caso de mais grave crise de meia-idade que Draco já presenciara. Mas os relatórios haviam sido feitos durante um momento de lucidez de Marcus, e estavam sendo de um valor incalculável para ajudar Draco a tomar decisões. O único que não lhe servira de nada fora o de Ginny Weasley.
Draco esperava páginas e páginas de críticas à falta de capacidade de Ginny de captar o conceito da palavra "não". Em vez disso, "fique atento" fora tudo que Marcus escrevera. O que significava, Draco não tinha a menor idéia. "Fique atento." Poderia ser um aviso para que ele tomasse cuidado... ou para que prestasse atenção em alguma coisa... Enquanto observava Ginny mudar de posição na cadeira e sua saia subir ainda mais, ocorreu-lhe que poderia significar simplesmente "olhe para ela", algo que não era difícil fazer.
Ginny trabalhava para a Aspects havia seis meses, quando Draco saíra, no entanto, lembrava-se dela no instante em que a vira entrar na sala para a primeira reunião editorial, depois de sua volta. Os mesmos cachos rebeldes, um rosto que era mais expressivo que bonito e um estilo que só poderia ser definido como eclético. Num dia, ela usava rendas e babados, no outro, roupa florida e chapéu de palha. Naquele dia, por exemplo, trajava um discreto conjunto cinza e sapatos pretos de pelica.
Ginny cruzou as pernas, tamborilou os dedos no braço da cadeira e puxou para baixo o zíper da jaqueta. Draco reclinou a cadeira e cruzou os dedos atrás da cabeça. Torturaria Ginny até o último momento, deixando-a ali sentada, à espera...
Cheia de entusiasmo, ela estava sempre em constante movimento, andando de um lado para o outro enquanto falava ao telefone, sacudindo a caneta durante as reuniões, tamborilando os dedos, retorcendo uma mecha de cabelo. Ginny lembrava a Draco uma borboleta, agitada, irrequieta; fascinante de se olhar, porém impossível de se seguir, nunca parando por tempo suficiente em um lugar para que pudesse ser capturada.
Não que Draco desejasse isso. Uma mulher como Ginny daria muito trabalho. Verdade que houvera ocasiões em que ele imaginara como seria imobilizá-la em seus braços, obrigando-a a despender toda aquela energia nele.
Naquele momento, contudo, Draco estava preocupado com a revista; e em ir embora, outra vez, o mais breve possível.
Sob a direção de Marcus, a Aspects crescera e prosperara; em algum ponto de sua trajetória, no entanto, a revista perdera a popularidade. O que fora, um dia, uma publicação arrojada e polêmica, era agora uma nau sem rumo.
Draco pretendia recuperar o interesse do público antes de nomear um novo diretor-superintendente. E o fato de precisar estar em Maine no Dia do Trabalho significava que as mudanças teriam de ocorrer depressa. Se isso implicava melindrar uns e outros, tanto funcionários como leitores, paciência. E a srta. Weasley não era exceção.
Como se lesse os pensamentos de Draco, Ginny inclinou a cabeça para trás e suspirou.
Ah, como sinto a falta de Marcus!
Draco deixou a cadeira voltar lentamente à posição normal.
Admira-me muito. Pelo que sei, Marcus foi um chefe bastante exigente.
Marcus é uma pessoa sensata. – Ginny estreitou os olhos. – Enquanto que você é impossível.
Olhe Ginny – ponderou Draco, parecendo paciente – sei que você considera Victoria seu território pessoal...
Victoria é meu território pessoal – interrompeu ela, inclinando-se para a frente. – Eu a criei, esqueceu-se disso? E, sem bem me recordo, você foi contra a idéia, no princípio. Ou também se esqueceu desse detalhe?
Draco riu, baixinho.
Como eu poderia me esquecer? Já faz tempo, mas deixe-me ver... – ele começou a falar.
Open Flashback
Lady Victoria Boulderbottom, um espírito transmigrante da virada do século, vê-se apanhada em um redemoinho do tempo e acaba encalhando dentro de um bar de solteiros em Chicago, numa noite se sábado. Sendo aquela que não perde uma oportunidade, Victoria vence suas inibições, livra-se dos espartilhos e sai para explorar sua recém-descoberta liberdade
Close Flashback
Draco recostou-se, na cadeira.
Que tal?
Razoável – admitiu Ginny, sorridente.
Fazia apenas três semanas que ela trabalhava na editora quando consultara Draco a respeito da idéia. A resposta que ele lhe dera fora típica.
Sinto muito, Ginny. Não combina com a Aspects.
É claro que combina – insistira ela. – Victória trará uma nova perspectiva para a seção "Vida de Solteiro". Tudo será novidade para ela. Ela será como uma criança em uma loja de doces, não saberá o que experimentar primeiro!
Como de costume, Draco se mostrara irredutível. Por isso, Ginny abrira a carteira e depositara cinco notas de dez dólares em cima da mesa.
Vamos apostar – propusera. – Cinqüenta dólares como Victória será um sucesso logo no primeiro número e que continuará sendo seis meses depois.
Desconcertado apenas por um momento, Draco se recuperara rapidamente e guardara as notas no bolso, murmurando:
Apostado.
Conforme as previsões de Ginny, os leitores, principalmente as leitoras, da Aspects foram imediatamente cativados pela marcante personalidade de Victória, que combinava inocência e ingenuidade com uma sensualidade devassa.
Em poucas semanas, Victoria Boulderbottom tornara-se uma das colunas mais lidas da revista, deixando Draco perplexo e Ginny com cinqüenta dólares a mais no banco.
Ela traçou uma linha no disquete com a ponta do dedo, seguindo o movimento com os olhos.
Em outras palavras, você admite que se enganou, com Victoria, no início.
Admiti isso há muito tempo.
Portanto, existe uma grande chance de você estar enganado agora, também. Concorda?
Admiro sua persistência, Ginny. Mas está perdendo seu tempo. "O Casamento Ideal" é pura fantasia. Mulheres se casam por dinheiro, todos os dias, todo mundo sabe disso. Mas não existe tradição, etapas a seguir que garantam êxito.
Ginny balançou a cabeça, incrédula.
Mas é uma fantasia, Draco! A intenção não é garantir que as leitoras da Aspects consigam encontrar maridos ricos, de verdade, e elas sabem disso!
Esse é outro problema. Tudo que você faz com Victoria, mesmo os conselhos mais fantasiosos, acabam sendo práticos. Possíveis, entende?
Sim, mas...
Como aquela vez em que ela respondeu a todos os anúncios pessoais dos jornais e depois escreveu sobre os homens que conhecera.
E você também estava relutante com essa idéia – lembrou Ginny.
Draco levantou os olhos para o teto, suspirou fundo e começou de novo.
O que eu estou querendo dizer é que qualquer um poderia ler o artigo e depois publicar seu próprio anuncio, já ciente de alguns imprevistos, de ciladas, digamos assim, porque Victoria já os prevenira. É o que ela faz, e por isso é tão popular. – Não estrague tudo, Ginny. Reme a favor, não contra.
Ginny precisou fazer um esforço tremendo para permanecer sentada. Nos três meses anteriores, ela usara amuletos do amor, freqüentara clubes de solitários e não se lembrava de quantas xícaras de café tomara, com homens insípidos, tudo em nome da pesquisa para Victoria Boulderbottom. O mais importante, porem, era que ela lera todas as cartas enviadas a Victoria.
As mulheres correspondiam de uma maneira que Ginny nunca sonhara ser possível. Algumas lhe contavam coisas íntimas, histórias de partir o coração, enquanto outras escreviam para expressar desaprovação de alguma coisa que ela fizera.
A maioria das cartas, contudo, era de mulheres que simplesmente se sentiram felizes em saber que não eram as únicas que haviam conhecido mais que a porção que lhes cabia de homens menos que perfeitos. O atrativo de Victoria era justamente o fato de ela ser uma delas; mais uma mulher com esperança de encontrar o verdadeiro amor, e que tinha o bom humor de achar graça quando tudo dava errado.
Se existia alguém que conhecia a chave do sucesso da coluna de Victoria, esse alguém era Ginny. E a ultima coisa que ela precisava era dos conselhos de Draco.
Eu remo a favor – declarou, com veemência. – Todos os dias. E sei que "O Casamento Ideal" é perfeito para Victoria.
Draco esfregou o rosto com uma mão.
Como pode ter tanta certeza?
Por instinto e experiência.
Não é suficiente, Ginny. – Ele esticou o braço, tirou um disquete de dentro de uma caixa e colocou-o na mesa, diante de Ginny. – Quero que dê uma olhada nisso.
Ela olhou para o disquete, com uma ruga na testa.
O que é?
Uma nova série para você e Victoria. – Draco girou a cadeira de frente para o computador, numa atitude que não deixava espaço para mais argumentos. – A descrição é extensa, mas, se tiver alguma pergunta, poderemos conversar depois.
Tenho uma pergunta, agora! Por que não discutiu a idéia comigo, primeiro?
Não senti necessidade.
Como não sentiu necessidade? Estamos falando da minha coluna! Uma coluna que tem agradado e muito, sem qualquer palpite seu, durante dois anos.
Não me obrigue a ser desagradável, Ginny.
Acho que estou começando a compreender – disse ela, finalmente. – Não faria diferença o que eu tivesse colocado em sua mesa, faria? Você teria rejeitado, de qualquer maneira.
Está enganada – murmurou Draco, calmamente. – Se eu sentisse que o artigo era promissor, eu o publicaria e simplesmente adiaria a nova série.
Mas não a discutiria comigo, assim mesmo.
Não.
Por quê?
Porque, para falar com franqueza, não tenho tempo. Você esteve na reunião editorial. Está a par das modificações que quero fazer na Aspects, e no momento essa é minha principal preocupação. Estou interessado no que é bom para a revista, só isso.
Ginny levantou-se, colocou um dedo sobre o disquete de Draco e empurrou-o de volta.
E eu estou interessada no que é bom para Victoria.
A expressão de Draco permaneceu impassível.
Reflita um pouco a respeito, Ginny.
Tenho uma proposta a fazer – declarou, com um entusiasmo contido, depois de alguns momentos de reflexão. – Você publica meu artigo no próximo número da revista e eu começo imediatamente sua série, sem discutir. Que tal?
Draco passou uma mão pelos cabelos. Estava começando a entender por que Marcus fora para o Alasca.
É inacreditável, Ginny! – exclamou, exasperado. – A resposta é não! A menos que... – acrescentou ele, depois de uma breve pausa.
A menos que o que? – Ginny olhou para ele, esperançosa.
Se você conseguir provar que esse tipo de artigo dá resultado, eu o publicarei.
Ginny deixou-se cair sentada na cadeira.
E como vou provar?
Encontrando um marido rico, claro.
Isso é ridículo!
É exatamente o que estou tentando lhe mostrar.
Ginny pôs-se de pé novamente, agitada.
Não é desse ridículo que estou falando!
Draco respirou profundamente, tentando manter a calma. A mente daquela criatura dava mais voltas que um saca-rolhas.
Como assim, rico? – quis saber ela. – Que tipo de riqueza?
Ora, que tipo, Ginny! Riqueza, fortuna... dinheiro!
Dinheiro velho ou novo?
Tanto faz.
Ganho honestamente?
Draco revirou os olhos.
O que você acha?
Só estou perguntando.
Com um longo suspiro, Draco levantou-se e contornou a mesa. A expressão de surpresa de Ginny transformou-se em curiosidade, quando ele enfiou a mão no bolso e tirou um maço de notas. Aquilo encerraria o assunto, de uma vez por todas.
Sem processos pendentes, e estritamente heterossexual. E até o Dia do Trabalho. É o acordo. – Draco contou e separou cinco notas de dez e colocou-as sobre a mesa, empurrando-as para Ginny. – Que tal?
Ela contemplou o dinheiro, atônita. Draco vencera, ambos sabiam disso. Lançara uma luz diferente sobre o que não deveria passar de simples diversão para as leitoras. Ele conseguira.
Ginny, no entanto, nunca recusava um desafio. Não, se tivesse a mínima suspeita de que poderia ganhar. Tudo começara no dia em que seu irmão, Rony, balançara uma nota de um dólar acima de sua cabeça e apostara que ela não conseguiria entrar no cinema sem pagar e sem ser vista. Nenhum sorvete que ela tomara na vida tivera um sabor tão especial quanto o que ela comprara naquela tarde, com o dinheiro de Rony.
Ginny lançou um olhar de soslaio para Draco. Ele a observava atentamente, avaliando-lhe a hesitação, julgando as chances de ganhar a aposta.
Se Ginny recusasse, estaria admitindo derrota. Seria o mesmo que aceitar passivamente os planos de Draco para Victoria e deixar a coluna nas mãos dele, dali por diante, o que seria intolerável.
Draco arqueou uma sobrancelha e sorriu.
"Que petulante", pensou Ginny, voltando a atenção para o dinheiro. Seria bem feito se ela entrasse no jogo dele e lhe ensinasse uma lição. Afinal, ela não tinha namorado, não estava saindo com ninguém e nem estava apaixonada. Depois de anos de busca, tudo que conseguira foram relacionamentos passageiros, sem conseqüências.
Talvez estivesse na hora de sonhar mais alto. Afinal, como costumava dizer tia Clothilde, "a dificuldade de fisgar um rico é a mesma de fisgar um pobre". A questão era, ela conseguiria?
Ginny virou-se e começou a andar de um lado para outro. Precisava de tempo para pensar.
Tem alguma coisa gelada, ai? – perguntou, apontando para o minibar, no canto do escritório.
Só umas pedras de gelo – disse Draco. – mas posso preparar um drinque para nós. Que tal, uísque?
Enquanto ele pegava os copos e o gelo, Ginny repassou mentalmente tudo que precisava para ganhar a aposta.
Primeiro, a imagem teria de ser perfeita: roupas, carro... Ela já tinha um Corvette clássico, ano 1963, herdado três anos antes de tia Clothilde. Podia riscar o item "carro", da lista. Assim como um bom colar de pérolas, um Corvette clássico se adapta a qualquer ocasião.
Faltavam as roupas e um endereço importante. Ginny também riscou ambos os itens. O limite de seu cartão de crédito não estava estourado, e se fosse necessário, ela poderia providenciar mais um ou dois. Quanto ao endereço... ela simplesmente não convidaria o possível noivo para ir à sua casa.
A única coisa que faltava era o pretendente. Ginny tamborilou os dedos na mesa. Os Estados Unidos era um país enorme. Valia a pena tentar.
Draco aproximou-se com os drinques e um sorrisinho triunfante no rosto. "Pobre Draco", pensou Ginny, aceitando o copo. "Nem imagina que já perdeu a aposta."
Estou considerando sua sugestão – disse ela. – Mas cinqüenta dólares não são suficientes.
Draco enfiou a mão no bolso.
Quanto?
Ginny fez um aceno com a mão.
Deixe seu dinheiro aí. O que tenho em mente é muito mais interessante.
Diga.
Ginny bebeu a dose de uísque praticamente de um só gole e colocou o copo vazio sobre a mesa.
Se eu levar esse projeto adiante, terei um rombo em minhas finanças. Só criar a imagem certa custará uma fortuna. Concorda?
Draco assentiu e tomou um gole de uísque.
Por isso, se eu conseguir, você cobrirá todas as minhas despesas. Não a editora, Draco. Você. De seu bolso. Cada centavo.
Se você conseguir, terá dinheiro mais que suficiente para cobrir as despesas. – observou ele.
É o acordo.
Não deixa de ser justo. – Draco deu de ombros. – Cobrirei as despesas.
Ginny deu um passo na direção dele.
E quero que "O Casamento Ideal" seja uma série. Um artigo por semana, a partir de agora, até setembro.
Draco começou a protestar, porém Ginny ergueu uma mão.
Pense bem, Draco. Enquanto estou lá fora, tentando provar que dá certo, os leitores poderão acompanhar o progresso de Victoria, suas vitórias e fracassos. Mas o resultado só será revelado no final.
Draco largou o copo sobre a mesa.
Continue – murmurou, com ar de pouco-caso, embora Ginny detectasse o brilho de interesse em seus olhos. Chegara o momento de dar o golpe.
Ela chegou mais perto.
E, quando eu for pedida em casamento, você me dará sociedade na revista.
Ei, espere um momento...
Não na editora, na revista – explicou ela. – E não precisa ser metade. Trinta e três por cento estará perfeito.
Draco fez uma careta.
Eu devia despedi-la, sabia?
Ginny fingiu-se de magoada, enquanto se aproximava cada vez mais de Draco.
Qual o problema, Draco? – Ela traçou uma linha com a ponta do dedo no peito dele, fazendo-o recuar. – Com medo de perder?
Draco Baixou os olhos para a mão de Ginny.
Nem por um momento.
Então, qual é o problema? – Ela contornou lentamente um dos botões da camisa dele com a ponta do dedo. – Tenho certeza de que os leitores de Victoria vão adorar vê-la caçar um homem rico... Acompanhar os altos e baixos... "Ela conseguirÿ" "Não conseguirÿ" Tudo isso levará a um aumento de circulação da revista e representará propaganda para você. – Ginny segurou o colarinho de Draco e puxou-o para a frente. – E eu quero participar desse benefício.
Delicadamente, Draco abriu os dedos de Ginny e levou-lhe a mão aos lábios.
É disso que eu gosto em você, Ginny. Você pensa como eu.
Ela não retirou a mão, surpresa com a suavidade do toque da pele áspera.
Qual é a sua idéia, exatamente?
Qual será a minha parte nisto tudo, claro. – Ginny tentou recuar, porem Draco segurou-a com firmeza. – Preciso ter alguma vantagem.
Aumento nos lucros e maior participação no mercado – murmurou ela. – Que mais você quer?
Draco acariciou a mão de Ginny, com o polegar.
Algo que torne o acordo mais interessante para mim. Alguma coisa mais... pessoal.
Ginny ficou paralisada. Aquilo era inesperado. Draco sorriu e ela se sentiu derreter por dentro.
Como o quê, por exemplo? – murmurou, subitamente mudando de opinião a respeito de covinhas em homens.
Draco suspendeu o queixo de Ginny com um dedo, forçando-a a encará-lo. Ela prendeu a respiração, enquanto um milhão de possibilidades lhe passavam pela mente.
Como seu carro – sussurrou ele.
Ginny afastou a mão de Draco com um safanão e deu um passo para trás, bruscamente. Em que estava pensando? Mãos másculas, covinhas, respiração quente e mil outras coisas... E ele só estava preocupado com os negócios!
Eu devia ter previsto! – exclamou, andando de um lado para outro, com os punhos cerrados, contrafeita consigo mesma por ter sido tão tola. – Você é um conspirador, isso sim!
Eu, conspirador? E você? Trinta e três por cento da revista?
Eu teria merecido – revidou Ginny. – Além do que, meu carro tem valor sentimental incalculável!
Qual o problema, Ginny? Está com medo de perder?
Ginny parou do lado oposto da mesa e olhou para Draco. Não lhe desejava mal por querer incluir seu Corvette na aposta... só uma bela calvície, e precoce! Mas era tarde demais para recuar. Ela pegou as notas.
Apostado.
Draco levantou um punho triunfante no ar, enquanto Ginny guardava o dinheiro no bolso.
Vou guardar isto, como um adiantamento.
E talvez eu guarde seu carro em minha garagem, como adiantamento, também.
Pode sonhar à vontade.
Pelo menos, vou lá embaixo dar uma espiada nele. Só para ter certeza do que vou ganhar.
Você vai ganhar uma sócia, Draco, só isso. Além do mais, o carro não está aqui. Está na garagem desde o começo do inverno e só vai sair de lá na segunda-feira.
Por quê? O inverno acabou há meses.
Tradição. O Corvette sai para a rua no primeiro dia de junho. Nem um dia antes. – Ginny girou nos calcanhares e caminhou para a porta. – Mas pode imprimir as cláusulas do acordo no computador. – Ela parou com uma mão na maçaneta. – Para não perder tempo, depois.
Draco atravessou a sala e espalmou uma mão contra a porta fechada, impedindo Ginny de sair.
Você realmente acredita que é capaz?
Ginny olhou para a mão de Draco e depois fitou-o nos olhos.
Você perdeu a primeira aposta porque subestimou Victoria. E vai perder a segunda porque está subestimando a mim.
N/A: Mandem reviews Pleasssssssssse! Mesmo pra dizer que eu escrevo mal, mas postem reviews Pleasssssssse!
N/A2: Sei que demorou muito, más é que no meio da semana mas precisamente na terça eu quebrei o braço direito e eu sou destra! Imaginem a confusão minha tendo de escrever com uma mão só!
N/A3: Agora a sic deverá ser atualizada uma vez por semana! Se eu tiver algum problema na atualização eu aviso com antecedência.
