O Mito do Amor Eterno
Arthemisys
O Meio
Quinta Parte
Durante os seis meses que se seguiram, os Campos Elíseos do Reino dos Mortos pareciam que tinham ganhado vida nova. A notícia de que um herdeiro de Hades e, portanto, um novo deus, estava para chegar, animaram a todos de uma maneira toda especial. Nos céus Olímpicos, Zeus soube da alegre notícia junto com Deméter, Hera e Athena. Tão logo, Hermes, o mensageiro de Júpiter, foi até o Reino das Sombras dar em nome de Zeus e Deméter, parabéns à Cora e Hades.
Em um dia próximo à partida de Perséfone para a temporada que tinha que cumprir na Terra, a jovem Imperatriz passeia pelos Campos Elíseos junto com a sua fiel serva e melhor amiga, a mortal Cianéia.
- Já pensou em um nome para o príncipe, rainha Cora? – perguntou Cianéia, vendo que sua senhora colhe alguns lírios.
- Cianéia, não será um príncipe que o Mundo das Almas terá... – ela respondeu, enquanto contemplava a pequena flor sendo girada pelos seus dedos – Nix me disse que eu estou esperando uma princesa... – e vendo o semblante de admiração que sua amiga fez, a deusa fala – Mas não conte isso a ninguém! É uma surpresa que pretendo fazer ao meu marido!
- Sim, minha senhora, não se preocupe! Minha boca é um túmulo! – e vendo que a jovem ri com a resposta dada, Cianéia volta a perguntar – E então? Qual será o nome da futura princesa???
- Ephemeron. Nossa filha se chamará Ephemeron! – Cora fala com um largo sorriso de alegria.
- Lírio branco selvagem... – Cianéia traduz o nome latim que Perséfone pronunciou – É um lindo nome! Digno de uma deusa!
- Eu sei Cianéia! É um nome digno para o fruto de um grande amor!
As duas se abraçam, indo assim até o Palácio de Hades que por enquanto, não sabia do segredo que ficou entre Nix, Cianéia e Perséfone.
Mais alguns dias se passaram e com muito pesar e saudade mútua, Cora teve que mais uma vez, deixar Hades e os Reinos Subterrâneos, em direção à Terra banhada de Sol. Mas antes, ficou confirmado que dessa vez, Cora passaria apenas dois meses, já que tanto a Rainha dos Mortos, quanto o Monarca, queriam que o futuro herdeiro do Inframundo nascesse no seu Reino.
Sabendo do retorno de Prosérpina ao Mundo dos Vivos, Afrodite resolve colocar os seus frios e danosos planos em ação. E assim...
- Pelos deuses, que noite maravilhosa! – diz Thanatos, deus que personifica a morte.
- Digo o mesmo, meu querido Thanatos... – assim diz Afrodite, que se levanta do leito onde há alguns momentos antes, dava a Thanatos, um prazer sem limites. O mais luxurioso prazer que só os imortais tem o privilégio de sentir, se eles tiverem como companheira de prazer, a bela Vênus.
- Se estivesse em minhas mãos agora, daria todo o Inferno e todos os seus habitantes a você, magnífica mulher! – exclama Thanatos, enquanto bebe mais uma taça transbordante de vinho oferecido pela bela Citeréia.
- Não ambiciono tanto, meu viril senhor... – ela fala com uma voz melosa, enquanto cobre o seu corpo com uma fina túnica negra. Em um móvel próximo, ela pega um objeto pontiagudo, que brilha com a chama da única tocha que ilumina o quarto da deusa e um pequeno recipiente de cristal, quase imperceptível. Ela se aproxima novamente de seu amante – Apenas desejo que me beije, Thanatos...
Prontamente, o deus concede ao pedido de Afrodite e enquanto os lábios do deus se compraziam dos lascivos lábios de Afrodite, a deusa rapidamente faz um pequeníssimo corte no punho de Thanatos, que ainda entorpecido de prazer, não sente nada. Enquanto fingia corresponder com ardor o beijo, Afrodite consegue depositar algumas gotas de sangue de Thanatos no interior do recipiente. Antes de terminar a carícia, ela toca o local do corte com as pontas dos dedos, fechando imediatamente a pequena incisão. Ela o olha satisfeitíssima.
- Agora vamos dormir. Preciso recuperar a minha cosmo-energia. – ela diz, fitando os olhos prateados do deus da morte.
Satisfeito com a longa noite de luxúria que desfrutara Thanatos finalmente adormece nos braços de Afrodite. Esta por sua vez, também se entrega ao sono, com um sorriso triunfante nos lábios.
Após alguns dias, o Olimpo mais uma vez está vestido de festa. Um festim realizado por Dionísio atraiu todos os deuses novamente ao Palácio Celestial e Deméter foi junto com Perséfone, apreciar tal festejo. Hades por sua vez, teve que rejeitar o convite feito pelo deus do vinho, pois suas obrigações no Reino dos Mortos o impediriam de comparecer. Porém, ele enviou uma mensagem através de Hermes para a sua amada esposa, lhe dando votos de cuidado e de saudades.
- A gravidez está lhe deixando mais bela a cada dia! – Íris, a deusa da juventude e mensageira de Hera, fala enquanto acaricia o ventre de sua amiga.
- E o amor também, não se esqueça disso! – Cora completa.
-... Claro, o amor também... – Íris não compreendia o amor de Cora por seu "raptor", mas preferiu não estender mais tão perturbador assunto.
- Querida Cora, como está? – Afrodite, mais uma vez estonteantemente bela, se aproxima das deusas – Deméter, sempre tão elegante...
As três inocentes deusas sorriem ao ver que Afrodite se aproxima.
- Afrodite! – Deméter faz uma breve reverência – Que bons ventos lhe trazem até aqui?
- Vim ver esse belo festim e vim averiguar com meus próprios olhos, o ser que se desenvolve no ventre de sua formosa filha. – os olhos da deusa do amor param na barriga de Cora. A criança se mexe, como que incomodada com a presença de Vênus.
- A criança está crescendo com muita saúde Afrodite, muito obrigada. – Cora também sente um pouco de inquietação.
- Fico feliz com tão plena notícia, querida Perséfone. – Afrodite fala enquanto estende a Cora e Deméter, duas taças transbordantes de vinho trazidas por ela. – Vamos então brindar este pleno acontecimento! – e pegando mais duas taças que uma ninfa oferece, ela dá uma para Íris – Que este futuro deus que está por vir, traga alegria para todos que tenham o prazer de ouvi-lo falar!
Todas as quatro deusas ingerem o sagrado líquido de Baco ao mesmo tempo. Quando retomaram a conversa, uma das Graças chamou Afrodite em particular e essa saiu da roda de conversas. Quanto a Deméter e sua filha, a alegria de estarem juntas não poderia ser maior naquela noite. Porém, os planos de Afrodite não poderiam ter saído melhores. Após algum tempo, já quando o festim estava perto de acabar, Cora começa a sentir algumas dores no baixo-ventre. Achando que poderia ser apenas um mal-está repentino, a esposa de Hades se retira para um dos inúmeros aposentos do Palácio de Zeus. Porém...
- Ai!!! Está doendo muito!!! – Cora está com o rosto lavado de suor e lágrimas.
- Pelo Destino, você está prestes a dar a luz!!! – Deméter se desespera com a agonia da filha – Vou chamar Ártemis! Ela é a única que pode lhe ajudar no parto!
A deusa sai correndo do aposento e logo Ártemis, que também é conhecida como a padroeira das parturientes, chega para prestar auxílio a jovem deusa. O que mais intriga a caçadora é o fato de Cora está sentindo dor, uma vez que nenhuma deusa poderia sentir dor com um parto.
- Agüente firme Cora... A dor logo irá passar... – Ártemis fala enquanto prepara uma bacia com água aquecida – Deméter, por favor, retire-se. Quero ficar a sós com Perséfone.
- Por favor, minha... Mãe... Peça para que... Para que Hades venha... – Cora pede com dificuldade devido a lancinante dor.
Sua mãe afirma positivamente com a cabeça e sai do quarto deixando as duas sós. No lado de fora do aposento, todos os doze olimpianos estão preocupados e ansiosos por alguma notícia referente ao estado de Cora. Logo Hermes parte feito um raio até o Mundo dos Mortos, no entanto...
- O que está acontecendo aqui?! – a voz grave e severa de Hades surpreende a todos os deuses.
- Meu irmão! – Zeus vai ao seu encontro – Mesmo com toda a sua velocidade, Hermes jamais poderia ter trazido você tão rápido...
- Ninguém me trouxe até aqui. – o olhar inquiridor do deus passa por todos os deuses presentes – Sinto que algo aconteceu a minha esposa. – e pousando o olhar sobre Deméter – Onde está Cora?!
- Ela... – Deméter começa a responder a indagação de seu genro, mas é talhada por Ártemis que sai do recinto com as suas mãos sujas de sangue e com um olhar melancólico e triste.
- Terminou... – a deusa começa a falar, mas vê Hades – Imperador. Sua esposa deseja vê-lo.
Imediatamente Hades entra no quarto e ao fechar a porta, Diana não consegue segurar as lágrimas.
- O que aconteceu, Ártemis...? – Athena pergunta, mas sente que algo extremamente grave aconteceu.
- A criança... Ela não conseguiu sobreviver...
Todos os presentes sentem o desespero que a situação fizera. Deméter começa a chorar e Zeus sente, apesar de toda a tristeza, uma grande vontade de consolá-la, mas é impedido por sua ciumenta esposa. A única, porém que não se fez presente na hora da notícia, é Afrodite que apesar de ter calculado que tudo iria acontecer da forma como aconteceu, preferiu não está presente para presenciar tamanha tristeza.
Ao abrir a porta do quarto, Hades sente um imenso mal-está. Era como se a morte ainda tivesse pairando naquele recinto. Seus olhos percorrem todo o local, onde pode ver alguns panos sujos de sangue e uma bacia recém usada. Seus olhos se detêm na imagem mais triste e mais arrebatadora que nunca imaginou que veria. Ele contempla sua esposa dormindo, talvez desmaiada, e ao lado dela, um pequeno embrulho feito com tecido de cor púrpura. Anestesiado ele se aproxima do leito e com cuidado, ele retira o lençol.
-... Não pode ser... – Hades murmura enquanto cai de joelhos diante da visão. Ele contempla o pequeno corpinho de uma criança, uma menina, morta. Parecia que está dormindo, mas o deus da morte sabe que a vida não se faz presente dentro daquele pequeno ser.
-... Hum... – Cora começa a se acordar e imediatamente, Hades volta a envolver o bebê com o lençol e logo, se coloca do lado da esposa.
-... Hades...? – ela tenta esboçar um sorriso – Você veio...
- Não fale agora. Tente descansar... – ele envolve com uma mão parte do rosto da jovem para que ela não reparasse o macabro embrulho ao seu lado.
- Eu quero que ela se chame Ephemeron... – ela diz com uma alegria quase infantil.
- Sim, ela se chamará Ephemeron... – Hades fala com a voz embargada – Agora durma. Precisará de energias mais tarde.
E com um suave beijo depositado em seus lábios, Cora finalmente é vencida pelo cansaço e volta a dormir pesadamente. Apenas mais tarde é que ela saberia do que realmente havia acontecido. A notícia foi dada a Cora por Deméter, Ártemis e Athena. A jovem não consegue suportar a trágica mensagem e com total desespero, começa a chorar e a bater com o punho fechado repetidas vezes no peito. As deusas também tomam suas dores e repetem os mesmos gestos feitos por Perséfone.
Quanto a Hades, este trata dos últimos acertos para o traslado do corpo de sua filha para o Reino das Sombras. Nix ao saber da terrível notícia, também chora e se lamenta infinitas vezes. "Como poderia um filho dos deuses não sobreviver?!" – ela pensa. Mas agora, a única coisa que a rainha da Noite poderia fazer era apoiar a Hades e Cora no que fosse preciso.
E assim, o cortejo fúnebre parte do Palácio Celestial rumo ao Inframundo. Lá, o corpo da pequena Ephemeron (palavra que também pode ser traduzida como "vida efêmera, curta") foi encerrado em uma urna de cristal e enterrado aos pés de uma estátua que simbolizava a menina na altura de sua infância. Tal estátua ficou no Mausoléu anexo ao Templo de Hades.
Na noite daquele triste dia, Hades sai procurando sua esposa pelos corredores do Palácio. Desde que a cerimônia fúnebre terminara, Cora havia desaparecido e nenhum dos espectros ou servos do Palácio, sabia do paradeiro da Rainha. Ele a encontra finalmente nos jardins do Palácio, sentada próximo à romãzeira onde um dia, tinha desfrutado de alguns grãos de romã.
- Cora, por que não me disse onde estava? Fiquei preocupado com a sua ausência.
Ela se levanta e com o rosto parcialmente coberto por seus cabelos, ela se joga nos braços do esposo.
- Eu te amo meu senhor... – ela diz com dificuldade, devido às lágrimas que caem descontroladamente – Mas não sou digna de seu amor... Por favor, devolva-me para minha mãe e seja feliz com outra que possa lhe dar uma felicidade perpétua...
Imediatamente ele a pega pelos braços, fazendo com que ela encarasse os olhos dele.
- Como ousa dizer isso, Cora?! Eu enfrentei a ira e o ciúme dos deuses para poder ter você sempre ao meu lado e agora me pede para devolvê-la?!
- Eu não posso lhe dar filhos... – seu tímido olhar foge do olhar inquiridor de seu marido – Nix contemplou meu ventre e disse que este é seco e sem vida...
- Mas você é a única capaz de me dar o que ninguém na face deste imenso Universo seria capaz de me oferecer. – e colando seus lábios delicadamente nos lábios trêmulos da jovem, ele diz - O seu amor. Não sou nada sem o seu amor...
Os dois amantes se entregam a um urgente beijo, ali mesmo nos jardins. No alto de uma torre do Palácio, Nix vê o casal entregue as juras de amor que parecem transcender o infinito e apesar de toda a tristeza, a deusa da noite diz para si mesma, com um leve sorriso nos lábios:
- Nem mesmo a sedenta ira e a astuta vingança dos deuses são capazes de arranhar esse amor tão imaculado...
Mesmo com o passar dos tempos, a tristeza de Cora só aumentava mais e mais. Nem mesmo as palavras de animo que Nix e Cianéia lhe passavam, eram capazes de animar o sofrido coração da Imperatriz dos Mortos. Era comum ver Perséfone sempre vestida com trajes negros, a caminhar solitariamente nos jardins do Palácio. Vendo toda a depressão de sua esposa, Hades resolve procurar alguém que ele nunca antes teve a ousadia de procurar: o deus do Destino.
Logo, ele comunica a Cora a sua partida, porém diz que vai ter um encontro um pouco demorado com Zeus, não contando assim, as suas verdadeiras intenções.
E dessa forma, o Senhor do Inframundo parte até o seu Templo localizado nos confins do Mundo dos Vivos. Chegando ao recinto sagrado, seus olhos se perdem tamanha é a extensão do Templo que está decorado com vários relevos antigos. Após algum tempo de caminhada, finalmente ele chega ao altar, onde deposita alguns incensos que imediatamente, começam a queimar de uma forma misteriosa, fazendo com que todo o recinto se enchesse de um aroma mágico e misterioso. Hades não consegue dirigir nenhum tipo de oração ao antigo deus, mas espera pacientemente por sua aparição, o que levou um tempo quase eterno. Imaginando que o Destino não quisesse atendê-lo, Hades dá meia-volta, mas...
- Ainda me lembro de suas palavras ariscas, Hades. Parece que foi hoje quando disse que "jamais um deus poderia ter a sua vida controlada por outro, principalmente se esse outro deus for um velho louco que vive longe de tudo e de todos". – o idoso fala enquanto se aproxima da pira onde o incenso queima. Apoiado em uma bengala de madeira torta, o homem inala demoradamente o doce perfume que empesta o ar – Mirra! Ainda se lembra do meu aroma preferido! Muito bom, deus dos Infernos!
- Destino, eu vim até esse fim de mundo para lhe fazer uma pergunta. – Hades responde com a sua frieza costumeira.
- Sobre a pequena Ephemeron? – o Destino intercepta – Um fato lamentável. Nunca me lembro de um deus que tenha perecido ao nascer... Ah! Estou enganado! Lembro-me que você e seus irmãos foram mortos por seu pai, mas Zeus os salvou! Fato esse que deu a ele a estigma de Rei dos Humanos, não é mesmo?
- Se sabe o que aconteceu a minha filha, deve saber onde posso resgatar a sua alma! – Hades perde o controle, diante da brutal informalidade do deus controlador das vidas – Minha esposa fenece a cada dia por causa disso! Eu também morro um pouco a cada dia, mas faço de tudo para que Cora não perceba isso, já que eu sirvo como um pilar de sustentação para ela!
- Calma Hades. – o Destino continua tranqüilo, frente à ira de Hades – Antes não desejaria saber quem instigou toda essa desgraça que hoje assola a sua família...?
Hades fica intrigado com a pergunta, mas resolve ser mais objetivo em sua pergunta.
- Meu objetivo aqui não é saber quem fez isso ou aquilo, mas sim, resgatar Ephemeron, onde quer que ela esteja!
- Você sabe mais do que eu onde está o espírito de sua filha, não é? – o Destino retorquiu Hades que recebe aquela última indagação calado – Você e todos os imortais sabem que uma vez morto, o espírito de um deus vai para um lugar além Elíseos... Uma dimensão que nem mesmo eu seria capaz de chegar.
- Caos... – sem perceber, Hades responde a sua própria indagação que o fez ir até o reino do Destino.
- Sim, o Caos. – o Destino vai até uma das inúmeras portas do Templo, a fim de admirar o pôr-do-sol – Uma dimensão desconhecida até mesmo por nós, imortais. O que significa que a pequena princesa... – ele é talhado por Hades que mais uma vez, explode em ira.
- O que significa que irei buscá-la mesmo que seja no Caos!!! Ela é a vítima inocente de um capricho seu e eu prometi que jamais, iria deixar que minha esposa sofresse novamente! Eu vou resgatar Ephemeron e trazer a alegria ao rosto de Cora custe o que custar!!!
- Hades, sabes mais do que ninguém que a felicidade não é um prêmio que possa ser oferecido assim, de forma tão fortuita. – ele continua a falar com uma voz inabalável – Se veio até aqui atrás de uma resposta quanto ao paradeiro de sua filha, dê-se por satisfeito. Agora se veio saber como vai trazer a paz até o sofrido coração de sua esposa...
- Eu amo Perséfone e meu coração é retalhado toda vez que contemplo o seu doce rosto sendo molhado por lágrimas de dor. – finalmente Hades é vencido pelo sofrimento que sempre tentou esconder no fundo de sua alma.
- O amor de vocês é realmente um sentimento invejável. Tanto que nem mesmo os seus semelhantes são imunes à inveja que esse amor provoca em seus corações pobres e corrompidos. – o Destino desabafa aquelas palavras com tristeza – Mas enfim, quero que grave o que irei dizer agora em sua mente para sempre, Lorde Hades. – esse por sua vez, afirma positivamente com a cabeça e o Destino prossegue – Está em seu Destino encontrar Ephemeron e trazer a felicidade para sua vida e para a vida de sua esposa. Mas para que isso aconteça, deverá encontrar o caminho mais doloroso para o Caos...
- E qual é esse caminho?! – Hades pergunta enquanto vai até o deus que como a fumaça que infesta o Templo, desaparece repentinamente.
Vendo que o deus do Destino não está mais disposto a responder a nenhuma indagação feita por ele, Hades retoma o caminho de volta ao seu Reino, mas ao contrário do que ele mesmo imaginava, seu coração está ainda mais afogado em angústia e ansiedade, pois não saíam de seu pensamento as palavras do Destino nas quais havia uma forte insinuação de que alguém estaria por detrás de toda aquela maré de tragédias. Porém, ele se viu com um pequeno fio de esperança, um pequeno feixe de luz naquele abismo escuro e inatingível. Afinal, ele regressaria com sua pequena Ephemeron mais cedo ou mais tarde.
Palácio Celestial, Monte Olimpo.
Desde a festa na qual Cora perdeu sua criança, a Afrodite não soube mais de nenhuma notícia relacionada ao casal que ela tanto almeja separar. Mais uma vez, a deusa do amor teme que seus planos tenham falhado e que o amor entre Hades e a jovem, apenas tenha aumentado mais. Assim, Afrodite caminha apressadamente rumo à coxia do Palácio, onde uma carruagem está pronta para levá-la ao Mundo dos Mortos.
- Afrodite, por que tanta pressa? – Athena a encontra no meio de um iluminado corredor revestido do mais puro mármore branco.
- Preciso fazer uma longa viagem. – Vênus responde, enquanto caminha, passando pela deusa da sabedoria.
- Chamarei Hermes para ir com você. – Athena responde com um doce sorriso.
- Não! Preciso fazer essa viagem sozinha! – ela devolve com um pouco de rispidez – Se ver Hefestos, diga que eu parti para uma cerimônia secreta.
E como um raio, ela desaparece no final do corredor, deixando Athena sozinha novamente. A filha de Zeus vê então, um pequeno objeto brilhante no chão, que Afrodite deixou cair do seu cinturão. Sorrateiramente a deusa pega o pequeno frasco do chão e ao olhar o conteúdo, o olhar da deusa se torna enigmático.
- Sangue... – a deusa balbucia.
Palácio dos Mortos, Inferno.
Logo que Hades chega do Templo de Destino, ainda montado em seu cavalo, ele é recepcionado por sua esposa. Sem perca de tempo ele desce do animal e vai para dentro do castelo, mais precisamente, para a Sala do Trono.
- O que aconteceu, Hades? Sua demora estava me matando de preocupação e saudade! – Cora fala enquanto se sente abraçada pelo marido.
- Mais uma vez eu repito. Não precisa se preocupar comigo, minha deusa. – ele a beija carinhosamente e então, é retribuído com vários selinhos da jovem.
- Nunca diga para uma mulher não se preocupar, Imperador. Afinal, mesmo que uma mulher não tenha marido e filhos, haverá outros motivos para a preocupação. – Nix entra no recinto, arrancando com essa resposta, um sorriso de Cora que fez Hades suspirar um pouco mais aliviado – Mas me diga Hades, sua "conversa com Zeus" foi interessante? – Nix que sabia para onde realmente Hades tinha ido, pergunta com certo ar de curiosidade.
- Foi uma conversa proveitosa. – ele responde prontamente.
Nesse exato momento, os três sentem uma cosmo-energia poderosíssima adentrando no Palácio.
- Meu rei e soberano! – um espectro entra no recinto – A poderosa deusa Afrodite está aqui e deseja ver Vossa Majestade o mais rápido possível.
- Afrodite? – Cora pergunta surpresa. Hades e Nix se entreolharam num misto de admiração e rancor com a visitante-surpresa.
- A mande entrar. – Hades responde com sisudez.
Logo, a deusa da beleza se faz presente na Sala do Trono, magnificamente bela como sempre foi e é. Ela olha para todo o local e seus olhos azuis param na visão que mais lutou para apagar: Ela vê a sua grande paixão e a sua maior rival de mãos dadas, ela com um olhar de curiosidade e ele, com um olhar instintivamente frio.
- Preciso falar com Vossa Alteza a sós. – Afrodite começa a falar, com uma entonação doce na voz.
- Cora minha querida, venha comigo. – Nix se aproxima da jovem deusa e a leva pela mão para fora da Sala do Trono. – "Se minha intuição não falha, hoje será finalmente desvendada todos os atos pecadores de Afrodite..." – Nix pensa.
Logo que se vêem sozinhos, Hades dá de costas para a deusa do amor, sentando-se em seu trono e dizendo:
- O que veio fazer aqui...?
- Pelo visto você não devolveu "ela" para sua mãe... – Afrodite fala com desgosto.
- E por que deveria?
- Por que ela não nasceu para ser uma rainha! – ela começa a se irritar com a costumeira frieza de Hades – Uma verdadeira deusa deveria dar ao seu rei vários filhos! E essa Cora...
- Lave sua boca antes de pronunciar o nome de Cora! – agora é Hades que começa a se irritar com ela – Diga logo o que veio fazer aqui! – ele se levanta sobressaltado.
- Eu vim para lhe dizer que eu o amo muito Rei dos Mortos. – rapidamente ela vai até ele e diz perto dos lábios de Hades, numa forma muito sensual – E saiba que a minha proposta ainda está erguida... Darei-te meu corpo e minha alma se em trocas, me ofereceres seu corpo e o seu amor... Ah! E o mais importante: darei-lhe quantos filhos desejares.
Hades sente que não pode se mover. Pela primeira vez, Afrodite eleva o seu poder, o prendendo em uma corrente invisível e assim, o deixa imobilizado. Sem perca de tempo, a rainha de Chipre começa a deslizar seus lábios quentes pela sua orelha, mordendo assim o lóbulo e logo em seguida, pelo pescoço do monarca, dando leves mordidas pela pele clara.
- Solte-me mulher...! – Hades fala mais irritado ainda com a ousadia da rainha dos prazeres.
- O que irá fazer? Gritar? – Afrodite provoca mais, passando levemente a língua pelo queixo dele e então, o beija com ardor. Para o seu espanto, ela é correspondida com o mesmo ímpeto e ousadia. Achando que tinha finalmente vencido aquela "batalha", ela o solta das cadeias invisíveis e se sente abraçada fortemente por ele. Mas o que ela menos imaginava naquele momento aconteceu. Em fração de segundos, ela sente que seu corpo é projetado ao chão com violência. Tinha sido empurrada por Hades que limpa a boca com as costas das mãos, em um sinal de verdadeiro nojo do ato antes realizado.
- Comporta-se como uma cadela no cio! – ele fala com os olhos brilhando de ódio.
- Maldito! – ela grita com raiva perante as humilhantes palavras que acabara de ouvir.
Imediatamente, ele a pega com brusquidão pelo braço e a leva para uma janela onde se avista os Jardins do Palácio. A visão também proporciona a imagem de Cora e Nix conversando debaixo de um frondoso pé de amora.
- Está vendo Cora, Afrodite?! – ele fala bem perto do ouvido dela, mas de uma forma brutal – Ela é a única em todos esses tempos que fez o que você jamais conseguiu: ela me fez perder a minha postura de rei e me comportar como um rapazote apaixonado... Ela me fez ter coragem de levá-la para viver nesse Reino sem a permissão de sua mãe... Ela me fez procurar por Destino, aquele que eu sempre repudiei... Ela me fez doar meu sangue para salva-la de uma astuta armadilha sua!!!
Grossos fios de lágrimas começaram a rolar pelo belo rosto de Afrodite. Nunca se sentiu tão humilhada e repudiada em toda sua existência. Aquela "praga" nas palavras de Vênus, realmente conseguiu fazer o que ela, dotada de toda a beleza e graça existente no universo inteiro, jamais conseguiu realizar. Nesse exato momento, o seu orgulho falou mais alto e com rancor na voz, ela fala vagarosamente:
- Você tem razão, lorde Hades... Não consegui fazer o que essa mulher fez, mas... O que eu fiz vocês perderem, jamais conseguirão reaver...
Rapidamente Hades compreende as venenosas palavras da Citeréia. Com grande ódio pela primeira vez despertado, ele a joga violentamente contra uma parede e então, começa a asfixiá-la, erguendo o corpo da deusa do chão.
- Então foi você, maldita!!! Foi você que matou a nossa filha!!! – ele grita desesperado de ódio e seus olhos agora faíscam de uma ira incontrolada – Ephemeron era inocente e nem mesmo ela você teve a misericórdia de poupar, desgraçada!!! A aniquilação de sua alma será pouco para você!!!
Ela começa a sentir que suas forças começam a se desvanecer, tal é a força que Hades está usando. Para ela, aquilo poderia ser perfeito, pois se Hades banisse a sua alma para o Caos, todos os deuses e até mesmo Cora, o castigariam por tão bruto ato. E assim, ela poderá ter a sua vingança completa e definitiva. Entretanto, quando quase estava perdendo seus sentidos, ele a solta, deixando a marca de sua mão em seu pescoço.
- Não... – ele diz com rancor – Não farei isso com você. – e a puxando novamente pelo braço, ele a arrasta pelos corredores do Castelo, chegando assim até a coxia do Palácio. Sob os protestos de Afrodite, ele monta em Nocturnus com ela e partem rumo ao Palácio de Zeus, no Olimpo. Ao verem Hades e Afrodite indo à disparada para longe dos Elíseos, Cora e Nix se levantam sobressaltadas.
- O que está acontecendo Nix?! – Cora pergunta com desespero, porém com certo ar de ciúmes em sua delicada voz.
- Antes de qualquer coisa minha Imperatriz, é necessário que você saiba de uma coisa... – logo, Nix se dirige para o Palácio com Perséfone, a fim de contar quem realmente Afrodite é.
Rapidamente, o corcel negro de Hades alcança a morada sagrada dos deuses. Coincidentemente, está acontecendo naquele exato momento, uma reunião com todos os deuses no Salão das Decisões.
Dentro do Salão, a reunião transcorre sem nenhum problema, mas...
- Eu convoco um Conselho de Justiça agora!!! – Hades adentra a sala violentamente, trazendo Afrodite a força e a arremessando no chão novamente.
- O que está acontecendo?! – Zeus se levanta do trono rapidamente, assim como todos os outros deuses ali presentes.
- O que está fazendo com minha esp... – Hefestos logo vai à direção ao deus dos mortos, mas é calado bruscamente pela fria lâmina de espada em seu pescoço.
– Cale-se Hefestos, pois você é também mais uma vítima das cruéis ambições desta deusa... – os cabelos de Hades encobrem-lhe parcialmente o seu rosto e continuando a falar, declara – Esta deusa é a culpada por uma série de fatos que culminaram com a morte de minha filha e por isso, minha alma deseja a justiça divina!
Ao ouvirem a declaração feita pelo deus, todos se empalidecem assustados, principalmente Deméter, que também está presente.
- Pare de falar loucuras, Hades! – Ares fala indignado.
- Prove as suas acusações, Imperador! – Vesta, a deusa protetora do fogo, grita esganiçada.
- Essa acusação é deveras grave, Hades. – Zeus interrompe o burburinho dos outros imortais – Se por acaso Afrodite tiver sido a pivô dessa recente tragédia, ela será punida como merece, ou talvez, até perderá a sua divindade.
Nesse momento, Hades se deu conta de que não poderia mostrar provas contra ela. A única prova que tinha, eram as palavras soltas de Destino, o que não valeria nada perante aquele tribunal. Por sua vez, Afrodite está tranqüila e com um ar altivo, pois sabia muito bem que a única prova contra ela está bem guardada consigo mesma. Mas o Destino gosta de pregar peças...
- Meu pai e poderosos deuses aqui presentes. – Athena toma a palavra – Se querem uma prova de tal ato perverso, creio que esse minúsculo frasco poderá trazer à luz, todas as verdades ocultadas. – e levantando com o braço, ela mostra o frasco onde tem contido em seu interior, o sangue de Thanatos que Afrodite tinha coletado há algum tempo.
Instantaneamente a deusa dos amores começa a tremer.
- O que é isso, Athena? – Ártemis pergunta curiosa.
- É sangue. Talvez, mais do que isso. – e seus claros olhos fitam os olhos de Afrodite – Provavelmente um veneno usado para causar no pequeno ser que Prosérpina carregava em seu ventre, uma partida prematura.
- Se tudo o que está sendo dito aqui for verdade, eu mesma lhe trucidarei Afrodite!!! – Deméter parte para cima da acusada com toda a ira, mas ela é intercalada por seu genro que diz:
- Eu tive a oportunidade de bani-la eternamente, mas resolvi deixar que a minha ira fosse compartilhada com os sábios deuses. Seja prudente e faça o mesmo que eu, Deméter.
Ela o olha admirada. Pela primeira vez, eles compartilharam da mesma opinião.
- Chame Nix e Perséfone imediatamente, Hermes! Esse assunto é muito grave e precisamos de todos os deuses para a palavra final! – outorga Zeus.
- Não precisa se dar ao trabalho, dispensador de bênçãos. Já estamos aqui. – Nix fala enquanto entra no amplo Salão junta de Cora que parecia ter tomado para si outra personalidade.
- Afrodite, como pôde ser tão cruel?! – Cora indaga a deusa com uma infinita tristeza em seu olhar.
- A maldade que não assolou seu inocente coração, infestou o dela, minha Rainha. – Hades fala enquanto se aproxima da jovem esposa, tomando ela pela mão.
- Chega de conversas sem frutos. – Zeus fala enquanto empunha o seu cetro em direção a Afrodite - Que o julgamento comece agora!
E assim, começa o julgamento de Afrodite. Têmis, a deusa da justiça, logo é convocada para ser a mediadora da julgada e do acusador. Ares, que já tinha conhecido o significado do prazer junto com Afrodite, foi o seu defensor enquanto Nix, foi a auxiliadora nas palavras de culpa que Hades proferia contra Vênus. Como era de se esperar, o julgamento durou muito tempo, um tempo até incontável para os mortais. Mas enfim, depois de acusações e defesas, o Conselho Majoritário formado pela tríade divina (Zeus, Hera e Athena) finalmente se reuniram em particular e assim, promulgaram o resultado daquela reunião:
- Antes de qualquer coisa, que a acusada beba do líquido oferecido por Têmis para que assim, toda a culpa ou toda a absolvição, seja plena e completa. – Zeus começa.
Logo, a deusa da justiça leva até Afrodite que está sentada no meio do círculo formado pelos tronos divinos, um cálice onde contém um líquido misterioso. Afrodite bebe todo o conteúdo de uma vez e assim, o fim do julgamento continua:
- Que todos os deuses aqui presentes presenciem o resultado que seus corações acharam mais convenientes para tal situação. – Hera fala com autoridade. Athena se levanta e com o seu báculo em punho, é a última a falar:
- Foi determinada nesse Conselho de Justiça, que a deusa do amor Afrodite, é culpada pelo mal que assolou ao deus Hades e a sua esposa, a deusa Perséfone. Sua pena é a de mostrar livremente para todo e qualquer ser vivo, a sua verdadeira face: a de um monstro sem escrúpulos que não teve o discernimento divino e que causou, a duras penas, um sofrimento sem medida para as vítimas em questão.
Imediatamente Afrodite sente que sua garganta queima descontroladamente e que o ar lhe falta. Sem forças, ela cai no chão arquejando e ao se levantar, todos os deuses a olham com um medo sem tamanho. O que antes era o sinônimo da mais pura beleza e graça divina, agora era apenas um monstro disforme. Vendo o terror estampado em seus semblantes, Vênus corre desesperadamente para fora do Salão e vai até seu aposento naquele Palácio, a fim de rever o seu adorado rosto. Enquanto isso, Hades se dirige até Cora que o olha com medo.
- Ela se transformou... – ela é calada por Hades que a abraça, dizendo:
- Ela não se transformou. Ela agora mostra o que realmente é. – e a beijando na testa, diz – Agora acabou, minha Rainha. Agora sim poderemos descansar felizes.
- Hades... – Deméter se aproxima – Apesar de todas as nossas desavenças e de nossas opiniões contrárias, gostaria de lhe agradecer por está protegendo a minha amada filha com tanto empenho...
- Não precisa agradecer Deméter. É a minha obrigação como marido e como homem que ama.
Mãe e filha sorriem felizes. Finalmente a justiça se fez presente e Afrodite, começaria a pagar por todos os crimes hediondos que tinha cometido. Mas isso não significa que o inquieto coração da deusa dos amores ficou aprisionado pela culpa. Agora sim seu espírito está talvez mais perigoso e talvez, mais sedento por uma vingança sem precedentes.
CONTINUA...
Notas da autora:
Mais um capítulo no ar, graças a Deus! Mas antes de quererem me matar, deixem-me fazer algumas breves explicações acerca desse capítulo:
Primeiro – Eu tinha começado a fazer uma pesquisa para batizar o nome da herdeira de Hades, mas infelizmente, nenhum nome interessante veio até a mim, até que eu me lembrei de uma amiga que tem como nick, Ephemeron. Então, ela me explicou que seu nick é proveniente do latim e que quer dizer efêmero, algo de vida curta e também, é um nome dado a uma espécie de lírio branco selvagem. Então, eu fiquei bastante interessada em batizá-la assim, pois a personagem também tem um papel bastante parecido com o significado de seu nome. Enfim, espero que essa pequena "homenagem" tenha sido do seu agrado Ephe-cham!
Segundo – Eu recebi um comentário onde dizia que a Afrodite não era uma deusa tão má quanto eu a fazia nesta fic. Bem, isto é realmente verdadeiro, pois como sua própria designação diz, ela é a deusa do amor. Mas isto não quer dizer que ela sempre foi a personificação da solidariedade e do amor puro. Existem inúmeras lendas que contam as cruéis vinganças que Afrodite fazia contra as suas rivais. Mas o que eu quero deixar bem explícito, é que a Afrodite de "O Mito do Amor Eterno" nada mais é do que uma personagem muito apaixonada e que luta constantemente pelo coração do frio deus dos mortos, mesmo que para isso, ela tenha que se subjugar a planos maquiavélicos. E para terminar com esse tópico, quem quiser ler sobre uma Afrodite completamente boa e amorosa, por favor, leiam a minha fanfic "Entre o céu, a terra e o inferno" (Ah gente! Tenho que vender "meu peixe", concordam? Rsrsrsrs...)!
Terceiro (e último) – O deus na mitologia grega que controla o Destino é respeitado e adorado até mesmo pelos outros deuses. Por isso, é que Hades foi procurá-lo para ter alguma luz e sobre a "morte" da princesa. E sobre o Caos, eu criei essa dimensão (que na mitologia existia antes da formação do mundo então conhecido) para que assim, a "morte" da pequena fosse algo compreensível e inacessível aos deuses.
E enfim, MUITO OBRIGADA pelas enormes manifestações de carinho e de apoio que vocês estão me dando! A cada capítulo postado, me sinto cada vez mais feliz e cada vez mais responsável para que todos sem exceção, tenham uma agradável leitura.
Agora terminou. O próximo capítulo será talvez, o último e enfim, espero que acompanhem essa fanfic até o final, até porque muita água vai rolar nesse "mito"! (risos)
Até a próxima!
Arthemisys
