Capítulo 8: A aparição de Almofadinhas
O resultado final da "brincadeirinha inocente" de Draco Malfoy, à qual Severo Snape visivelmente fechou os olhos, foram queimaduras terríveis na face de Christine: inicialmente, sua pele tinha ficado verde e com grandes escamas, como a pele de uma cobra, na região que foi tocada pela Poção. Durante oito dias não foi às aulas. Cinco dias ficou inconsciente, sob tratamento da Madame Pomfrey. Ela também ficou cega por mais dois dias, até que, no terceiro (curiosamente, um Sábado), sua visão voltou. Ao ver o estado no qual sua pele se encontrava, ela disse a Rony, revoltada:
- Que Adonai extermine os Malfoy da comunidade e risque seus nomes do Livro da Vida, jogando-o no sheol, o Poço do Inferno, aonde há apenas fogo, enxofre, lágrimas e ranger de dentes!
- Calma, Chris! Eu também quero arrebentar aquele idiota do Malfoy, mas agora a coisa passou dos limites: pela primeira vez na vida vi alguém tirar o Neville do sério. Quando a gente deixou você aqui, a gente encontrou aquele babaca do Malfoy, que estava rindo da aprontação que fez com você. Quando o Neville ouviu, ele correu de um jeito que parecia um Hipogrifo desembestado: se eu, o Harry e a Mione não tivéssemos segurado ele, acho que nem todos os Homens de Você-Sabe-Quem tinham defendido Draco. Até mesmo os dois armários dele estavam com medo do Neville! Ele parecia um animal descontrolado.
- Coitado do Neville! Ele não tem culpa de nada.
Neville a visitou também, se remoendo em culpa. Christine disse para ele que ele não tinha culpa, o consolando das coisas que lhe acontecera.
Christine retornou às aulas na segunda, com uma marca de queimadura terrível na bochecha direita. Claro que a Sonserina morreu de rir. Foi quando Christine observou Draco e disse:
- Aguarde, filho de Gog e Magog! Filho de Sodoma e Gomorra! O Dia do Senhor está chegando! E nesse dia, não ficará pedra sobre pedra naqueles que cometem abominações diante do Senhor!
- Profecias trouxas nada significam para um Malfoy, Tanenbaum! - disse Draco, em desdém.
- Desdenhe, como desdenharam os habitantes da Terra antes do Dilúvio. E então, quando o Dia do Senhor chegar, só haverá choro e ranger de dentes! - disse Christine, nem fuzilando, metralhando Draco Malfoy com o olhar, e depois desviando-se em seu caminho.
Malfoy não se abalou. "Idiota! Desdenhe enquanto pode! Logo receberá o salário do ímpio, que é a morte!". Christine sabia disso, por causa do Código da Bíblia.
Foi quando, algumas semanas depois, na quarta feira, Christine recebeu uma ótima notícia:
- Ei, Chris! - disse Hermione - Primeiro fim-de-semana em Hogsmeade! Que tal ir lá? Acho que não terá problema você passear, ou durante o sabbath você não pode passear também?
- Claro que vou! - disse Christine - Mas quero aproveitar depois o Domingo para por minhas lições em dia.
Hermione e Christine estavam ficando bem amigas, mas mesmo para ela Christine não contava quais eram seus objetivos em Hogwarts, nem nada sobre a Chave de Daniel, sobre o Código da Bíblia, e sobre o notebook e PDA que tinha escondido no Malão de Contra-Volume. Mas sobre muitas coisas que trouxe de Salem, como os livros de estudos e alguns livros de literatura trouxa, Christine comentou.
- Olha só! - disse Christine, mostrando sua pequena biblioteca particular - Curto pra caramba ficção trouxa: Brumas de Avalon, Wheel of Time, Duna, Tolkien, Star Wars, Sagas de Dragonlance... Tudo isso é muito maneiro! Muita balela, mas tudo muito bem escrito!
- Alguém sabe que você tem esses livros, Chris? - disse Hermione.
- Não... Quero dizer: você é a primeira.
- Então é melhor que mais ninguém saiba. Não sei como os professores reagiriam com alguém tendo livros trouxas em Hogwarts.
- Ah, peraí, Mione! São só livros! Não é nada ilegal! - disse Christine
- Sei, mas existem professores aqui que são meio... digamos assim... paranóicos quando o assunto envolve objetos dos trouxas...
- Você quer dizer Snape! - disse Christine, trincando os dentes. - Se aquele grande filisteu vier dar uma de engraçadinho, juro por Adonai que ele irá se arrepender.
- Bem, esqueça Snape. Vamos dormir. Amanhã é Sábado! Dia de Hogsmeade!
As duas dormiram. Christine, especialmente, estava muito interessada em saber mais sobre Hogsmeade.
No dia seguinte, Christine acordou muito animada. Parvati e Lilá estavam se arrumando muito cuidadosamente, e a olharam com repugnância e certa satisfação, pois ela ainda tinha no rosto a marca da "brincadeira" de Draco Malfoy. "Fúteis! Jezebéis!", pensou Christine, enquanto foi tomar um banho.
No chuveiro encontrou Hermione, que parecia estar de bom-humor:
- E então, qual é a boa? - perguntou Christine.
- Temos encontro com um... amigo...
- Que amigo?
- Bem... não posso contar...
- É que eu realmente não quero ficar sozinha, e - disse bem baixinho para Hermione - Não suporto aquelas duas, principalmente a Patil!
- Você não é a única! - disse Hermione, também baixinho - Aquela Lilá consegue ser fútil ao extremo! E é falsa como moeda de 2 nuques. Vou conversar com o Rony e o Harry, e então eu vou ver se consigo liberar que você vá conosco encontrar esse nosso amigo...
- OK!
Hermione vestiu roupas mais leves, não usando as vestes, mas sim calças jeans e outras roupas mais simples. Já Christine, que ainda não estava acostumada ao frio de Hogwarts, vestiu uma jaqueta de couro marrom escuro, camisa branca, botas marrons de cano alto, calças acinzentadas e uma boina azul marinha. A única curiosidade da jaqueta era o fato de ter um C e um T prateados sobrepostos na frente e uma letra grega Sigma prateada nas costas:
- Bela jaqueta, Chris!
- Era parte do "traje de passeio" da Sigma. O C e o T na frente é de Christine Tanenbaum, obviamente. Eu sempre gostei de usar essa jaqueta.
- Bem, vamos nessa.
Hermione e Christine desceram, quando Harry e Rony as encontraram no Salão Comunal:
- Harry, será que poderíamos levar a Chris conosco? - disse Hermione.
- Pensei nisso, e mandei a Edwiges entregar uma coruja para ele, e ele disse que não teria problema em levar a Chris...
- Bem, então vamos! - disse Christine, guardando uma bolsa de dinheiro no bolso marrom escuro de sua jaqueta.
Os quatro desceram e tomaram o café da manhã. Hermione, como fazia por hábito, lia o Profeta Diário, enquanto Christine lia o USA Magical Today.
- Droga! - disse Christine - O Chicago Ghostriders perdeu para o Los Angeles Lightsabers! Com tantos times na Liga para eles perderem, tinha que ser logo para os Lightsabers!
- Ei, Chris! - disse Hermione - Veja só: "Trouxas descobrem seqüência matemática de obtenção de palavras no Gênesis."
- Como? - perguntou Christine.
- Não tem nada no USA Magical Today?
- Não! Só algo sobre um pé-grande assassino em série.
- Veja aqui, então: "Os trouxas Witztum, Rips e Rosenberg, todos matemáticos, desenvolveram e comprovaram uma série de seqüências matemáticas com informações proféticas dentro da Torah, a Bíblia Judaica. O recente assassinato do líder trouxa israelense Yitzhak Rabin (que acredita-se era um aborto) por um extremista judeu trouxa estava codificado nesse, como os trouxas chamaram, Código da Bíblia, foi descoberto a pelo menos 12 meses pelo jornalista judeu trouxa norte-americano Michael Drosnin...".
- O Senhor dá, o Senhor tira! Bendita seja a Sua Vontade! - rezou baixinho e tristemente Christine, depois de ouvir o que Hermione lera - Ouve, ó Israel! O Senhor, seu Deus, o Senhor é o Único!
- O que foi, Christine? Conhecia esse tal Yitzhak Rabin? - perguntou Rony.
- Rony, ele era muito famoso entre os trouxas, principalmente entre os judeus! - disse Hermione - Ele era quase tão famoso quanto Harry é entre os bruxos...
Hermione explicou então sobre o conflito entre judeus e palestinos e como os líderes trouxas Yitzhak Rabin e Yasser Arafat conseguiram fazer um acordo para que os dois se unissem.
- Então é isso. - pensou Rony - Realmente, é uma grande perda.
- Na verdade - disse Christine - é muito mais do que isso: diferentemente dos trouxas, os bruxos islâmicos e judeus se dão razoavelmente bem... Mas corre boatos de que bruxos islâmicos estariam envolvidos nos Comensais do Vocês-Sabem-Quem, utilizando poções e magias exóticas e realizando pactos com entidades obscuras...
- E quanto ao Código da Bíblia? Seria a...
- Sim, Hermione! É a Chave de Daniel!
- Como você sabe?
- Mione, eu vou contar tudo, mas em um momento mais correto.
- Bem, se não quer falar, tudo bem. Mas pode ter certeza que um dia você ainda vai abrir o jogo.
- Tudo bem! Eu prometo contar tudo, mas não aqui, nem agora. Você mesmo disse: hoje é dia de Hogsmeade, não é dia de esquentar a cabeça, é dia de passear.
Harry, com a ajuda de Rony, Hermione e Christine, estocou alguma comida. Ela estranhou a situação, mas mesmo assim ajudou, colocando alguma comida em sua mochila, que, como muitas coisas suas, trazia ainda a letra Sigma de sua Irmandade em Salem.
Os quatro subiram então em uma carruagem para Hogsmeade. Foi quando Christine falou:
- Vocês vão fazer compras?
- Sim! - disse Rony - Quero comprar umas bombas de bosta na Zonko's...
- Francamente! - disse Hermione - Depois você reclama que tem que usar os livros do Harry emprestado. Podia comprar um livro decente para você.
- Bombas de bosta vêm primeiro, Hermione!
- Você pretende comprar alguma coisa, Christine? - perguntou Harry.
- Sim. Uma segunda coruja.
Quando chegaram em Hogsmeade, Christine percebeu que Hogwarts e Hogsmeade eram praticamente um mundo à parte. WitchHaven, o vilarejo bruxo próximo ao Instituto de Salem, sempre foi projetado para evoluir em aparência conforme os trouxas evoluíam: era uma medida para que os muito ocasionais trouxas que conseguissem entrar em WitchHaven não estranhassem. Na verdade, WitchHaven parecia-se com qualquer uma das milhares de cidadezinhas do interior dos Estados Unidos: um posto de gasolina, um bar/cafeteria/restaurante/lanchonete, com o típico fliperama de Double Dragon ou Street Fighter em um dos cantos, uma loja de ferragens que tem de tudo, uma mercearia devidamente abastecida de cerveja, um doutor que faz de tudo em medicina trouxa e tudo o mais. A maior diferença talvez fosse o Empório de Coruja, as lojas de itens de magia (ocultas no MagiMall, uma espécie de "shopping Beco Diagonal" americano) e um cybercafe, coisa extremamente rara em cidades do interior, mas ainda assim nada que um trouxa não acharia inusitada demais. Luz elétrica, telefonia fixa e celular: tudo isso convivia lado a lado com vassouras, caldeirões e etc.
Já Hogsmeade era totalmente o contrário de WitchHaven: não havia qualquer coisa que aparentasse ser trouxa. Era como se o tempo tivesse parado em Hogsmeade. Mesmo coisas como a Taverna Três Vassouras e a loja de roupas Trapobelo mais pareciam algo saído de um "conto de fadas" do que uma cidade. Parecia que luz elétrica nunca chegaria lá, e até mesmo que a imprensa era algo de um "futuro distante" lá.
Christine desceu com os demais e começaram então a caminhar pelo vilarejo. Para surpresa de Christine, até mesmo os bruxos de lá pareciam mais amistosos que os bruxos americanos: em WitchHaven, sempre tinha-se o mesmo sentimento até xenofóbico dos interioranos em relação a forasteiros. Já em Hogsmeade, todos eram mais calorosos e gentis, e as crianças brincavam nas vielas de pedras sem interferir no caminho dos que passavam.
Christine passou com os demais no Três Vassouras, aonde compraram algumas garrafas de cerveja amanteigada. Na Zonko's, para desprezo de Hermione, Rony comprou algumas bombas de bosta e Fogos do Doutor Filibusteiro, que não soltavam calor e acendiam molhados. Na Dedosdemel, repuseram seus estoques particulares de sapos de chocolate e de outros doces (as varinhas mil-folhas recheadas de damasco eram particularmente gostosas na opinião de Christine). Foi quando Christine passou na loja de Corujas do vilarejo e comprou uma segunda coruja, macho, à qual chamou de Gedeão.
Depois de todas as compras feitas, Christine percebeu que havia um grande cachorro preto a cheirando de cima a baixo, como se suspeitasse dela:
- O que esse cachorro tem?
- Ah, Christine: não se preocupe com o Snuffles aqui. Ele vai nos levar até o amigo de quem eu te falei.
- Ah... E então, Snuffles, vamos nessa? - disse Christine, balançando o pelo do mesmo, como em uma carícia. Esse, por sua vez, passou a lamber carinhosamente a mão de Christine.
Os quatro seguiram o cachorro por um caminho em meio a um bosque. Christine então notou algo errado com o cachorro: por algum motivo, sua coruja recém-comprada Gedeão não podia ficar perto do cachorro. E Christine sabia que corujas bruxas eram treinadas para nunca, JAMAIS temerem o inusitado. "Tem algo MUITO errado com esse cachorro. Melhor eu me cuidar!", pensou Christine.
Foi quando o cachorro conduziu Christine, Harry e os demais para dentro de uma caverna. Lá, Christine perguntou:
- Mione, cadê o seu amigo?
Foi quando Christine percebeu que o cachorro começou a crescer e a ficar ereto, as patas dando lugar a mãos e pés, o focinho desaparecendo para dar lugar a um rosto um tanto envelhecido, com cabelos lisos. Atrás do homem, encontrava-se um hipogrifo.
- Quem... é... você? - disse Christine.
Bem, é uma história bastante longa, mas posso contar ela para você. Afinal de contas, parece que Harry confia em você, e aprendi a confiar no discernimento do Harry. Além disso, quando na minha forma de cachorro, farejei você e vi que é confiável... Quando se tem instintos animais, pode-se descobrir coisas muito interessantes sobre as pessoas. Mas, eu vou lhe dizer quem sou eu...
Foi então que aquele homem, que era um animago, um bruxo capaz de se transformar em animal, apresentou-se como sendo Sirius Black, padrinho de Harry Potter, um bruxo foragido da justiça bruxa por um crime que não cometeu... Atualmente, ele fazia parte de um grupo de bruxos que procuravam informações sobre Voldemort.
- Você acredita em minha história, Christine? - disse Sirius.
- Claro que sim. Apesar dela parecer fantástica demais, acredito.
- Padrinho, existe alguma coisa que você queira nos contar? - perguntou Harry
- Sim. O que você sabe sobre a Chave de Daniel?
- A Chave de Daniel? - disse Harry.
- Sim. Acho que descobri porque Lupin queria tanto que você lesse aquele livro de Aritmancia: você tem consciência da importância que a Chave de Daniel tem?
- Não... Pelo que sei, parece ser apenas um apanhado de profecias, algumas delas que não fazem o menor sentido.
- A verdade é muito maior que isso, Harry. A Chave de Daniel talvez seja o maior livro de profecia que já tenha sido criado por alguém. E com a grande vantagem de que você pode saber profecias sobre qualquer pessoa ou evento, com maior ou menor grau de precisão.
- Existe uma coisa sobre a história do Lupin que você não sabe. Como você sabe, ele é um lobisomem. Isso causava problemas para ele quando o assunto era animais: os animais desconfiam de animagos, como essa coruja que Christine trouxe desconfiou de mim, mas eles simplesmente fogem de puro pavor e pânico quando frente a frente com um lobisomem. Por isso, ele não fez Trato de Criaturas Mágicas. Nesse horário, eu, seu pai e ele estudávamos Estudos dos Trouxas.
- Lupin talvez tenha sido o melhor aluno de Estudos dos Trouxas que já passou por Hogwarts. Dedicar-se a entender o pensamento trouxa foi o que o ajudou a entender seu lado animal, o que o impediu de ter as piores circunstâncias de ser um lobisomem: o que um lobo pensa de um ser humano em geral é o mesmo que um bruxo pensa de um trouxa. Portanto, entendendo o que um bruxo pensa de um trouxa, ele entendia o que um lobo pensava de um bruxo. Isso, ao menos, foi o que ele me disse. Mas isso não vem ao caso.
- Bem, Lupin sabia da existência da Chave de Daniel, e que cientístas trouxas acreditavam que isso poderia surgir de uma tal tamecatima...
- Matemática, você quer dizer! - disse Christine.
- Isso mesmo: matemática. Ele descobriu isso há muito tempo atrás, ainda quando estudava em Hogwarts, fuçando em partes da Seção Reservada aonde ficam o que eles chamam tecnicamente de "Conhecimentos Trouxas Avançados".
- Tecnologia! - disse Hermione.
- Isso. Claro que Lupin fez isso com a ajuda de Tiago: os dois esconderam-se na Capa de Invisibilidade e, com o uso do Mapa do Maroto, queriam na verdade encontrar alguma coisa que os ajudasse a sair da recuperação de Estudo dos Trouxas. Mas o que eles encontraram foi muito, muito mais que isso!
- O que foi? - perguntou Harry.
- Uma série de anotações e estudos de matemáticos trouxas que pareciam comprovar a existência da Chave de Daniel, e seus comentários bruxos.
- Lupin era bom em Estudo dos Trouxas, mas aqueles cálculos eram muito avançados para ele: pareciam até mesmo aritmância. Mas antes que você me pergunte, Harry: não, aquilo não era aritmância, ou pelo menos não algo com o que possa lidar-se atualmente.
- Bem, seja como for, imaginando que a coisa seria útil, Lupin copiou o material em um caderno, ao qual guardou. Apenas ele e Tiago tinham cópias: durante duas semanas eles saíram todos os dias, para copiarem tudo o que podiam, até que ficou arriscado demais continuar a pesquisa. A cópia de Tiago foi desintegrada quando a sua casa foi destruída no acidente que permitiu que você sobrevivesse, Harry. Eu mesmo vistoriei a casa, antes de ir lutar contra Pettigrew: tinha medo que Voldemort ou algum de seus homens tivesse tido acesso ao caderno, e utilizado essas informações, assim como muitas outras coisas que seu pai guardava, como a Capa de Invisibilidade e coisas do gênero.
- Agora, fiquei sabendo que existem provas concretas, e que alguns desses trouxas já teriam até mesmo obtido a Chave de Daniel.
- Isso é verdade, Sirius! - disse Christine.
- Como você sabe? - disse Sirius.
- Já vou contar para vocês tudo o que sei...
Christine então passou quase uma hora contando tudo que sabia sobre a Chave de Daniel, o Código da Bíblia. Hermione olhava-a pasma, num misto de admiração e espanto. Rony tinha dificuldades para entender, assim como Sirius, pois boa parte dos termos trouxas não eram de conhecimento dos dois. Para Harry, porém, ficou extremamente claro.
- Então, deixa eu ver se entendi, Christine! - disse Sirius - Uma série de equações matemáticas, quando corretamente programadas no tal do computador, pode apresentar a quantidade de vezes que uma determinada seqüência de caracteres hebraicos aparecem no texto da Torah, a Bíblia Judaica. E, dependendo do número de repetições e do tanto de caracteres pulados, pode-se dizer o quão precisa e verídica é a previsão?
- É isso, mas não é só isso: é necessário um operador que tenha sido treinado corretamente no Código da Bíblia, ou que consiga decifrar corretamente o que quer dizer as seqüências. Por exemplo: se uma frase e um nome se cruzam, pode ser que aquilo aconteça, ou pode ser um alerta. Imagine se por exemplo aparece "Ronald Weasley" cruzado com "Encontrará riquezas". Pode ser que ele ficará rico financeiramente, mas pode ser que seja um alerta para ele se esforçar, que acabará conseguindo a riqueza.
- Interessante... - disse Sirius - Agora, Christine, que mal lhe pergunte, como sabe tanto sobre a Chave de Daniel?
- Eu não posso explicar agora, mas logicamente pretendo contar tudo para vocês. Apenas espero que confiem em mim, pois ainda não é o momento para comentar-se essas coisas com vocês. Da mesma forma que você está confiando em mim, Sirius, espero que eu possa confiar em você.
- Bem, eu por mim tudo bem. - disse Sirius - Acho que o Gedeão poderá ficar tranqüilo em me fazer entregas, agora que sabe o que eu sou, não é, Gedeão?
A coruja de Christine confirmou meneando a cabeça.
Todos então voltaram para Hogsmeade, de onde voltaram para Hogwarts.
Christine então pareceu entender que seu destino estava cada vez mais próximo...
