Capítulo 12: O Ataque a Hogsmeade
Christine decidiu mandar para Sirius, através de Gedeão (Esther estava fazendo uma entrega em Salem e, além disso, teria problemas com o Animago), uma duplicata da matéria da Statistical Science que falava sobre "o experimento de Rips", "Seqüências Alfabéticas Eqüidistantes no Livro do Gênesis". Claramente a resposta de Sirius foi muito mais cética que a Filha de Benjamin esperava:
"Christine:
Olha, apesar de acreditar que haja algo sério na questão da Chave de Daniel, devo admitir que estou um tanto cético. Pelo que entendi, exigiria uma capacidade de perceber-se letras específicas em uma grande seqüência com muita complexidade, mas acho que um trouxa não seria capaz de perceber isso. Agora, se você acha que é válido, o Aluado aqui está dando uma analisada nesse seu material.
Ah, quanto ao garoto Longbottom, não se preocupe. Apesar de atrapalhado, o danado tem bom coração, isso eu sei. Afinal de contas, é um Longbottom.
Venha com o Harry no próximo fim-de-semana em Hogsmeade, para colocarmos o assunto em dia com mais calma.
De seu amigo,
Sirius Black.
PS:Sei que, como dizem os trouxas, se conselho fosse bom não se dava, vendia, mas acho que você deveria tacar fogo nessa carta após ler... Vai saber quem pode acabar nos traindo nessa vida."
Christine achou por bem seguir o conselho de Sirius e ateou fogo na carta em um dia, quando jogou fora alguns rascunhos errados de equações aritmânticas que não resolviam os problemas propostos: ela sempre teve a mania de tacar fogo em tudo que ela encontrava de errado dela.
O final de semana em Hogsmeade seria uma semana após o jogo entre Grifinória e Lufa-Lufa, que foi vencido pela Grifinória, por um placar de 340 a 220. O pomo de ouro pego por Harry salvou a todos. Christine vestiu-se para ir a Hogsmeade com as mesmas roupas que usou da primeira vez que foi para o vilarejo, embora agora usasse a jaqueta aberta, aonde uma camiseta mostrava a coruja com a letra Sigma de Salem:
- Sente saudades, Chris? - perguntou Hermione.
- Algumas, para falar a verdade, mas acho que agora estou mais para Hogwarts do que para Salem.
As duas amigas encontraram os três amigos: Neville também tinha sido "convocado" por Sirius, agora que ele sabia da situação. Eles desceram juntos e estavam tomando café da manhã, quando uma voz fria disse:
- Talvez, sangue-ruim judia, você não devesse ir para Hogsmeade hoje. - era Draco Malfoy, junto com seus armários.
- O sábio oferece conselhos retos, mas as palavras do ímpio são tortuosas. - respondeu em seu estilo bíblico Christine.
- Já cansei de lhe dizer, Tanenbaum, que suas profecias ou conselhos trouxas nada significam para mim!
- Talvez hoje não, mas lembre-se que Adonai Jire, o Senhor dos Exércitos, ainda não mandou o Juízo Final, e que a batalha de Megido não aconteceu ainda. Lembre-se que no Dia do Senhor, os ímpios receberão o salário da morte em paga de seu pecados! Lembre-se sempre disso, filho de Gog e Magog. - terminou Christine, enquanto saia de perto para ir à habitual estocagem de comida para levarem a Sirius. Agora, com cinco pessoas, eles podiam pegar bastante comida sem que eles ficassem muito carregados.
Os cinco subiram e dirigiram-se a Hogsmeade, aonde o cachorro Snuffles encontrou eles.
Foi quando tudo aconteceu.
Os cinco mais Snuffles estavam subindo a estrada que ia dar no esconderijo de Sirius, quando Christine sentiu um calafrio estranho:
- Sentiram isso? - ela perguntou.
- Eu senti! - disse Neville, assustado.
- Caracas, será que... - disse Rony.
- Talvez seja melhor voltarmos! - disse Harry.
Snuffles latiu em aprovação. Os cinco e o cachorro desceram de volta a Hogsmeade, quando eles viram o que estava sucedendo-se, ao se aproximarem da cidade:
Homens encapuzados e usando máscaras negras atacavam a todos em Hogsmeade. Os professores de Hogwarts tentavam fazer alguma coisa, mas ao mesmo tempo eram atacados por monstros que tinham uma pele parcialmente decomposta. Criaturas semi-translúcidas eram disparadas por todos os lados pelos professores, enquanto eles tentavam lutar contra essas criaturas, mas ao mesmo tempo os bruxos encapuzados atacavam os professores.
Foi quando eles ouviram alguém dizer:
- Morsmordre! - e viram um raio verde subir aos céus
Ao olhar para o céu Christine viu uma das figuras mais horripilantes que já vira: uma caveira, com uma cobra saindo de sua boca, como uma língua.
- É a Marca Negra! - gritou Neville em desespero.
Foi quando Harry começou a desmaiar, de dor e desespero, sua cicatriz queimando de dor. Hermione parecia estar desesperada, com algum medo interno. Neville estava paralisado de puro pavor, enquanto Rony não sabia o que fazer.
Christine começou a se sentir muito fraca, ao mesmo tempo que sentia que aquela luta poderia ser o fim. Nunca ela tinha passado por tanta dificuldade antes, e o desespero nunca a tomou de forma tão patente quanto naquele momento. Foi quando Christine ergueu as mãos aos céus e perguntou em pensamento: "Adonai, então foi para isso que me mandou para Hogwarts? Para perecer e ser enviada ao sheol?"
Então Christine, sem saber porque, começou a entoar um poderoso Salmo, como Davi fizera milênios antes, antes das batalhas:
"O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
Faz me deitar em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas."
De súbito, Christine ouviu Hermione unir-se a seu coro:
"Refrigera minha alma, guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome."
Então, foi a vez de Harry entrar no coro:
"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam."
Neville então, encorajado pelas palavras, entrou também no coro:
"Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda."
Rony e uma sexta voz, que Christine reconheceu como a de Sirius, entraram no coro:
"Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias."
Nessa hora, Christine reparou que havia figuras se aproximando deles, com mãos cinzentas e viscosas aparecendo de sob capuzes.
- Que droga! - gritou Harry - São dementadores!
- Por isso nos sentimos estranhos! - disse Neville.
Foi quando Christine apanhou sua varinha, pensou na sua última visita à Sinagoga de Londres, quando Rabi Albrecht lhe dera a Tanakh e como aquilo tinha-lhe deixado feliz e, dotada de grande vigor agora, entoou sem pestanejar:
- Expecto Patronum!
Uma versão angelical da própria Christine, armada de uma espada flamejante saiu de sua varinha. Quando passou pelo monstro, o patrono de Christine cortou em dois a criatura, que desfez-se sem pestanejar:
- Belo patrono, Christine! - disse Sirius.
- Quase tão bom quanto o do Harry! - disse Hermione.
- Mas ainda vem vindo mais! - disse Neville, apavorado.
Mais alguns dementadores vinham na direção de Christine e os demais. Mesmo tendo o dementador de Christine abatido um e colocado medo nos demais, eles ainda avançavam. Foi quando Harry voltou-se para os dementadores e, pensando em quando ganhara a Taça das Casas de Quadribol dois anos antes, pegou sua varinha e disse:
- Expecto Patronum!
Um cervo prateado semi-translúcido surgiu da varinha de Harry e, juntamente com o "anjo" de Christine fez os monstros fugirem.
- Esses nunca mais vão nos dar trabalho! - disse Rony
- Agora vamos, pois acho que tem algo muito errado! - disse Harry.
Então os seis chegaram em Hogsmeade, quando viram os bruxos que estavam atacando o vilarejo. Eles eram muitos, muitos mesmos, fazendo baderna e atacando tudo e todos:
- Sirius Black! - disse alguém, ao ver Sirius. Era Snape, que estava em fuga.
- Estupefaça! - disse Sirius, mandando Snape a nocaute.
- Pelo menos ele não perde sua única função para nós...
- Então está aqui, Longbottom! - disse uma voz mais grossa e bruta. Quando Neville se virou, a voz disse:
- Crucio!
Ao mesmo tempo, Christine disparou seu feitiço:
- Protegis!
A Maldição Imperdoável da Dor explodiu no escudo de proteção mágica criado por Christine. Ao mesmo tempo, Harry disse:
- Estupore! - mandando o pequeno Comensal ao chão.
Um outro Comensal gritou:
- Ninguém faz isso conosco, seu esquisito! Principalmente com a ajuda de uma sangue-ruim judia! Imperio! - disse ele, apontando Christine como alvo do Feitiço.
Christine esquivou-se para o lado, jogando-se e caindo no chão, deixando o Feitiço explodir no ar. Na queda, ela gritou, apontando o chão próximo ao outro pequeno Comensal:
- Gaea Furiosis!
Um pequeno tremor de terra pode ser sentido, e o Comensal foi derrubado ao chão. Neville, que já estava recuperado do ataque, gritou:
- Petrificus Totalus! - petrificando o Comensal.
- Bom trabalho, Neville! - elogiou Christine, começando a se levantar.
- Está bem, Chris? - perguntou Sirius.
- Sim! - disse Christine, levantando-se e batendo as roupas. - Só um pouco suja, mas tudo bem!
- Comensais da Morte! - disse Hermione, ao ver os dois bruxos.
- Os dois devem ser de Hogwarts! Afinal de contas, sabiam o nome de Neville e o tipo da Christine! - disse Rony.
- Bem, vamos para o centro do vilarejo. A situação parece estar muito feia lá!
Chegando ao centro de Hogsmeade, os seis viram que Hermione estava certa. Muita destruição havia sido feita no vilarejo: a Zonko's estava em chama, ocasionalmente soltando Filibusteiros para todos os lados. As estruturas da Casa dos Gritos pareciam danificadas, assim como as da Dedosdemel. A porta do Três Vassouras foi arrombada e parecia ter sido depredada. Foi quando Harry levou a mão a sua cicatriz, gemendo de dor:
- Ele... está... aqui! - disse Harry, enquanto sentia fortes dores.
- Quem está aqui? - perguntou Christine.
A resposta apareceu logo depois, quando dois homens entraram pela saída oposta. Um era parcialmente careca, com olhos aguados e chorosos, um nariz que parecia cheirar a tudo que estava próximo, como um rato que caça comida. Ele tinha um braço prateado, que de certa forma parecia uma armadura ou cyber-braço para Christine. O outro não era humano, ao menos não inteiramente: seu rosto lembrava uma cobra, com olhos e língua fendida, pele escamosa e verde e nariz achatado.
- Essa não! - disse Rony. Neville estava paralisado.
- Corre, Neville! - disse Hermione - Chame Dumbledore! Vamos precisar de toda a ajuda que pudermos!
Neville saiu em disparada por uma viela, procurando Dumbledore. Ao mesmo tempo, um Comensal entrou pelo lado por onde os dois bruxos anteriores entraram. Dava para ver-se que era mais alto que os dois contra quem Christine lutara, o que indicava ser um bruxo formado. Apesar disso, também ocultava o rosto com uma máscara e um capuz pretos.
- Rabicho! - disse Sirius quase rosnando, olhando o homem com olhos aguados. Christine agora reparara que ele tinha alguma coisa "roedora" nele: o homem mantinha um tique de farejar as coisas ao redor e um olhar de um rato encostado contra a parede por um gato.
- Voldemort! - disse Harry, com os olhos fervendo em fúria.
- Pensei que tivesse reavaliado as coisas, Potter! Devia ter tomado o que aconteceu ao Diggory! - disse uma terceira voz, entrando por uma viela no meio da praça aonde todos estavam.
Draco Malfoy apareceu, acompanhado de dementadores:
- Seu sujo! - disse Rony - Agora resolveu dar as caras?
- Ora, ora! - disse o Comensal - Vejo que fez um bom serviço com os dementadores, fazendo-os voltar até aqui, garoto... Agora, se me permite, milord, eu mesmo exterminarei Potter para você!
- Nada disso! - disse Voldemort - Eu o quero vivo!
- Vivo ele é uma ameaça!
- A quem? A mim? - disse Voldemort, em tom zombeteiro - Lucio, pensei que você me conhecesse melhor... Ou acho que me conhece bem demais. Sabe que não gosto de pessoas com poder e capacidade de me trair como você. Ou pensa que não sei de seu joguinho? Bem, eu tenho uma surpresinha para você. - disse Voldemort, abrindo uma pequena cápsula.
De dentro dela, um dementador saltou. A visão daquilo foi mais assustadora para Christine do que o fato de ter visto a Marca Negra: uma boca saiu debaixo do capuz do ser, e um barulho, como se milhões de turbinas de jatos F-14 tivessem sido ligadas juntas. A boca então se aproximou e beijou Lucio Malfoy, que debatia-se, como se tentasse fazer alguma coisa. Em segundos, a reação acabou, junto com o barulho. Os olhos vítreos de Lucio Malfoy, combinados com os olhos chorosos de seu filho, denunciavam o resultado:
- Voldemort, seu traidor! Nós sempre obedecemos você fielmente... - disse Draco.
- E devo admitir que os serviços de seus pais foram muito bem feitos. Digo seus pais pois sua mãe também recebeu uma visitinha especial agora... Queria que vocês servissem de exemplo...
- Filho-da-...! - gritou Draco, a plenos pulmões.
- Ora, Draco, convenhamos: se estivesse em meu lugar, não faria diferente. Mas isso não vem ao caso. Rabicho, se quiser cuidar de Black, divirta-se com ele e com seus amigos. Quanto a mim, me interessa apenas Potter. Dementadores, divirtam-se com o Último dos Malfoy.
Um dos dementadores que estava ao lado de Draco agarrou-o, enquanto o outro ia descendo seu capuz lentamente e aproximando-se de Draco, que recuava de medo e desespero, ao mesmo tempo que Rabicho partiu para o ataque contra Sirius e Voldemort foi aproximando-se lentamente de Harry. Foi quando Christine, que percebeu estar sendo ignorada por Voldemort, decidiu agir:
- Turbinae! - disse baixinho Christine, apontando discretamente sua varinha contra si própria.
Christine sentiu seus reflexos e corpo acelerados. Sua primeira parte foi ajudar Draco. Ela sabia que ninguém merecia aquele destino, mesmo um babaca arrogante como Draco Malfoy:
- Expecto Patronum! - disse Christine, fazendo sua forma angelical dispersar os dementadores.
Draco então ergueu-se e avançou contra Voldemort, varinha em punho. Ele gritou:
- Avada Kedavra!
Um raio verde saiu da varinha de Draco e atingiu Voldemort, tirando de seu objetivo, que era tocar Harry. Mas o efeito não foi suficiente para matar, embora com o ódio que Draco sentia do assassino de seu pai, ele conseguiu machucar Voldemort um pouco. Harry aproveitou esse instante para recuar um pouco. Christine ficou um pouco ofegante: o Feitiço do Turbinamento costuma desgastar seu usuário.
Nesse meio tempo, o embate entre Sirius e Rabicho estava muito duro. Rabicho então pensou em transformar-se em rato para fugir. Em meio a sua transformação, Rony pegou sua varinha e, apontando Rabicho e fazendo um gesto circular rápido, disse:
- Prisionis!
O agora rato Rabicho tentou correr, mas bateu em uma parede invisível.
- Consegui fazer esse feitiço! - disse Rony.
- Parabéns, Rony. Agora você descobriu aonde amarrou seu pufoso. - disse Christine, brincalhona, para risada de Hermione, que aproveitou e, apontando para a Dedosdemel, disse:
- Accio pote de doces!
Um pequeno pote de sapos de chocolate voou rapidamente às mãos de Hermione. Harry completou o efeito e disse:
- Estupore! - nocauteando o rato.
Sirius pegou o pote de doces, esvaziou-o nos bolsos de Rony e pegou o rato, guardando-o no pote vazio:
- Rony, os doces são um presente. Depois eu pago a Dedosdemel. O que me interessa é esse rato traidor. Quero ver agora fugir agora, seu rato desgraçado! Agora você paga pelo que você fez a mim e a todos aqueles que o amavam e confiavam em você, seu rato maldito! - disse Sirius.
- Um reforço. - disse Christine, apontando o vidro - Indestructo!
O Feitiço da Invulnerabilidade atingiu o vidro, deixando-o inquebrável.
Foi quando todos voltaram-se para Harry e perceberam que Voldemort não o queria mais. Foi quando eles viram que Voldemort levantou-se na direção de Draco.
Voldemort voltou-se para Draco e disse, apontando sua varinha:
- Você está me irritando, Malfoy! Crucio!
O raio de dor atingiu Draco com muita violência, fazendo-o gritar de uma forma capaz de enlouquecer uma pessoa. Aquele grito chocou Christine, que sentiu uma grande piedade de Malfoy naquela hora: apesar de tudo, Draco já tinha pago por seus crimes. Não merecia tudo aquilo que estava acontecendo. E acima de tudo, tinha Voldemort: com amigo ou inimigo, ele não importava. Ele sentia prazer em fazer QUALQUER UM sofrer!
Draco caiu no chão gritando de dor quando Voldemort terminou o feitiço. Draco levantou-se com grandes dificuldades e respirando de forma ofegante, como se estivesse a ponto de ter uma parada respiratória ou estivesse tendo um infarto. Voldemort parecia cheio de prazer em ter feito aquilo a Draco:
- Pelo menos provou ser resistente. Vai ser ótimo isso! - Voldemort apontou a varinha para Draco.
- Droga! - disse Christine, apontando a varinha para si mesma - Turbinae!
- Avada Kedavra!
Antes que o raio da morte que emanou da varinha de Voldemort pudesse atingir Draco, Christine saltou e jogou Draco para o lado, ela próprio escapando por pouco de ser atingida:
- Porque fez isso, Tanenbaum? Ficou louca? - disse Draco, surpreso com a ação desinteressada de Christine.
- Ninguém merece o que se passou a você. Nem mesmo um crápula como você, Malfoy! - disse Christine, em meio à respiração já esperadamente falha na qual estava.
Foi quando Voldemort percebeu a aproximação de Dumbledore, McGonagall e Hagrid, trazidos até o local por Neville e fugiu:
- Dessa vez, Potter, você escapou! Mas aguarde... O seu dia logo chegará.
Dumbledore não teve tempo para fazer qualquer coisa antes que Voldemort aparatasse.
Christine auxiliou Draco a se levantar:
- Deixa que sei me levantar sozinho, Tanenbaum! - disse Draco.
- Você tem que parar de ser um panaca arrogante, Malfoy! E tem que aprender também a ver quem são seus verdadeiros amigos. - disse Christine
- Vocês estão bem? - perguntou o professor Dumbledore.
- Sim... Tem dois Comensais na entrada de Hogsmeade. Um tá estuporado e o outro petrificado. Pelo tamanho, devem ser alunos de Hogwarts.
- Hagrid, recolha os dois Comensais, volte a Hogwarts e verifique se realmente são alunos. Se forem, mantenha-os vestidos nas capas e erga-lhes as máscaras, e me diga quem são. Pode utilizar Férula para prender as mãos e Expelliarmus para tomar-lhes as varinhas, e quaisquer feitiços para impedir-lhes que fujam ou sejam libertados, até que eu retorne a Hogwarts. - disse Dumbledore.
- Sim, professor. - respondeu Hagrid, como um soldado que recebe uma missão importantíssima do mais alto general de seu exército. Christine sentia que o respeito de Hagrid a Dumbledore era quase tão grande quanto ao de Christine por duas bandeiras: a azul, branca e vermelha dos Estados Unidos e a branca e azul de Israel.
- E também pegamos isso aqui! Acho que esse tipinho covarde não vai mais dar trabalho. - disse Hermione, pegando o pote de doce com Rabicho dentro. Ele tentava a todo custo sair de dentro do pote, mas não podia, pois o pote estava indestrutível e fechado. Ele não podia tentar também quebrar o pote revertendo à forma normal, pois tudo que conseguiria com isso seria sua própria morte espremido dentro do mesmo. E mesmo sabendo que seria mandado para Askaban ou acabaria recebendo um "beijinho doce", Rabicho era medroso demais até mesmo para se matar.
- Parece então que agora você vai ser inocentado, Sirius. - disse Dumbledore, olhando para Sirius - Dessa vez acho que o Rabicho não escapa de você.
- Não dessa vez! Esse rato idiota vai pagar pelo que fez a Tiago e a mim! - disse Sirius, pegando o pote e olhando diretamente nos olhos de rato de Rabicho - Nessas horas, tenho que admitir que gostaria de ser como a McGonagall, que é uma animaga de gato...
- Não estão esquecendo de algo? - disse Draco, interrompendo - Meu pai está morto! Ou antes: está MAIS DO QUE MORTO! - gritou ele, aos prantos.
McGonagall se aproximou do "corpo" de Lucio e, após retirar-lhe máscara e capuz, observou nos olhos e virou com uma face triste para Dumbledore, acenando negativamente com a cabeça.
- Parece que é tarde demais para o senhor Malfoy, professor Dumbledore. Ele realmente foi "devorado".
Dumbledore virou para Draco e disse:
- Infelizmente, senhor Malfoy, nada posso por ele...
Draco caiu em um pranto terrível, abraçando-se à primeira pessoa que viu, curiosamente Christine.
Christine sentia algo muito estranho com Malfoy, uma piedade que Christine nunca sentira por ninguém antes, então ela começou a cantar um Salmo que ela conhecia para quando estava-se triste, enquanto deixava Malfoy repousar a cabeça dele no seu ombro:
"Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignitude; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que seja justificado quando falares e puro quando julgares.
Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me e ficarei mais branco que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.
Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó deus, um coração puro, e renova em mim um espírito novo.
Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustêm-me com um espírito voluntário.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos e os pecadores a ti se converterão. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus de minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça.
Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor . Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. Faze o bem a Sião, segundo a tua vontade; edifica os muros de Jerusalém.
Então te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o teu altar."
Ao terminar de cantar, Christine percebeu que Draco estava mais calmo, embora a infelicidade pela morte de seu pai ainda não tinha desaparecido: na verdade, Draco sentia-se como uma criança que não tinha mais o colo de sua mãe. Tudo que Draco queria era chorar.
- Acho que é hora de todos voltarmos para Hogwarts. Sirius, talvez fosse bom você voltar conosco. Quanto ao seu pai, senhor Malfoy, seu corpo será conduzido a Hogwarts, de forma que seja feito o seu velório. Mandaremos comunicar sua mãe e parentes...
- Não há mais parentes, professor Dumbledore. Voldemort mesmo me disse que matou todos os Malfoy, exceto eu. E apenas não me matou porque, antes de me atingir com a Avada Kedavra, Christine arriscou sua vida para me salvar.
- Um ato de coragem, diga-se de passagem. Senhorita Tanenbaum, você merece por causa disso...
- Não quero pontos para a Grifinória, professor Dumbledore. Existem coisas mais imediatas e importantes a serem feitas do que distribuir pontos... - disse Christine, para espanto dos demais.
- Se ela aceitasse, acho que o Dumbledore daria uns 200 pontos. - sussurrou Rony para Hermione.
- Francamente, Rony! Isso não é hora para esse tipo de coisa. - respondeu Hermione, que em certo ponto até entendia a atitude de Christine.
Todos iam voltando para Hogwarts, Draco sempre ao lado do corpo mais que morto de Lucio Malfoy, conduzido com um Feitiço de Movimentação de Corpos. No caminho Draco se aproximou de Christine e disse:
- Tanen... Christine?
- Pois não?
- Obrigado. - disse Draco, com um meio-sorriso sincero.
- Sem problemas. - Christine respondeu, sem conseguir disfarçar a surpresa.
Ao chegarem em Hogwarts, Draco desceu às Masmorras de Sonserina para velar o corpo de seu pai. Ao mesmo tempo, Harry e os demais subiram à Torre de Grifinória.
Lá chegando, Christine pegou seu notebook escondido, chamou o Código da Bíblia em segredo e rodou novamente com o nome Draco Malfoy. Deixou o Código sendo processado durante o jantar. Durante o mesmo jantar, Dumbledore ergueu-se e disse:
- Hoje, fomos vítimas de um ataque em Hogsmeade, provocado pelas forças de Voldemort. E muito me dói dizer que dois alunos dessa Escola compactuaram com o mal e auxiliaram-no, permitindo assim que um de nossos alunos tivesse um familiar vitimado por esse mal. Agora, eles entenderão porque nosso lema é "Draco Dormiens Nunquam Tintilannus"! Nunca cutuque um Dragão adormecido! Professores Hagrid, Flitwick e McGonagall, conduzam os dois alunos.
Hagrid e McGonagall conduziam, amarrados pelas mãos os dois. Para surpresa de todos, tratava-se de Vicente Crabbe e Gregório Goyle, os "armários" de Draco Malfoy. Flitwick trazia, em uma almofada encarnada, as varinhas de ambos, que escondiam seu rosto tanto quanto possível.
- Vicente Crabbe e Gregório Goyle, alunos do 5º Ano da Casa de Sonserina, vocês hoje cometeram o mais grave e talvez único delito imperdoável em Hogwarts! - disse Dumbledore, com uma voz que não lembrava em nada o velho bondoso que Dumbledore normalmente era, e sim um terrível general de guerra - Vocês compactuaram com as forças do mal, mesmo após alertados das conseqüências por todos os professores, ignorando mais de 1000 anos de conselhos, e ignorando os princípios segundo os quais Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e Slytherin fundaram essa escola. E, graças à sua atitude, um companheiro de Casa de vocês e de Escola de todos perdeu o pai. Flitwick, rasgue-lhes as mangas esquerdas das vestes para apresentar a Mácula.
Tão logo Flitwick rasgou as vestes, saltaram aos olhos de todos as Marcas Negras, em ambos os Antebraços, apresentadas por Flitwick.
- Eis a prova, alunos, de que eles compactuaram com o mal. Sendo assim, eu, Alvo Dumbledore, Ordem de Merlin da Primeira Classe, segundo os direitos, deveres e responsabilidades impostos pelo cargo de Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, expulso vocês dois de Hogwarts e da comunidade mágica, e encaminho os dois para julgamento pelo Ministério da Magia. Flitwick, as varinhas.
Em momento nenhum Dumbledore colocou ódio, raiva, desprezo ou rancor em sua voz, apenas uma piedosa decepção. Mas, quando pegou a varinha de Crabbe, este a olhou como se pedisse clemência. Mas foi em vão. Com um gesto rápido e seco, Dumbledore partiu-lhe a varinha em dois pedaços.
No momento em que a varinha partiu-se, todos em Hogwarts, Christine entre eles, sentiram uma sensação terrível. Era como se uma parte da pessoa tivesse se dissolvido. Christine sentia em sua alma o que era aquilo. Aquele estalido seco de madeira quebrando-se era muito mais do que significava: significava que Crabbe era um proscrito, era menos que um trouxa. No momento seguinte, foi a vez de Goyle ver sua varinha desfazendo-se em pedaços. Quando Dumbledore pegou os pedaços da varinha de Goyle e jogou-os ao chão, Crabbe gritou, entre risos ensandecidos:
- Velho caquético! Sua hora ainda não chegou! E se Lucio Malfoy morreu, foi porque mereceu! E muitos aqui vão se arrepender do que fizeram e do que dizem! Lord Voldemort voltou, e vocês sabem disso! E nada pode pará-lo agora, nem mesmo o Potter!
Dumbledore virou-lhe as costas, gesto seguido por todos os alunos de todas as casas. Christine ainda pode ouvir Goyle gritar:
- Vocês vão se arrepender! Hogwarts está condenada! O fedor dos sangue-ruins contaminou essa Escola! Por ter aceito trouxas, Alvo Dumbledore, você acabará tendo o mesmo fim destinado a eles!
- Hagrid, leve-os ao Expresso de Hogwarts e entregue-os às autoridades do Ministério em Londres. McGonagall, Flitwick e Hooch, acompanhem Hagrid nesse serviço como escolta. O sr. Lupin estará os esperando em Londres. Hagrid...
- Sim.
- Está autorizado por mim a, dentro do Expresso de Hogwarts, utilizar-se de magia para conter os alunos expulsos, até que sejam entregues para custódia em Londres.
- Sim, senhor.
O restante do jantar foi silencioso, e mesmo os sapinhos de chocolate não fizeram Christine se animar. Harry, Rony, Hermione, Christine e Neville não trocaram uma palavra, apenas olhares. Não foi necessária qualquer palavra. Nenhum deles estava arrependido do que fez, mas nenhum gostou de fazer o que fez, também.
Ao voltar e conferir os resultados do Código da Bíblia, a surpresa. Ao terminar o processamento, todos os resultados apareceram iguais, exceto que a frase "Christine bas Tanenbaum... Você mudará?" estava seguida por "Você o mudou." e ao lado da parte "Beijado para a destruição" estava escrito "Adiado".
"Qual será a importância de Draco na minha missão? Afinal de contas, não apareceu como os outros, cruzando-se com o nome de Harry ou com o meu... Adonai, me inspire a fazer a coisa certa.", pensou Christine, quando escondeu seu notebook novamente no Malão de Contravolume. Nesse momento, Hermione chegou, um pouco depois de Christine, pois tinha acompanhando os demais alunos.
- Vai dormir?
- Sim... Estou cansada... Preciso descansar, senão amanhã estarei um bagaço! Isso é que dá lutar no sabbath sagrado... - disse Christine, puxando as cobertas de sua cama para dormir.
Mas aquela mensagem continuava na sua cabeça:
"Christine bas Tanenbaum... Você o mudará?"
