Capítulo 13: A revelação do segredo


Por causa de todas as matérias e mudanças que aconteceram em sua vida, Christine nem teve tempo de checar todos os presentes que recebera dos diversos amigos que tinha em Salem.

Christine era bem popular em Salem, fato que não era negado pelos presentes que recebera: muito carregavam o Sigma de sua antiga irmandade, enquanto outros uma montanha aonde um coiote uivava, o Símbolo da Catskills. Um relva esbranquecida pela neve, com lobos prateados desenhados, estavam desenhados em alguns poucos pacotes, presentes de amigos da Irmandade Gilgul, enquanto um urso pardo sobre um céu azul-escuro noturno mostrava os presentes da Irmandade Galleus.

Com o passar do tempo, conforme lembrava-se de abrir seus presentes, Christine ia abrindo-os: muitas das coisas que recebia eram trouxas: livros, CDs, software para computador ("aquele sistema operacional Linux é realmente de matar!", pensava Christine), roupas, bijuterias, etc...

Foi quando, certo dia, resolveu abrir o presente que ganhara de Eric McGuyver, o último que ainda estava. Ela se lembrava muito bem do integrante da Catskill: sincero, amigo, um ombro para a pequena e frágil Christine. Muito do que ela era hoje ela devia a Eric. Atualmente ele estava no último ano de Salem, pronto para os N.I.E.M.s. Ele contou na carta que acompanhava o embrulho que, pela primeira vez em cinco anos, Sigma não estava na frente do Campeonato de Quadribol: parece que a artilheira substituta de Christine, Winona Stardust não era muito ligada no jogo. "Incompetente!", pensou furiosa Christine. Mas então relaxou e decidiu abrir o presente. Ela sabia que Eric era um incrível produtor de artefatos de magia, tanto que tinha tirado a melhor nota em N.O.M.s na matéria Artefatos Mágicos. Mas ao desembrulhar o presente ela jamais imaginou que teria algo como aquilo:

- Adonai Jire! - disse Christine, apalpando a capa prateada que deslizou do pacote. Quando ela olhou para aonde sua mão estava, ela sumiu. - Uma Capa de Invisibilidade!

- Como? - Christine ouviu alguém dizer.

Ela olhou para trás e viu Hermione observando o tecido que estava em suas mãos:

- Hermione...

- De quem você ganhou isso, Chris? - disse Hermione, curiosa.

- Um ex-amigo meu de Salem. Aqui está o cartão.

Hermione leu o cartão bruxo que Christine entregou:


"E aí, Chris:

Pensou que ia ficar longe de nós só porque mudou para Hogwarts? Mina sortuda! A coisa mais difícil é alguém de Salem conseguir ir para Hogwarts transferido. E ainda por cima da famosa Casa de Grifinória e no mesmo ano de Harry Potter! Desde que Harry Potter venceu o Torneio Tribruxo o mundo inteiro sabe sobre ele e que ele está agora no 5º Ano de Grifinória! Só espero que esteja estudando para valer. Afinal de contas, você é de Sigma, tem que honrar Salem e a sua Irmandade aí em Hogwarts!

Bem, a turma da Catskills aqui (eu, Maureen, Gilbert e Marcella) decidiu comprar um presente junta, mas algo que fosse especial. Compramos então algum tecido especial e fizemos essa Capa para você. Uma Capa de Invisibilidade! Faça bom uso disso.

Espero que esteja tudo legal aí em Hogwarts com você e que seus novos amigos, sejam quais forem, sejam legais com você.

Feliz Natal, ou como você diz, Shalom Hanukkah para você e beijos!

Eric McGuyver"


- Puxa vida, são legais mesmo esses seus amigos de Salem, Chris.

- Se são... - disse Christine, pensando então que aquele momento era adequado para revelar a Hermione e aos demais os segredos que ela vinha escondendo.

- Hermione, você sabe se tem alguma sala vazia aonde possamos conversar?

- Claro! Tem muitas hoje, afinal de contas é fim-de-semana. - disse Hermione - Mas por que?

Christine não respondeu: apenas abriu seu Malão de Contravolume e, utilizando-se de habilidade manual, ocultou o seu notebook e seu PDA com a Capa de Invisibilidade.

- Queria mostrar uma coisa... Chame Neville, Harry e Rony. Tenho que revelar algumas coisas...

- Certo! - disse Hermione, descendo.

Christine colocou o volume na bolsa e desceu, encontrando-se com os demais. Depois de algum tempo, e com ajuda do Mapa do Maroto de Harry, encontraram uma sala segura e devidamente afastada do restante de Hogwarts.

- Bem, Chris, - disse Hermione - o que você queria nos mostrar.

- Isso! - respondeu Christine, abrindo o pacote com a Capa de Invisibilidade.

Ao mostrar os dois itens Harry ficou impressionado, Rony e Neville estranharam e Hermione não entendeu:

- Um notebook! - disse Harry - O Duda ganhou um treco desse de aniversário!

- Isso é trouxa? - perguntou Neville.

- Papai já me falou sobre isso! - disse Rony - É um pocuntador!

- Computador, Rony! - corrigiu Hermione - Mas Chris... O que tem isso demais? Isso não vai funcionar em Hogwarts... Nenhum aparelho trouxa é capaz de funcionar em Hogwarts! Os feitiços anti-trouxa são potentes demais: nada trouxa funciona ou detecta Hogwarts!

- Bem, então vamos ver! - disse Christine.

Acionou os botões de liga/desliga dos dois, tanto do PDA quanto do Notebook. E para espanto de todos, os mesmos funcionaram:

- O que é isso? - perguntou Hermione - Como esses equipamentos funcionaram? Estamos em um local anti-trouxa: deveria ter falhado!

- Isso porque você não considerou a tecnomancia.

- Tecno... o quê! - espantou-se Harry.

- Tecnomancia. A arte mágica de contornar os efeitos anti-trouxa em aparelhagem eletrônica. É uma das artes mágicas ensinadas em Salem. Mas isso não vem ao caso agora: basta vocês saberem agora que eu já contava com o Código da Bíblia!

- COMO? - os quatro se perguntaram.

Christine então explicou toda a sua história, desde quando leu o artigo da Statistical Science até o momento no qual descobriu a possibilidade de Harry está ameaçado e sobre a mensagem que sempre seguia a todas as coisas que ela interpretava no Código da Bíblia:

- Se é assim, - pensou Neville - podemos prever o próximo ataque de Voldemort...

- Na verdade, Neville, isso não é tão simples assim. Leva uma média de 5 a 20 minutos para que o computador processe as informações. Além disso, algumas vezes, para termos uma "previsão" eficiente, temos que puxar todas as primeiras ocorrências de um termo e analisar com as ocorrências do segundo termo. Isso sem falar nas análises que são necessárias de serem feitas...

- Bem, a coisa é interessante. - disse Rony - Mas se o Ministério da Magia descobre, Chris, você está enrolada! Isso é uma violação cabal das Leis de Restrição da Magia e das Leis de Mau Uso de Artefatos dos Trouxas.

- Não se preocupe. - disse Christine - Não pretendo utilizar o notebook para sempre. Na verdade, venho analisando possibilidades de encantar uma Tanakh, que é a Torah mais os livros dos profetas e as Escrituras de forma que, escrevendo-se sobre ela, ela revelasse as seqüências e permitisse uma análise profunda do que estaria interligado ou não...

- Meu nome está na Chave de Daniel? - perguntou Harry.

- O de todos aqui estão... Quando vi o seu nome Harry, aquela frase que eu disse para vocês que aparecia direto...

- "Christine bas Tanenbaum, você o mudará?" - disse Rony.

- Sim... Bem, seu nome completo, Rony e o de Hermione cortavam a frase.

- Então... Você sabia que tinha que se aproximar de nós de alguma forma. - disse Hermione, em sua atitude conclusiva típica.

- Isso mesmo. Eu já tinha alguma idéia de como proceder... Mas o desafio mesmo é tentar impedir o que está codificado na Bíblia...

- Espera um pouco. - disse Neville - Se realmente foi Deus quem codificou essa coisa na Bíblia, como podemos impedir?

- Livre-arbítrio. - disse Christine - Todas as coisas que achei codificadas na Bíblia estavam seguidas da frase "Christine bas Tanenbaum, você o mudará?"... Isso quer dizer que Adonai queria saber se tinha coragem de lutar contra os desígnios que ele determinou. E antes que vocês pensem ser isso loucura, o Grande Patriarca Jacó, pai de Benjamin, de quem sou filha, lutou contra Deus, na forma de seu Anjo de Força. Agora, é tudo uma questão de desejarmos mudar as coisas.

- Se pudermos mudar - disse Harry - então vamos ao menos tentar!

- Nós iremos conseguir... - disse Christine - Se todos nós aqui tivemos nossos nomes lacrados e selados no Livro, de forma que apenas com a Chave de Daniel pudéssemos decodificar a Bíblia, temos chances de mudar as coisas. Agora, uma coisa importante: tudo isso tem que ser mantido em segredo... Depois comentarei com Sirius e Dumbledore em segredo, de forma que não haja problemas para nós, entenderam?

- Certo, Chris! - disseram todos.

- Ótimo... Então vamos voltar para a Torre. - disse Chris, aliviada por ter confessado seu maior segredo a seus amigos.