Capítulo 16: Diggory


Christine estava caminhando por um cemitério muito escuro, tanto que ela não conseguia enxergar praticamente nada à sua frente. Para além de um grande teixo à direita Christine podia ver os contornos escuros de uma igrejinha. Um morro se erguia à esquerda. Muito mal, Christine conseguia discernir a silhueta escura de uma bela casa antiga na encosta do morro. Christine estava cega pela escuridão, mas com certeza sentia sua varinha em sua mão. Foi quando ela disse:

- Lumos!

Ela então viu então na lápide à sua frente o nome "Tom Riddle" escrito. Foi aí que Christine ouviu uma voz um tanto suave lhe dizer:

- Estava te esperando, Christine bas Tanenbaum.

Ela virou-se e viu uma figura estranha: era um garoto de mais ou menos uns 17 anos, mais alto que o normal, cabelos castanhos e olhos castanhos escuros. Mas o mais estranho era que ele era semi-translúcido, com estranhas asas de pássaro. Ele vestia uma veste de Hogwarts com o brasão da Lufa-Lufa nele. Uma auréola estava sobre a cabeça dele. Claro que a visão a fez colocar a face na terra, de puro pavor:

- Adonai Jire! Não posso ver o...

- Não precisa temer, Christine... Não sou um enviado de Deus. Pelo menos, não diretamente. Erga sua face, Chris! - disse o anjo, sorridente para ela, enquanto Christine temerosamente levantou o rosto. Os seus olhos cruzaram os do anjo, que lhe disse de forma doce - Realmente você é bem bonita... Harry merece uma ajuda do seu tipo...

- Quem é você? Onde estou? Isso é um sonho? - perguntou Christine, erguendo o rosto e sentando-se no chão.

- Bem, sim e não. Acho que Harry te contou sobre o que aconteceu na última tarefa do Torneio Tribruxo, não contou, Chris? - disse o anjo, sentando-se à sua frente.

- Você... é... Cedric Diggory? - perguntou Christine. - Mas você está morto, ou pelo menos deveria estar, não?

- Sim... e não.

- Como assim?

- Na verdade, eu estou morto... mas minha "sombra", uma espécie de "forma angelical primordial", meu "espírito", se preferir chamar assim, ainda vive. Na verdade, digamos assim que sou um "anjo-em-treinamento", mas não posso lhe dizer muito mais, exceto que sou subordinado de Tsaphkiel...

- O Trono!

- Vejo que é versada no conhecimentos dos anjos... Isso é bom, Christine bas Tanenbaum, pois quer dizer que dedicou-se muito ao estudo das Leis de Deus.

- E o que você quer comigo?

- Talvez você já saiba a resposta.

- A Chave de Daniel?

- Sim. Você imagina o risco de criar uma versão do Código na forma de magia?

- Acho que sim. A única coisa que impede que Volde... quer dizer...

- Não se preocupe. Pode chamar o nome Dele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado entre os bruxos. Na verdade, não estamos na Terra, e sim em um Sonho. Esse local foi criado pois eu sempre devo aparecer no local aonde morri, seja em sonho ou na realidade, até que passem-se os dias de meu treinamento. Mas os anjos, da Hierarquia ou força que forem não temem Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado pois existe Um Poder Maior que o Dele que nos dá a Força para lutarmos contra Ele.

- Entendi... Como eu dizia: a única coisa que impede que Voldemort utilize-se da Chave de Daniel para descobrir e mudar o destino dele é o fato que ele odeia coisas dos trouxas e, atualmente, apenas com o computador pode-se revelar o Código da Bíblia. Mas Diggory, eu não posso sempre ter acesso ao meu notebook, mesmo compatibilizado. Se for pega, posso até mesmo ser presa por Mau-Uso de Artefatos dos Trouxas, você sabe disso!

- Sim. E não disse em momento nenhum que você não deva fazer uma versão mágica da Chave. Mas mesmo assim, deve se cuidar, embora outros como eu, mas subordinados a Raphael, o grande das Virtudes, e a Raziel, o que esconde e revela os Mistérios, estejam lhe protegendo. Mas não conte sempre com isso... Agora, deve ir.

- Espere, Diggory!

- O que?

- Queria tirar algumas dúvidas com você...

- Se é sobre a vida e a morte, infelizmente isso não posso lhe dizer. Posso ter ficado mais falante depois de morto, principalmente com aqueles a quem observo, mas mesmo assim, Adonai Jire não permite que certos segredos sejam revelados antes da hora, mesmo por Raziel, o que Esconde e Revela os Mistérios de Deus.

- Não é sobre isso que quero saber, e sim sobre como proteger Harry...

- Sei que aceitou essa missão de Deus, que estava oculta na Torah de bom grado e coração aberto, como uma legítima filha de Benjamim. Mas não posso lhe ajudar muito...

- Como não! Deve saber um pouco mais sobre os desígnios que se seguem que eu! Por favor, Diggory, me de sugestões de como proceder.

- Se está pedindo para eu lhe ensinar magias e formas de defesa mágicas, sinto muito, pois não fui capaz de defender a mim mesmo. Mas talvez deva utilizar o que já ganhou, unir os inimigos e então lutar. Deixo-lhe, antes de partir, apenas uma rima:

"Três e três

Essa é a forma.

A amiga, o cavaleiro e o vencedor.

O traído, o desprezado e a defensora.

Três e três

Fechando a Estrela

Chave de Salomão

Para fechar o Inimigo.

Três e três

Símbolo Antigo

Para auxiliar nova força

A vencer para sempre o mal.

Três e três

Dois Inimigos

Em lados opostos

Para o Destino final.

Três e três

Três puros, dois comuns

E o Mestiço

Para purificar o mundo.

Três e três

É o número de pessoas

E mais um

Forma o objeto necessário"

- Espero que faça o melhor que você puder, Christine bas Tanenbaum... Tudo que posso lhe fazer é isso. Adeus! E agradeça a Harry por mim, por ele ter me levado de volta a meus pais, para ser sepultado entre os meus antepassados.

Diggory desapareceu. Na mesma hora, Christine viu uma névoa de cheiro adocicado erguer-se e induzi-la ao sono...

- "Ei, Chris! Acorda! Você vai perder a hora!" - Christine ouviu alguém dizer.