Capítulo 19: O segundo Ataque
Os seis voltaram para o Salão Principal, aonde foi servido um magnífico jantar para os convidados, quase todos grandes autoridades do Ministério da Magia e parentes e amigos dos envolvidos nos julgamentos, além dos próprios alunos de Hogwarts, a partir do 4° Ano. Neville e Christine ficaram conversando animadamente junto com Gina e os gêmeos Weasley, enquanto em outra mesa, Rony, Mione, Harry, Sirius e um jovem de cabelos castanhos com muitas mechas brancas, que Christine sabia tratar-se de Remo Lupin (que tinha sido testemunha a favor de Sirius e contra Pedro), conversavam animadamente. Foi quando:
- Ei, Christine! - disse Parvati Patil, que praticamente tinha declarado guerra contra ela - Que aconteceu? Não tem ninguém mais interessante para ficar do que com o Neville "Desastre" Longbottom?
Lilá Brown, que estava ao lado de Parvati e de dois belos (e fúteis!) garotos da Corvinal, deu risadinhas. Claro que Christine não deixou por menos:
- Não, acho que o Neville é interessante o bastante para mim... Pelo menos, procuro um cérebro, e não um rosto.
Claro que a "podada" da Christine tinha sido venenosa. E claro que Parvati não deixou por menos:
- Ao menos os meus amigos não derretem caldeirões, quase matando seu amigo de casa!
Foi quando Neville ficou muito chateado, correndo do jantar. Christine metralhou Parvati com os olhos e disse:
- Só não te arrebento a fuça, garota, porque eu tenho coisas mais importantes para fazer... Mas se você falar qualquer asneira, garota, juro que vou abrir-lhe um talho no rosto bem grande! Oráculo de Yaveh!
Christine correu para o jardim, por onde ela viu Neville correr. Ela o encontrou perto do lago, como quem queria atirar-se nele. Ela apontou a varinha para Neville e disse:
- Impedimenta!
Neville ficou paralisado. Ele olhou para Christine, com olhos chorosos e disse:
- Chris, não precisa ter pena de mim!
- E quem disse que eu tenho pena de você?
- Por que você quis então ficar com um perdedor como eu?
- Perdedor? Quem te disse que você é um perdedor?
- Parvati, Snape, todos!
- Manda esse bando de filisteus irem tomar no meio do ...! - disse Christine.
- Chris!
- Olha, Neville, se eu pensei que tinha ensinado alguma coisa para você é o seguinte: não fique com auto-piedade.
- Mas, Chris, eu não quero que ninguém fique perto de mim por piedade! - disse Neville.
- E quem disse que estou ficando perto de você por piedade?
- Como assim?
- Neville, o que eu te disse naquela vez é sério: você é diferente dos demais quinto-anistas. Você tem mais alma, mais vida, entende? As pessoas apenas não descobriram isso em você!
- Chris...
- Neville, se você pular nesse lago, acha que vai acabar com seus problemas?
Pela primeira vez, Neville teve consciência do que ia fazer:
- Desculpe, Chris... Eu fui tolo!
- Não, você não foi tolo em demonstrar seus sentimentos: Parvati é que é tola ao ponto de te desmerecer por algo que aconteceu há cinco anos!
- Mas e Snape?
- Snape é outro tolo: ele não percebeu que você tem um potencial preso, pronto para ser liberado.
- Mas...
- Faça um favor para você mesmo e ouça o que vou te dizer agora. São palavras de sabedoria, consolo e força que meu povo carrega desde a época do Grande Rei David. Meu povo sobreviveu a muitas guerras, perdeu e reconquistou sua terra, e agora procura reconquistar a paz. Com essas palavras, sobrevivemos a todo tipo de agonia e dor. E graças a essas palavras, que Adonai colocou nos lábios de meus antepassados, resisti a toda dor que se passou desde que abandonei Salem e vim para Hogwarts...
- Sim.
Neville ainda estava triste: os dois sentaram-se debaixo da mesma árvore aonde tiveram sua primeira conversa como amigos. Neville encostou a cabeça no colo de Christine: de certa forma, para o garoto de rosto redondo e gordinho, Christine era a mãe que ele nunca teve. Para Christine, Neville era como um irmão que também nunca teve (a mãe de Christine ficou estéril após o parto dela, por complicações na gravidez, o que era considerado sinal de mal agouro entre os judeus). Christine acariciou lentamente a cabeça de Neville e retirou o chapéu pontudo encarnado, com detalhes em dourado (cores de Grifinória e da Tribo de Benjamin) e observou o Mezzuzah, o pequeno livro que Adonai ordenara a todos a carregar em seus charud até o Fim dos Tempos. Olhando para ele e pedindo inspiração, Christine disse:
"Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente em minha boca.
A minha alma se gloriará no Senhor; os mansos o ouvirão e se alegrarão.
Engrandecerei ao Senhor comigo; e juntos exaltemos o seu nome.
Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos.
Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o salvou de todas as suas angústias.
O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
Provai, e vede que o Senhor é bom; bem aventurado é o homem que nele confia.
Temei ao Senhor, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem.
Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao Senhor bem nenhum faltará.
Vinde, meninos, ouvi-me; eu mesmo ensinarei o temor ao Senhor.
Quem é homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem?
Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano.
Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a
Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.
Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.
A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão punidos.
O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será punido."
Enquanto Christine e Neville continuavam à beira do lago, Rony e Hermione se aproximaram:
- O que aconteceu, Christine? - perguntou Hermione.
- Aquela Jezebel da Patil! - disse Christine.
- Chris, você deve estar com muita raiva dela! Chamar alguém pelo sobrenome não é do seu feitio. - disse Rony
- Depois de humilhar o Neville como ela fez, ela merecia todos as Sete Pragas que Adonai mandou a Faraó!
- Quanto à Parvati, pode deixar que eu ponho ela na linha! - disse Hermione - Afinal de contas, sou Monitora pra que? Quanto a você, Neville, nós todos sabemos que você é um cara mais pacífico, então vamos deixar que as coisas sigam um rumo certo.
- Obrigado, gente! - disse Neville.
Christine sentiu então uma sensação estranha. Uma sensação que não a deixava nada feliz. E ela teve a idéia de olhar para o céu.
- Adonai Jire! - disse Christine.
O crânio com a cobra como língua estava sobre Hogsmeade novamente.
- A Marca Negra! - disse Rony.
- Gente, vamos para dentro de Hogwarts, agora! - disse Hermione, autoritária, como uma verdadeira Monitora de Grifinória.
- Ce-ce-certo! - disse Neville, apavorado com a possibilidade do ataque extender-se a Hogwarts.
E ele estava certo em seu temor.
Bruxos e bruxas chegavam montados em vassouras, com varinhas atirando feitiços de Magia Negra para todos os lados. Os quatro amigos corriam, enquanto os professores saiam para formar a linha de defesa de Hogwarts. Os quatro então chegaram à entrada principal do Castelo:
- Cadê o Harry? - disse Hagrid, que também corria para fora de Hogwarts.
- Não sabemos! - disse Rony - A última vez em que o vimos, ele estava com o Sirius.
- E o resto dos alunos? - perguntou Hermione.
- Os monitores-chefe já deslocaram-os de volta às torres! - disse a professora Minerva.
- Desculpe, professora McGonagall...
- Tudo bem, agora volte para a torre...
- Tenho que encontrar o Harry! - disse Hermione, correndo para dentro de Hogwarts.
- O que está acontecendo? - disse Malfoy, subindo a escada da masmorra, preocupado.
- Como se você não soubesse! - disse Rony.
- Cala a boca, Rony! - disse Christine - Ele está do nosso lado agora!
- Sei não... Acho muito estranho um ataque dos Comensais que um Malfoy não esteja envolvido!
- Agora escuta aqui, Weasley! - disse Draco, literalmente rasgando a manga esquerda de sua veste e apresentando o antebraço. - Se você não sabe, e parece que os seus pais escondem esse tipo de segredo dos "queridos filhinhos deles", se eu fosse um Comensal tinha que ter uma Marca Negra aqui para todo mundo ver! Se isso não é o suficiente para mostrar que estou contra esse maldito Cara-de-Cobra do Você-Sabe-Quem, eu não vou fazer mais nada.
- Vamos! Parem de briga vocês dois! - disse Neville - Temos coisas mais importantes para resolver.
Os cinco agora corriam em direção ao Salão Principal, aonde viram uma cena chocante:
Sirius Black estava caído no chão, estuporado, assim como Remo Lupin. O estuporador não podia ser outro, senão Rabicho. Os dois dementadores que estavam o segurando o largaram, e mais uns 10 se aproximavam rapidamente. Harry estava caído no chão, gritando de dor, enquanto um outro Comensal da Morte se aproximava de Harry.
- Só pode ser McNair! - disse Draco - O maldito é do Ministério e o julgamento foi feito em Hogwarts para impedir que Comensais se aproximassem de Rabicho! Mas ele estava aqui! Só pode ser ele!
- Temos que salvar o Harry! - exclamou Rony.
- Mas como? - disse Hermione.
- Christine, espero que você saiba o que fazer...
- Quem aqui sabe fazer o Feitiço do Patrono?
- Eu sei! - disse Hermione - Li em um livro!
- Eu também! - disse Draco - Papai me ensinou: nunca confiou nesses dementadores.
- Neville, Rony, vocês acham que podem duplicar de alguma forma?
- Como faz ele? Lembro-me do Harry comentando sobre ele. - disse Rony.
- Pense em algo muito bom, que deixou ou deixa você muito feliz. Depois, com essa energia, apontem a varinha na direção dos dementadores e digam Expecto Patronum.
- OK, sem querer ser chato e atrapalhar a aula de DCAT, - disse Malfoy - mas aqueles dementadores já estão chegando perto do Potter!
- OK, vamos tentar! - disse Christine.
Os cinco sacaram suas varinhas e disseram:
- Harry, vamos te ajudar.
- Droga! Amiguinhos do Potter! - disse o Comensal.
- Expecto Patronum! - disseram os cinco em uníssono. Mas apenas dois Patronos saíram: o anjo de Christine e o Patrono de Draco, que parecia uma versão das imagens que Christine vira de Salazar Slytherin, o fundador de Sonserina.
- Salazar Slytherin?
- Mais forte que ele, só o próprio Merlin! - disse Malfoy, orgulhoso por ser um Filho de Slytherin.
- Vocês não conseguiram? - disse Christine aos demais
- Não sei o que deu errado! - disse Hermione.
- Nem eu! - disse Rony.
- Acho que não consegui pensar em nada feliz! - disse Neville
- Droga! - disse Christine, desesperada. - Só tem um jeito! Segurem o McNair para mim um pouquinho e acordem Lupin e Sirius: vamos precisar de ajuda.
- E o Harry? - disse Hermione
- Espero que dê certo, mesmo que isso exploda o meu Malão de Contravolume! - disse Christine.
- Mas e aquelas coisas...
- Temos coisas mais importantes para fazer!
Ela concentrou-se rapidamente e disse:
- Accio Tabernáculo!
Alguns segundos depois, o Tabernáculo caiu em suas mãos, com alguns pedaços de madeira nele, indicando que seu malão tinha de alguma forma se danificado.
- Um Tabernáculo de Prata! - disse Draco, impressionado.
- Rony, Mione, Neville, acordem Sirius e Lupin! Draco, me dê cobertura...
- Tá querendo que eu lute sozinho contra os dementadores?
- Não, seu pirado, é só até afastarmos eles de perto do Harry.
- E como você pretende fazer isso?
- Assim! Conjurae velas para tabernáculo! - disse Christine, conjurando as velas por magia.
Sete velas caíram em sua mão:
- Draco, vai lá e tira o Harry de perto dos dementadores e do McNair.
- E você?
- Preciso colocar as sete velas e acendê-las! - disse Christine, colocando as velas rapidamente.
- Tá!
- Uma dica e um favor! - disse Christine, apontando a varinha para Draco - Acceleratis!
- Estou mais rápido! - disse o garoto, percebendo que seus reflexos e corpo estavam mais acelerados.
- Agora vá, Draco!
Draco correu em alta velocidade, atravessando o Salão Principal de ponta a ponta em poucos segundos. Foi quando McNair disse:
- Agora você está morto, Harry Potter! Avada Kedavra!
Draco saltou e desviou Harry da Maldição Imperdoável, ao mesmo tempo em que conseguia escapar por milésimos de segundo do raio verde mortal, que explodiu no ar.
- Malfoy?
- Já te disse, Potter: ninguém vai te matar, senão eu! - disse Draco, cansado, mas com um certo sorriso nos lábios. Depois voltou-se para McNair e disse - Expelliarmus! Locomotor Mortis!
McNair ficou com as pernas presas, logo após a sua varinha ter voado longe. Ele foi arrastando-se para pegar a varinha, o que deu tempo tanto para Christine preparar o tabernáculo quanto para Harry e Draco fugirem dos dementadores.
Nesse meio tempo, os três outros grifinórios se aproximaram de Remo e Sirius:
- Deixa comigo! - disse Neville - Enervate!
Ele despertou Lupin:
- Senhor Longbottom... O que aconteceu? - disse Remo, um tanto grogue.
- Não dá para explicar agora, professor! McNair nos traiu e está para entregar Harry a Voldemort... Eu disse o nome dele? - questionou-se Neville, sem ter noção da própria coragem.
- Agora é comigo! - disse Hermione, convencida - Enervate!
Sirius foi desperto na hora. E recebeu a notícia de que seu afilhado estava sendo atacado:
- Eu não vou deixar ele morrer! - disse Sirius, sacando sua varinha, entregue-lhe em sinal de liberdade condicional, e correndo na direção de Harry.
Nesse momento, Christine encaixou a sétima vela no tabernáculo de prata:
- Agora sim! Incendio! - disse Christine, acendendo a vela com o Feitiço das Chamas.
Então Christine apontou a luz do tabernáculo na direção dos dementadores e disse:
- Ei, vocês, seus dementadores degenerados! Filhos de Sodoma e Gomorra! Filhos de Gog e Magog! Filhos de Shaitan, Lucifer e Baalzebub! Eu, Christine bas Tanenbaum ben Perez ben Yussef ben Eliyahu ben Benjamin, em nome de Adonai Jire, o Deus Verdadeiro, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob, o Deus de Judah e de seus irmãos, o Deus de David, o Deus de Salomão, Aquele Que É, digo: voltem ao sheol, local de onde nunca deveriam ter saído!
Em seguida, cantou um salmo poderoso, conclamando a força de sua fé para auxiliar na sua batalha e de seus amigos. Mesmo cantando em hebraico, ela não se importava, pois a força da fé move montanhas, não foi o que disse aquele carpinteiro estranho de Nazaré?
"Pleiteia, Senhor, com aqueles que pleitem comigo; peleja contra os que pelejam contra mim.
Pega do escudo e da rodela, e levanta-te em minha ajuda.
Tira da lança e obstrui o caminho aos que me perseguem; dize à minha alma: Eu sou a tua salvação.
Sejam confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida; voltem atrás e envergonhem-se os que contra mim tentam mal.
Sejam como a moinha perante o vento; o anjo do Senhor os faça fugir.
Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
Porque sem causa encobriram de mim a rede da cova, a qual sem razão cavaram para a minha alma.
Sobrevenha-lhe destruição sem o saber, e prenda-o a rede que ocultou; caia ele nessa mesma destruição.
E a minha alma se alegrará no Senhor; alegrar-se-á na sua salvação.
Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem é como tu, que livras o pobre daquele que é mais forte do que ele? Sim, o pobre e o necessitado daquele que o rouba.
Falsas testemunhas se levantaram; depuseram contra mim coisas que eu não sabia.
Tornaram-me o mal pelo bem, roubando a minha alma.
Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, as minhas vestes eram o saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio.
Portava-me como se ele fora meu irmão ou amigo; andava lamentando e muito encurvado, como quem chora por sua mãe.
Mas eles com a minha adversidade se alegravam e se congregavam; os abjetos se congregavam contra mim, e eu não o sabia; rasgavam-me, e não cessavam.
Com hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.
Senhor, até quando verás isto? Resgata a minha alma das suas assolações,e a minha predileta dos leões.
Louvar-te-ei na grande congregação; entre muitíssimo povo te celebrarei.
Não se alegrem os meus inimigos de mim sem razão, nem acenem com os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
Pois não falam de paz, antes projetam enganar os quietos da terra.
Abrem a boca de par em par contra mim, e dizem: Ah! Ah! Os nossos olhos o viram.
Tu, Senhor, o tens visto, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.
Desperta e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu e Senhor meu.
Julga-me segundo a sua justiça, Senhor Deus meu, e não deixes que se alegrem de mim.
Não digam em seus corações: Ah! Alma nossa! Não digam: Nós o havemos devorado.
Envergonhem-se e confundam-se à uma os que se alegram com meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
Cantem e alegrem-se os que amam a minha justiça, e digam continuamente: O senhor seja engrandecido, o qual ama a prosperidade do seu servo.
E assim a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor todo o dia."
Christine sentiu uma grande força sair pelo tabernáculo. Nesse momento, o tabernáculo explodiu em um brilho prateado, que fez todos os seres do mal tremerem: mesmo Malfoy, que agora tinha saído do lado das trevas, tremia frente à luz emanada pelo tabernáculo. Christine então dirigiu-se até o lado de Harry e de Draco. Os que lutavam contra os dementadores sentiam-se cada vez mais forte pela presença do brilho prateado, mesmo Draco, que tremia de pavor e força.
- Draco, você não precisa temer a luz. Essa luz é a Luz Pura.
- A Luz Pura? - disse McNair, tremendo, a voz embargada pelo desespero, pouco depois de pegar novamente a varinha e livrar-se da Azaração das Pernas Presas lançada por Draco.
- Isso mesmo! - disse Harry, que sabia do que se tratava - A mesma Luz Pura que exterminou seu mestre, a mesma Luz Pura invocada pela proteção do amor de minha mãe, agora criada por Christine pela força da Amizade.
- É verdade! - disse Lupin, atrás de todos. - Esse é o poder do Teophilus Protegis! A Proteção do Fiel a Deus!
- Nenhum poder é maior que o de Lord Voldemort! - disse McNair, tentando demonstrar força.
- Venha então, Filho de Gog e Magog! Eu não temo a você, pois em Adonai está a minha morada! Adonai tomou do escudo e da espada em favor de sua filha e de seus aliados! - disse Christine.
- Voldemort não vai me derrotar! - disse Harry.
- Agora aquele cara-de-cobra vai se dar mal! - disse Draco.
- Vejamos então! E como você me desafiou, garota intrometida, será a primeira! - disse McNair apontando sua varinha. - Crucio! - disse McNair então.
A Maldição Imperdoável da Dor explodiu no escudo de Luz Pura formado pelo Tabernáculo e retornou na direção de McNair:
- Ahhhhh! - gritou McNair em desespero, enquanto sentia como se o sangue tivesse virado ácido e os nervos arame farpado, sua varinha voando longe.
- Ouve, ó Israel! Adonai, seu Deus, Adonai é o Único! - gritou Christine, explodindo em raiva e em gratidão a Deus.
- Não posso contra ela! - disse McNair, tentando aparatar.
- Esqueceu que daqui não podemos aparatar? - gritou Rabicho, apanhando a varinha de McNair (a sua própria havia sido destruída, marcando-lhe o ostracismo e sua condenação). - Mas isso não tem importância! Agora essa fedelha me paga! Estupore!
A Azaração do Estuporamento teve o mesmo destino da Maldição Cruciatus de McNair: voltar ao seu invocador. Com isso, Rabicho foi mandado a nocaute.
- Agora ele vai me pagar pelos anos... - disse Black.
- Ainda não acabou, Sirius. - disse Lupin - Os dementadores estão se aproximando deles para protegê-los.
- Mas não vão conseguir! - disse Neville, decidido - Expecto Patronum!
A imagem de um homem maduro, de rosto redondo como o de Neville apareceu de sua varinha, atacando os dementadores.
- Bela escolha, Neville! - disse Lupin - Ele ficaria muito satisfeito em vê-lo assim.
- Obrigado, professor! - disse Neville, no seu tom baixo habitual.
- Se o Neville conseguiu, eu também consigo! - disse Rony - Expecto Patronum!
A imagem de um jogador de quadribol montado em uma vassoura, perseguindo o pomo de ouro, saiu da varinha de Rony e voou na direção dos monstros. O jogador vestia vestes cor-de-tijolo com um duplo C com um canhão atirando:
- Chudley Cannons? - disse Draco.
- Não enche, Malfoy! "Nós vamos vencer!" - disse Rony, relembrando o lema dos Cannons campeões.
- Agora é comigo! - disse Hermione. - Expecto Patronum!
Da varinha de Hermione, saiu uma espécie de hamster grande com um rabo em formato de raio, que liberava trovões de sua cauda e bochechas na direção dos dementadores:
- Um pikachu, Hermione? - disse Christine.
- Não sei explicar porque saiu! - disse Hermione, estranhando a sua "escolha" para a forma do patrono.
Os três patronos já libertados estavam lutando contra os dementadores. McNair retomara sua varinha da mão de Rabicho e lutava contra Sirius, e quando este estava levando a melhor, Christine apontou o tabernáculo contra a mão de McNair. Um raio de luz atingiu-lhe a mão direita diretamente, dissolvendo-a:
- Minha mão! Maldita! Você a destruiu!
- Agora você vai me pagar, McNair! Estupore! - disse Sirius, mandando McNair a nocaute com um único golpe.
- Só faltam os dementadores. - disse Lupin.
- Vamos nessa, Harry? - disse Christine para Harry.
- Só se o Malfoy estiver junto. - disse Harry, com um sorriso de desafio.
- Não pense que tenho medo de você, Potter! Mas nessa tenho que admitir que estamos juntos. - disse Malfoy, respondendo a Harry com o mesmo sorriso de desafio que o mesmo lhe dera.
- Expecto Patronum! - disseram os três em coro.
O cervo prateado de Harry, o anjo de Christine, e a figura de Salazar Slytherin de Draco surgiram de suas varinhas e, junto com os outros três patronos, derrotaram os dementadores, obrigando-os a fugir.
- Beleza, vencemos! - gritou Christine.
- Bom trabalho, garotos! - disse Sirius.
- Parabéns, Potter! Você realmente é bom! - disse Draco.
- Você também, Malfoy, parece ter mais debaixo desse cabelinho loiro do que se imagina! - disse Harry.
- Vamos lá fora! - disse Lupin - A coisa parece que não acabou.
Lupin estava errado. Muitos bruxos corriam para a Floresta Proibida, outros tantos voavam em vassouras de volta para seus locais de origem. Muitos estavam caídos no chão, vassouras ao lado:
- São vassouras Firebolt! - disse Hooch - Não sei como Vocês-Sabem-Quem conseguiu tanto dinheiro assim para armar cada um de seus Comensais de uma vassoura de corrida desse porte, mas com certeza a coisa foi planejada com muita antecedência!
- Snape, você não sabia desse ataque? - disse Black - Ou será que se esqueceu de contar?
- Você acha que se eu soubesse eu não teria contado? - disse Snape.
- Quer mesmo que eu responda? - disse Sirius.
- Parem vocês dois! - disse Dumbledore, autoritário - Agora, eu quero que vocês seis, - disse Dumbledore, aos seis jovens que estavam nos gramados - retornem às suas Torres e vão descansar. Mas antes...
Dumbledore pegou seis das vassouras caídas e entregou uma para cada um deles:
- Acredito que Voldemort não irá se sentir ofendido se vocês carregarem tais vassouras...
- Elas podem estar azaradas! - disse Hermione.
- Não estão. É muito difícil fazer um feitiço seletivo tão forte em uma vassoura desse tipo. E Voldemort não perderia seu tempo com isso.
- Bem. Vai ser legal ter uma vassoura Firebolt! - disse Christine, que já tinha visto as vassouras daquela série em jogo.
- Seja como for, - disse Harry - houve alguma morte?
- Sim, Harry. O professor Dominique Lyonhane foi morto por uma Avada Kedavra. - disse Dumbledore com pesar.
Harry não pode deixar de esconder sua tristeza: Lyonhane era professor de DCAT, matéria que Harry mais amava no currículo de Hogwarts, e que só perdia nas atividades que Harry fazia para o quadribol.
- Harry, acho melhor subirmos de volta para a torre. Estamos todos muito cansados... Temos que descansar um pouco. - disse Christine, ao perceber que Harry estava chateado.
- Eu vou voltar para Sonserina... Se me dão licença... - disse Draco.
- Acho melhor a gente também ir dormir um pouco! - disse Christine.
Quando chegaram no quarto das quinto-anistas de Grifinória, Christine e Hermione viram Lilá e Parvati comentando:
- Será que foi o Longbottom quem liberou o ataque? - disse Parvati.
- Lembre-se que ele saiu pouco antes de aparecer a Marca Negra! - disse Lilá, entre risinhos.
- E lembre-se também que a Tanenbaum, o Weasley e a Granger saíram pouco depois...
- Do que, Patil? - disse Christine, enquanto ela entrava acompanhada de Hermione, pegando de surpresa as duas, que ficaram sem reação.
- Bem, acho que vou ter que detê-las... - disse Hermione, não sem esconder uma certa satisfação.
- Por que, Granger?
- Que tal ofensa gratuita a um companheiro de casa e acusação sem prova?
- E como você irá provar?
- Que tal assim? - disse Christine, pegando uma Armazenadora (equivalente bruxo a um gravador de fita).
- Sua...
- Eu não parei ele... - disse Christine.
- Bem, deixe-me ver... - disse Hermione - Já sei! Para vocês aprenderem a valorizar os outros, eu tenho uma idéia bem legal: vocês vão ajudar os elfos domésticos na cozinha a prepararem o jantar do Sábado para os alunos da Grifinória. E sem usar magia!
- Ficou louca? - disse Lilá
- Ou isso, ou levamos a Armazenadora para a McGonagall.
As duas se remoeram de ódio, mas não podiam fazer nada contra Hermione, que era Monitora, então foram dormir.
- E o seu Malão? - disse Hermione para Christine, bem baixinho.
Vou ver... - disse Christine, abaixando-se.
O Malão de Christine era encostado ao lado da parede, com um pequeno vão entre ele e a mesma e próxima à janela. Foi por aquele vão que o tabernáculo saiu, explodindo a parte de trás do malão. Os itens guardados no mesmo ficaram esparramados no chão.
Só explodiu a parte de trás... Vai dar algum trabalho, mas vai dar para improvisar e guardar as coisas que não posso mostrar em Hogwarts antes dessas duas sequer imaginarem... - disse Christine, baixinho e aos risinhos para a amiga Hermione.
As duas também foram dormir, agora mais unidas do que nunca.
