Capítulo 22: A adaga no escuro


Christine viu um rosto coberto por uma máscara! Pela primeira vez viu um Comensal cara-a-cara.

- Agora você morre, judia desgraçada! - disse a mascarada, percebeu Christine ser uma menina.

- Chris! - disse Hermione na cama ao lado.

- Deixa ela comigo! - disse Christine, sem olhar para o lado. - Corre e chama a McGonagall!

- Eu não estou conseguindo segurar a minha! - disse Hermione.

Christine olhou para o lado e viu que do outro lado estava uma garota mais ou menos como a primeira, também tentando degolar Hermione com uma faca cerimonial. A outra foi mais bem sucedida, rasgando o braço de Hermione, no momento em que a mesma tentou desviar-se.

- Ahhh! - gritou de dor Hermione.

- Droga! - disse Christine.

Foi quando ela lembrou-se da primeira rima daquele sonho e disse:

- "Nem todo Leão é leal / A Faca na Sombra se esconde!" - disse ela, lembrando-se da voz da menina.

Christine encaixou um bom golpe de kungfu com uma das mãos no braço da adaga, enquanto torcia-o com sua outra mão. Apertou um ponto de pressão na mesma, que gritou de dor como se tivesse recebendo a Maldição Cruciatus:

- Ahhhhhhh! - gritou a garota.

Christine fez uma coisa um pouco cabeluda de fazer: pegou o braço da garota e, utilizando-se de técnicas de judô, colocou-se em cima dela e trocou a mão que apertava o ponto de pressão da garota. Encontrou a varinha da garota que a atacou e a tomou. Apontando na direção da cabeça da mesma, disse:

- Estupore!

- Chris, me ajuda! - disse Hermione, a voz embargada - Não vou conseguir me proteger por muito tempo.

- Sua cadela de sangue-ruim. Desde que você entrou é que eu venho morrendo de vontade de fazer isso! Crucio! - disse a outra garota.

Hermione soltou um grito que nunca mais se apagou da mente de Christine. Ela já tinha ouvido McNair gritar por causa de uma Cruciatus, mas nunca tinha visto um inocente gritar por causa da Maldição.

- Vagabunda! - disse Christine. - Turbinae!

Com o Feitiço de Turbinamento e tomada de uma fúria insana, que podia cair sobre os filhos de Benjamin, Christine voou sobre a outra Comensal dando-lhes golpes dignos de super-heróis japoneses. Afinal, foi dito no testamento de Israel: "Tu, Benjamim de cabelo de fogo, é como o lobo rapace. De tarde, alimenta-se da caça e de noite luta pelos despojos!"

Quando a Comensal caiu no chão, estava ferida e inconsciente. Hermione não estava muito melhor:

- Hermione! - gritou Christine, apavorada. Hermione não parecia nada bem, escorregada na quina da cama, o braço ferido profundamente e sangrando muito. Mas o pior era a visão de seu rosto: esbranquecido e macilento, estava parcialmente cadavérico, os olhos castanhos opacos e escurecidos, como se a própria Morte a tivesse tocado.

- Chris... Quem... eram...

- Não se preocupe com isso agora! - disse Christine, vendo o estado de Hermione. Na hora, apenas uma coisa lhe veio à cabeça, e foi o que ela fez: pegou a pequena bolsa de ervas que ganhou da professora Sprout e disse:

- Athelas!

A folha apareceu em sua mão como que por mágica. Christine então pegou a bacia de cobre próxima à sua cama, despejou água e, tocando com a varinha na borda da bacia, disse:

- Incendio!

O cobre avermelhou-se e aqueceu rapidamente a água.

- Conjurae gazes! - disse Chris, fazendo gazes surgirem em suas mãos.

Então ela pos a athelas na água e a apertou. Um cheiro adocicado apareceu no quarto, quando Harry, Rony e Neville apareceram pela porta:

- Garotas, o que aconteceu aqui? - disse Rony - Que zona é essa?

- Ouvimos barulho de briga. - disse Neville - Aconteceu algo?

- Chamem a McGonagall! A Hermione está ferida! Estou usando uma das minhas folhas de athelas nela! - disse Christine.

- Eu vou! - disse Harry.

- Rony, não deixe ele ir sozinho! Pode ser mais um ataque dos Comensais! - disse Christine - Por via das dúvidas, peguem minha Capa da Invisibilidade e vão!

- OK! - disse Rony.

- Eu vou na minha! - disse Harry.

- Faça como quiser, - disse Christine, começando a ficar nervosa - mas por Adonai, sejam rápidos!

Harry e Rony correram. O cheiro pungente de athelas amassada imersa na água tomou conta do ambiente, limpando a mente de Christine do horror que vira. Hermione também parecia menos aterrorizada, mas não menos ferida do que estava:

-Vai precisar de mais athelas? - disse Neville.

- Acho que não. Apenas cuide para que essas duas não acordem. Se derem sinais de despertarem, pode estuporá-las sem piedade! - disse Christine. Imediatamente Neville sacou a varinha e manteve-a em mãos.

- O que aconteceu? - perguntou Hermione.

- Espero que não seja o que estou imaginando. - disse Christine, colocando a athelas sobre o ferimento.

- Droga! Não é o bastante! - disse Christine, apanhando mais athelas de sua bolsa.

- Não estou me sentindo muito bem... - disse Hermione.

- Essas adagas deviam ter algum veneno ou malefício... Parece que nem mesmo a athelas está resolvendo.

- Vou morrer? - perguntou Hermione, sem desespero ou medo, sua voz desesperadoramente calma.

- Oráculo de Yaveh! Você não irá morrer! - disse Christine, amassando a segunda folha de athelas e prendendo ao ferimento.

- Estou começando a melhorar... Esse athelas parece que realmente vai melhorando a gente, tirando a dor e o desespero.

- Yaveh seja louvado! Graça a Yaveh pisei naquela moita de Athelas na orla da Floresta Proibida.

Nesse momento entraram McGonagall, Harry e Rony, mais uma pequena multidão de pessoas que aguardavam do lado de fora:

- Mas o que está acontecendo aqui? - perguntou a diretora de Grifinória - E onde diabos estão as senhoritas Patil e Brown?

- Aqui, professora! - disse Christine.

Christine pegou a máscara da Comensal que ela arrebentou com técnicas marciais e a retirou. O rosto de surpresa de todos denunciou o espanto dos mesmos:

- Lilá Brown! Uma Comensal? - disse Simas Finnigan.

- Se isso não é o suficiente, vejam isso! - disse Christine, rasgando-lhe as mangas do braço esquerdo das vestes. No antebraço apareceu a Marca Negra, extremamente bem visível.

- Por Deus! - disse McGonagall - Como pode...

- O ódio é como o fel. Quanto mais velho, mais terrível é o seu gosto. E tem mais, professora.

Christine fez o mesmo processo nas vestes e na máscara da outra Comensal. A surpresa de todos também não foi pouca:

- Parvati Patil!

- Elas nos atacaram por ódio de nós duas. Não sabemos o que eu e Hermione fizemos para que elas nos odiasse ao ponto de nos atacar... Adonai!

Christine foi apanhar a faca cerimonial à qual Lilá Brown utilizara-se para ferir Hermione. Foi quando ela viu do que ela era feita e a largou, como se estivesse tocando a própria Morte:

- Aço Estígio! Aço vindo do sheol! - disse Christine, horrorizada.

- Aço... Infernal! - estranhou Rony - Mas esse material é lendário! E se a lenda for verdade, quem é golpeado por ele morre em minutos!

- A sorte é que, para aço lendário, erva lendária! Hermione foi ferida pelo Aço Estígio, mas utilizei-me de athelas para curá-la.

- Athelas! A Folha-do-Rei! - disse McGonagall - Mas é uma lenda!

- Não é! - disse Neville - Encontramos um pouco na orla da parte oeste da Floresta Proibida. Dentro da Floresta deve ter bem mais da athelas.

Christine pressionou uma folha de athelas na água e deixou-a em imersão. O cheiro adocicado de infância pura entrou em todos, retirando-lhes parte do terror das descobertas que fizeram naquela noite. Para aproveitar a folha, colocou-a sobre uma segunda atadura de gaze, para alívio de uma Hermione não menos assustada com o que aconteceu a ela.

- Muito bem... Seja como for, todos voltem aos seus quartos. As senhoritas Patil e Brown estão sob minha custódia agora. Senhorita Tanenbaum, leve a senhorita Granger até a Ala Hospitalar. Entregue isso ao Senhor Filch caso ele os encontre! - disse McGonagall, entregando um papel para Christine.

- Eu vou com elas! - disse Neville.

- Muito bem, senhor Longbottom. Senhores Weasley e Potter, chamem o professor Dumbledore! Ele deve ser informado do caso o quanto antes! - disse McGonagall.

- Sim! - disseram eles.

Os cinco saíram da torre de Grifinória com a roupa que tinham no corpo. Hermione ainda sentia dores, mesmo com a athelas reduzindo-lhe tais dores a níveis suportáveis:

- Aquelas duas miseráveis! Jogavam do lado do Vocês-Sabem-Quem! - disse Hermione, caminhando apoiada em Neville e Christine.

- Hermione, você ainda está fraca! Precisa relaxar. O ferimento não está todo curado. Deixe a athelas fazer mais efeito em você.

- Bem, garotas, nos separamos aqui. Se cuidem! - disse Harry e Rony.

- Vamos, Hermione! - disse Christine. Neville as acompanhava.

Ao chegarem na Ala Hospitalar, explicaram a situação à Madame Pomfrey:

- Aço Estígio? E vocês utilizaram athelas para curá-la? Estão imaginando coisas?

- Veja o braço dela! - disse Christine.

A Madame Pomfrey abriu o curativo. As folhas de athelas já não emanavam um cheiro tão pungente, mas ainda assim tinham um cheiro adocicado e reconfortante, como o de primaveras com muitas rosas, e de comida e bebida de boa qualidade, e o de ganhar um Campeonato de Quadribol, e o cheiro de uma tarde de sol em frente ao lago de Hogwarts.

Removendo as folhas de athelas, a Madame Pomfrey viu a marca feita pelo Aço Estígio: era negra e horrenda, como carne podre com larvas de moscas crescendo dentro da mesma. Mesmo a athelas não podia remover aquela marca totalmente:

- Deus! Era realmente Aço Estígio! E as ervas parecem realmente serem athelas!

- Viu?

- Tudo bem, senhorita Tanenbaum. Agora volte à Torre da Grifinória e descanse. A senhorita Granger estará bem, amanhã cedo.

Christine então voltou para seu quarto. Parvati e Lilá já tinham sido retiradas, junto com suas coisas. Foi quando Christine viu, caída ao lado de sua cama, uma vassoura. A Marca era Zaxxon R-Type 2000. Ela sorriu, como se adivinhasse a intervenção de Cedric Diggory.