Capítulo 26: A Derrota da Soberba
... e não sentiu nada.
Passou alguns segundos, quando criou coragem para abrir os olhos. E foi quando viu algo impressionante: o tabernáculo estava com as sete velas, cada uma em seu candelabro, e todas acesas. O raio verde estava amarrado ao tabernáculo, como se o tabernáculo estivesse sugando o poder de Voldemort.
- Parece que você precisa muito mais de um Anjo Guardião do que todos os bruxos do mundo, Chris. - disse uma voz.
Foi quando uma mão se materializou segurando o tabernáculo, segundo por um corpo alto e forte, com olhos bem castanhos e cabelos da mesma cor bem cortados. Uma auréola encimava a cabeça dessa forma e um par de asas pendiam-lhe às costas. Em uma mão, uma espada de fogo podia ser vista. As asas eram totalmente reais, e a auréola transpareciam poder.
Mas não qualquer poder, e sim Um Poder Maior.
O Poder dado por Deus a um Anjo:
- Diggory! - gritou Christine.
- Você sabe o que fazer, Chris! - disse Cedric, passando o tabernáculo para suas mãos.
- Sim...
- Você deve, junto com Harry e Draco, utilizar-se da Avada Kedavra! - disse Cedric.
- Mas... A Avada Kedavra é uma Maldição Imperdoável! A pior dela! Não posso usá-la com o Teophilius Protegis!
- Você sabe o que significa Avada Kedavra?
- Não!
- "Desapareça como essa palavra!"
- Entendi. - disse Christine, como pescando a idéia. - Harry, Draco, ouviram?
- Sim! - disse Harry.
- Espero que esteja pronto para esse tipo de Feitiço, Potter. - disse Draco, em um tom ironicamente brincalhão.
- Malfoy, posso fazer tudo o que você faz! E melhor. - disse Harry, no mesmo tom.
- OK! - disse Christine - Vocês sabem o que fazer!
- Certo! - disse Neville, abrindo o turíbulo e tocando a varinha dentro dela. - Incendio!
O cheiro da athelas em incenso reconfortou a todos. Mesmo Christine, que tinha sido vítima de dois Crucio estava muito melhor. O único que parecia se incomodar com o cheiro do incenso era Voldemort:
- Que planta venenosa é essa? - gritou ele - Pretende matar a nós todos?
- O Desprezado carrega consigo / Fumaça dos Reis para garantir abrigo / E a erva queimada em aroma agradável a Yaveh / Será a certeza de futuro promissor e de fé. - disse Neville, relembrando sua parte da rima.
- Vou acabar agora mesmo com isso! - disse Voldemort, tomando sua varinha.
- Rony não pensou duas vezes. Armado da Espada de Gryffindor, atacou o ombro de Voldemort, cortando-o.
- Maldito Weasley! - gritou Voldemort, largando sua varinha.
- O Cavaleiro empunha / A Espada para defesa / Não haverá inimigo / Que quebre sua firmeza - disse Rony.
- Malditos... Desgraçados... Não importa... Posso matar vocês todos com a força da minha mente! E vou começar por vocês, malditos Potter e Malfoy!
- Dos três primeiros / O Vencedor empunha a varinha / Sua coragem patente / Não teme força daninha! - disse Harry, cheio de convicção.
- O Traído / Se une ao Vencedor / Varinhas em punho / Coragem e vingor! - disse Draco, ódio e coragem em sua voz embargada.
- Você caiu demais, Draco, unindo-se a uma sangue-ruim como a Granger! - gritou Voldemort. - Ela teme meu poder!
- A Amiga carrega / A Harpa doce / Roça com os dedos /A Cítara alegre! - disse Hermione. - Essa cítara alegre será o início da sua ruína, Voldemort!
Foi quando Hermione passou a entoar o salmo que Christine lhe ensinara em Hebraico. O som pareceu maravilhoso, e logo Hermione descobriu porque: às notas da cítara se uniu o canto de uma ave, e à sua voz uniram-se mais duas.
Mais exatamente, o canto de uma fênix, a voz de um anjo e a voz de uma pessoa de Alma Pura.
Mais exatamente ainda, o canto de Fawkes e as vozes de Diggory e de Christine:
"Senhor meu Deus, em ti confio; salva-me de todos os que me perseguem e livra-me;
Para que ele não arrebate a minha alma, como leão, despedaçando-a, sem que haja quem a livre.
Senhor meu Deus, se eu fiz isso, se há perversidade nas minhas mãos.
Se paguei com o mal àqueles que tinha paz comigo (antes, livrei ao que me oprimia sem causa),
Persiga o inimigo a minha alma e alcance-a; calque aos pés a minha vida sobre a terra, e reduza a pó a minha glória. (Selá)
Levanta-te, Senhor, na tua ira; exalta-te por causa do furor dos meus opressores; e desperta por mim para o juízo que ordenaste.
Assim te rodeará o ajuntamento de povos; por causa deles, pois, volta-se para as alturas.
O Senhor julgará os povos; julga-me, Senhor, conforme a minha justiça, e conforme a integridade que há em mim.
Tenha já fim a malícia dos ímpios; mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os rins.
O meu escudo é de Deus, que salva os retos de coração.
Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.
Se o homem não se converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco, e está aparelhado.
E já para ele preparou armas mortais; e porá em ação as suas setas inflamadas contra os perseguidores.
Eis que ele está com dores de perversidade; concebeu trabalhos e produziu mentiras.
Cavou um poço e o fez fundo, e caiu na cova que fez.
A sua obra cairá sobre a sua cabeça; e a sua violência descerá sobre a sua própria cabeça.
Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor altíssimo."
- Dos três últimos / A Defensora carrega o Sétimo / Luz Pura e Força eterna / Que não aceita descrédito. - disse Christine - Seu destino está selado, Voldemort. Você cavou um poço de maldade e o fez fundo, para conter as vítimas de sua ambição. Mas você mesmo caiu em sua cova, e a sua violência descerá sobre a sua própria cabeça.
- Nunca vou ser derrotado! - disse Voldemort, que apanhou sua varinha com a outra mão, a que não estava ferida. - Você será a primeira a morrer! Avada Kedavra!
O raio verde explodiu em uma barreira mágica formada pela luz das sete velas acesas no tabernáculo.
- Você não pode vencer o Teophilus Protegis, Voldemort. - disse Cedric.
- Cale a boca, Diggory! Rabicho lhe matou, e eu irei lhe matar de novo! Avada Kedavra!
Voldemort apontou para o ar, mirando o Anjo. O raio verde simplesmente varou Cedric, como se ele simplesmente não estivesse lá:
- Pensei que soubesse que não pode matar o que está morto, Tom Riddle! - disse Diggory, rindo alegremente do esforço inútil e tolo de Voldemort.
- Agora você vai ver-se conosco! - disse Draco - Expelliarmus!
A varinha de Voldemort voou longe.
- Lumino Focus! - disse Harry, chamando o Feitiço do Foco Luminoso diretamente nos olhos de Voldemort.
Para Voldemort, o cheiro da athelas era pior que o fedor de mil trasgos curtidos no excremento de dragão, o suave salmo cantado era mais enlouquecedor que o barulho de milhares de fiuuuns e agoureiros juntos. Voldemort sentia-se muito mal, como se estivesse para morrer.
- Agora vamos acabar com isso... - disse Harry.
- Meus pais terão sua vingança! - disse Draco.
- Nunca mais haverão órfãos como eu e Harry! - disse Neville.
- Bruxos e trouxas irão descobrir que se complementam! - disseram em coro Rony e Hermione.
- E o seu mal irá desaparecer como essa palavra. - disse Christine.
Christine apontou o tabernáculo para Voldemort, segurando-o como se fosse uma varinha. Harry e Draco apontaram suas varinhas para o tabernáculo:
- AVADA KEDAVRA! - disseram os três em coro.
Dois raios verdes saíram das varinhas de Harry e Draco e formaram uma bola de energia branco-azulada ao tocarem o tabernáculo. Voldemort nem teve grito ou palavra para expressar seu temor.
A Luz Pura tocou-o e dissolveu o seu corpo, junto com sua varinha. Em seguida englobou uma fumaça preta que ergueu-se do corpo morto. A fumaça, que tinha o formato de um homem, subiu aos céus, aproximando-se da Marca Negra que estava no céu e bateu nela, que se desfez em milhares de pequenos pontos verdes, que desceram dos céus acertando todos os Comensais que estavam em seu caminho. Apenas Snape foi poupado, por ter se redimido na hora certa.
Depois, tudo que Christine pode ver, foram várias formas demoníacas e bidimencionais agarrarem a sombra que estava dentro do globo de luz da Avada Kedavra e puxarem-na ao chão, entrando nele com ela, que gritava como o grito de milhares de fiuuuns.
E Christine desacordou...
