Capítulo 14: A cura e a reconciliação


Realmente, a informação que Olívia tinha dado procedia. Todos os professores, com as notáveis exceções de Alvo Dumbledore e Severo Snape, foram infectados pela Febre de McKinsey. A Madame Pince e a própria Papoula Pomfrey adoeceram. O único que podia cuidar dos professores era Argo Filch, o zelador, que parecia apenas estar gripado:

- Todos sabem que Filch é um aborto. Por isso a doença não o afetou pra valer... - disse Rony na torre de Grifinória, quando todos estudavam o diário de Cinnabar atrás de informações. Mione foi deslocada de volta à torre, para deixar a Ala Hospitalar aos professores. Percy era quem cuidava dela, com uso de proteções e poções para ele mesmo não ser infectado.

- Acho que temos apenas duas coisas a fazer: descobrir quem é o maluco que está infectando Hogwarts e criar essa poção de cura. - disse Mitch.

- E como vamos fazer essa poção? Não existem pessoas em Hogwarts gabaritadas para tal, com exceção de Snape... - disse Helen

- Existe sim, e por menos que eu goste da idéia, ela é a pessoa mais gabaritada nisso facilmente disponível no momento... - disse Mitch.

- Quem? - disse Harry - Você não está pensando em...

- Sim! Mione! - disse Mitch.

- Mitch, a Mione quer ver você atravessado! - disse Carlos.

- Não estou nem aí para isso. Vocês não percebem a seriedade disso? Essa doença pode acabar com a Hogwarts como a conhecemos! Caiu a ficha agora?

- Tem razão! Mas será que a Mione vai querer colaborar?

- Só tem um jeito de descobrir. - disse Mitch, escondendo a garrafa no bolso.

Mitch, Harry e Rony pediram a Percy autorização para conversar a sós com Mione. Percy então pensou e disse:

- OK, mas são apenas cinco minutos! E usem as máscaras! Enquanto Dumbledore ou Pomfrey não tiverem nenhuma idéia do que seja essa doença, não vamos poder fazer nada.

- Entendido! - disse Mitch, enquanto colocava sua máscara de proteção.

Entraram no quarto das meninas, aonde Mione estava isolada: as demais tinham ido dormir em outro quarto. Parecia visivelmente abalada e chorosa.

- Mione! - disse Mitch.

- Que foi, garoto? Quer ver se eu estou morta? - disse ela, desabando em choro

- Mione; Isso lá é jeito de falar com o Mitch! Querendo ou não, goste você ou não, ele é tão grifinório quanto você... - disse Rony.

- NÃO É! EU NÃO TRAI MINHA CASA PARA SONSERINA! - gritou Mione

- CALA A BOCA, SUA... - disse Mitch, quase deixando escapar uma besteira, depois desabando em lágrimas também.

- Eu vim aqui tentar pedir para você nos ajudar, e é assim que você nos recebe? Pois bem, eu não preciso ficar agüentando sua arrogância estúpida, seu jeito mandão e sua hipocrisia, sua maldita nojenta. VOCÊ É QUE DEVERIA TER SIDO MANDADA PARA SONSERINA! - disse Mitch, olhos em lágrimas, raiva e desilusão misturando-se.

- Meu Sangue me enganou dessa vez. Pensei que você fosse uma garota legal, mas vejo que não passa de uma... uma... uma desalmada sem coração; Você não presta, Hermione Granger! - disse Mitch, saindo da sala, para choque de todos, inclusive da própria Hermione.

- Mione! Até quando você vai machucar as pessoas a seu redor? - disse Rony, definitivamente magoado com Mione, saindo atrás de Mitch.

Rony encontrou Mitch na mesa aonde estava o diário de Cinnabar. Ele estava fechando-o e colocando ele e a garrafa de poção em uma bolsa de couro.

- O que houve, Mitch... - disse Rony.

- Vou devolver tudo isso para Erika! - disse Mitch, decidido, mas ainda assim triste. - Na pior das hipóteses, ela escapa dessa numa boa...

- Mas por que...

- Eu não vou deixar mais o Sangue me enganar. Eu pensei que a Mione fosse uma garota legal, mas descobri que ela vale menos que uma Sonserina. - disse Mitch, terminando de fechar a bolsa de couro.

- Você não pode fazer isso, Mitch! - disse Rony

- Por que não? Você vai conseguir fazer aquela poção? Você viu os ingredientes e o modo de preparo. É coisa pra caramba e a poção é pra lá de complexa. A única pessoa além de Snape que poderia fazer isso era Mione, mas ela...

- Eu sei que você tá chateado, mas você tem que superar isso. - disse Rony - Você tem uma visão privilegiada das pessoas: focar os pontos positivos. Isso não é uma coisa comum. O Dumbledore te disse isso, não foi?

Mitch caiu na real então: novamente acontecia o que Dumbledore tinha previsto. Ele bateu a mão na mesa.

- Droga! Droga! Droga! Você tem razão! Dumbledore me alertou sobre isso! Mas é que a Mione... É tão insuportavelmente arrogante...

- Olha, Mitch, eu estudo com ela a três anos e ela sempre foi assim. Mas ela, no fundo, é uma garota legal. Você só tem é...

- Que furar uma chapa de aço de 30 centímetros que é a arrogância dela que fica entre eu e o coração dela. Ora, Rony, cai na real. Mione só vai confiar em mim no dia em que o Inferno congelar!

- Não é assim! Ela tá é perturbada demais com seu estado de saúde. Ela está se sentindo impotente, frágil, fraca, e isso tá deixando-a louca. Vamos, Mitch, tente pelo menos mais uma vez. Se não por ela ou por você, pense que do seu sucesso depende Hogwarts!

- Tudo bem... Mas é por Hogwarts e por você.

Mitch voltou a acompanhar Rony para o quarto aonde Mione estava hospitalizada.

- Rony, Mitch, desculpem, é que eu... e aquela garota... eu pensei que vocês... - disse Mione, chorosa.

- Não gostávamos de você? Cai na real, Mione, eu acho você fantástica. Você é uma garota que realmente representa tudo que Grifinória prega, mas sua arrogância às vezes passa dos limites. - disse Mitch.

- Tudo bem... O que foi?

- Mione, queremos que você beba isso primeiro! - disse Mitch retirando a garrafa de poção de cura da bolsa de couro - Não vou contar quem me deu e nem o que é, mas tenha certeza, vai te ajudar...

- Como?

- Você confia em mim, Mione?

- Sim!

- Então tome isso!

Mione tomou a poção e perguntou:

- O que é isso?

- É uma poção de cura contra a doença que você está tendo.

- Quem te deu ela?

- Foi uma... amiga.

- Sei, a garota de Sonserina.

- Sim, ela mesma.

- Você confia nela?

- Tanto quanto em você.

- Então você realmente deve confiar nela, mas acho que não... Espera, estou começando a me sentir melhor... hic...

Hermione soltou uma pequena bolha de sabão pela boca.

- O que é isso? - perguntou Rony

- Efeito colateral da poção. Até ela fazer todo o efeito, Mione vai arrotar bolhas de sabão. Na verdade é apenas um efeito colateral. Em um dia, Mione vai estar bem...

- Mas por que você mesmo não tomou ela...

- Um: porque você necessitava dela mais do que eu, pois estava doente. Dois: precisávamos de alguém que pudesse preparar mais dessa poção e não existe ninguém mais gabaritado que você nessa tarefa, com exceção de Snape, que não vai querer colaborar. Por isso é que eu vim vê se você nos ajuda.

- Você tem a receita? - disse Mione, ainda fraca, mas aparentando ter melhorado um pouco.

- Sim. Está nesse livro. - disse Mitch, retirando o diário de Alaric Cinnabar.

- Bem, você quer deixar o livro comigo? Posso estudar a poção enquanto me recupero.

- Claro! Eu confio em você, Mione. - disse Mitch, sorrindo e dando um abraço em Mione.

- Calma! Desse jeito, você vai se infectar com essa doença! - disse Mione, preocupada.

- Não esquenta! Se eu me infectar, você será capaz de me curar, esqueceu?

- Tem razão. - disse Mione, de volta a seu estado de alegre arrogância típica.

- Bem, temos que ir antes que o Percy nos expulse. Até amanhã. - disse Mitch - Ah, Mione...

- O quê?

- Bico calado sobre a poção. Pedido daquela amiga, entende?

- Claro! - disse Mione.

Enquanto voltavam ao Salão Comunal, Rony falou ao pé de ouvido para Mitch:

- Parece que foi fácil furar aquela chapa de aço de 30 centímetros, não foi?

- Acho que sim...

Quando chegaram, viram que Percy estava caído ao chão.

- Droga! - disse ele, manchado de vermelho. - Me contaminei com a maldita doença!

- Nós também! - disse em tom fraco os gêmeos Weasley.

- E nós! - o resto do time de quadribol, exceto Potter, repetiu.

- Caramba! A situação está grave! - disse Carlos.

Mitch... - uma vozinha arrastada disse.

- Olívia? Você também?

- Quase todos, exceto vocês seis, estão contaminados! Vocês têm que conversar com Dumbledore! - disse Olívia.

- Claro! Estamos indo.

Os seis sairam correndo seguindo Mitch com o seu "mapa mental" para chegar à entrada da torre de Dumbledore. Quando, em uma das passagens secretas...

- Ufff! - disse Mitch batendo de peito em uma barreira.

- Droga! O que tá acontecendo? - disse Helen.

- Então os aluninhos não aprenderam! Que tristinho! Acho que vou ter que chamar o Filch! - disse uma vozinha aguda.

- Droga! É aquele maldito Pirraça de novo! - disse Carlos.

- Sai daqui, seu poltergeist mala-sem-alça! - gritou Cedric

- Temos coisas urgentes para resolver! - disse Helen.

- E acham que podem me tirar daqui? - disse Pirraça, com tom mimado.

- Eu já te detonei uma vez, seu xarope! E posso te detonar de novo! - disse Mitch, puxando sua varinha.

- Ah, nos encontramos de novo! O Mitch bengalinha! Agora você vai ver alguns truques que aprendi! - disse Pirraça, enquanto lançava bolas semelhantes aos balaços de quadribol na direção dos seis.

- Mas que droga está acontecendo? - disse Helen.

- Mitch, você não tem nenhum truque aí, não? Wingardium Leviosa! - disse Rony, enquanto puxava um escudo de uma armadura para se proteger das bolas.

- Sim, acho que conheço um truque. Só que vou precisar de tempo!

- Justamente o que não temos! - disse Harry.

- Harry, me ajude aqui! - disse Mitch - Impedimenta! - disse Mitch, invocando a azaração da paralisia contra as bolas.

- Certo! Impedimenta! - Harry disse.

Harry e Mitch paralisaram todas as bolas, mas cansaram-se, o que deu a Pirraça a chance de atacar com bastões, como tinha feito da outra vez.

- Agora chega, seu poltergeist xarope. Você estourou a minha paciência! - disse Cedric - Vamos galera! Se fizermos todos juntos, vamos arrebentar esse panaca!

- Certo! - disseram os outros cinco em coro.

- WADDIWASI! - gritaram os seis, apontando suas varinhas na direção das bolas e dos bastões e depois na de Pirraça.

As bolas paralisadas e os bastões voaram em direção de Pirraça, que fugiu revoltado.

- Bela manobra, Cedric! - disse Mitch.

- Isso ainda não acabou! Temos que chegar até Dumbledore! - disse Cedric.

Passaram a passagem que Pirraça havia tampado e chegaram até a gárgula:

- Gotas de Limão! - disse Mitch.

Subiram rapidamente a torre, correndo desesperados, até chegarem à torre do diretor.

- Diretor Dumbledore, aconteceu uma coisa horrível... - diziam eles em coro.

- ... o Percy está caído ...

- ... os gêmeos ...

- ... o time de quadribol ...

- ... todos doentes ...

- Calma! Um minuto por favor! Apesar de poderoso, sou um só! - disse Dumbledore com modéstia.

Então eles explicaram o que aconteceu com calma ao Diretor. Por fim, ele coçou suas longas barbas prateadas e disse:

- É, parece que realmente temos uma nova ameaça à nossa tão querida Hogwarts. Essa doença poderosa poderá dizimar a nossa escola ou tornar a todos trouxas, o que eu não sei se não é pior.

"Sugiro que bebam isso e cuidem dos demais alunos."

Dumbledore pegou então várias pequenas taças e encheu-as com um líquido semelhante a água. Mitch bebeu o líquido. Ele tinha gosto de lágrimas.

- Agora voltem para sua torre. Os alunos estão precisando mais de vocês do que eu. Além disso, McGregor, sua nobreza foi recompensada com informação: sim, eu sei sobre o diário de Alaric Cinnabar e sobre o que a garota Siesvadshord, sim, a Erika, disse, tudo é verdade, até os pingos nos is.

Todos voltaram para a Torre de Grifinória.

- Como vocês imaginam que Dumbledore... - falou Cedric

- Ele lê mentes, deve ser isso! - disse Carlos.

- Nada disso! - disse Mitch - Ele tem um feeling para as coisas e raciocínio rápido. Ele não precisa de magia para essas coisas. Ele sabia que quem me passou informações sobre o que está acontecendo foi Erika. Ele é muito mais esperto que nós todos juntos.

- Pode ser, mas como vamos fazer quanto a poção? - perguntou Rony

- Vamos esperar a Mione melhorar. Amanhã acho que ela já vai estar apta a nos ajudar. - disse Harry.

E todos então foram dormir, esperando Mione melhorar! Claro que Mitch estava muito melhor: agora que sabia que Mione voltava a ficar do seu lado, ele estava muito melhor, pensando que poderia curar qualquer um agora.