N/A: Oi gente, olha eu aqui de novo... mais uma quinta feira e mais um capítulo.

Obrigada por todos os comentários, espero que gostem e divirtam-se.


Capítulo 9

O Agente Cornwell entrou apressado na sala de assassinato arrancando um olhar surpreso do rosto de Brenda, diferente do que todos pensavam, ela não focava em um crime por vez, eles tinham casos abertos e diversos relatórios para preencher. E ver o Agente aparecer tão eufórico a deixou confusa por alguns segundos, mas a compreensão surgiu e ela se sentiu ficar eufórica também.

"O que você encontrou?" Ela perguntou antes mesmo do outro abrir a boca.

"Uma mulher no Maine conheceu Adrian II seis anos atrás". Ele começou e estendeu um arquivo para ela. "A festa estava lotada, todos eram jovens e Adrian não sabe ouvir não como resposta".

"Deixe-me adivinhar... ele a estuprou?" Brenda o questionou a queima roupa. "E por que isso não estava nos arquivos que vocês nos deram".

"Eu descobri isso 12 horas atrás, Chefe Jonhson". Ele pareceu quase rosnar com a acusação nas entrelinhas. "E quanto ao estupro devemos descobrir em breve, pois a denúncia sumiu tão rápido quanto apareceu".

"Você disse seis anos, não foi?" Brenda perguntou e Cornwell afirmou. "Então o papai ainda estava vivo para limpar a bagunça?". O sarcasmo pingava da voz da loira.

"Pode apostar que sim". O Agente suspirou irritado. "Falei com ela ontem, ela parecia assustada e nem um pouco disposta a ajudar. Mas depois de eu praticamente implorar, Amélia concordou em conversar com a gente".

"E você vai fazê-la atravessar o país ou você vai fazer isso?"

"Eu vou fazer isso". Cornwell falou com firmeza. "Eu não quero que nenhuma bandeira vermelha apareça se ela vier até LA".

"Tudo bem". Ela falou com um suspiro. "Ainda não conseguimos muita coisa de Sharon e Andy, a menina ainda parece resistente em confiar neles".

"Não é surpreendente, pelo que vimos elas devem sofrer algum tipo de lavagem cerebral".

"Bem... então devemos esperar". Ela comenta. "Você vai para o Maine e nos mantenha atualizados e faremos o mesmo".

Cornwell agradece e foi embora. Brenda ainda estava desconfortável em ter que dividir as tarefas com o FBI, ela só confiava em Fritz e apenas porque o conhecia bem, e muito antes do casamento. Mas aqui estava ela, confiando em Cornwell com sua investigação.

"Chefe". Julio a tirou de seu devaneio. "Acho que você vai querer ver isso".

Em frente ao Detetive havia uma série de fotos antigas, o corpo de três jovens parecidos demais com os corpos que eles próprios encontraram.

"O que é isso, Julio?"

"Um caso antigo, o Tenente Provenza pediu que eu desse uma olhada". Ele suspirou e apontou para outras fotos. "Olhe aqui...". Brenda tentou não se encolher quando viu as numerações nos pés das vítimas, assim como nas das suas vítimas.

"Meu Deus...". Fechando os olhos ela tentou não se sobrecarregar com toda a situação. "Precisamos acelerar isso e prender esses monstros".

Com isso ela mandou uma mensagem para Sharon e Andy sobre o que descobriram e pediu para se apressarem, eles não podiam ter mais vítimas desses criminosos.


Sharon ainda parecia congelada ao sentir os chutes da bebê, seus sentimentos eram todos confusos: medo, alegria, raiva, insegurança. A pobre menina em sua frente mal podia entender as lágrimas que começaram a derramar pelos olhos verdes.

A Capitã estava tentando se acalmar, mas tudo isso era tão real que ela mal conseguia se conter. Em seu coração a bebê de Rachel já era sua filha e de Andy, mesmo que ela se sentisse culpada por isso. Não que ela julgasse ou achasse errado uma barriga de aluguel, de jeito nenhum, quando feito de forma legítima era maravilhoso. Mas assim era uma violação para essas meninas.

"Oh não... não fique triste, Sra. Bennett". Sussurrou a jovem a encarando preocupada.

"Não estou, minha querida. Apenas... estou emocionada". A Capitã sussurrou e Andy beijou seu rosto, e sorriu para a jovem.

"Não se preocupe, Rachel. Shar está apenas tocada". Ele comentou e se afastou um pouco da menina para não a sobrecarregar. "É a primeira vez que passamos por isso e é... enervante".

Rachel abriu a boca para falar alguma coisa, mas se controlou e tentou ler o casal em sua frente. Se sentindo um pouco mais corajosa hoje, ela resolveu arriscar.

"Os outros casais nunca foram como vocês".

"O que quer dizer?"

"Que outros casais?" Sharon e Andy perguntaram ao mesmo tempo e sorriram para amenizar a surpresa.

"Eu já fui barriga de aluguel antes". Ela comentou e esperou o sermão.

Por alguns minutos os dois oficiais não disseram nada, essa era uma oportunidade perfeita para arrancar informações. E percebendo a postura assustada de Rachel, eles foram delicados em questioná-la.

"Como foi sua experiência com o outro casal? Eles pareciam empolgados ou nós estamos assustando você?" Andy perguntou e deixou o tom leve pra a menina perceber que ele estava brincado.

"Vocês são ótimos, na verdade". Ela sussurrou e olhou ao redor.

Sharon se posicionou na frente dela para proteger Rachel do olhar da professora e dos outros casais, mas todos estavam tão focados em seus próprios mundos que era até fácil conversar ali.

"Eles não pareciam se importar em ter um bebê". Rachel comentou. "Só apareceram no dia que descobrimos o sexo do bebê, era um menino. Depois disso só os encontrei quando Ian nasceu".

"Ian é um bom nome. Foi você quem escolheu?" Sharon perguntou com um sorriso.

"Oh não... eu não podia falar".

"Isso é irritante". Andy resmungou.

"Às vezes sim, mas a Sra. Judith sempre diz que com a boca fechada não precisamos nos arrepender de falar besteira".

"Faz sentido, mas ficar de boca fechada também impede de coisas boas acontecerem". Sharon falou. "Mas me diga, você tem alguma ideia de nomes?"

Sharon resolver mudar um pouco de assunto, assim ela evitava da jovem se fechar novamente e pedindo para escolher o nome para a bebê a confiança entre eles ficaria maior.

"Eu?"

"Sim, você está carregando nosso bebê. Eu gostaria de saber sua opinião".

Surpresa encheu o rosto da menina e a boca dela formou um O perfeito, quase como uma criança, e Sharon tentou não pensar que Emily fazia a mesma coisa quando era pega de surpresa. Seu coração pareceu se apertar novamente, ainda perdida em sua angústia, a Capitã mal percebeu Andy ficar ao seu lado e sussurrar que tudo estava bem.

"Zoe". Sussurrou Rachel. "Eu sempre gostei desse nome".

"Zoe Bennett". Andy testou com um rosto pensativo. "O que acha, amore mio?"

"Zoe parece perfeito". Ela falou e sorriu para a menina e num impulso a abraçou.

Quando Rachel congelou, Sharon se chutou mentalmente, mas então a menina pareceu derreter em seu abraçou e ela se viu querendo salvar e cuidar dessa jovem.

"Rachel, estamos aqui por você". Ela disse num sussurro que só a menina ouviu. "O que você precisar estaremos aqui".

Um soluço baixinho foi ouvido, Sharon encarou Andy um pouco assustada sem saber o que fazer ao perceber que a menina chorava. Mas o Tenente apenas sorriu e se viu emocionado também, ele beijou a testa das duas e disse que eles ficariam bem. E pelo tanto que ele estava falando isso esperava cumprir sua palavra.

Assim que se separaram, a voz da professora informou que a aula estava encerrada e que as jovens deveriam esperar por Judith e os casais estavam livres para ir embora.

Relutantes, Sharon e Andy foram embora, Gabriel estava esperando por eles dessa vez e percebendo o humor do casal, não falou nada. Quando chegaram em casa, a Capitã sentou no sofá e fechou os olhos.

"Ei, Carino, você está bem?" Andy perguntou e sentou ao lado dela.

"Não". Ela começou e se aconchegou no peito dele. "Eu pensei que isso seria fácil, mas eu me sinto muito envolvida".

"Você quer salvá-la, não é?"

"Claro, você não?"

"Você sabe o que eu quero dizer, eu podia ver em seus olhos que você queria adotar Rachel e a bebê, tudo num pacote só". Ele falou com um sorriso, mas os olhos chocolates eram sérios.

"Ela parece ser uma boa menina, ela parece muito mais nova que Emily. E isso... Deus... está acabando comigo".

"Nós vamos resolver isso, Sharon. Vamos derrubar essa organização e levar essas crianças para casa, todos elas".

A Capitã afirmou com um sorriso trêmulo, eles teriam que planejar bem os próximos encontros. Judith não tinha dado nenhum cronograma sobre as atividades de Rachel, então eles estavam à mercê da mulher. Contudo, Sharon tinha feito seu dever de casa e sabia como burlar um pouco as regras restritivas da agência.

"Eu tenho um plano, mas será tudo ou nada".

"Bem... o nada já temos".

Respirando fundo e se deixando rir um pouco, Sharon pegou papel e caneta e os dois começaram a planejar.


Três semanas depois...

Brenda prestava atenção ao que Cornwell falava com expectativa, ele tinha voltada do Maine três dias atrás, mas com informações suficientes para eles conseguirem construir um caso sólido.

Sharon e Andy também estavam fazendo progresso com a jovem, Rachel compartilhou com eles as interações com outros casais e alguns nomes importantes surgiram.

"Ok... então Amélia tem um filho de quase seis anos que você desconfia que seja de Adrian II?"

"Sim, o menino é a cara dele. E sem contar que as datas são compatíveis, ela apareceu grávida logo depois do ataque". Ele suspirou cansado. "Ela falou que recebeu tantas ameaças que teve que mudar de cidade. Principalmente por ter decidido levar a gravidez adiante".

"Meu Deus... não consigo imaginar a dor dela em descobrir a gravidez logo depois de ser abusada e logo em seguida ameaçada".

"Sim, ela é uma mulher muito forte". Começou ele. "Ela pediu que seu nome fosse preservado, ela não queria colocar o filho em perigo".

"Não a culpo, mas como vamos provar qualquer coisa se ela não der um depoimento?"

"Ela me deu uma dica. Falou que durante a provação das ameaças ela descobriu sobre uma mulher que sempre estava com Adrian II, era uma mulher mais velha".

"Alguma empregada?"

"Possivelmente, demorei um pouco para descobrir, mas um nome surgiu. Rosy Adams, 52 anos, chefe da RH da empresa. Ou assim diz o site".

"Mas o que você descobriu?" Brenda perguntou ansiosa.

"Rosy não surgiu até 1997, misteriosamente ela se juntou a agência e sempre pareceu muito protetora de Adrian II".

"Você acha que ela é a mãe dele?"

"Tudo prova que sim".

"Ela é a primeira vítima então". A Vice Delegada comentou agora empolgada. "Por favor, me diga que ela está viva e acessível".

"Viva sim, acessível não". Ele suspirou um pouco derrotado. "Ela vive em Malibu, não tão distante, mas acredito que ela esteja sobre proteção da agência".

"Droga". Brenda resmungou chateada. "Vamos ter que descobrir algo".

"Enquanto eu estava fora aconteceu alguma coisa?"

"Andy e Sharon conseguiu alguns nomes interessantes que adotaram algumas crianças".

"Bem... vamos ver onde isso vai dar". Cornwell falou e pegou o arquivo que Brenda estendia para ele.


Andy ajudou Rachel a sentar na toalha quadriculada que eles trouxeram para o parque, depois de muita insistência e vários mimos, Sharon conseguiu convencer Judith a deixar a jovem passar uma tarde com eles.

A barriga de Rachel estava ainda maior agora e ela começou a ter um pouco de dificuldade de se locomover, mas diferente da menina tímida que conheceram um mês atrás, essa jovem era divertida e inteligente.

"Eu quase não acreditei quando ela falou que eu iria passar essa tarde com vocês". Ela começou e sorriu com gratidão. "É bom sair um pouco do quarto".

"Mas você está sendo cuidada, não é?"

"Sim, não se preocupem". Ela tentou passar confiança. "Mas por que vocês insistiram tanto em me tirar de lá essa semana?"

"Bem...". Sharon começou e tirou as mãos das costas onde ela escondia um Cupcake com uma única vela no topo. "Descobrimos que era seu aniversário, na verdade era para gente ter vindo aqui na terça, pois era o dia exato. E também queríamos comemorar o sétimo mês dessa aventura".

"Sete meses e alguns dias. Zoe está perto de nascer".

"Estamos empolgados". Andy falou e pegou um isqueiro. "Mas por enquanto vamos comemorar".

Sharon começou a cantarolar a música do 'Parabéns para Você' e viu o olhar emocionado que a menina estava dando a eles. Era como se ela não conseguisse conter a gratidão do que eles estavam fazendo. E Sharon ficou aliviada, era mais um passo para que a confiança entre eles se fortalecesse, e graças aos documentos que Judith tinha dado a data de nascimento de Rachel estava lá, mesmo que a Capitã imaginasse que era falsa.

"Faça um pedido". Andy sussurrou.

A menina fechou os olhos, dois segundos depois ela assoprou a vela e sorriu abertamente para o casal. Abraçando a ambos ela sussurrou 'obrigada' uma e outra vez.

O resto da tarde se passou entre risadas e histórias do casal, histórias verdadeiras disfarçadas dentro da farsa dos Bennett. Mas era um momento tão bom que foi fácil fingir que eles eram uma família feliz. E o ambiente era maravilhoso, eles estavam sentados na tolha e encostados numa árvore que os sombreavam maravilhosamente. E Sharon estava feliz em estar nos braços de Andy.

Antes de irem embora, no entanto, Sharon estendeu para Rachel um ursinho de pelúcia, era de tamanho médio e de cor lilás. Era perfeito para uma criança pequena ou uma jovem com uma infância roubada.

"Sra. Bennett, não precisava e..."

"Eu queria". Sharon a interrompeu. "Olhe... eu sei como deve ser difícil o que está passado e sei que vocês vivem sobre regras restritas, por isso, dentro da pelúcia tem um celular. Se você quiser conversar ou, se sentir sozinha é só mandar uma mensagem. Se estiver em perigo nós iremos em seu socorro, está bem?"

"Mas e se descobrirem? E se usarem isso para enganarem vocês?" Ela parecia desesperada agora, era implícito que ela temia por seus novos amigos.

"Nós ficaremos bem, Piccola". Andy sorriu para ela. "Estamos dando isso a você porque sabemos que você será cuidadosa".

"E o que acha de terminarmos nossos textos com o nome de Zoe? Como um código". Sharon sugeriu.

Rachel pareceu pensar e afirmou, ela nunca falava nada sobre seus encontros com os Bennett, ninguém era confiável e só ela saberia esse código.

"Tudo bem, eu consigo".

"Sim, você é a pessoa mais forte que eu conheço". Sharon falou e abraçou a menina e dessa vez, Rachel apenas apreciou ser reconfortada por essa figura materna que surgiu em sua vida.

"Oh... antes que eu esqueça. Eu ouvi quando vocês conversavam sobre uma outra jovem que vocês pensaram que poderia ter seu bebê, era a Chloe, não era?"

"Sim, era esse o nome dela". Andy afirmou cauteloso. "Você a conheceu?"

"Sim, ela ficou conosco por algumas semanas. Mas não voltou mais".

"Oh... então ela foi para casa?" Sharon a incentivou gentilmente.

"Não sei, mas a bebê foi entregue para os Maxwell". Ela falou com um encolher de ombros. E antes de tentarem tirar mais informações dela, um carro buzinou e Judith apareceu na janela traseira.

Ainda fingindo felicidade, Sharon e Andy assistiram o carro se afastar e suspiraram cansados. Pelo menos, eles teriam mais pistas sobre o caso de Chloe e uma ligação dentro da agência graças a Rachel.

"Devemos ligar para a Chefe". Andy falou e girou a mulher que estava em seus braços de frente para ele, agora as mãos firmemente em sua cintura. "Acho que estamos no caminho certo".

"Espero que sim, não quero prejudicar Rachel ainda mais".

"Andrà tutto bene, amore mio". Andy sussurrou e a beijou com carinho.

Sharon se derreteu em seus braços e gemeu levemente quando o beijo se tornou mais intenso. Ela esperava que tudo ficasse bem mesmo.


As coisas ficaram confusas uma semana depois, o telefone que eles entregaram a Rachel não demorou a ficar online enquanto a menina trocava mensagens com eles quase diariamente.

Mas então no meio da noite o telefone começou a tocar acordando os dois oficiais, ambos exaustos da noite de amor, contudo não ignoraram e Sharon atendeu no terceiro toque.

"Sra. Bennett?" A voz baixa e ofegante de Rachel acordou Sharon imediatamente.

"Rachel? O que aconteceu?" Ela colocou no alto-falante e começou a procurar por roupas, Andy fazendo o mesmo.

"Eles descobriram alguma coisa e querem fazer uma cesariana". A voz dela estava embargada. "Eu estou com medo".

"Ei, Bella mia, vamos ajudá-la, está bem?" Andy falou com calma. "Você escutou eles dizendo para onde vão levar você?"

"Existe um armazém na periferia da cidade". Ela disse e depois ofegou. "Eles estão vindo".

"Rachel, espere..." Sharon tentou, mas a menina já tinha desligado. "Meu Deus, Andy, eles vão matá-la".

"Ei... Tesoro". Ele disse e segurou o rosto dela entre as mãos. "Eu preciso de você firme comigo. Eu preciso da Capitã agora, eu estou apavorado também, mas Rachel está confiando na gente para salvá-la. E se perdermos a cabeça..."

"Ela morre". Terminou Sharon. Respirando fundo ela se controlou e Andy assistiu fascinado a mulher em sua frente levantar a armadura da Wicked Witch para a batalha que os esperava.

"Deus... eu poderia fazer amor com você só por isso". Ele sussurrou com um gemido.

"Vá se arrumar, eu preciso do Tenente agora". Ela rebateu com um sorriso e antes que ele retrucasse o telefone vibrou com uma mensagem. Era Rachel enviando pontos específicos que levavam ao armazém, o final da mensagem tinha o nome Zoe em letras garfais.

"Ligue para Brenda". Andy falou e saiu em disparada atrás das calças.

Sharon foi rápida em chamar toda a cavalaria e em menos de cinco minutos, eles dois saíam em disparadas para o endereço. Sharon apenas orou para que suas meninas aguentassem, ela não sabia se conseguiria suportar a dor dessa perda.


Continua...