Hi minna! Sou eu de novo, e espero q gostem desse novo capítulo. Please, comentem!!!!
Estou ansiosa pra saber se eu finalmente consegui escrever um hentai decente... ou pelo menos, no caso do cap de hj, uma preliminar decente... ¬¬
Ja ne!
Ahala Tsuki
2. Quase cinco horas
Ele se senta no sofá amarrotado, tendo o cuidado de não pesar sobre o presente dentro do bolso. Um ventilador lento joga algum vento contra seus cabelos, do canto da sala. A TV, parada numa estação qualquer, não parecia a melhor companhia do dia.
'Você ainda prefere sakê, não é?'
Ele observa a moça de longos cabelos castanhos lhe dar as costas, caminhando até a cozinha. Gostava quando ela os prendia assim, num coque desajeitado, cheio de fios caindo pelos ombros.
Ela parecia mais... leve.
'Ah, sim... mas cerveja está bom, Shizuru.' 'Ah, não para visita tão ilustre.' - ela ironiza, olhando séria do batente da porta. 'Vou fazer aquela batida de frutas que você gosta.' 'Vou ajudar, então.'
Kurama se pré-dispõe a levantar, quando um par de olhos castanhos lhe encara da porta da cozinha.
'Fique aí, raposa. Você pode entender muito sobre plantas e flores, mas não sabe nada de uma boa batida. Fique aí e morra de tédio com a TV. É só um minuto.'
Ele sequer tenta argumentar, voltando ao seu lugar. Os olhos ainda parados sobre a porta, como se querendo observar a ningen gentil e mandona por trás das paredes.
Torce as mãos, um pouco intimidado. Tudo bem que ela fosse a mais madura de toda turma, mas ela sempre conseguia tratá-lo como um menino! Era... engraçado. A forma como ela tinha que se impor sempre, se colocar independente e segura.
Mas ela não é assim.
Quando o torneio acabou, e Sakyo estava morto, foi uma época muito difícil para ela. E Kurama estava lá. Bobagem. Ela também esteve lá quando ele precisou perdoar a si mesmo, por desistir de Maya. E nem ele, nem ela, falavam suas razões. Bastavam saber. E estar por perto.
Ele suspira. Velhos tempos... Maya havia entrado para uma outra faculdade, como estaria agora? Estica os braços, estalando as mãos. Fazia tanto que não pensava mais nela.
Sorri. Sim, sem perceber, já não sentia mais falta dela.
O tempo parecia finalmente ter passado.
'Você quer salgadinhos? Tenho uns de camarão aqui.' 'Ah, sim, seria ótimo.' 'Hai.'
Ele volta o olhar sobre a porta entreaberta da cozinha, sem muito rumo para seus pensamentos... O presente! Quase se esquecia dele. Retira o pequeno embrulho prata do bolso, o pousando sobre a mesa de centro. Lilás, tinha que ser lilás... não era?
'Prontinho... ' Shizuru pousa a bandeja sobre a mesinha, fitando o embrulho.
'O que é isso?' 'Um presente. Pelo aperitivo.' 'Você é sempre tão prevenido, Kurama Youko?'
A voz seca, quase arrogante da ningen corre pela espinha do ruivo como um arrepio. Ela sabia exatamente como dizer aquele nome do jeito mais sério, mais instigante.
E ele quase, quase, cora.
Shizuru abre o embrulho, trazendo o pequeno prisma até os dedos.
'Lilás ainda é sua cor favorita?' 'Certamente, uma delas, Youko. Certas coisas nunca mudam.' Ela sorri, talvez pela primeira vez no dia. Ou em muitos dias. Sorrisos como os dela não aparecem em qualquer lugar, pra qualquer um.
E a raposa sabe disso.
'Obrigada, Kurama. Espero que ainda goste das minhas batidas.' 'Como você diz, certas coisas não mudam...'
Ela se levanta, um dos copos na mão, levando o prisma até perto da janela. Tinha centenas destes no armário. Mas pensando melhor, eram mais bonitos que um monte de isqueiros.
Kurama a observa, bebendo em goles pequenos a bebida, evitando qualquer barulho que despertasse Shizuru de seu momento íntimo com o sol e seu prisma. Era o tipo de presente que sempre valia pena ser comprado. Não, melhor. Ela era o tipo de mulher que se valia à pena presentear.
Mulher...?
Kurama se dá conta de que ainda mantém os olhos pregados sobre a jovem, de cabelos presos cheio de fios soltos brilhando à luz do sol já vermelho, a pele empalidecida ruborizada pelo toque da luz, se deixando mostrar pelo short curto e a camisa folgada sobre a cintura, as pernas, descendo ardilosas numa linha macia e arredondada, até os pés descalços, deixados tão folgadamente ao chão como se fossem velhos amigos.
E de repente aquele olhar... tão mulher e tão menina, castanho e sombrio, querendo sorrir um quê de gracioso, querendo expulsar um quê do que fosse... e ele apenas não entendia.
'Lilás é realmente uma cor linda, raposa.'
Ele sorri, desconcertado. Definitivamente, linda.
'Estou feliz que tenha gostado.'
Shizuru volta para o sofá, se sentando ao lado de Kurama. Pousa o prisma sobre a mesa, e encosta a cabeça sobre o sofá, tomando um último gole da batida.
'Você ainda não me disse o motivo da visita, raposa. Digo, quero saber se está tudo bem com você.' Ele também se recosta no sofá, agora tentando manter o olhar fixo na TV, onde a ningen começa a rodar todos os canais pausadamente.
'Está, eu acho. Faculdade, trabalho no laboratório. O de sempre, sempre.' 'Parece chato.' 'É, talvez seja.' Ela pára num canal de filmes, num documentário fotográfico sobre cenas explosivas hollywoodianas. Hollywood precisava urgente conhecer uns torneios do Makai... aí sim, eles saberiam o que era explosões. Shizuru ri em pensamento, mas uma voz suave lhe puxa de volta para sala de estar:
'E quanto a você? Como vai indo?' 'Ah, a correria de sempre. Peguei um bom estágio num grande escritório, mas pra variar me consome quase por completo. Não reclamo, como se eu tivesse qualquer outra coisa melhor pra fazer na minha vida.' 'Você não devia dizer essas coisas, Shizuru!'
Aquele par de olhos verdes se voltam para a ela, como um adulto recriminando uma criança travessa. Mas aquela travessura não era engraçada. Shizuru era uma pessoa tão especial, devia ter um pouco mais de estima por si mesma! Era... um ultraje!
'Hei, não fique bravo. Tudo bem, eu podia perder meu tempo indo visitar meus amigos.' 'Seu "perder tempo" não ajudou muito, Shi."
Ela deixa a cabeça se reclinar um pouco sobre o ombro, um meio sorriso lhe cortando os lábios cerrados. Aquele apelido não era o tipo de coisa que ouvia todo dia.
Estava sem resposta, mas não admitiria isso.
'Vou compensar. Afinal, preciso mesmo lhe agradecer pelo presente.' 'Você já agradeceu, Shi.' A raposa volta o olhar para a TV, mordendo os lábios para não falar mais sobre os sorrisos que ela lhe dava, sempre que ele lhe presenteava.
'Mesmo, raposa?'
Mesmo sem querer, Kurama volta a fitar Shizuru. Que tom era aquele?!... ela sorria meio de canto, debochando... sim, debochando dele!
Ele ri.
'E o que a grande Shizuru quer oferecer a uma simples raposa lendária como eu?' Ele a fita, o sorriso entornando o canto esquerdo da boca, maliciosamente.
'Você não tem imaginação, Kurama Youko?' Ela o imita, naquele jogo de olhos abertos um contra o outro, se encarando entre meio risos e intenções dissimuladas. Divertido e sarcástico, como cada um ali mesmo era.
'Na verdade, tenho.' Kurama a puxa pelas pernas, as pousando abertas sobre as suas, o coque castanho se desfazendo com o puxão sobre o couro. Ele se inclina sobre ela, sorrindo.
E eles riem, um sobre o outro.
Ela pisca, um pouco lânguida, cessando a risada. De repente, aquele velho olhar sereno, se concentrando no verde à sua frente.
Em seus lábios, um quase sorriso. Mas apenas quase.
'Você não faria, não é mesmo?' Kurama retira um dos fios castanhos sobre seu rosto, agora com um olhar mais sério a responder pra ela.
'Nunca sem a sua permissão.' Ela sorri, pela segunda vez, daquele jeito que apenas mulheres como ela poderiam sorrir.
'Então, hoje eu permito, raposa.'
Antes que pudesse ficar surpreso com as palavras dela, o youko se dá conta de si mesmo, com os olhos arregalados sobre a face branca e os lábios já parados sobre os dela.
Sem sequer ele ter dado sua auto-permissão.
