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Capítulo 2 - Lord Potter
Do cume da montanha mais alta de seu condado, o Lord daquelas terras observava a herança deixada a ele por seus pais. Ele cavalgava lentamente por entre as pedras que traçavam o caminho feito por seus antepassados que construíram um pequeno reinado, próspero e bem povoado. Cavalgava como se cavalo e cavaleiro estivessem totalmente sincronizados. Seu porte alto e esguio permitia elasticidade para moldar-se ao ritmo do trote do cavalo, sem que perdesse a classe que lhe era familiar. Tinha um rosto forte, de queixo marcante e lábios bem delineados. O nariz era reto, fazendo da face um conjunto harmonioso. Entretanto, o que mais se destacava em seu rosto eram os olhos, de um verde esmeralda profundo, denotavam perspicácia e atenção ao que lhe cercava. Embora só tivesse 19 anos, tinha uma aparência e postura madura, de quem cedo aprendeu uma lição da vida.
O condado era localizado em lugar belíssimo, uma península, cercada por uma cordilheira ao norte, que ao mesmo tempo os protegiam e os isolavam dos demais condados. A península era uma vasta pradaria, cortada por 1 grande rio que desaguava no mar, ao sul. Às margens dos rios podia se observar às plantações cultivadas pelos povoados que se multiplicaram durante os séculos posteriores à chegada dos primeiros Potters. Os moradores destes vilarejos aproveitavam a água abundante do rio para cultivar as terras que habitavam e para cuidar de suas criações. Assim eles garantiam a sobrevivência do condado sem a necessidade de atravessarem a cordilheira para irem a outros condados para troca de suprimentos.
O diferencial deste condado de muitos outros, era que os Potter não discriminavam bruxos, não-bruxos (trouxas) e os mestiços, todos eram bem-vindos. A miscigenação era algo natural naquele condado. Lógico que os trouxas que ali viviam sabiam da existência do mundo bruxo e os que chegavam depois, logo se acostumavam com esta esquisitice. Aqueles que não conseguiam aceitar, tinham suas memórias apagadas e enviados para viver em outros condados só de trouxas.
A distância não permitia ao solitário observador distinguir perfeitamente a paisagem. De longe, a olho nu ele conseguia ver os vilarejos formados pelas famílias que há muitos séculos ali se estabeleceram. Logo abaixo da cordilheira, ele conseguia distinguir as casas do vilarejo Finnigan. Ali vários irlandeses fincaram raízes e tiravam seu sustento da agricultura e da arte das poções, eram bruxos e bruxas extremamente supersticiosos, mas hábeis na fabricação de elixires e poções de cura. Alguns kilômetros abaixo, ele conseguia localizar os Abbot, que criavam ovelhas e também viviam do tear. Logo depois os Longbottom, bruxos que sabiam como ninguém ensinar a arte de duelar. Um pouco afastado do rio e mais próximo ao leste do condado viviam os Thomas, excelentes cartógrafos. Próximo a estes, viviam os Brown, que eram os alfaiates do condado. Também viviam do lado oeste do rio os Patil os domadores de cavalos, os Wood os arqueiros, os Bones, agricultores e os Finch-Fletchley que criavam gado.
Já do lado oeste do condado vários outros vilarejos se destacavam ao longo da pradaria. Entre eles os dos Bell que eram ferreiros, os McGonnagal formavam excelentes professores, os McMillian que eram mercadores, os Creeveys os pintores e os Diggorys que eram os construtores de maior destaque no condado e o mais afastado deles, que viviam mais próximo à cordilheira ao seu final, os Hagrids, os caçadores.
Havia muitos outros, mas estes eram os que mais se destacavam naquelas regiões.
Finalmente, próximo ao mar, estavam os últimos vilarejos. Os Olivanders, mestres na fabricação de varinhas mágicas. Os Lupin, excelentes estrategistas e os Weasleys os cavaleiros mais fiéis que os Potter poderiam ter. Estes eram os vilarejos que circundavam o castelo onde vivia e viveram as várias gerações dos senhores do condado, antecedentes do jovem observador.
Lord Harry Potter agradecia constantemente a Merlin por ter permitido tantas pessoas de boa índole fizessem parte deste condado. Lógico que havia àqueles que vez ou outra traziam algum problema ou entravam em conflito com algum outro vilarejo por situações desnecessárias. Quando estas situações fugiam ao controle dos guardiões dos vilarejos (cada vilarejo tinha o seu conselho de anciões) estes levavam o problema para intervenção dos Potters, que então analisavam a questão e após ouvir ambas as partes envolvidas, tomavam a melhor decisão para o condado. Ao longo do tempo, a liderança inata dos Potters e a capacidade deles de levarem o condado a prosperar, fizeram com que o povo respeitasse as decisões tomadas por eles sem muitos questionamentos, pois geralmente eram as mais certeiras.
Devido a esta grande responsabilidade deixada por herança após a morte de seus pais, Harry estava em um dilema. Este era um dos motivos da caminhada solitária pelas fronteiras da propriedade. Partira com uma comitiva para tentar descobrir algo e acabara por descobrir algo muito mais avassalador e que exigiria dele um decisão entre enfrentar frente a frente o inimigo e evitar que Voldemort tivesse acesso à forças incontroláveis, e em contrapartida, com isto colocar em risco a vida de todos os que viviam no condado.
Embora seus pais desde a mais tenra infância o prepararam para um dia assumir as responsabilidades como Lord do condado, o jovem Harry ainda não sentia-se muito confiante em ocupar o lugar de seu pai, por receio de não corresponder às expectativas de seu povo ou por deixar sua impulsividade tomar conta de suas atitudes e acabar por tomar uma decisão que prejudicasse o equilíbrio conquistado por seus antecedentes.
A morte de seus pais no ano anterior, em uma emboscada no condado dos Black, o afetara muito e não fosse pelo suporte do conselheiro Dumbledore, Harry teria partido em busca de vingança, em uma cruzada própria. Com o apoio dele e de seus amigos mais próximos, Harry conseguira montar um seleto grupo de pessoas, que formavam uma rede de comunicação, espionagem e de guerrilha. Com a ajuda deste grupo, há poucos meses descobrira, que a emboscada e o assassinato de seus pais fora planejado e executado pelos Malfoys, a mando de Voldemort.
Voldemort, dizia James Potter, era um homem ávido por poder, que não pouparia nada nem ninguém que fosse um obstáculo em sua busca desenfreada pela supremacia dos bruxos. Há anos ele buscava aliados em sua loucura de transformar os trouxas em escravos dos bruxos, pois considerava que os bruxos eram uma raça pura, enquanto que os trouxas uma anormalidade da natureza. Ele desejava que o mundo mágico voltasse a dominar o mundo, não tendo que se esconder dos trouxas e suas perseguições tolas aos bruxos. Na opinião tresloucada de Voldemort, a proliferação desordenada de trouxas e suas religiões castradoras, acabariam por dizimar os bruxos.
Embora os Potters não compartilhassem destas opinões, várias famílias bruxas que acreditavam, acabaram por fortalecer Voldemort, quando disseminavam que a miscigenação entre trouxas e bruxos era uma aberração.
Felizmente, havia também pessoas conscientes de que as ações e discursos de Lord Voldemort eram uma farsa, e estes sabiam que o ele desejava era poder. Entre eles vários apoiavam os Potters na defesa da liberdade de conviver com os trouxas.
Após se recusar a apoiar à campanha contra os trouxas, o condado de Potter e seus moradores, passaram a ser alvo de ameaças de Voldemort e seus aliados. Com o intuito de se protegerem os Potters criaram a Ordem de Fênix, um grupo seleto de pessoas que buscavam a todo custo proteger os trouxas e o próprio condado das armações de Lord Voldemort. Quando necessário, os membros da ordem infiltravam-se nos condados dominados por Voldemort, para obterem informações e de posse destas prepararem-se para defesa.
Em tempos de guerra como o que viviam agora, no alto de cada montanha que circundava o condado Potter, havia uma torre com vigias durante todas as horas do dia. Mesmo não tendo recebido nenhum recado de seus ´olheiros´ sobre sinais de invasão nas fronteiras, o jovem Lord gostava ele mesmo de fazer algumas rondas pela propriedade para averiguar o uso de magia negra, tão comumente utilizado pelos seguidores de Voldemort.
Mas, o que mais inquietava Lord Harry naquele momento, era o conteúdo da conversa que tivera com Dumbledore algumas horas antes.
- Você tem certeza desta informação Sir Dumbledore? – Harry perguntara ao velho conselhereiro, a quem ainda se referia com respeito.
- Infelizmente sim, meu Lord. – confirmou Dumbledore.
Após receber a notícia de que vários vilarejos trouxas, foram atacados brutalmente pelos seguidores de Voldemort, os Comensais da Morte, e que estes procuravam por algo muito específico entre os trouxas, algo relacionado à uma profecia que traria a destruição do mundo trouxa e dos bruxos que com eles se misturavam. Harry e alguns de seus mais fiéis cavaleiros partiram para se encontrarem com Dumbledore, pois este poderia ter algum indício da veracidade destes fatos e talvez até mesmo da profecia citada.
O jovem Lord e seus companheiros, ficaram estarrecidos ao saber que a profecia era verdadeira.
- É verdade – continuou Dumbledore – Há muitos anos uma mestre- sacerdotisa estava conduzindo os rituais de passagem das jovens sacerdotisas e bem no meio das recitações que dariam início ao 3º dia de atividades do ritual, uma das jovens iniciantes desfaleceu. Quando as outras correram para acudi-la, antes que pudessem se aproximar, a jovem abriu os olhos e fixando-os firmemente à sua frente, recitou:
"No solstício de outuno 19º ano de existência daquela nascida entre os trouxas, que possui a marca da pena no braço que serve de condão ao dom, ainda que o tenha mas não o conheça, será despertada para o outro mundo e o derramar de sua inocência e pureza trará de volta o caminho das brumas sobre a terra e a supremacia daquele que busca se encontrar."
- Após recitar por 3 vezes consecutivas a profecia ela desfaleceu novamente e quando acordou de nada se lembrava. – concluiu sua narrativa Dumbledore.
- Mas Sir Dumbledore, qual a garantia de que esta profecia seja verdadeira e porque Voldemort a usaria? – indagou Ron Weasley, um dos cavaleiros da comitiva de Lord Harry.
- Sir Ron, como todos nós bruxos sabemos, há muitos milênios, os druidas e os celtas, nossos antepassados, eram os únicos habitantes desta ilha. Eram pessoas pacíficas e que não tinham desejos de ´posse´, por isto, quando os trouxas aportaram nestas terras, por muitos anos viveram pacificamente. Entretanto, a ganância logo se instalou no coração de alguns trouxas e suas convicções religiosas passaram a interferir neste equilíbrio. Alguns conflitos surgiram, e como bem sabe não só aqui, mas no mundo inteiro. Assim, após longos séculos as entidades mágicas como elfos, bruxos, duendes e os animais mágicos, resolveram separar os mundos, de forma que os trouxas não mais tivessem contato direto a magia. Logo os trouxas passaram a lembrar-se muito vagamente do convívio anterior com entes mágicos e passadas várias gerações, hoje nada mais somos que apenas lendas folclóricas para eles, usadas para amendrontar crianças ou inocentes.
- Assim também aconteceu com Atyr, local de energia mágica concentrada. As sacerdotisas lá treinadas tinham o dom de controlar os elementos da natureza. Entretanto, a proximidade dos trouxas e suas novas crenças abalaram o equilíbrio deste templo. Além disto, no começo todos os bruxos e bruxas tinham acesso aos templos de Atyr e lá as sacerdotisas permitiam que as entidades mágicas tivessem contato com a fonte direta da natureza que permitia a eles habilidades mágicas excepcionais. Aquelas bruxas que desejam se dedicar a manutenção do equilíbrio entre os mundos, eram treinadas para aprender a dominar os dos 4 elementos, água, fogo, ar e terra. Entretanto, vários bruxos e bruxas estavam utilizando-se destas sacerdotisas para fins escusos e várias delas sucumbiram à ganância e desejo de poder. Cada vez mais afastavam-se das velhas crenças em que deveria haver equilíbrio entre o mundo mágico e o não mágico. Assim a última Senhora de Atyr, resolveu recolher as brumas, que davam acesso ao templo. E a partir daquele momento, nenhum bruxo ou bruxa sabe bem ao certo, a localização de Atyr e como convocar as brumas que dão passagem às escadarias do templo.
- Então, se entendi bem, Voldemort procura uma bruxa nascida entre de trouxas e esta bruxa não sabe que é bruxa, que existe um mundo mágico e ainda assim ela sabe onde fica Atyr? – Indagou Lord Potter, que durante a narrativa de Dumbledore, levantou-se de seu assento e ficou parado próximo a janela do aposento em que estavam, observando o movimento do vilarejo, sentindo-se inquieto demais para ficar sentado.
- Em parte está correto Lord Potter, ela nada sabe sobre ser bruxa ou mundo mágico, foi criada entre trouxas e pensa que é um deles. – Disse Dumbledore - Conscientemente ela não sabe a localização, para isto, ela deverá passar pelos ritos antigos celtas e no dia do solstício de outuno deverá perder sua inocência e pureza. No ápice deste ritual, ela e o acompanhante, visto que neste momento serão um, estarão juntos em corpo e espírito, vislumbrarão o local exato para convocar as brumas e abrir a passagem para Atyr. – concluiu Dumbledore.
- Se Voldemort conseguir acesso a Atyr, ele mesmo não poderá controlar os elementos, mas poderá manter sob seu controle sacerdotisas que o façam. – Pensou em voz alta Remus Lupin, bruxo alto, magro e de cabelos cor de areia. Era um dos dois homens mais velhos da comitiva e amigo de infância do pai de Lord Harry.
- Grande Merlin! Pelas informações que consegui, ele já a encontrou! – Exclamou Sirius Black, o ex-lord do condado de Black, que abandonara o condado de origem e seus pais há muitos anos atrás, por não desejar se tornar um seguidor de Voldemort. Procurara abrigo entre os Potters e lá fora bem acolhido, porser o melhor amigo deJames Potter.
- O quê? – Gritaram várias vozes ao mesmo tempo.
– O quê você sabe? – Soou a voz ligeiramente rouca e baixa de Lord Harry. Seus olhos verdes esmeralda fixavam firmemente Sir Sirius Black.
- Há alguns dias estive vagando pela fronteira do condado de Malfoy com o condado dos trouxas atacados na última vez, tentando descobrir algo sobre os ataques aquele local. Estava à noite em uma taberna, quando entraram vários homens, entre eles reconheci alguns do condado dos vassalos de Malfoy, pois suas vestes tinham o brasão da família. – Percebendo que tinha atenção de todos, Sirius continuou a narrar: - Bem, tive sorte, pois eles sentaram-se na mesa próxima a minha e ouvi quase que perfeitamente eles conversarem. Falavam sobre finalmente terem conseguido localizar a garota trouxa que Lord Malfoy desejava e que estranhavam o fato dele estar obcecado em achá-la antes do solstício de outono.
- Bem, se Malfoy já encontrou a garota, precisamos resgatá-la, pois temos apenas 8 dias até o solstício de outuno. – Dizendo isto Dumbledore fixou o olhar em Harry, como se esperasse por sua resposta. Harry por sua vez, mostrava sua agitação interna com uma mania bem característica de sua personalidade: inquietação, movia-se de um lado para o outro da sala, em passadas largas e firmes.
- Provavelmente ela está presa nas masmorras do castelo de Malfoy. Invadir o castelo será uma declaração de guerra explícita aos Malfoys e Voldemort. – ponderou Remus Lupin.
- Não tenho certeza se nossos homens estão prontos para uma ofensiva, ainda que tenhamos as cordilheiras a nosso favor, não podemos esquecer de que a maioria de nosso povo é de camponeses e nunca duelaram por suas vidas. – Falou pela primeira vez Neville Longbottom, um rapaz de rosto e corpo levemente rechonchudos.
- Precisamos de tempo para prepará-los e tempo não temos. Temos que achar outra alternativa. – Disse Ron, levantando-se e ao se aproximar de Harry o indagou: – Quais são suas instruções Sir?
Harry olhou fixamente a cada um dos homens presentes e lhes disse:
- Por hoje vamos descansar e cada um de vocês deve pensar na melhor forma de defender o condado. Amanhã, logo ao amanhecer nos reuniremos para discutirmos a melhor abordagem nesta missão.
Depois de cavalgar por algumas horas, após muita análise e observação, Lord Harry chegou a conclusão que de quê pouco adiantaria ensinar seu povo a duelar, precisava impedir que Voldemort e os Malfoys utilizassem a garota para cumprir a profecia e abrir a passagem para Atyr. Pois, se eles dominassem as sacerdotisas do templo, teriam o controle dos elementos e poderiam sub-julgar qualquer condado e até mesmo outrospaíses.
Um plano para resgatar a garota começou a se formar em sua mente.
Tendo isto decidido, o jovem guiou seu cavalo de volta a casa de Sir Dumbledore para iniciar os preparativos para o resgate.
Pouco sabia que sua decisão mudaria sua vida radicalmente...
Obs.: Gente desculpe-me se tiver muito erros, mas ainda não tenho quem ´beta´ minhas fics.
Quero agradecer aos meus primeiros "comentaristas": Fernando Miaise, Mione03, Mione Granger Potter,Annette Fowl, que leram e deixaram feedbacks, eu adorei ler cada um de seus comentários e espero que a continuação agrade a vocês.
Um beijo.
