Capítulo 17: A Magia dos Trouxas


A ausência das outras escolas foi sentida por muitos dos alunos de Hogwarts, mas os novos alunos de Hogwarts estavam cravando seu próprio espaço. E as aulas foram passando rapidamente. Mitch estava indo muito bem em todas as matérias. Mesmo em Poções não escorregava, o que deixava Snape em um misto complexo de admiração, respeito, ódio e revolta. Sua pior matéria continuava sendo a Herbologia, devido às suas mãos pouco sutis para trabalhos manuais, mas mesmo nela estava se dando cada vez melhor. Isso levou Mitch a tomar a decisão de fazer alguns "estudos" paralelos.

Mitch então começou a ler, nos momentos vagos, o livro Tecnomancia: Combinando o melhor dos Dois Mundos, de Ritsuko Ayanami. Mitch gostava da idéia de ativar o computador de seu pai em Hogwarts: queria saber se tinha algo nele sobre o Cristal Negro de Ma'at, que havia sido a causa da morte de seus pais. Mas para Mitch, os conceitos básicos daquela estranha e experimental arte mágica eram muito complexos. Estava com muitas dificuldades para aprender a dominar a Eletrônica trouxa, o que era um dos passos ("mais do que isso, o primeiro e o mais importante", citava a Mestra Ayanami no livro) para começar a se entender a tecnomancia. Até aquele momento, tinha aprendido apenas um Feitiço, e mesmo esse não era útil:

- Simulatio Electronus! - disse Mitch, apontando a varinha para a frente dele.

Logo em seguida, uma espécie de proto-board (painel que estudantes e profissionais de eletrônica utilizavam quando queriam criar circuitos experimentais) mágico apareceu na frente dele, acompanhado de várias peças e instrumentos de eletrônica, todas elas "virtuais". Claro que Mione viu aquilo e ficou preocupada:

- Mitch! Você está...

- Sim, Mione. - disse Mitch, com naturalidade, enquanto pegava um dos "transistores" e colocava-o no "proto-board". - Estou estudando tecnomancia.

- Você está louco? - disse Mione - Se te pegarem, ou melhor, se Snape descobre...

- Eu estou estudando aqui no Salão Comunal. - disse Mitch - Além disso, a tecnomancia não é maligna. Se eu tivesse estudando alguma das Maldições Imperdoáveis, você podia falar isso para mim. - disse Mitch, acidentalmente "fechando curto" no "circuito" que tinha feito, que "explodiu" na sua cara, levantando fumaça e desfazendo o Feitiço de Simulação de Eletrônica. - Droga!

- O que houve? - perguntou Nathan, percebendo a movimentação na mesa do Salão Comunal.

- É que o Mitch... começou a estudar tecnomancia. - disse Mione, como se tivesse acabado de falar um palavrão.

O comportamento de Mione estranhou Mitch. Sabia que a garota adorava estudar, só não entendia porque dessa aversão dela à tecnomancia.

- E?... - disse Nathan.

Nathan, você não lembra que o professor Dumbledore disse no Natal...

- ... que a tecnomancia ainda é experimental, mas não é maligna. Mione, não sei porque desse medo todo. - disse Nathan - Ainda está no básico de eletrônica, não é, Mitch?

- Como descobriu?

- A fumaça que subiu da mesa simplesmente é sinal de que você montou o circuito de forma errada. Vem, eu te ajudo! Mione, porque você não fica? Vai ver que tecnomancia não tem nada demais. Além disso, é divertido!

- Eu... - disse Mione, como quem tentava fugir de Nathan. Parecia que a aversão dela à tecnomancia era muito forte, mas mesmo assim, Nathan cutucou Mione aonde realmente doía: sua curiosidade.

- Aceito! - disse Mione, sem sorrir.

Nathan então explicou para os dois o Feitiço de Simulação de Eletrônica e também auxiliou os dois em algumas montagens. Mione parecia interessada, mas ainda um pouco avessa:

- ... então, como vocês estão vendo, se eu emitir corrente na base do transistor, o coletor irá pegar o sinal da base e amplificá-lo em uma proporção que equivale à beta e depois irá emiti-lo pelo emissor...

- Ah, hã... - disse Mione, desinteressada.

- Mione, o que houve? - disse Nathan - Porque essa aversão à tecnomancia?

- É que... Eu ouvi... umas pessoas falando...

- Deixa ver se eu adivinho. - disse Mitch - Draco Malfoy e Galahad Starshooter.

- Sim... Certo dia, estava saindo da aula de Aritmancia, quando eu ouvi Draco e Galahad conversarem...


"'Que bom sair um pouco mais cedo!', pensou Mione, com sensação de dever cumprido.

Mione estava descendo as escadarias da sala de aula da professora Vector quando o pergaminho das anotações da última aula caiu pela escada, indo parar em frente a uma das muitas salas de aula desativadas de Hogwarts. "Droga!", ela pensou enquanto corria e apanhava o pergaminho:

- ... e então, quando eu falei para meu pai sobre o tal Higgenbotham, ele não acreditou! - disse uma voz arrastada e fria que Mione reconheceu na hora.

- Draco Malfoy! - sussurrou Mione, enquanto sacava sua varinha e o apontava para sua cabeça - Amplia Sensus: Audio!

Os ouvidos ficaram mais apurados com o Feitiço de Ampliação da Audiçã encostou-se então atrás de uma armadura, tentando parecer distraída, enquanto ouvia a voz de Galahad Starshooter:

- E então?

- Claro que meu pai ficou uma fera! Um tecnomante em Hogwarts! Tá certo que o Lupin também não é agradável, mas daí... um mago dos trouxas? Isso já era demais!

- E aí...

- Ele disse que a escola tá ficando horrível! Trouxas por todos os lados, e agora mais essa. Ele simplesmente não acredita nisso. Por ele, ele extinguia qualquer coisa que sequer aparentasse coisa dos trouxas de Hogwarts... E eu começaria com aquela trouxa da Granger... Aquela...

Mione então percebeu que ia querer matar Draco se continuasse ouvindo, então ela disse 'Deamplia Sensus: Audio!' e se mandou, desejando nunca ter nascido trouxa..."


- E foi assim. Então...

- Mione. - disse Mitch, em um tom de repreensão que lhe fez lembrar a professora McGonagall ou seu avô Elric - Você não pode mudar o que você é! Ou você acha fácil eu lidar com o Sangue? Ele me atira em coisas imprevisíveis e aparentemente insanas, como chamar pessoas de casas rivais para almoçar conosco no Natal ou ir salvar pessoas que não conheço...

- Como assim, o Sangue? - perguntou Nathan.

Mione e Mitch contaram a Nathan tudo sobre o Sangue Auror, que era herança mágica de Mitch por parte de seu avô, Elric.

- Então é isso! Você...

- ... sabia, mesmo sem saber exatamente o porque, que você era uma boa pessoa, e que não merecia morrer congelada no lago!

- O Mitch tem razão, Mione. - disse Nathan - Você tem que aprender a lidar com o fato que você é uma bruxa com descendência trouxa. E o seu comportamento com a tecnomancia não ajuda em nada. E se aquele imbecil do Malfoy encher tua paciência, manda ele ir tomar no ... - dizendo uma coisa que provavelmente não diria na frente de sua mãe

- Mas você ouviu o Draco falar, Nathan, que a tecnomancia é para "Magos dos Trouxas"...

- Isso é porque, sem aprender eletrônica, você não consegue usar a tecnomancia. E faz até sentido...

- Nathan, você tem sangue puro! - berrou Mione - Você não sabe o que é ser chamada de... de...

Mione, pela primeira vez, caiu em um choro compulsivo na frente de Mitch e de Nathan. Claro que os dois se sentiam mal. Foi quando Mitch lembrou a Mione:

- Mione. Eu também tenho sangue comum. - disse Mitch.

- Mas e seu avô? Não é bruxo? - disse Mione, estranhando.

- Sim, mas meus pais eram abortos! - disse Mitch. - O que é ainda pior!

Mione ficou horrorizada com a confissão de Mitch. Esquecera que a Maldição dos McGregor tornava Mitch um filho de pais trouxas, embora fosse de uma linhagem bruxa. Nathan também demonstrava sua surpresa quanto ao estado de seu colega.

- Como? Seus pais eram abortos? - disse Nathan, quando Mitch explicou a Maldição dos McGregor.

- Viu? É que o Malfoy só me respeita porque sabe que eu não tenho medo de gritar aos quatro ventos que eu sou filho de pais trouxas. E se você não tiver medo de ser quem você é, Mione, aquele imbecil do Draco não vai conseguir te abalar. - disse Mitch.

- Tudo bem! - disse Mione, sorrindo.

O resto daquela semana Mitch e Mione dedicaram-se a, junto com Nathan, estudar todos os princípios básicos da Eletrônica, pelo menos o suficiente para que conseguissem encantar os objetos eletrônicos corretamente. Rony também resolveu estudar, mais por ciúme de Mione do que por qualquer outra coisa (sendo sangue-puro, Rony tinha MUITA dificuldade com os princípios básicos da tecnomancia). Já Harry entrou porque queria ficar perto dos amigos. Os seis estudaram em poucos dias o que leva-se pelo menos 3 anos de curso para aprender, tudo graças ao Feitiço de Simulação, que permitia que eles experimentassem coisas ali que normalmente explodiriam uma região de tamanho MUITO grande.

Foi quando, no final da semana, eles terminaram os conceitos básicos de Eletrônica Digital e portas lógicas, que Nathan anunciou:

- OK! Aqui nós já podemos voltar à mágica mesmo. Como vocês viram, todos os componentes de um sistema digital exigem dois sinais que sejam mutuamente exclusivos, ou seja, sinais de lógica booleana.

"Bem, o que os tecnomantes, principalmente o inventor da arte, Dustin Clark-Heimberg, descobriram foi que, utilizando-se de pequenos e simples feitiços, esses sinais poderiam ser gerados pela energia mágica da região. Claro que esse processo era, e ainda é, considerado um pouco perigoso, por lidar diretamente com as energias primordiais da magia, ou seja, diretamente no kernel da coisa..."

- Kernel? - perguntou Rony, que não entendeu o que Nathan quis dizer.

- É complicado explicar agora, Rony, mas digamos que signifique o básico, assim você vai entender o que Nathan disse. - completou Mitch.

- OK!

- Bem, voltando ao que estava dizendo, esses feitiços levaram muito tempo para serem criados, mas basicamente funcionam assim. - disse Nathan, apanhando um relógio digital, que estava apagado.

- Como vocês podem ver, esse relógio não está funcionando, porque a magia, através dos feitiços antitrouxa que encantam Hogwarts, suprimiu o acesso dele à eletricidade que gerava os pulsos 0 e 1 que ele precisava para funcionar. Mas vejam isso.

Nathan sacou sua varinha, a qual Mitch reparou: álamo, 34 cm., crina de centauro embebido em sangue de dragão de cerne, criação da WizarDomain, uma grife especializada em "objetos mágicos de elegância". Uma varinha para pesquisadores (ou "esquisitos", como Draco adoraria dizer).

- Compattio Tecnos! - disse Nathan.

Um pequeno raio azul saiu da varinha, atingindo em cheio o relógio, e ele passou a funcionar, embora o horário estivesse errado:

- Esse é o feitiço mais simples, que simplesmente compatibiliza o objeto. Existem feitiços mais avançados que afetam diretamente a eletrônica do objeto e permitem que ele tenha alguns poderes especiais, mas isso não pode ser feito por magos tecnomantes iniciantes.

"Se algum dia, vocês encontrarem um mago tecnomante e quiserem anular um objeto tecnomante que ele esteja portando, uma dica: o Feitiço de Encerramento de Feitiços, Finite Incantatem, não funciona normalmente. Ele só anula temporariamente o Feitiço de Compatibilização, em média por volta de 24 horas. Para anular-se permanentemente o objeto, deve-se usar o seguinte feitiço."

Novamente Nathan pegou a varinha e apontou-a para o objeto:

- Decompattio Tecnos! - disse Nathan.

Na mesma hora, novamente o relógio ficou parado, tendo sua energia suprimida pelos feitiços antitrouxa de Hogwarts.

Eles foram então jantar, mas uma coisa não saia da cabeça de Mitch:

- Nathan, eu queria saber uma coisa.

- Fala!

- Você disse que o feitiço de compatibilização é perigoso. Por que?

- Bem, normalmente brincar com as energias mágicas primordiais é perigoso, pois envolve usar energia pura. O que pode acontecer é, na tentativa de compatibilizar o objeto, você acabar sobrecarregando-o, o que pode danificá-lo. Claro que com relógios não há problema, mas com computadores normalmente vai fazer eles explodirem, principalmente se possuírem algum tipo de bateria, como os notebook. Por isso, o feitiço tem que ser aplicado com extremo cuidado.

- Entendi! - disse Mione.

- Quando vamos encantar objetos ecletônicos? - perguntou Rony.

- Acho que você quer dizer eletrônicos, não é Rony? - disse Nathan, rindo. - Bem, acho que já vamos poder começar com calculadoras e relógios comuns, e daí partir para objetos de maior complexidade, como PDAs, computadores, e até mesmo câmeras digitais...

- Então, parece que o tecnomante não se conformou em ficar sozinho... Bem típico dos amiguinhos do McGregor: envolver-se em coisas dos trouxas!

Mitch reconheceu a voz na hora.

- Galahad, se você esqueceu o caminho para a mesa de sua casa, não espere que eu te ensine...

- Ora, mas que é isso? Eu apenas estava passando por aqui, quando ouvi que vocês estão estudando a Magia dos Trouxas. Isso é bem o estilo seu mesmo, não é, McGregor? Talvez você devesse partir sua varinha e voltar para o mundo dos trouxas...

- Starshooter, - disse Nathan - continue abrindo o seu bocão e o que vai acabar partido aqui é a sua cara!

- Higgenbotham, a conversa ainda não chegou em você! - disse Galahad, voltando-se para McGregor - Acho que devia te delatar aos professores, McGregor...

- Sob que pretexto, senhor Starshooter? - disse a professora Minerva, sobrancelha erguida, percebendo o clima tenso que estava se formando.

- Professora, eles estão estudando... estudando... tecnomancia nas horas vagas. - disse Starshooter, como se acabasse de dizer um palavrão. Mitch não gostou da surpresa estampada no rosto da professora McGonagall. Nesse momento também se aproximou os professores Flitwick e Snape da mesa de Grifinória. "Catzo!", pensou Mitch, "Estamos ferrados!".

- Ora, ora, ora! O senhor Potter já não consegue mais violar as regras sozinho, então arrumou dois comparsas, os senhores McGregor e Higgenbotham. Mas que estranho, não, senhor Potter? Ou talvez não: seu pai também tinha dessas coisas, Potter. - disse Snape.

- Professor Snape... - disse Mitch, quando Snape o cortou.

- Eu não lhe dei permissão para usar da palavra, McGregor! - disse com sua voz habitualmente fria e fleumática Snape. - Ora, francamente, sabia que chamar o neto de um Auror traidor e filho de um aborto não era prudente...

Snape pela primeira vez estampou em seu rosto, na frente de Harry Potter, algo que se aproximava do medo, e com razão. Mitch estava começando a perder o controle: estava estampado em seu rosto, sua fúria estava chegando perto do limite, a compulsão em pegar a varinha e arrebentar com aquele "corvo velho" seboso, ridículo, canastrão e enxerido explodindo em cada veia de Mitch, seu autocontrole tendo mais problemas para segurar a sua fúria do que um nerd trouxa teria para segurar um campeão de vale-tudo!

Lupin, que observava a conversa à distância, aproximou-se de Mitch e disse, bem baixinho, no ouvido dele:

- Fica calmo, McGregor! Esse é o estilo de Snape e você deve saber disso.

Depois voltou-se para Snape e disse:

- Ora, Snape! E o que há demais em um pouco de estudo paralelo...

- Você como professor de Defesa contra as Artes das Trevas deveria saber que a tecnomancia é basicamente uma arte...

- ... experimental, professor Snape! - disse Flitwick, que, gostasse Snape ou não, era a autoridade no assunto Feitiços de Hogwarts - Não existe nenhuma comprovação que a tecnomancia seja maligna ou ilegal...

- Isso existe, sim senhor, Flitwick: o nosso Weasley aqui deveria saber disso melhor do que ninguém, ainda mais que seu pai é do Departamento do Mau-Uso dos Artefatos dos Trouxas...

- Professor Snape. - disse Rony, aproveitando a deixa, em um tom tão formal que lembrava Percy Weasley - Está em discussão o fato da tecnomancia ser ilegal ou não, e, até lá, ela é regida pela Lei de Controle dos Artefatos dos Trouxas, que diz que o bruxo que encantar um objeto trouxa torna-se responsável por ele, inclusive sendo legalmente obrigado a desencantá-lo tão logo não haja mais necessidade de seu uso ou ele venha a se desfazer dele, por necessidade ou desejo.

- A Sonserina, que estava rindo de Rony com apoio e estímulo de Draco Malfoy, ficou pasma a hora que Rony disse aquilo. O próprio Snape ficou assustado: queria realmente detonar Rony, mas sem mostrar nenhum tipo de desgosto específico pelo garoto.

- Além disso, - disse McGonagall, já passada do susto - Creio que nem Higgenbotham nem McGregor não está utilizando nenhum livro ilegal ou restrito para estudar as artes da tecnomancia, não é, senhor McGregor?

- Não senhora! Muito pelo contrário: no Natal, na bomba-de-bruxo surpresa, ganhei o livro Tecnomancia: unindo o melhor dos Dois Mundos, da Mestra Ritsuko Ayanami, e resolvi praticar um pouco os conceitos dele. A senhora deve saber de quem se trata, e o professor Flitwick também, afinal de contas a Mestra Ayanami dedicava o livro a vocês...

- Sim! - disse Flitwick - Por Deus, se eu me lembro da senhorita Ayanami. Até ela entrar em Hogwarts, imaginava que pessoas cujo ambos os pais são trouxas não tinham tanta competência para a magia quanto pessoas ditas sangue-puro. Por Deus, como eu estava errado. Ela simplesmente parecia uma esponja: absorvia os conceitos de Feitiços e Encantamentos mais rápido do que eu conseguia passar. Apenas uma pessoa me lembra ela atualmente: Hermione Granger!

- Bem - disse Snape, pigarreando - acho que esse não é o momento de ficarmos tendo lembranças do passado, e sim de aplicar uma punição por eles...

- ... estarem estudando uma arte experimental? - disse McGonagall - Ora! Francamente, Snape! Não acho que puni-los seja produtivo. Eles estão estudando artes novas, enquanto eu tenho suspeitas que alguns alunos da Sonserina andam passando dos limites na Seção Reservada da biblioteca, em pesquisas de magias perigosas e realmente malignas! Aliás, acredito que isso não estaria acontecendo se não houvesse a conivência de certos professores... - praticamente dizendo "Snape".

- Cuide de seus alunos, McGonagall, que dos meus cuido eu! - disse Snape.

- Bem, acho que então todos aqui concordamos, - disse Lupin - que é totalmente desproposital essa discussão toda. A tecnomancia, sendo experimental, pode ser utilizada sim, até mesmo porque ela não é ilegal. Além disso, imaginando que os senhores Higgenbotham e McGregor sempre pareceram muito responsáveis, então não precisamos nos preocupar com o resultado de suas pesquisas. Aliás, acho que vou fazer melhor: Higgenbotham, McGregor, vocês e seus amigos estão autorizados a usar a sala de aula do 4º andar, do lado da minha, durante os recessos de aula para estudarem a tecnomancia...

- Agora você está passando dos limites, Lupin! - disse Snape, começando a se desconcertar - Se você acha que eles podem aprender essa "magia dos trouxas", tudo bem! Mas se você acha que eu vou permitir...

- Professor Snape! Acho mais viável que eles tenham uma sala aonde possam ser observados em seus estudos por nós. - disse McGonagall - Além do mais, é muito melhor do que eles estudarem em segredo, não acha, Snape?

Snape não respondeu. Simplesmente saiu de perto antes que ele enlouquecesse. Aquilo era demais para um bruxo de sangue-puro com todo o orgulho de Snape.

Mas, mesmo assim, aquela foi uma vitória para Mitch e para Mione, ambos filhos de pais trouxas, mas agora provando seu espaço em Hogwarts.