Naquela tarde, Mu voltou preocupado para casa, mas não mais que Aioria. Este ainda temia que Mu ficasse ainda mais traumatizado ou que ficasse zangado com os amigos. Mas Shaka sorria de orelha a orelha por ter descoberto algo que poderia ajudar.
Afrodite não gostou muito da idéia, mas para ajudar Mu ele enganaria Shura. Marcou com Shaka um dia em que o espanhol voltasse tarde da arena, ele estaria cansado e não perceberia os outros cosmos. Combinaram que o sexo deveria ser bem calminho e cheio de amor, para não assustar Mu.
Um dia antes eles se encontraram na arena, conversando, enquanto Shura treinava com Máscara. Aioria tentava a todo custo não olhar para o italiano que o provocava, mas estava difícil.
- Aioria? – Afrodite chamou, sacudindo uma das mãos em frente ao seu rosto.
- Desculpe... estava olhando o que aquele palhaço fazia... – O leonino virou o rosto contrariado, encarando Afrodite.
- Esquece as provocações... – Shaka falou sério.
- Olha... não posso prometer que o Shura não perceba... mas vou tentar. – O sueco apoiou os cotovelos no banco de cima e cruzou as pernas, penteando os cachos azulados com as mãos. – Se ele perceber pode não gostar...
- Afrodite, pelos Deuses... – Shaka sussurrou. – Vocês não podem transar daquele jeito selvagem...
- Tudo bem loiro! Mas vai ser difícil convencer o espanhol! – Peixes riu alto da cara do indiano.
- Me convencer de quê? – Shura sentou-se ao lado do namorado curioso com a conversa. O sueco engoliu em seco, sentindo uma mão em seu ombro.
- De nada não... – Ele sorriu nervoso.
Aioria e Shaka quase mataram aquele linguarudo, não fosse por Mu levantar aqueles enormes olhos rosados e tristes e olhar bem dentro do verde escuro que eram os olhos de Shura.
- Olha, Shu... precisamos te pedir um favor... – O capricorniano ficou até desconcertado ao fitar aqueles olhinhos enormes lhe suplicando.
- Mu... deixa... eu concerto.
- Não, Dido... não gosto de mentiras... vamos contar tudo a ele.
- Tudo o que, Afrodite? – Capricórnio perguntou, sentando-se ao lado do amante, com um olhar estreito para este.
- Olha... é que eu tenho um problema... um trauma... e o Shaka achou que vocês poderiam ajudar. – Mu ainda sacudiu a cabeça afirmando, sentindo rosto pegar fogo.
- Um problema... como eu ajudaria?
- Shura... a parada é a seguinte... o Mu aqui tem um trauma de infância com sexo... não pergunte! – Afrodite levantou a mão impedindo que o amante perguntasse sobre o trauma. – E o Shaka pensou que seria bom se ele visse outras pessoas transando para ver que não tem nada de mais e que sexo é bom. É isso...
- E onde EU entro nessa?
- Burro! Não percebeu? – Máscara da Morte parou atrás de Aioria, que estava virado de frente ao espanhol, como os outros. – Quem vai transar na frente do pirralho são você e o Afrodite. – Ele riu alto da cara de espanto dos garotos. Shura pareceu processar a idéia e fechou a cara.
- E você disse sim? AFRODITE! VOCÊ ENLOUQUECEU? – Shura berrou nos ouvidos do sueco.
- Não, Shu... é só pra ele...
- EU NÃO VOU TRANSAR COM VOCÊ NA FRENTE DE NINGUÉM! – O pisciano se encolheu com os gritos. Mu arregalou os olhos e já estava pensando em teleportar Shura para longe.
- PARE DE GRITAR! – Shaka interrompeu a gritaria. – Olha Shu... ele precisa de ajuda sabe... e vocês são o único casal que conhecemos... e além do mais... eu já vi vocês dois transando...
- O quê? – Os dois perguntaram espantados. Aioria deu um tapa na própria testa e sacudiu a cabeça.
- Gente... todo mundo já viu, menos o Mu...
- Você também? – O espanhol arregalou os olhos.
- Olha... não tem nada de mais... vocês só precisam ser bem carinhosos...
- Aioria! Se você acha que não tem nada de mais... faça você e o Shaka! – O capricorniano puxou a mão do pisciano fazendo ele levantar-se.
- Não! Porque eu não quero que a minha primeira vez seja com um amigo... quero que seja com... alguém que eu goste...
- Comovente... – Máscara sussurrou no ouvido do leonino. – Seu irmão pensava assim até o Saga agarrar ele na arena... depois daquele dia os dois nunca mais pararam! E se não fosse pelo Saga, ele teria morrido virgem! – Câncer riu alto da cara de magoado que o leonino fez. Shura sentiu o rosto corar, lembrando-se da cena do amigo morrendo.
- Não fale assim do meu irmão! – Aioria ele virou-se, peitando o canceriano.
- CHEGA! Máscara, pare com a palhaçada! O Aioros gostava do Saga, a gente sabe bem disso. E Shura... custa muito ajudá-lo? Não será a primeira vez que alguém nos assiste.
- Mas dessa vez eu vou saber!
- Mais um motivo pra você se exibir direitinho. – O italiano sussurrou provocativo.
- Vaza daqui, Máscara! – Shura fez uma cara feia e o canceriano saiu rindo de perto dos amigos. – Que acham de Milo e Kamus?
- Kamus está na Sibéria e ele é envergonhado demais.
- Kamus já fez isso, Dido?
- É claro Mu! Só você e o Aioria ainda são virgens... – Peixes riu da cara de confusão do amigo e virou-se para Shura. – Amanhã à noite, Shura... – E saiu rebolando de volta às Doze Casas.
O espanhol ainda babou um pouco, até perceber que estava sendo observado por três pares de olhos. Recuperou-se e sussurrou um "até" para os amigos. Shaka bateu palmas e sorriu para Mu, achando tudo maravilhoso.
Os três permaneceram na arena conversando. Mu ainda achava aquilo uma perda de tempo e uma idéia absurda, mas Aioria quase o convencia com aqueles olhinhos verdes pedintes.
- Mu... você vai gostar...
- Mas eu... ah, Shaka! Você e suas idéias... – Bufou jogando os cabelos compridos para trás dos ombros.
Aioria sorriu, admirando o tibetano, mesmo emburrado ele era lindo. Chegou mais próximo segurando o rostinho delicado entre as mãos, fitando os olhos rosados com amor.
- Não precisa ter medo, eu vou ficar lá com você... – O grego chegou os lábios bem próximos, tocando os outros levemente, sem tirar o contato visual.
Mu estremeceu de leve com aquele contato íntimo e macio. Sentiu uma língua atrevida lhe fazer um carinho, forçando passagem por entre seus lábios. Quando percebeu, Aioria já estava de olhos fechados e inclinava a cabeça, pronto para beijá-lo. Deu-se conta do que acontecia e empurrou o grego.
- Me desculpe... – Pediu abaixando o rosto, constrangido.
- Mu... – O indiano chamou, com um olhar matador. – Vamos usar um pouco de raciocínio... – Sorriu empurrando Aioria e olhando nos olhos do outro. – Me diz do que você tem medo, em um beijo.
- Não quero que me toque! – O ariano disse envergonhado, querendo se matar por estar magoando o amigo.
- Disso eu sei... mas o que você acha que ele pode lhe fazer de mal em um beijo? – O indiano perguntou sem tirar o contato visual.
- Ahn... é... eu acho que... – Não conseguiu pensar em nada plausível, suspirou cansado e derrotado.
- Está vendo? Nem você sabe do que tem medo... beije-o, você vai gostar. Esvazie sua mente, não pense em nasa além da língua que vai entrar em sua boca. – Falando assim parecia até muito fácil.
Aioria sorriu e chegou perto novamente, roçando os lábios. Inclinou a cabeça, fechando os olhos e deu um selinho no amigo, para depois passar a língua, tentando invadir aquela boquinha. Mu pensou em afastá-lo, mas lembrou das palavras de Shaka e tentou não pensar em nada, exceto naquela língua quente e úmida.
Sentiu um arrepio, quando aquele pedaço quente e pulsante de carne adentrou sua boca, procurando sua própria língua, massageando-a. Os lábios do leonino sugavam os seus, deixando um filete de saliva escapar e escorrer pelo queixo do tibetano. Sentiu novos arrepios e um friozinho no estômago, fazendo-o gemer por entre o beijo. Não lembrava-se de ter sentido algo melhor que aquilo em toda a sua vida.
Enquanto os dois se beijavam, Shaka observava, feliz da vida por Mu ter se deixado beijar. Finalmente o ariano entendia que não havia o que temer, Aioria sempre seria gentil e delicado, jamais o machucaria.
O grego separou-se do beijo, deixando Mu ainda de olhos fechados e com os lábios entreabertos. Sorriu contente com a primeira conquista. Acariciou os fios lavanda que lhe caíam sobre a testa, vendo que os olhos rosados se abriam lentamente.
- Mu... – Aioria sussurrou fitando-se nos olhos brilhantes do outro. Mu ficou um tempo apenas fitando o verde esmeralda, então abriu um sorriso e corou.
- Você conseguiu superar a primeira barreira... – O loiro comentou feliz.
- É... acho que sim... – Ainda sentia o rosto corar, sem coragem de fitar o grego. Seu coração em disparada, lhe provocando uma sensação engraçada no estômago.
- Mu... foi tão... gostoso... – O leonino sussurrou sentindo o rosto ficar vermelho e quente. Tocou de leve a pele branquinha do outro, sentido-o arrepiar-se.
- Vamos voltar... – Shaka animou-se, levantando e andando na frente.
Aioria e Mu seguiram-no calados e envergonhados. O primeiro feliz por ter beijado o outro e este, totalmente vermelho e confuso com seus sentimentos. Pararam na casa de Áries, enquanto o loiro subia até Virgem.
- Mu... você... gostou? – Aioria perguntou timidamente, vendo o outro corar.
- Sim... – Mu levantou os olhos pronto para mais um beijo. Colocou os braços em volta do pescoço de Aioria, aproximando os lábios e inclinado a cabeça.
Aioria puxou o ariano pela cintura, colando mais os corpos, deslizou os lábios por sobre os dele e deixou sua língua abrir caminho para o interior daquela boquinha maravilhosamente quente e aconchegante. Mu sentiu-se todo arrepiado com o contato com o corpo do leonino, abriu os lábios e permitiu que sua boca fosse invadida pela língua quente do outro.
Os dois ficaram um bom tempo beijando-se, como se as duas bocas estivessem coladas e fosse impossível sair daquela posição. Aioria escorregou a mão até o limite, onde começava o relevo macio das nádegas de Mu. Este se remexeu desconfortável, principalmente com uma enorme ereção roçando em seus quadris, afastou-se do beijo empurrando o amigo.
- Desculpe... fui muito apressado de novo. Mas é que eu não consigo... eu... – Aioria calou-se fitando o chão, ele parecia muito interessante agora.
- Não... tudo bem... – O tibetano corou, sem saber o que fazer com as mãos. – Aioria... posso te perguntar uma coisa?
- Claro! – O grego animou-se levantando o rosto e levando Mu para sentarem nas escadas do Templo de Áries.
- É que eu... bem, eu... eu nunca falei sobre essas coisas com ninguém e... – Sentiu as orelhas ficarem completamente vermelhas e quentes, assim como suas bochechas. Virou o rosto constrangido, querendo se esconder em algum lugar.
- Tudo bem... podemos falar sobre o que você quiser! – Aioria sorriu feliz por estarem conversando.
- Podemos?
- Claro... pergunte o que quiser...
- Está bem... – Mu sentiu-se mais confiante com o sorriso doce do leonino, ele ficava tão mais bonito quando sorria daquele jeito protetor e gentil... – É que eu senti... que você... que...
- Ah... – O grego abaixou o rosto envergonhado, mas sem desmanchar o sorriso. – Você me sentiu excitado... desculpa, não consigo conter... é que você é tão... quero dizer... eu... ah... você sabe... – Sorriu sem jeito.
O ariano balançou a cabeça, várias vezes, comprovando que não sabia de nada. Piscou os olhos, tentando compreender o significado das palavras que saíam daquela boquinha perfeita que o grego possuía.
- Você não sabe... – Repetiu para si e suspirou cansado. – Bom, acontece que você me deixou excitado, não sei como isso acontece, mas quando me sinto assim ele... – Olhou para baixo, vendo que Mu o acompanhava com os olhos, ficando vermelho, quase roxo de vergonha. – Fico... duro... é... isso sempre acontece.
- Já aconteceu comigo uma vez... – O ariano virou o rosto, querendo que o chão se abrisse para poder esconder o rosto.
- Uma só? – Aioria espantou-se.
- É... Por quê? – Encarou o amigo com curiosidade indisfarçável nos olhos.
- Comigo acontece sempre. Mas somos diferentes... – O leonino corou, mas já se sentia mais à vontade.
- Sempre?
- Sim... Mas como foi essa vez?
- Eu acordei desse jeito... – Sorriu sem jeito, corando mais.
- Eu também acordo desse jeito... quase sempre... to me sentindo um tarado! – Riu alto, sendo acompanhado por Mu. O clima estava menos pesado agora, os dois mais à vontade.
- Não... tudo bem... acho que se eu não fosse traumatizado também seria assim... – Mu fitou o chão tristemente, não gostando de lembrar-se daquelas coisas. – Mas... por que você nunca...
- Porque não quero que seja com qualquer pessoa... queria que fosse com você. – Aioria sorriu sem jeito, encarando-o nos olhos. Mu piscou os olhos, várias vezes, novamente, não sabendo o que dizer.
- Eu? Mas sou tão complicado... e... todo mundo diz que tenho cara de menina... – Irritou-se com essa lembrança, fazendo cara de emburrado enquanto fitava suas sandálias.
- Não é complicado... e quanto a cara de menina... bom, confesso que a primeira vez que te vi achei que você fosse menina, mas agora que você cresceu... está com mais cara de garoto... – O leonino acariciou os cabelos lilases, adorava eles, compridos e cheirosos. Mu era uma doçura de menino, com aquele rostinho inocente e aquele cabelo comprido lhe dando um ar mais delicado. – E além do mais... eu gosto muito de você...
- Também... gosto de você...
- Então... eu posso te beijar sempre que quiser? – Aioria chegou mais próximo, já mirando a boquinha rosada e tímida.
- Si-sim... – O ariano achou que novamente perdia as palavras. Deixou que o grego tomasse novamente seus lábios em um beijo apaixonado.
Sentiu um frio na barriga, seu estômago deu cambalhotas e sua espinha parecia não querer se livrar dos arrepios. Segurou o rosto do leonino com uma das mãos, fazendo um carinho gostoso na pele macia, ainda imberbe.
- Mu... quero que você perca o medo de sexo... assim eu posso te dar prazer e te fazer feliz... – O grego sussurrou com os lábios ainda sobre os do tibetano.
- Prazer? – Mu abriu os olhos fitando tristemente o semblante do outro.
- Mu... você vai sentir prazer quando eu o tocar...
- Não... eu não sei... – Mu virou o rosto constrangido.
- Olha... se você não quiser que eu o toque... tudo bem, eu espero o quanto for preciso. – Aioria disse confiante, sorrindo radiante. Queria conquistar a confiança do outro, mas sabia que seria uma difícil tarefa.
- Tudo bem... – O tibetano sorriu timidamente, querendo esconder o rosto em algum lugar.
Os dois se beijaram mais uma vez. Agora era fácil para Mu deixar-se beijar, afinal não havia mal em sentir aquela língua quentinha massagear a sua de forma sensual, o leonino era delicioso e tinha um gosto muito bom. Além do mais ele sentia aquele friozinho gostoso toda vez que o beijava e isso era maravilhoso.
Continua...
oOo
N/A: Vixi... eu num gostei desse capítulo, o que vocês acharam? Tá tão bobão... Eu gostei do lemon que escrevi no final da fic! Ela termina com um lemon... XD (oh eu contando o final, que coisa feia) E ainda to escrevendo outro lemon de bônus, porque eu MEREÇO um lemon lindo!
Ia-chan: Ow... seja mente aberta, o Shakinha precisava perder a virgindade com alguém e Peixes combina com Virgem, portanto foi o Dido mesmo! XD Mas ele num fica com o Afrodite não, fique tranqüila.
Ilia-chan: É séria essa parada do estupro que você falou? Eu não sabia mesmo, se soubesse teria escrito diferente, né! Como é estupro de homem? Ah! Olha só... o Shaka vai ficar com alguém sim, mas não pra sempre. É difícil de explicar... ele vai ficar com alguém agora, mas quando ele cresce (na Saga das 12 casas) eu não vou querer ele com essa pessoa... aí acho que ele fica com o Ikki sim! T.T Num me bate, por favor!
Bom, quem quiser assistir ao filme pornô grátis, abunde-se no sofá (aponta um enorme sofá), que eu vou trazer a pipoca pro próximo capítulo já!
Eu tenho uma última declaração importantíssima a fazer: A PIPE DISSE QUE TÁ LENDO MINHA FIC! (pulando histericamente) Eu fiquei tããão feliz quando eu soube! Ela é praticamente a mestra das ficwriters! Eu idolatro ela, sou puxa-saco e muito fan! Então, vejam bem, minha responsabilidade está maior agora, né! Espero que a fic esteja ficando boa e que estejam gostando!
Um grande beijo a todas vocês!
