Cap.3
Passado Apagado

-A senhorita Kagome está bem... – Todos, menos a mãe de Kagome ficaram felizes, mas o médico continuou. – Mas a senhorita Kagome teve um sério ferimento na cabeça e...
-E o que, velhote? – Disse Inuyasha eufórico.
-Ela... Perdeu a memória. Fizemos exames quanto a isso e tudo indica que é verdade. – Inuyasha perdeu os sentidos. Caiu sentado na cadeira, sem reação. Souta e o avô ficaram quase desesperados. Inuyasha apenas olhava para o nada, não acreditando no que acabara de ouvir. Veio ali, para perder novamente a sua querida Kagome? Não, ele não a perdera. Ela estava viva, não estava? Pois iria falar com ela.
-Ela pode recuperar a memória? – Perguntou Inuyasha desolado.
-Bom, existe uma maneira... Mas no fim, ela pode não recuperar totalmente a memória. Se você a ajudarem, fazendo coisas que vocês sabem que ela gostava, sempre conversando, contando de momentos passados. Talvez ela possa recuperar aos poucos, partes, fragmentos de sua memória. Mas é difícil.
-Eu quero... Vê-la... – O médico não exitou. Deixou Inuyasha ver Kagome. Ele entrou, tirou o boné e fechou a porta. Ficou amargurado com a visão que tinha. Kagome estava bastante ferida, em especial na cabeça. Tinha vários aparelhos em sua volta, tirando exames e estava tomando soro. Estava dormindo. Inuyasha chegou perto dela, se ajoelhou e começou a dizer tudo que estava entalado na garganta desde a derrota de Naraku.
-Kagome eu... Me perdoe. É por minha causa que você está ferida nesse lugar... Sem passado, sem lembranças... Kagome eu... Eu te amo muito e não quero te perder... Por favor... – Mas no meio de sua declaração, alguém estava mechendo em suas orelhinhas. Exatamente como Kagome o fazia. Levantou o rosto, com um brilho nos olhos e viu Kagome maravilhada com suas orelhas. Ele se levantou e delicadamente a abraçou, como se estivesse protegendo ela, com medo de a perder. Kagome retribuiu o abraço. Era uma sensação boa. Logo depois que ele a soltou, Kagome estava com muitas dúvidas.
-Err... Oi! Quem é você? – Disse ela, soltando um sorriso sincero. Inuyasha não podia acreditar. Ela não se lembrava dele. Ela havia realmente perdido suas lembranças. Mas ele ia ajudá-la. Se sentia devendo isso a ela.
-Olá. Sou Inuyasha.
-Quem sou eu?
-Kagome Higurashi. Você foi acidentada. Uma lata que corre daquelas te jogou longe.
-Um carro?
-Acho que sim.
-Sabe, você é muito bonito! – Inuyasha corara levemente na hora.
-Mas eu queria saber... Porque as orelhinhas?
-Ah... Bom... Não sei... Sempre estiveram aqui... – Ele resolvera que era melhor contar a ela sobre tudo mais depois.
-Posso pegar mais um pouquinho? – Kagome, com bastante dificuldade, se sentou e começou a mexer novamente nas orelhas do hanyou.
-Posso te pedir uma coisa?
-Fale.
-Promete que nunca me deixa sozinha? – Inuyasha estava realmente se sentindo mal. Abraçou mais uma vez, carinhosamente a sua amada, e disse baixinho em seu ouvido.
-Eu prometo...

Mais tarde, quando o médico entrou na sala, encontrou os dois, de mãos dadas. Kagome sempre perguntando tudo que lhe vinha em mente, e Inuyasha, respondendo o que sabia.

-Senhor? Ela acordou?
-Sim...
-Bom, vou deixar os outros entrarem. – Souta, o avô e a mãe de Kagome entraram com medo de que tudo fosse realmente verdade. Queriam mais do que tudo, que fosse apenas um pesadelo. Mas não era.
-Mana! Você está bem! Que bom! – Disse Souta correndo para abraça-la, mas no instante que o fez, sem perceber, apertou em um ferimento de suas costas. Kagome logo reagiu, e deu um grito.
-AI SEU PIVETE!
-Ela se lembra! Ela me chamou de pivete! – Disse Souta pulando feliz.
-Pare com isso! Eu nem conheço você! Quando me abraçou, doeu minhas costas. – O médico olhou em suas costas e viu um corte não muito profundo, o qual havia passado alguns medicamentos. Inuyasha olhava tudo de perto de Kagome.
-Kagome, querida, pode deixar que o vovô eu cuido do colégio para você, está bem ? – Disse o vô chegando mais perto da neta.
-Kagome, querida. Lembra da mamãe? Desejo que melhore o mais rápido possível. E que possa voltar para casa... – Disse a mãe de Kagome emocionada, chorando.
-Está na hora de Kagome descansar. – Disse o médico. – Ela ainda precisa ficar aqui no hospital uma semana mais ou menos. – Inuyasha já ia se levantando, contra vontade, mas a jovem o segurou.
-Por favor, não vá. Você prometeu pra mim que ficaria comigo! – Disse ela, com um certo desespero na voz. Os outros ficaram surpresos com a reação dela. Até mesmo o médico.
-Por favor, meu jovem. Ela tem de ficar em estado de observação.
-Eu não quero! Quero que ele fique comigo! Por favor, não me deixe sozinha! – Kagome agora, já demonstrava abertamente o seu desespero em perder a presença de quem ela confiava.
-Minha jovem, por favor, você acabou de acordar de um desmaio por causa de um atropelamento que quase foi fatal a sua vida! Lhe prometo, que daqui à uma ou duas horas, poderá ver o rapaz novamente. Inuyasha foi arrastado com os familiares de Kagome para fora do quarto. O médico rapidamente chamou duas enfermeiras para cuidarem dela e saiu para dar mais explicações.
-Porque você não me deixou ficar com ela? – Disse Inuyasha se alterando.
-O que é isso na sua cabeça? – Apesar de o médico já o estar observando durante a visita a Kagome, resolvera perguntar só agora. Suas orelhinhas lhe causaram um pouco de curiosidade.
-Anh? Er... Isso...
-Nada, depois ele se explica. Mas conte doutor, porque Kagome ficou tão assustada quando ele teve de ir embora? – Disse a mãe de Kagome salvando a pele de Inuyasha.
-Provavelmente porque ele foi a primeira pessoa que ela viu depois de acordar, e de alguma forma, lhe inspirou alta confiança. Como ela de nada se lembra, suponho que ela ficou meio perdida temendo que ele fosse embora e ela nunca mais fosse vê-lo.
-Quando posso vê-la denovo? – Perguntou Inuyasha.
-Passe aqui mais tarde. Primeiro ande um pouco, esfrie a cabeça. Por falar em cabeça... – O médico foi até o quarto e pegou o boné que Inuyasha havia deixado na maçaneta.
-Ponha isso para não lhe causar problemas. Se é segredo, é melhor tomar cuidado. – Disse o médico amigável. Inuyasha seguiu o conselho daquele homem. Saiu, esfriou a cabeça. Foi para o templo com os Higurashi e depois subiu na árvore em que costumava ficar quando queria pensar, na outra era.
-Kagome... Quero que melhore...