Capítulo 9: Analisando a Magia e Encontrando o Item


O resto daquela aula de Trato de Criaturas Mágicas foi absurdamente normal, tão logo Wanda se recuperou plenamente do Feitiço do Sono. Foi quando tocou o sinal e as turmas se separaram: Wanda voltou para a Torre de Grifinória (ela tinha escolhido apenas a matéria de Trato de Criaturas Mágicas), enquanto Mitch, Erika, Carlos, Nathan e Nakuru voltaram ao castelo para terem sua primeira aula de Magia Forense.

A sala de aula de Mitch e os demais era ampla, parecendo um tribunal de Júri. Todos perceberam que a sala tinha um grande painel na frente deles, com uma espécie de caixa, semelhante a um retroprojetor, apontando para ela.

Alguns segundos depois, entrou o professor Cameron, vestindo como se viesse preparado para uma verdadeira guerra: usava uma veste azul-escuro, avolumada pelo que Mitch percebeu tratar-se de uma armadura de placas (pelo pouco que era visível, parecia ser de couraça de dragão, material mágico que correspondia ao kevlar trouxa), completada por uma capa em tom verde escuro preso por aramelas azul-marinho. Mitch percebeu que às costas carregava uma katana, aparentemente de prata. No braço, de um porta-varinhas pendia um grande bastão de quase 46 centímetros, feito com figueira e escamas de dragão no cerne.

- Muito bem! - disse, ou melhor, trovejou Cameron - A partir de hoje, pelos próximos cinco anos, vocês irão aprender a entender como uma magia funciona, no sentido forense da palavra. Ou seja, como saberem, ao chegar em um lugar, como e porque alguém foi morto com o uso de magia.

"Quero que saibam que acredito em três coisas: disciplina, companheirismo e dedicação! São valores que eu prezo nos alunos. Quem eu encontrar sendo indisciplinado, descortês com os companheiros ou desleixado nos estudos e trabalhos, eu mesmo farei questão de o punir pessoal e exemplarmente. Posso admitir muitas coisas em minhas aulas, mas qualquer quebra a qualquer um desses princípios, eu juro que a pessoa que o fizer, ou que sequer tentar isso, irá se arrepender amargamente disso."

"Muito bem! Hoje, começaremos a entender como e porque surgiu a Magia Forense. Retirem seus livros Análise Forense de Magias e abram-o na página 15. McGregor, leia o primeiro parágrafo."

Mitch então leu:


"Origem da Magia Forense:

Nas épocas antigas, os bruxos tinham dificuldade em descobrir informações sobre crimes envolvendo a magia, por não contarem com os recursos que temos na atualidade na área de magia investigativa, ou magia forense. Por isso, muitos bruxos das Trevas conseguiam escapar ilesos da garra da Justiça e continuavam a praticar seus atos de malignitude. Isso até que, em 1023, Chris Gryffindor, um sucessor de Gryffindor, começou a analisar como a magia se comportava."


- Bem, isso nos leva a entender que Chris Gryffindor sabia que a magia deveria seguir certos padrões de comportamento. - disse Cameron. - Bem, ele estava certo. Basicamente, toda magia segue um padrão de energia, que nada mais é que uma espécie de vibração energética que pode ser usada como "assinatura" no uso da magia. Isso no leva a uma outra conclusão: todo bruxo possui sua "energia mágica", uma "assinatura energética" que, de forma semelhante ao padrão de energia dos Feitiços, funciona como forma de saber quem usou o Feitiço. Vamos mostrar na prática isso. Vou querer um voluntário... McGregor, aqui.

Mitch rapidamente se aproximou do professor Cameron:

- Primeiro, preciso conhecer seu padrão mágico. - disse ele, sacando a sua varinha - Para isso, basta eu observar você em ação. Faça um feitiço qualquer, por mais simples que seja...

- Tudo bem. - disse Mitch, sacando sua varinha.

- Lumos! - disse Mitch, usando o Feitiço da Luz.

Perfeito. Agora, sr. McGregor, você terá 15 minutos para se esconder em qualquer parte do castelo de Hogwarts. Qualquer uma mesmo: qualquer sala que você quiser, em qualquer andar do castelo. Depois, quero que utilize um feitiço qualquer, mesmo diferente. Eu então vou ver se o acho... Pode ir...

E Mitch foi. Saiu correndo pelo castelo. Mas o professor Cameron não contou com o fato de que ele possuía o Mapa do Maroto. Ele correu pelo castelo, indo até o 5° Andar da Torre e usou o Mapa para localizar alguma sala antiga. Ele achou uma que parecia ser uma espécie de Salão Comunal desativado. Ao entrar nela, viu um embrulho estranho. Haviam passado-se 13 minutos. Mitch pegou o embrulho e, ao abri-lo, viu um pedaço de tecido brilhante e sedoso caindo. Guardou-o para si: devia estar lá a mais de 100 anos. O embrulho também guarda uma carta, onde estava escrito "A quem pegar esse volume...". Mitch guardou os dois debaixo de suas vestes.

Mitch esperou um pouco. Fazia 14 minutos e 50 segundos. Será que o professor Cameron o localizaria? Faltava poucos segundos. 5... 4... 3... 2... 1... Era hora de usar a magia. Mitch apontou sua varinha para os restos do embrulho e disse:

- Wingardium Leviosa!

Mitch pensou que o professor Cameron não o localizaria. Foi quando:

- Sr. McGregor... - Mitch ouviu alguém falar. Era o professor Cameron, à sua frente, menos de 5 minutos depois, acompanhado pelo resto da turma.

- Mas como...

- Eu o segui, usando o Feitiço de Rastreamento da Magia. Vejam como ele funciona: a primeira coisa é que eu tenho que saber quem estou procurando, no caso Mitch McGregor. Isso facilita o rastreamento do padrão mágico. Então, tudo que tive que fazer é usar o Feitiço do Rastreamento da Magia: Rastreare Maggio! Enquanto isso, pensei em Mitch, até que senti sua presença e corri na direção da mesma. Muito bem, por hoje chega de demonstrações. Voltemos até à sala de aula e continuemos nossas atividades.

Todos voltaram e continuaram as atividades, até que as aulas foram encerradas pelo sinal para o almoço. Foi quando Mitch resolveu conversar com Harry Potter, logo após o almoço:

- Harry...

- Mitch, o que foi?

- Preciso falar com você às sós, ou no máximo com o Rony e com a Mione.

- Tudo bem, já vou indo...

Mitch levou Harry para a Sala do Conselho, a sala de Hogwarts aonde reunia-se o antigo Conselho dos Aurores da Irlanda e aonde Mitch descobriu a Harpa de Brigitte, um poderoso item mágico que era herança de família de sua irmã Enya. Apenas a sucessora de Brigitte, uma Barda Verdadeira que seguisse a linhagem McGregor, poderia extrair da Harpa todo o seu poder.

- Encontrei isso aqui hoje, durante uma aula... - disse Mitch, sacando o pedaço de tecido que encontrara.

- Mitch, isso é uma Capa da Invisibilidade! Aonde a encontrou?

- Eu não me lembro exatamente... Parecia um antigo Salão Comunal, algo assim, sei que ficava no 5° Andar. A única coisa que tinha ali era um pacote de papel pergaminho. Dentro dele estava esse negócio... Ah, e tinha esse envelope aqui.

Harry pegou o envelope e o abriu:

- Mitch, chegou a ler isso aqui?

- Não...

- Leia você mesmo, então...

Mitch pegou a carta e começou a ler:


"A quem pegou esse volume:

Esse volume é minha herança a Hogwarts, minha querida Hogwarts, aonde irei morrer.

Meu nome é Gilbert Lieberman. Nasci em Hogsmeade, no Ano de Nosso Senhor de 1807 e formei-me em Hogwarts, pela Casa do Texugo de Helga Hufflepuff, em 1824. Em 1855 voltei para Hogwarts, para lecionar Artefatos Mágicos. Recentemente, peguei uma doença mágica incurável, e estou fadado a morrer. Minha morte se aproxima. Acho que não terei mais do que 2 ou 3 dias de vida.

Porém, agora, eu posso morrer tranqüilo, deixando minha maior invenção, como Artefato Mágico, como legado. Essa é a Capa da Invisibilidade, uma capa comum que recebeu Feitiços que permitem que quem a cubra torne-se totalmente invisível.

Àquele que pegou a capa: Faça bom uso dela e use-a com sabedoria.

Votos de Felicidade é o que lhe desejo.

Gilbert Lieberman

25 de Outubro de 1894"


- Então é isso! Essa capa...

- Pertenceu a quem criou as Capas de Invisibilidade. Mais exatamente, ela foi A PRIMEIRA. - disse Harry.

- Uau!

- Mas porque será que ela apareceu agora? - disse Harry, pensativo - Afinal de contas, todo mundo sabe que existem salas de Hogwarts que aparecem e desaparecem com o tempo.

- Isso é uma coisa que eu também gostaria de saber... - disse Mitch