Ikki levou Sorento para o hospital da Fundação, ao chegar l�, encontrou Crane e Saori conversando perto da UTI, onde Shina estava.

- Ikki- exclamou Saori. – O que está fazendo aqui?

- Vim trazer Sorento para o hospital.

- Sorento? – indagaram Saori e Victor juntos.

Shun tentava ligar para June, mas ninguém atendia na casa da amazona. O cavaleiro sabia que à essa hora ela sempre estava em casa e ficou a imaginar a causa da ausência da amiga.

- Onde será que a June se meteu? – pensava Shun muito preocupado devido aos últimos acontecimentos.

Hilda contara tudo o que sabia e também discutira hipóteses com o cavaleiro de Cisne. Já era passada a meia-noite quando eles saíram da Sala de Conferência do Palácio. Os corredores estavam vazios e o silêncio tomava conta de todos os cantos do Palácio.

- Me acompanhe, Hyoga. Irei mostrar seus aposentos. Creio que os empregados já estejam dormindoé tarde da noite. – explica Hilda.

- Entendo. Ficamos muito tempo conversando, não é mesmo? – falou Hyoga.

- É verdade. Cisne. Espero que tenha uma boa noite de sono, pois amanhã teremos um longo dia. – falou Hilda, e o resto do caminho até o quarto onde Hyoga passaria a noite foi feito em silêncio.

Fênix Negra espera pacientemente no topo das escadarias das ruínas de um templo grego. Ela nunca gostou de esperar muito, mesmo quando ainda era uma mortal, quando ainda dependia dos humanos. Com certeza esse atraso não passaria em branco.

- Esperando por alguém? – perguntou Hermes.

- Ah! Você? – Fênix Negra deu de ombros.

- Diga me, por quem está esperando? – perguntou ele curioso.

- Por um aliado meu nessa batalha contra o Santuário. – respondeu ela muito satisfeita. – Mas acho que isso não é da sua conta, Hermes.

- Tudo – e ele fez questão de realçar essa palavra – o que acontece aqui é da minha conta, e da conta do Olímpo também. – falou em tom de advertência. – Você iniciou uma guerra sem a permissão dos Deuses, pode ser severamente castigada.

- Só se eu perder! E eu tenho certeza que vou vencer. – falou a vilã com convicção.

- Você não devia ter feito isso Princesa. – falou o mensageiro. – Não sem a Permissão Divina.

- Eu faço o que quiser, Hermes! E eu não preciso da Permissão Divina, odeio burocracia...

- Não faça piadas! – reclamou.

- Claro, claro. – falou a jovem ironicamente. – Acho que ouvi alguém lhe chamar lá no Olímpo, não? – disse, tornando visível sua impaciência.

- É, eu vou embora, sim.

Seiya sai do hospital ainda muito irritado. Lembrou que pedira para Tatsumi algumas coisas que ele esquecera lá na última festa. Uma chuva forte começou a cair e Seiya resolveu ir mais devagar, as ruas estavam perigosas.

Enquanto isso, Ikki explicava a Saori e ao Inspetor Crane sobre Sorento, ou melhor, apenas contava o pouco que sabia. Saori avisara Julian, que já estava a caminho. Então, Athena saiu o mais rápido possível, estava cansada e queria ir para casa repousar. Enquanto ia para casa, Saori observava a chuva que caía sem piedade sobre a cidade.

Chovia muito também em Rozan. Shiryu e o Mestre Ancião, apesar de serem atingidos cada vez mais pelos pingos de chuva, ambos continuavam com se não houvesse chuva nenhuma.

- Shunrei está doente? Porque não me avisou, mestre? – perguntou Shiryu indignado.

- Porque ela não quis que eu lhe contasse. Foi a pedido dela, Shiryu. – explicou o Mestre Ancião.

- Mas, porque ela me esconderia isso?

- Porque ela não quer preocup�-lo. Ela achava que você já tinha muitos problemas sendo um cavaleiro de Athena e tendo que lutar em tantas batalhas. – explicou Dhoko.

- Mas onde ela está agora, mestre? Eu preciso vê-la.

- Em casa, Shiryu, em casa! Vá logo, antes que esta chuva piore.

Seiya acabava de pegar as coisas que havia esquecido na Mansão Kido, o cavaleiro já estava de saída quando Saori chegou.

- Seiya eu preciso ter uma conversa séria com você. – Saori falou. – Preciso contar a verdade para você.

- Contar a verdade? – perguntou Pégaso sem entender que verdade era aquela.

- Vamos até o meu quarto, as paredes dessa Mansão tem ouvidos e o que quero lhe falar é muito pessoal.

- Certo. – falou Seiya, sem imaginar o que poderia ser tão sério.

Hyoga acordou tarde, arrumou-se o mais rápido possível e foi tomar o café da manhã com Hilda, seus guerreiros deuses e Fler. Hyoga foi convidado a sentar-se ao lado de Hilda, de frente com Fler. A irmã da Representante de Odin não parava de olh�-lo e perguntar sobre Athena, Seiya e os demais cavaleiros. Um dos guerreiros deuses não gostava nem um pouco daquilo.

- Hyoga- disse Hilda. – Tenho um compromisso importantíssimo essa tarde. Se não se incomodar, Fler poderia lhe fazer companhia. Sei que são muito amigos.

- Não há problema nenhum. Seria um prazer. – responde Hyoga gentilmente.

- Voltarei ao anoitecer, para a reunião junto aos meus guerreiros deuses. – informou a Representante de Odin. – Fler, cuide bem de nosso convidado.

- Finalmente você chegou! – reclamou Fênix Negra, nossa Princesa das Trevas. – Como ousa deixar-me esperando?

- Perdão, Princesa. – falou uma voz já conhecida dos cavaleiros.

- Trouxe o que lhe ordenei? – perguntou ansiosa.

- Sim. Aqui está o Livro do Mago. – falou o comparsa com ar sorridente.

- Muito bem, Kanon. – agradeceu a vilã, sentia que sua união com o irmão de Gêmeos daria muito certo. – Agora eu posso acabar com Athena de uma vez por todas! – e falando isso, Fênix Negra começou seu feitiço.

- O que é isso? – perguntou Kanon vendo uma boneca muito parecida com Saori Kido. – Você vai fazer vodu?

- Não chame de "vodu", chame de feitiço, magia.

Ikki e Crane ainda se encontravam no hospital. A carteira de Ikki cai e Crane, quando a recolhe, encontra uma foto, de uma moça muito bonita.

- Sua namorada? – pergunta o inspetor.

- Não. Esmeralda já... – por mais tempo que passasse Ikki jamais conseguiria falar aquela frase.

- Entendo. Você a amava?

- Sim. E parece que até hoje amo. Parece que ela jamais se afastou de mim. – falou o cavaleiro, mesmo sem entender porque estaria contando aquilo à Victor.

- Quando amamos muito uma pessoa, jamais a perdemos. – consolou o inspetor, admirado com a beleza de Esmeralda.

A chuva aumentava em Rozan, Shiryu se aproximava da casa onde durante tantos anos viveu junto a Shunrei. Enquanto chegava mais perto, Shiryu notou alguém do lado de fora, e parecia não se importar com a chuva forte que caía. Quando já estava mais perto, notou ser Shunrei, girando com os braços levantados.

- Shunrei! Shunrei! O que está fazendo, Shunrei! Você está muito doente, não pode ficar na chuva, Shunrei! Shunrei! – gritava Shiryu aflito enquanto corria até ela, mas a garota parecia não ouvir. – Shunrei! Por favor!

- Shiryu! – exclamou ela, vendo agora que o cavaleiro havia chegado. – Me deixa aqui, Shiryu! Me deixe morrer!

- O que está falando! – fala ele. – Eu não posso perder você, Shunrei, não posso deix�-la morrer! – o Dragão a abraça forte, tentando protegê-la de sua própria fúria e da chuva que caía. – O que está acontecendo com você, Shunrei?

- Shiryu! – disse a garota mais calma agora. – Me perdoa, eu deixei você preocupado, não foi? Me perdoe! Shiryu... – sussurrou Shunrei desmaiando.

Seiya e Saori estavam no quarto dela. Saori tinha muito a dizer, mas não sabia por onde começar. Sabia que a verdade iria fazer com que Seiya ficasse irritado e com raiva dela, porém não continuaria a mentir.

- E então? O que é tão sério? – perguntou Seiya tentando começar uma conversa.

- Ainda não posso te contar.

- O quê? – falou ele indignado.

- Não enquanto Tatsumi não sair da porta. – disse a deusa ouvindo um gemido e após passos apressados descendo a escada. – Seiya... sabe o quanto gosto de você, e que depois de todas estas lutas eu só tenho a lhe agradecer e...

- E... – falou Seiya na expectativa de que ela falasse algo que quisesse ouvir a muito tempo.

- É sobre Crane...

- Como? – perguntou ele sem acreditar que ela fizera todo aquele drama para falar de Crane. – Eu não acredito, Saori! Me chamou até aqui, fez todo esse drama pra falar do seu amor por Crane? Me poupe!

- Mas, Seiya...

- Eu vou embora! Paciência tem limite! – falou Seiya enquanto andava pelo corredor até a escada.

- Seiya! – Saori tinha que explicar tudo. – Seiya, eu...Ai! – Athena sente uma forte dor no peito.

- Saori?

- Ah! – doía cada vez mais. – Seiya! Seiya, me ajuda!

- Saori, o que aconteceu? – falou desesperado ao ver a deusa ajoelhada no chão. – Saori...

- Seiya, o que está acontecendo comigo?

Fênix Negra dava gostosas gargalhadas enquanto Kanon a observava sem entender.

- O que está acontecendo, Princesa?

- O castigo de Athena está começando... – e continuou a rir.

Shina acordara e já havia saído da UTI. Crane fazia companhia a amazona. Shina não sabia bem onde estava e sentia uma forte dor na cabeça. Tudo o que ela desejava naquele instante era ver Seiya, tinha medo de morrer e não vê-lo nunca mais. Mas não podia pensar naquilo, tinha que ser forte. Seika chega ao hospital junto com Jabu para fazer uma visita a amazona.

- Então, Shina? Está se sentindo melhor? – perguntou Seika, gentil como sempre.

- Um pouco. – sussurrou.

- Trouxemos algumas flores, e um bolo que Minu fez pra você. O cartão que veio junto com as flores foi assinado por todos do Santuário. – contou Jabu.

- Eu sei ler, Jabu. – respondeu Shina, ainda que fraca, não perdera seu gênio forte.

- Prontinho! Agora eu posso ter certeza que Athena não será mais um problema para mim! – comemorava Fênix Negra enquanto fechava o tão pesado livro.

- Qual será nosso próximo passo agora? – perguntou Kanon curioso.

- O próximo passo depende de você, e lhe afirmo que não será difícil. – "não sei se posso confiar tanto assim em Kanon, ele nunca foi fiel a ninguém, traiu Poseidon e agora Athena, sei que em breve, se encontrar oferta melhor me trairá também". – mas isso eu lhe explicarei melhor amanhã. Agora tenho algo importantíssimo a fazer.

Shun foi até a casa de June, precisava saber se ela estava bem, se já havia chegado em casa. Encontrou o apartamento às escuras.

- Ela ainda não chegou. – murmurou ele.

- Quem ainda não chegou, Shun? – perguntou June que estava linda como sempre, porém muito estranha.

Ikki andava por uma rua deserta e escura da cidade, o que lembrava muito a sua vida, sempre tão deserta e povoada de escuridão. Faltava algo em sua vida, mas Fênix não imaginava o que. Os pensamentos de Ikki foram interrompidos por um estrondo. O cavaleiros correu na direção do barulho. Foi então que Fênix esteve frente a frente com sua inimiga, Fênix Negra. Ela tentou desviar de Ikki e continuar em sua fuga, mas Ikki a puxou e a Princesa das Trevas bateu a cabeça desmaiando logo após.

- Ótimo! Vamos ver quem é Fênix Negra... – disse Ikki curioso enquanto tirava cuidadosamente a máscara.

Seiya já estava na porta na Mansão levando Saori nos braços quando ela acordou.

- Seiya... Não me leve ao hospital, eu já sei o que é. – falou a garota com a voz fraca, porém determinada. – Leve-me de volta ao meu quarto.

É, continua, mas só no próximo capítulo, certo? Esse capítulo é pequeno mas é de coração!