Notas Iniciais: "Esta fanfic é como uma continuação do anime Gundam Wing, depois do término da série. Tudo será um tanto fiel a verdadeira história, a não ser pelo acréscimo de alguns personagens novos que eu mesma criei...". Inesquecível essas falas... Ah é, já começamos a fanfic? Oi gente, aqui é a autora (número um) da fic, Petit Ange! Desta vez, reformulei um pouco a história, porque, afinal, hoje não estou fazendo ela sozinha. Ela é feita, junto comigo, por uma pessoa muito especial: Angel (mais conhecida como Angel-chan), que antes era a crítica desta fic. Creio que essa versão agradará mais os fãs, pois esta é mais fiel à verdadeira personalidade dos pilotos e o contexto em si. Por favor, pessoal, comentem essa história, pois a opinião dos leitores é sempre muito importante para nós.
GUNDAM WING S1
Petit Ange
Prólogo - Duas Ondas
Ano de 213 d.C.
Mais um dia estava se passando naquele planeta
azul que os humanos chamavam de Terra, ou Globo Terrestre. Todos
tinham de agradecer por estarem mais um dia vivos e em segurança,
já que a cada dia que se passava, a guerra que se estendia lá
fora piorava cada vez mais. Era quase que incontrolável, ou
melhor, já estava incontrolável. Os White Frenzy
estavam perdendo a batalha, e sendo massacrados mais a cada minuto, e
não demoraria muito para os inimigos começarem a
dominar e destruir as colônias, e até a Terra, um por
um.
- Mamãe... – uma voz de menina corta a paisagem
desastrosa causada pela guerra no espaço. – Por que quase
todas as pessoas grandes estão brigando?
A mãe,
que tirava da grande mesa de jantar o prato e os talheres a mais que
a filha havia colocado ali, não respondeu.
- Por que
está tirando as coisas do papai! – a garotinha perguntou
rispidamente, com uma cara ofendida.
- Porque o papai vai
demorar pra chegar, minha filha... Ele não virá tão
cedo, você sabe disso... – sua mãe respondeu, sem
entusiasmo.
A garotinha pegou o prato da mão de sua
mãe, e alisou-o.
- Tá, mas... – a garotinha
fingiu a paciência que não possuía. Era difícil
para ela compreender o mundo. – Por que todos brigam tão
feio assim, lá fora?
- Por que isso faz parte do
instinto de todos eles, minha filha... – a voz aveluada da mãe
daquela garotinha parou de falar, assim que pousou a mão na
cabeça da filha.
- Instinto... Este tal "Instinto",
ele é mau? Ele faz maldades nas mentes das pessoas? –
ela pergunta, inocentemente.
- Às vezes, ou melhor, na
maioria das vezes, ele é mau, sim. Mas, deixa pra lá...
Você é uma criança, e tem uma vida longa pela
frente. – acariciou os cabelos castanhos da menina.
- Mas,
o mundo dos adultos é tão incompreensível! – a
garotinha suspirou, abraçando o prato.
- Você
não imagina como... – a mãe sorriu, e levantou-se,
tomou o prato de sua filha e caminhou até a cozinha, guardando
as coisas que precisava guardar.
- Você está
trabalhando hoje em casa? O que aconteceu com seu emprego? O que
houve com a Ritsuko? – a garotinha se referia-se à
governanta da casa.
- A Ritsuko teve que ir visitar o marido
porque ele estava um pouco doente. Por isso, ela não pôde
vir hoje... – a mulher responde, tristemente, sem esconder
certo sentimento na voz. Na verdade, o que acontecera, era que o
marido da governanta havia perdido a vida na guerra que se estendia
lá fora, já que a convocação estendia-se
por todos os homens e ex-oficiais, inclusive algumas mulheres. A
garotinha percebeu instantaneamente aquele semblante da mãe.
-
Ele morreu, não é...? – ela perguntou, baixando a
cabeça.
- O que você disse? – sua mãe
surpreendeu-se com a pergunta da filha.
- Eu perguntei se o
marido da Ritsuko, aquele senhor, ele morreu...? – o silêncio
alastrou-se por alguns instantes.
- Sim... – a mãe
da jovenzinha cerrou os olhos. – Aquele senhor foi brigar
juntamente com o papai, mas não pôde concluir a missão
que lhe foi designada.
- A morte é muito ruim...? –
a menina perguntava, cada vez mais apreensiva. – Ela é como
o 'adeus'? Ela também não nos deixa ficar por
perto?
- Por que tantas perguntas, minha filha? Estou ficando até
assustada... – a mãe parou um pouco.
- É
que, eu quero compreender este mundo... Ou, pelo menos, tentar
compreendê-lo. Mesmo sendo tão difícil... –
ela suspira, e sua mãe, então, falou num sussurro ao
ouvido da filha.
- Não é tempo de aprender
sobre isso... Tudo tem seu tempo, e ainda não está na
hora deste. Portanto, pare de fazer estas perguntas, mocinha... –ela
diz, colocando as mãos no ombro da filha.
A garotinha
olhou para a janela, e viu a lua refletida na janela da grande
mansão, e iluminando a paisagem já meio escura com
cálidos raios prateados.
- Eu só quero saber
se... A morte machuca muito... – baixou a cabeça novamente.
A mulher, que pensou um pouco no que a pequena havia perguntado,
resolveu responder.
- Machuca sim... – ela diz,
acariciando os cabelos macios de sua filha. – Não só
machuca aquela pessoa, como também todas as que estão à
sua volta.
- Então... O papai tá machucado? –
perguntou a menininha, mudando de semblante para um preocupado,
enquanto retirava a mão da mãe de sua cabeça.
-
Por que você pergunta algo desse tipo, minha filha? – a mãe
da garotinha congelou.
- É o papai que está
deixando a mamãe triste dessa forma? – ela pergunta.
-
Não, não! Ele está muito bem... Nem sente mais
dor. – a mãe fingiu um sorriso.
- Mas o papai
viajou pra brigar com os outros robôs daquele "homem mau"
que apareceu na TV, junto com os companheiros dele, só que até
agora ele ainda não voltou! – a menininha avisa,
tristemente, fazendo uma cara inocente, que fez sua mãe se
sentir um tanto culpada por estar mentindo daquele jeito. –
Ele vai demorar muito para voltar, mamãe? É que... Eu
estou com muita saudade dele...
- Acho que vai... – a mãe
fez uma cara de sonsa.
- É que... Eu estou com um
pouco de medo de sentir a dor que a mamãe sente... – os
olhos da garotinha refletiam a bela lua cheia, lá de fora.
-
Eu não...
A mãe, não resistindo mais
àquela conversa, começou a chorar.
- Mizuno,
querida... O papai ainda vai demorar um pouco mais. – a mãe
apertou ainda mais a filha, que a abraçou também, se
comovendo com a tristeza da sua mãe.
- Por que está
chorando mamãe? – a garotinha sussurrou, não
entendendo aquilo.
- Você também está,
não é...? – ela disse, apenas.
- Por
que mamãe está chorando? Foi porque eu te fiz esta
pergunta? – a menina pergunta, sem entender a situação.
- Não é nada não... Já passou! – a
mulher tentou fingir alegria. – E então? Vamos dormir? Já
está tarde pra você!
- Mas... – ela pensou melhor,
e resolveu não contrariar a mãe. – Tá bom!
Mãe e filha subiam as escadas, alegres, quando de repente,
a menininha encantou-se com uma estranha forma que se podia ver pela
janela.
- Mamãe, que luz... Que luz é aquela
lá? – perguntou a garotinha sorridente, apontando para fora,
na qual se encontrava uma luz branca parecendo um míssel,
descendo em direção para aquela rua.
-
Abaixe-se, Mizuno! – a mãe atirou-se em cima da garotinha,
por reconhecer o que aquela luz significava.
Naquele
momento, uma luz muito forte se alastrou por toda aquela área,
deixando tudo sem o menor vestígio de vida. O que acontecera
ali foi um ataque de um dos robôs inimigos, indicando o que se
seguiria a partir daquele tempo.
Eles haviam destruído
quatro quarteirões inteiros com aquela poderosa bomba, não
deixando nenhum sobrevivente. Ou pelo menos, era o que se pensava...
Pouco tempo depois, naquela mesma noite, a polícia
e as ambulâncias chegam, junto com alguns curiosos, detidos
pela imensa faixa anti-ultrapassagem que dobrava quarteirões
inteiros. Os enfermeiros, mesmo aqueles mais experientes, ainda se
assustavam como crianças ao verem os corpos dos moradores
daquele lugar, alguns mutilados, outros deformados, e outros sem
muitas feridas... Aquilo fora um verdadeiro massacre, e seria difícil
esquecer o genocídio.
De repente, um dos policiais escuta
um inquietante barulho de alguém correndo. Era um enfermeiro
jovem, aquela parecia ser sua primeira missão séria,
mas ele não estava nauseado ou assustado.
- OFICIAL! –
um enfermeiro gritou.
- O que foi, rapaz? – o policial
pergunta, vendo o semblante do rapaz transformado por uma felicidade
inacreditável, parecia que vira um milagre no local onde
recolhia os cadáveres. – O que houve? Por que está
feliz?
- Achei uma coisa que precisa ver... Por favor, me siga! –
ele diz, fazendo sinal para que o seguisse, voltado a correr.
-
Fique aqui, eu já venho! – o oficial diz ao colega ao lado,
que assente com a cabeça.
Ambos passam correndo por
diversos cadáveres. Crianças, mulheres, idosos...
Praticamente, nenhum homem, apenas os jovens demais. Muitos estavam
em estado deplorável, que assustava até mesmo estas
duas pessoas da sociedade, que tanto vêem desastres do tipo.
-
Aqui! – ele aponta para as ruínas de uma casa grande,
parecendo uma mansão.
- O que houve? – o oficial
pergunta, sem entender. – Você, o que acontece por aqui?
O
outro enfermeiro, que observava o cadáver de uma mulher de
aparentes 37 ou 38 anos, sorri também, deixando o oficial
ainda mais confuso. Ela estava deitada de maneira estranha, como se
estivesse com algo por baixo dela. E seja o que fosse, não era
algo como um objeto pessoal ou algo de valor. Parecia bem maior.
-
Veja. – ele retira o cadáver, rolando-o para o lado, e
debaixo dela, encontrava-se uma menininha.
- Uma criança!
– ele pergunta, indignado. – O que houve com ela?
- Toque em
seu pulso, oficial... Sinta você mesmo este milagre. – o
enfermeiro, aparentemente mais experiente que o jovem, lhe estende o
pulso da menina. Apreensivo, o policial toca-o, e sente a pulsação,
a vida correndo por entre as veias dela. Fracamente, mas corria.
-
Ela está viva! – ele se espanta. – Temos um sobrevivente
por aqui!
- Parece que a sua mãe a protegeu na hora em
que o míssel caiu... Foi muita sorte... Mas, infelizmente,
agora esta menina está órfã, porque sua mãe...
Não resistiu. – o jovem enfermeiro diz, tristemente.
-
Me esperem aqui, avisarei os outros de que há um sobrevivente!
– o oficial sai correndo.
Esta menina seria a única
sobrevivente do massacre.
O garoto sentiu um grande impacto de dentro do
armário, que perdeu grande parte superior de sua estrutura,
onde estava escondido da mãe, que queria lhe dar banho. Ele
assustou-se muito, mas não se atreveu a sair dali de dentro,
por medo. Mas quando a simples lembrança da mãe lhe
assolou a memória, e as palavras de seu pai, "cuide bem da
sua mãe" também entravam e saiam, o garoto uniu sua
coragem e escancarou o armário. Mas não havia mais
casa. Tudo estava em chamas, como se a guerra tivesse se instalado
ali.
Não haviam vozes, não havia pessoas andando ou
correndo, só o fogo, o cheiro de fumaça, o sangue, o
terror. Ele tentou correr pelo que antes chamara de lar, mas
encontrou um cadáver. Era o corpo de sua mãe. Correu
até ela, e segurou sua cabeça, as lágrimas
teimavam em sair pelos olhos assustados, e a boca, que sangrava,
entreabria-se para repetir a mesma palavra continuamente.
-
Mamãe... Mamãe... Mamãe... Levanta, mamãe...
– ele dizia, sacudindo-a. – Temos que ir embora daqui, mãe!
Mas a mulher nada respondia. Seu rosto assustado, os olhos
abertos, o corpo ensangüentado... Tudo era motivo de pânico
para o jovem menino, que não desistia das tentativas, em vão,
de animar sua mãe.
- Ô mãe, levanta. Quero
tomar banho, ó! Eu tô aqui, viu! – ele dizia,
chorando. Mas ela nada fazia.
Ao sentir realmente o que
acontecera, seu corpo amoleceu de medo. Ele levantou-se com
dificuldade e começou a gritar.
- SOCORRO! TEM ALGUÉM
AÍ! – ele pedia ajuda, mas ninguém lhe respondia. –
NOS AJUDE! ALGUÉM, POR FAVOR, ME ESCUTA! Não tem...
Ninguém...
Mike entregou-se às lágrimas
completamente. Ele não sabia quanto tempo passara-se desde que
se aconchegou nos braços, outrora quentes, da mãe. Mas
sentia-se bem ali, e não queria sair.
- Tem alguém
aí! – ele ouviu uma voz masculina gritar.
- Tem
gente... Tem gente aqui! – ele levantou-se, e começou a
abanar as mãos para o alto, muito feliz por ter alguém
por ali que pudesse lhe ajudar. – AQUI! EU ESTOU AQUI! AQUI!
Os
enfermeiros enxergaram um garoto abanando as mãos, e
rapidamente o tomaram nos braços, ao mesmo tempo felizes e
preocupados, examinando-o, e examinando sua mãe. Um deles
colocou sua mãe numa maca e a cobriu totalmente com uma
espécie de lençol branco.
- Ei! O que vão
fazer com minha mãe! – ele pergunta, esperneando no colo do
enfermeiro.
- Garoto... Sua mãe... Ela, ela morreu... –
um dos enfermeiros diz, abaixando sua cabeça, com uma
expressão de derrota em seu rosto assustado e cansado.
-
Morta? – Mike pergunta fracamente, como se perdesse as forças.
– Ela morreu mesmo...? Ela não vai mais se mexer?
-
Sim... – o outro assente. – Infelizmente, garoto, você está
sozinho no mundo agora...
Mike jamais se perdoou pelo acontecido
com sua mãe desde aquele dia. E ele também, assim como
a garota da Terra, foi o único sobrevivente do massacre àquela
Colônia.
Ano de 222 d.C.
A paz reinava, em segredo, por todo o universo,
desde muito tempo. Não se sabia por quanto tempo conseguiriam
abafar o caso da fuga de Draco Reed, o maior e mais perigoso preso da
era, aquele que iniciara a guerra de 213 d.C. E a cada dia, ficava
mais difícil manter segredo, os boatos corriam soltos, era
quase incontrolável a insistência e os boatos da mídia.
Era hora de ser tomada uma providência.
- sensei
MIZUNO! – gritava um dos novatos policiais, do longe.
-
Ah... – a jovem de cabelos castanhos acordou de seus pensamentos
dolorosos.
- Sensei Mizuno... – o novato buscava ar,
devido às horas que passou correndo tentando encontrar aquela
jovem. – O senhor Osugi quer vê-la imediatamente!
-
O chefe? – perguntou a jovem, vidrando-se no assunto.
-
Exatamente! – ele diz, animado.
- Ele disse sobre o que
era? Estou ocupada... – disse a jovem, tentando disfarçar o
que estava fazendo antes, colocando então, um cartucho novo de
balas no revólver.
- Não me pareceu que estava
treinando, como sempre faz... – disse o calouro, lembrando-se do
que a jovem oficial estava fazendo naquele instante.
-
Caham... Fale logo! – a jovem disfarçou.
- Bem, o
chefe quer te ver, e disse que é importante. – o calouro
ficou com medo, diante da cara da jovem oficial.
- Mas, eu
tenho outros planos... – ela responde, cabisbaixa.
- Ele
não me disse o que era, mas me disse que interessaria muito
para você. – o jovem deu um sorriso, ao tentar imaginar
o que interessaria muito à jovem mestra.
- Hum... –
pensou.
- E então, sensei Mizuno? – ele
esperava uma resposta.
- Está certo! Diga pra ele que já
estou indo... Preciso apenas, fazer uma coisinha rápida. –
disse a jovem oficial, sorrindo.
- Só mais uma
pergunta, Yuy sensei, apenas por curiosidade... Poderia me responder
a esta pergunta? – o jovem pergunta, com um pouco de apreensão
na voz.
- Claro... – disse a jovem, dando um tiro certeiro no
alvo que movia-se numa velocidade razoável.
- No que
estava pensando? – perguntou o calouro, causando no ambiente um
atordoante silêncio momentâneo, no qual apenas
ouvia-se apenas o barulho do vento.
- No passado... –
disse ela, fechando os olhos. – Apenas no meu passado.
-
No seu passado...? – outro tiro de Mizuno era ouvido, desta
vez, num alvo que se movia rapidamente.
- Vai ficar parado
aí até quando? – gozou a jovem, sorrindo.
O
calouro voltou a si, e corou levemente.
- Ok, mas não
demore! – corria em direção a entrada, tentando
disfarçar seu rosto levemente vermelho.
- Certo! –
a jovem oficial percebeu, mas não ligou.
Pouco
depois, a jovem policial já estava em frente da porta do chefe
da polícia terrestre. Abriu-a com cuidado, e encontrou o
senhor, de olhos fechados, já aguardando sua chegada.
-
Bom dia senhor! – disse a jovem, com a tradicional mão na
testa.
- Oh, bom dia srta. Mizuno. – cumprimentou
amigavelmente, seu chefe, e indicou-lhe uma cadeira. – Pode se
sentar aí...
- Senhor, desculpe-me, mas serei direta
com você... Sabe que apenas uma coisa me interessa no
momento! – ela responde, seriamente. O comandante sentou na
cadeira, e olhou seriamente para Mizuno.
- Eu sei, minha
criança... Mas, se você escutar tudo que eu vou falar,
tenho certeza que compreenderá o porque de eu ter lhe chamado
até aqui. – ele diz, acalmando-a.
- Muito bem... –
disse a jovem de cabelos castanhos, sentando-se e tentando se
acalmar.
- Bom, como você já deve saber, Draco
Reed, o homem que você mesma capturou há dois meses
atrás, com muito esforço, escapou ontem da prisão
aqui da Terra. – o senhor diz, unindo as mãos.
- Já
tenho consciência disso senhor. – ela vira sua cabeça
para o lado, com uma expressão de derrota.
- Esta é
sua motivação, não é? Quer capturar
novamente Draco Reed, estou certo? – perguntou o chefe, fitando a
jovem.
- Sim senhor... Eu quero pegá-lo novamente.
Estou farta dos problemas que aquele homem arranja! – ela
confessa.
- Mas, não é só por causa disso,
não? – ele pergunta, mas a resposta é um
longo silêncio.
- Tem razão... – disse a
oficial, cortando o silencio daquela sala escura. – Há outro
motivo, em especial e pessoal, por que quero pegar aquele homem.
-
Está buscando sua vingança? – o senhor pergunta,
confiante.
- Também não sei se é exatamente
isso, mas sinto que é quase isso, sim... – disse ela,
abaixando a cabeça. – Ele matou minha família, acabou
com a minha vida normal de criança e adolescente... Mas mesmo
estando aqui, neste lugar maravilhoso, eu ainda sinto raiva
dele...
- Eu entendo você... Foi por isso que te
chamei para vir aqui. – disse o homem, abrindo as cortinas pesadas,
deixando os raios de sol passarem e iluminarem tudo.
-
Senhor...? – ela não entendeu.
- Draco Reed escapou
em uma das máquinas do tempo que possuímos guardadas
por aqui. Foi para o ano de 198, de acordo com nossas pesquisas mais
recentes. – ele avisa.
- Ele conseguiu escapar... Nas
máquinas do tempo? – a jovem oficial apavorou-se com tal
revelação. – Impossível! Ninguém nunca
conseguiu passar pela segurança daquele lugar!
-
Ainda não haviam contado isso para você, Mizuno? –
perguntou o senhor, abismado.
- Ainda não... Vai ver
que abafaram demais o caso, até para mim. – Mizuno diz,
sentando-se novamente.
- Pois bem, continuando a conversa,
descobrimos mais tarde que os oficiais que guardavam as máquinas
do tempo eram subordinados de Reed, mas infelizmente não
pudemos capturá-los, porque eles também fugiram, assim
como outros dos vários seguidores de Reed.
- E o que
acontecerá? – perguntou a jovem oficial, um tanto
assustada.
- Não sabemos exatamente o que eles
querem... Mas, seja lá o que for, não podemos deixar
que eles arruínem o passado, ou isso poderá trazer
sérios danos para o futuro. – o senhor diz, tão
apreensivo quanto ela.
- E agora, o que faremos? – ela
pergunta. – Se ele tentar mudar o passado, para que este fique à
sua maneira, do mesmo jeito que antes... Eu não quero nem
pensar no que irá acontecer com a humanidade...
- Eu
sei perfeitamente que está com vontade de ir agora mesmo
capturar este sujeito, não é? – pergunta, com um
sorriso nos lábios escondidos pela barba.
- Acertou
de novo, senhor! – a jovem oficial tentou passar calma para seu
semblante.
- Por isso, pelo simples motivo de querer ajudar
na captura deste maníaco, eu, Chefe da Polícia
Terrestre concedo a você, minha cara Mizuno Brigth, Chefe do
Comando Especial de White Frenzy da Policia Terrestre, a honra de
poder usar uma das máquinas do tempo e ir até o ano de
198, para tentar colher informações sobre o paradeiro
de Draco Reed, e tentar capturá-lo. E então, minha
cara, aceita esta missão? – ele pergunta.
A jovem
oficial encontrava-se perplexa.
- Senhor... Está me
concedendo esta honra? – a jovem perguntou, contentíssima.
-
Sim, senhorita! – ele se divertia com seu semblante.
- Mas
é claro... Mas é claro que eu aceito! – disse ela,
tão feliz que não conseguia nem falar direito.
-
Então se apresse! Quanto mais cedo, melhor. – disse o chefe,
voltando a sorrir.
- Sim senhor! Muitíssimo obrigado
senhor! – a jovem Mizuno Brigth agradeceu, colocando a mão
na testa, com uma tradicional saudação.
Quando
a jovem oficial ia sair da sala, agora iluminada, parou na porta por
instantes e virou-se para seu chefe, por lembrar-se de algo que seu
senhor havia dito.
- Senhor... Meu novo sobrenome, agora, é
Brigth? – ela levanta o cenho.
- Gostou deste seu novo
sobrenome? É para não levantar qualquer tipo de
suspeitas. – explica o senhor.
- Sim senhor. Adorei! –
ela dá um pequeno sorriso.
Mizuno Bright retirou-se da
sala, deixando o senhor sozinho com seus pensamentos.
Continua...
