Presente de Grego

Era mais um aniversário de namoro de Milo e Camus. O francês se incumbira de preparar um jantar romântico, num nível ainda mais alto do que a sua nacionalidade exigia, afinal, era perfeccionista e nada poderia sair errado. Não era uma noite qualquer e sim o dia que comemoravam o terceiro ano de namoro. Saber que tinha o escorpiano só para si era uma vitória muito especial e o melhor era que, durante todo esse enorme tempo de romance, o grego, que segundo Camus, era o mais desejado, infiel e irresponsável cavaleiro de ouro nunca tinha traído seu amor, sua confiança, era algo que o orgulhava muito e fazia com que aquela data fosse ainda mais importante.

Selecionou entre seus CDs as músicas mais românticas. Algumas eram francesas, outras inglesas e tinha até 1 em grego, em homenagem ao seu amado. Preparou a mesa e os pratos com toda a delicadeza e o requinte que possuía. Pegou um vidro de perfume e aromatizou o ambiente de uma forma tão delicada que mal dava para sentir... Apenas um casal apaixonado ou um olfato muito afiado poderiam notar o perfume doce e suave ao mesmo tempo. Diminuiu a luminosidade do ambiente para fazer um jantar à luz de velas com dois candelabros antigos, que dava um toque ainda mais fino à decoração.

Já não poderia fazer mais nada... limitou-se a olhar o relógio e andar em círculos pela casa. Num ritmo frenético e nervoso, ajeitou as flores do arranjo. Eram todas muito alegres e coloridas, do jeito que o grego gostava e por isso estavam servindo como enfeite de centro na mesa onde jantariam. Milo sempre se atrasava... Isso era irritante ao modo de ser do francês, sempre muito organizado e responsável, mas o sorriso que o namorado exibia, o derretia de tal forma que era sempre impossível brigar com ele. Olhou-se no espelho mais uma vez, deu mais uma ajeitada em seus cabelos e voltou à sala. Camus nunca foi vaidoso, mas aquela espera era tão angustiante que o deixava inseguro sobre tudo, tanto que demorou até ouvir a campainha de sua casa tocando. Ficou irritado no começo, pois não queria que essa noite fosse interrompida, mas conforme caminhava, usava seu sangue frio para acalmar-se e pôde perceber alegremente, o cosmo de sua visita.

"Oi, eu sei que me atrasei... Desculpe-me!"

Sim, era Milo! Devido à época de verão, o grego trajava uma túnica num tom creme com um cinto e uma sandália em tons caramelos. Estava muito lindo! Era discreto, mas ao mesmo tempo muito sensual e os cabelos azuis estavam presos com uma tira de couro marrom, valorizando ainda mais seu belo rosto e deixando o penteado e a face ainda mais delicados. Na mão direita, carregava uma espécie de arranjo num vaso. Haviam, pelo menos, 10 espécies diferentes de orquídeas em tons que se misturavam, mas na maioria, destacavam-se: o champanhe, o branco, o rosa, o salmão e outros que variavam entre esses ou então alguns detalhes mais avermelhados, que davam um charme especial ao arranjo, sem deixa-lo extravagante. Era muito simples, discreto e sofisticado, como o francês. A outra mão segurava um embrulho em forma de um paralelepípedo retangular, com um caprichado papel de presente em volta e um laço dando um destaque especial e romântico ao embrulho. Camus ficou ali, parado, hipnotizado pela imagem do ou outro. Era realmente divino!

Milo sorriu ao perceber que o francês estava quase babando à sua frente. Foi um sorriso alegre e encantador. Numa tentativa de despertar o amante, deu um selinho nele, antes mesmo de receber o convite para entrar. Inicialmente, Camus assustou-se um pouco, mas logo despertou de seu transe.

"Tudo bem! Você está muito bonito, entre..."

Milo sorriu ainda mais e deixou o francês mais desconcertado. Se ele já era bonito ao natural, assim produzido, não tinha como definir! Deu uma olhada no francês e admirou-se de ver o sempre discreto Camus todo produzido e com uma bela maquiagem, embora fosse inútil, pois o rosto dele era perfeito. Apesar do calor infernal, Camus trajava uma camisa branca com detalhes em cinza claro. Era muito sofisticada e apenas os dois primeiros botões pareciam ter sido esquecidos abertos, dando um toque sensual. A calça preta era social, assim como os sapatos finos que usava. O caimento era perfeito e, apesar dos cabelos soltos, a imagem era uma das mais inebriantes que Milo já havia visto. Acariciou os cabelos lisos antes de dizer:

"Você está parecendo um príncipe..."

"Ah que isso! Eu estou vestido como sempre..."

"Não, não está! Você está mais lindo que o de costume. Ah sim, trouxe para você, mas me prometa que só vai abrir o presente depois do jantar."

Camus corou ao ouvir a proposta. Sabia que aquela mente pervertida às vezes vinha com umas idéias meio absurdas e já se preparava para alguma fantasia sexual do outro. Era estranho como o escorpiano tinha tantas idéias interessantes e diferentes. Como o francês se enjoava muito fácil da rotina, adorava aquilo, mas ao mesmo tempo se sentia um pouco depressivo por nunca retribuir da mesma forma. Sabia que não era muito criativo e por isso admirava tanto o grego.

"Eu prometo! Que lindo arranjo... tão delicado!" – disse num sorriso discreto, hipnotizado pelas flores, enquanto pegava o embrulho.

"Fui eu quem fez... Onde eu coloco?"

"Pode deixar na mesa de vidro."

Enquanto Milo colocava o arranjo na pequena mesa de vidro que ficava ao centro da sala, Camus procurava um lugar onde colocar seu presente. Preferiu deixar numa estante pela qual teria que passar se quisesse ir ao quarto.

"Nossa Camus! Que perfume delicioso... e a música... Perfeito!"

"Você gostou mesmo?" – dizia com um leve tom de insegurança.

"E quem não poderia gostar?"

Nesse momento, Milo abraçou Camus por trás, pela cintura e deu um beijo delicado no pescoço do francês, que se arrepiou com toque íntimo. O francês respirou fundo e se livrou delicadamente da carícia, convidando:

"Vamos jantar?"

Milo só assentiu com a cabeça e o seguiu até a mesa que o francês preparara para a ocasião. Ficaram lá, trocando juras de amor, inebriados pelo efeito do vinho, do perfume e da música que tornavam o sentimento de amor mais puro e belo. Quando ficou impossível resistir ao charme do parceiro, ambos se levantaram e foram ao quarto, mas no meio do caminho Milo pegou o embrulho que trouxera.

"Agora vou te mostrar o meu verdadeiro presente..."

Camus o olhou de forma carinhosa e curiosa. Foi conduzido por Milo para sentar-se na cama e ficou o observando. Com tanto tempo de intimidade, eles já sabiam todos os segredos um do outro e o grego abriu uma das gavetas do armário do francês, retirando um lenço escuro.

De forma felina, o escorpiano aproximou-se e vendou o parceiro, que permanecera sentado na cama. Camus sorriu nervosamente, pois não sabia do que seu amante era capaz... Confiando em seus instintos e no amor do grego, deitou-se na cama antes mesmo que o outro lhe pedisse. Ouviu quando o embrulho que ele trouxera fora rasgado e depois ouviu mais barulho de papel e plástico sendo amassados ou manipulados pelo amado.

"Abra a boca..." – pediu o grego.

Camus nem questionou a ordem e obedeceu. A voz de Milo era quase imperial, mas ao mesmo tempo suave. Sentiu um sabor doce e a presença de uma espécie de cubo em sua boca, mas não conseguia distinguir o que era, pois nunca havia provado nada parecido. Mesmo assim, aprovou o sabor e ingeriu o estranho alimento. Comentou, demonstrando excitação:

"Que delícia! Nunca provei nada igual... O que é?"

"Chocolates suíços. Encomendei especialmente para você... para essa noite!"

"Mas Milo, você sabe que eu não como chocolate!" – já se sentava e tirava a venda.

"Eu sei, por isso eu fiz isso... queria que você provasse! Afinal, eu nunca entendi essa sua birra por chocolate..."

"Não é birra! É que tanto a minha mãe quanto o meu mestre sempre me proibiam e falavam todos os malefícios. Segundo eu soube, chocolate em exagero gera enxaqueca, engorda, dá espinhas e pode dar problemas no estômago..."

"Aí tá o ponto-chave... o excesso! Tudo que é em excesso é ruim. Além do mais, segundo as novas pesquisas, esse tabu já está sendo quebrado. Para começar, ele provoca a fabricação de endorfinas no cérebro, as quais atuam como analgésicos naturais e por isso não tem como gerar enxaquecas. Também estimula o apetite sem provocar ganho de peso... Ah sim! O açúcar contido no chocolate possui o poder de aliviar o estresse, agindo como calmante natural... Ou você acha que esse meu constante bom-humor vem da onde?"

"Mas..."

"Ainda não terminei! O chocolate nada tem a ver com o aparecimento da acne, diminui o risco de doenças do coração e câncer, além de aumentar em pelo menos 1 ano a expectativa de vida de quem come. Sem falar que é uma delícia, como você acabou de comprovar..."

"Sei não..."

"Olha pra mim, Camus, você sabe que eu sou chocólatra. Se fizesse realmente mal, acha que eu já não teria sofrido com os males desse meu vício?"

Camus o encara com os olhos e dá um longo suspiro. Aquele era realmente um bom argumento... Milo nunca foi de ter espinhas, mesmo durante a adolescência e raramente tinha problemas de enxaqueca ou estomacais. Para completar, ainda tinha um corpo escultural... Sim, ele estava certo! O doce não poderia ser assim tão prejudicial. Com um sorriso, declarou:

"Sim, você tem razão, mon amour..."

Milo o beijou de forma romântica, enquanto alcançava um outro bombom com as mãos e fazia questão de colocá-lo na boca do amante, que retribuía com o mesmo movimento. Não se sabe se fora os efeitos afrodisíacos do doce que alguns juram possuir ou se foi o clima, mas logo estavam com pensamentos só em sua relação... em seu romance, que a cada minuto ficava mais quente e tórrido.


Um grito estridente acordava uma boa parte do Santuário. Algo estava errado e essa voz era de Camus. Milo, que sempre fora de acordar tarde, levantou-se o mais rápido que pôde e pegou um bombom na caixa, que tinha bem menos da metade dos 500 gramas iniciais. Correu ao banheiro e assustou-se com a imagem.

Camus estava com o shorts do pijama, encostado na parede, sentado no chão completamente encolhido e chorava muito... Os longos cabelos soltos encobriam as costas e os braços do francês, impossibilitando que Milo percebesse algo errado. Só então ele observou o quanto o amante se coçava e que haviam algumas feridas estranhas nas pernas dele. Aproximou-se com cuidado e perguntou:

"Camus, o que aconteceu?"

"Não olhe pra mim! To parecendo um monstro..."

"Confie em mim, meu anjo!"

Milo estava quase chorando junto, mas não queria forçar o amado a revelar nada. Ajoelhou-se perante ele e ficou acariciando os cabelos que tanto amava. Sem esperar retorno, decidiu abraçar o aquariano demonstrando seu verdadeiro afeto e horrorizou-se ao sentir a pele perfeita do outro coberta de uma grossa camada de algo áspero e com alguns pontos de sangramento. Com uma das mãos, prendeu o cabelo para poder observar melhor o que estava acontecendo e com um grande susto e preocupação, notou a imensa crosta de erupções cutâneas na pela do parceiro. Com mais atenção, pôde perceber pontos onde haviam manchas avermelhadas e elevadas com o centro mais claro. Em alguns pontos apareciam isoladas e, em outros, em grupos disformes. Para piorar, haviam muitos pontos de vermelhidão na pele do outro.

"Camus..."

"Milo, o que está acontecendo comigo?" – Ainda não tinha coragem de mostrar o rosto.

"Eu não sei... Nunca vi nada parecido! Como se sente?"

"Coça muito! E, em alguns lugares sinto como se levasse constantes ferroadas ou ardência... Tem feridas em todo o meu corpo... até no rosto..."

"Calma, Camus! Eu te levo ao médico."

"Eu não quero que ninguém, me veja assim!"

Camus criara coragem e, pela primeira vez, elevava seu rosto buscando as orbes azuis do grego. Milo sentiu uma forte angústia apertar seu coração ao ver o belo rosto do seu francês coberto de feridas, acne... O pior é que muitos pontos eram amarelados pelo pus e ainda haviam os lugares que não paravam de sangrar, certamente devido ao fato do francês ter se coçado durante a noite. Era uma visão deprimente e chocante...

"V-você... consegue... se levantar? – Milo perguntava, gaguejando.

Camus confirmou positivamente com a cabeça e se levantou, mostrando o estado lastimável de seu corpo. Milo tentava não demonstrar horror, asco ou qualquer sentimento negativo e o conduziu à cama silenciosamente. O francês sentou perto de onde deixara a caixa de bombons e começou a comer, de forma nervosa. Se eles fossem tão bons assim, o ajudariam a se acalmar...

Infelizmente, a coceira não cessava e as compridas unhas só serviam para agravar ainda mais a situação do aquariano. Milo não agüentou aquela tortura e segurou os dois pulsos do amado, com toda a sua força e carinho.

"Não faça mais isso! Vai piorar..."

"Coça muito... Já tentei parar, mas não consigo..."

"Sem discussão! Vamos ao médico... Não agüento mais vê-lo assim!"

Ainda cabisbaixo, o francês concordava com a cabeça. Ele nunca gostou de ir a médicos, mas essa situação estava desagradando até a ele, que se assustava com a própria aparência e as sensações estranhas que estava experimentando. Milo fez com que o outro vestisse roupas escuras para disfarçar os sintomas, pois sabia que Afrodite e Máscara da Morte estavam dormindo em Peixes e podiam ter acordado com o barulho. Quando iam sair, escutaram a campainha.

"Por favor, atenda a porta, mas não deixe ninguém me ver assim..."

"Tudo bem, não se desespere. Prometa que não vai meter as unhas nas lesões enquanto eu estiver lá..."

"Farei o impossível!"

Não demora muito para Milo voltar e ver Camus novamente se coçando. Pela angústia e expressão dele, o escorpiano sabia que o outro tentava usar todo o seu sangue frio para se controlar, mas parecia que os movimentos das mãos eram involuntários ao francês. Decidiu não brigar com ele... Não hoje!

"Eram só o Afrodite e o Máscara. Estavam em Peixes quando ouviram o seu grito e sentiram a alteração do seu cosmo... Eu os dispensei aproveitando-me da criatividade do nosso pisciano. Falei que havia sido uma brincadeira nossa, na qual eu havia me excedido um pouco... Nem fizeram muitas perguntas depois..."

"Obrigado por tudo, mas e agora? Se eles estão em Peixes, irão ver-me de qualquer jeito..."

"Não se preocupe. Eles disseram que estavam descendo a Câncer e pedi que, se alguém perguntasse, era para dizer que estava tudo bem, mas que preservassem a discrição e o Máscara jurou que controlaria o namorado."

Camus solta um sorriso triste e se põe em pé, tentando a todo custo, esquecer a coceira. O que mais irritava o francês era a parte onde poderia sentir o toque de seu cabelo. Nunca imaginou o quanto ele poderia ser incômodo, mas isso foi resolvido com um coque firme, ajeitado por Milo. Ambos se viram obrigados a trajar suas armaduras e seguiram à enfermaria do Santuário.


"Pode relaxar senhor Camus. Este seu quadro é uma forte crise alérgica..."

"Mas como..." – perguntava o aquariano, incrédulo.

De todos no Santuário, por que justo ele tinha que passar por isso? Sempre fora tão forte, responsável... Não tinha vícios, maus hábitos alimentares, nada que pudesse causar algum tipo de dano à sua saúde.

"Bom, pode parecer estranho o que eu vou falar, mas a alergia é um sintoma e uma resposta do organismo e não uma enfermidade em si. Portanto, você não precisará interromper as suas atividades."

"Tem cura?" – pergunta o escorpiano.

"Em alguns casos... Diga-me, você suspeita de algo?"

"Não lembro de ter usado nada diferente..." – o aquariano confessa decepcionado.

"Hum... quanto à alimentação, ouve alguma mudança?"

"Também não."

"Espere! Poderia ter algo a ver com chocolate?" – Milo perguntava num estalo.

"Sim, é uma possibilidade, mas serei sincero: existem várias substâncias químicas no chocolate e, por incrível que pareça, o tipo de alergia mais comum é ao leite. Porém os responsáveis pelos sintomas podem ser o corante ou outra substância química e, apesar de ser mais raro, o cacau ou as nozes também seriam os alérgenos agressores."

"Duvido que seja a leite... Camus sempre foi um bezerro e nunca teve problemas de pele."

"Duas afirmações importantes: nos adultos, a alergia alimentar pode surgir depois de um tratamento prolongado por antibióticos e, infelizmente, o estresse pode agravar o quadro alérgico."

"Eu não suporto tomar remédio e evito ao máximo!" – o francês declara um pouco irritado.

"Ótimo, menos pior... agora o mais importante é fazer o exame que detectará os alérgenos agressores. Uma vez identificados, a eliminação desses alimentos da dieta deve solucionar o problema."

"Em quantos dias fica pronto o exame?" – Camus pergunta.

"Dias? É instantâneo..." – o médico sorri – "Há uma técnica onde é possível identificar o alérgeno em segundos!" – Ele esclarece de forma confiante.

Realmente, o exame fora muito rápido, mas ao mesmo tempo, preocupante. Chamando os dois à sua sala, anunciou:

"Camus é alérgico a cacau e, no caso dele, não tem cura. Passarei alguns medicamentos naturais e químicos que ajudarão a eliminar os sintomas. Devo alertar que, sempre que consumir algo derivado do cacau, os sintomas voltarão a aparecer... recomendo que ele passe a usar um identificador de alerta, ou melhor, uma plaquinha de aviso."

"Você está insinuando que devo pregar na minha pele uma placa gravada: 'Cuidado! Alérgico a cacau', ou tatuar isso em todas as línguas que conhecer?"

"Acalme-se senhor Camus! Pode passar a usar algum tipo de pulseira ou gravar em algum tipo de pingente..."

A verdade, era que os médicos e enfermeiros, conheciam a verdadeira força dos cavaleiros de ouro e os tratavam com grande respeito e admiração. Alguns tinham um pouco de medo, mas mesmo assim davam sempre o melhor de si na hora de praticar sua profissão. Por isso era comum ouvir até mesmo os mais velhos chamando os 12 cavaleiros da ordem mais elevada de senhor, tratando-os como se fossem seus patrões.

"Ah sim! Aí meus adversários saberão meu ponto fraco..."

"Controle-se! Se não quiser usar, tudo bem, mas é para sua saúde." – Já havia perdido toda a calma e razão com o cavaleiro à sua frente.

"Doutor, poderia me dizer se o Camus vai demorar a parar de sentir coceiras?" – Milo tentava evitar uma briga mais séria ali.

"Bom, para aliviar os sintomas, basta passar esse gel cicatrizante e loções calmantes como mentol, cânfora e extrato ativador de Aloe Vera. Recomendo o uso de chá de ervas calmantes, complementos de multiminerais e levedo de cerveja."

"Tudo isso? Não sei se vou gravar..." – reclama Escorpião.

"Estou incluindo na receita, junto com todos os outros medicamentos e algumas instruções básicas."

"Obrigado por tudo, doutor, cuidarei bem do nosso paciente..."

"De nada e... melhoras, senhor Camus."

O francês encara o médico com um olhar frio e nada responde. Levanta-se da cadeira e, assim que o médico termina de entregar a receita, saem do consultório. Camus volta rapidamente para sua casa e Milo dirige-se ao centro de Atenas para comprar os medicamentos. Para infelicidade do francês, Afrodite já estava em Peixes.

"Camus? Você está péssimo..."

"Não enche!" – Sai bufando de raiva.


Ta, era pra ser one-shot, mas acho que terá pelo menos mais um capítulo. Bom, preciso saber qual é a expectativa de vocês pra esse fic, por isso mandem reviews. Quanto maior for o número, mais rápida será a atualização...

Então, até a próxima, beijos!