Capítulo 2: Eu

Manter o menino ruivo escondido no celeiro estava cada vez mais difícil, principalmente porque ele já estava completamente restabelecido, e poderia ir embora dali enquanto não estivesse sendo vigiado; sem dúvida, a vontade de saber sobre quem era este menino era crescente, quanto mais Clark o via, mais lhe parecia familiar.

"Olha" disse Clark. "Sei que tudo isso deve ser muito estranho para você, e talvez soe estranho, mas você não deve ter medo de mim, só quero te ajudar".

Mas o menino continua sem dizer uma palavra sequer, pegou o que Clark trouxe e começou a comer lentamente.

Então algo chamou a sua atenção. Clark olhou pela janela e viu que um carro se aproximava do rancho, parou em frente da casa e dele desceram dois homens vestidos de terno e sapatos pretos. E um terceiro completamente vestido de branco. Se aproximaram da casa e bateram à porta. Jonathan abriu.

"Boa tarde, senhores. Em que posso ajudar?"

"Somos os agentes Blackthorn, e Witterson, do FBI" disse um deles.

"E este é o doutor Eugene Fitz, do hospital central de Metrópolis"

"Muito prazer" disse Jonathan e apertou suas mãos.

"Senhor Kent" disse Witterson. "Iremos direto ao ponto, estamos procurando um paciente, um menino, para ser mais específico, ele tem problemas e precisamos encontrá-lo o mais rápido possível".

O agente Blackthorn, mostrou uma fotografia.

"Você o viu?"

"Na verdade, não" respondeu Jonathan. "Mas não entendo, porque o FBI está encarregado disso?"

"Essa é uma informação que não podemos revelar, senhor Kent, só podemos dizer que o garoto é um perigo para si mesmo, por isso agradeceríamos que cooperasse conosco".

"Não se preocupem" respondeu "Se vê-lo informarei as autoridades imediatamente".

No celeiro, Clark continua observando os homens, o menino ficou em pé e olha pela janela.

"Não" sussurrou com medo. "Eles não, eles não".

"Espera um segundo" disse Clark "Você conhece esses caras?"

O menino olhava para Clark com medo nos olhos.

"Por favor, me ajude" disse de repente. "Não deixe que me levem, por favor, não deixe que me levem".

Enquanto isso, o doutor Fitz olhava com o cenho franzido para o celeiro.

"Desculpe" interrompeu os agentes e Jonathan "Há mais alguém com quem possamos falar?"

"Sim" respondeu o senhor Kent. "Meu filho Clark está no celeiro, se quiser posso chamá-lo".

"Isso seria ótimo" respondeu o doutor.

Jonathan caminhou até o celeiro, Clark sabia que seu pai vinha chamá-lo, assim desceu do loft rapidamente e pediu ao garoto que o esperasse.

O menino concordou levemente e se encolheu no canto.

Quando Clark desceu, os agentes do FBI o interrogaram imediatamente, fazendo perguntas sobre o menino e lhe mostraram a fotografia dele.

Clark ficou surpreso, definitivamente era o mesmo menino, sem dúvida, na fotografia parecia ter cinco anos e o menino no celeiro aparentava ao menos dez.

"Se perdeu há dois dias" disse o agente Witterson. "Se o ver seu pai já sabe onde nos encontrar".

"Sim, está bem, oficial" respondeu Clark.

E os agentes foram embora do rancho.

Jonathan olhou para seu filho.

"O que aconteceu, Clark? Você está pálido".

"Não, estou bem" Respondeu e de repente sentiu um forte enjôo e caiu ano chão, ofegando.

"Filho, o que aconteceu?" gritou Jonathan.

"Não me sinto muito bem" disse Clark. E olhou para suas mãos.

Suas veias estavam ressaltadas numa cor verde brilhante.

Ao longe, no celeiro o menino ruivo observava Clark cair lentamente ao chão, inconsciente.

Já era noite quando Clark despertou de repente, se sentia muito melhor, mas ao se ver rodeado por seus pais com semblantes preocupados, ficou alerta.

"Clark" gritou Martha."Filho! O que aconteceu?"

"Não sei" respondeu o jovem Kent.

"Clark" interrompeu Jonathan "Faz alguns dias que você está agindo de modo estranho, cai adormecido, desmaia do nada".

"Papai. A verdade é que não sei porque está acontecendo isso, estou tão surpreso quanto você".

"Não entrou em contato com as pedras de meteoro?" perguntou Martha preocupada.

"Não" respondeu Clark, mas isso o fez pensar, os sintomas que apresentava eram os mesmos de quando estava perto delas.

Nisso soou a campainha.

"Eu abro" se ofereceu Jonathan. E qual não foi sua surpresa ao ver que do outro lado da porta se encontrava Lex, com o braço engessado e um soro intravenoso conectado ao corpo.

"Lex! Que diabos faz aqui? Deveria estar no hospital!".

"Agradeço muito sua preocupação, senhor Kent, mas preciso falar com Clark, agora mesmo".

"Então, entre" disse Jonathan.

"Na verdade, gostaria de falar-lhe em particular".

Jonathan olhou severamente para Lex, nisso Clark apareceu.

"Lex! Que faz aqui?"

"Preciso falar com você, Clark, é um assunto muito importante".

"Então, entre" respondeu.

"Como disse ao seu pai, gostaria de falar em particular".

Jonathan esperava que Clark lhe dissesse que poderia falar abertamente com eles, sobre qualquer coisa, mas…

"Desculpe, papai" disse Clark e saiu da casa.

Com seu braço bom, Lex fechou a porta. Caminharam até a porteira. Clark pôde ver o carro de Lex, entretanto não viu o chofer.

"Por acaso você veio dirigindo?".

"O que posso dizer, Clark, minha saída do hospital não foi digamos... muito oficial. Mas isso não é importante, preciso saber se ele continua com você".

Clark não soube o que responder, o menino poderia ter escapado enquanto estava em sua casa, mas assim que olhou para o celeiro e utilizando sua visão de raio x, viu que ainda estava ali.

"Sim, claro Lex, está no celeiro, mas isso não é importante, Lex, você tem que me dizer quem é esse menino. O FBI veio hoje em minha casa perguntando por ele, tive que mentir na frente do meu pai".

Lex olhou para seu amigo.

"Clark se eu te dissesse você não acreditaria".

"Vamos ver, Lex, estamos em Smallville tudo pode acontecer".

Lex abaixou os olhos. Não encontrava as palavras adequadas, sobretudo porque nem ele mesmo estava certo de que tudo fosse verdade.

Do outro lado da cidade, no hospital, a xerife recebia os resultados das provas realizadas nas amostras de sangue que havia recolhido.

"Xerife, já temos os resultados".

"E então?"

"As amostras são idênticas. Por isso, parece que a versão do senhor Luthor é verdadeira".

A xerife pegou os resultados e os analisou, mas ainda achava que algo mais havia ocorrido naquela noite.

Lex entrou no celeiro com muito cuidado, e ali em frente a ele estava o menino ruivo. Sem dúvida estava maior do que quando o tirou do carro, mas isso só deixava as coisas mais claras.

O menino ao ver Lex deu um passo para trás.

"Não, espere" disse Lex. "Sinto muito ter te atacado, mas se não o fizesse os homens que te procuram já teriam te encontrado".

"Não tenho porque acreditar em você" gritou o menino. "Clark"

"Não se preocupe" disse. "Lex é meu amigo, e o que ele disse é verdade, eu estava lá, e as sirenes já estavam próximas, ele me pediu para te esconder".

"Porque?"

Clark olhou para Lex, ele tinha a mesma pergunta.

"Quero te mostrar uma coisa" disse Lex e tirou algo de seu bolso, parecia um pedaço de papel. "Esse que vê aí sou eu quando tinha cinco anos".

E deu o papel para o menino. Clark supôs que se tratava de uma fotografia. O menino a pegou e a olhou, sua expressão mudou para uma de total incompreensão.

"Não pode ser" disse. "Não é verdade, esse sou eu".

"E quando você tirou essa fotografia? Por acaso se lembra?" perguntou Lex enquanto se aproximava mais e mais do menino.

"Eu, eu, nunca sai do quarto, até que me mudaram." respondeu

"Lex" disse Clark. "O que está acontecendo?"

Lez fez um gesto para que esperasse.

"Como você se chama?"

"Eu, eu não sei, esses homens sempre me chamavam..." e levantou a manga de sua camisa, e abaixo do punho tinha duas pequenas marcas, eram dois pequenos 00 "… Zero" sussurrou. O menino se aproximou de Lex "O que está acontecendo?"

"Não sei ao certo, Zero, não sei.".

Clark olhou para ambos

"Lex, por acaso, ele...?"

Lex concordou lentamente. "Sim, Clark. Ele sou eu quando era criança".

Enquanto isso em Metrópolis, no plaza LuthorCorp.

Lionel fala ao telefone.

"Não me importa quantas pessoas tenham que mover, vocês têm que encontrá-lo… Por favor, é só um menino! Quantos problemas pode dar?"

Nisso a porta do escritório se abre.

"Doutor Fitz" disse Lionel. "Como foi em Smallville, espero que me traga melhores noticias que meus subordinados"

"A... a... acho que vai ser muito difícil encontrá-lo, senhor Luthor" respondeu Fitz. "Com todos esses pedaços espalhados pelo lugar".

Lionel juntou suas mãos.

"Espero que isso não seja a única coisa que veio me dizer".

"Oh, não, não senhor Luthor, apesar do fracasso do transporte do espécime 00... ".

"Espécime é uma palavra muito dura, doutor, eu prefiro chamá-lo de Sujeito".

"Sim, Sim, é… está bem, senhor Luthor, Apesar do fracasso do transporte do sujeito 00. Os outros estão sendo transportados, e estão se desenvolvendo perfeitamente, e já corrigimos essas falhas na personalidade".

"Isso me alegra, doutor, e diga-me, quando acha que estarão prontos?"

"Duas semanas se muito, senhor".

"Me parece bom, me parece muito bom".

Lionel girou sua cadeira e observou Metrópolis abaixo dele.

"Muito bom" sussurrou.

N/A: Este capítulo terminou, espero que tenham gostado. Na verdade, lamento a demora em publicar, mas é que eu havia abandonado o projeto, mas decidi retomá-lo. E quanto a temporada a qual pertence a fic, diremos que é atemporal para poder tomar algo de cada temporada e poder agregá-las a história.

Obrigado,
Lars Black.

N/T: Oops, outros espécimes? E que falhas na personalidade foram corrigidas? Ainda bem que resolveu continuar a fic, porque ela é maravilhosa... Agora teremos que aguardar a publicação do novo capítulo, espero que ele não demore muito... aiai, reviews, please!

Layka Luthor