Silêncio do Burburinho
Fanfiction
Anime: Love Hina
Definição: AU, OOC
Por: Simbiot
Capítulo quatro: O stress, o suor, o trabalho e o dinheiro
Aquela havia sido uma noite um tanto diferente das outras. O que já era suspeito agora havia se confirmado por si só: Keitarô havia mudado de um homem solitário que vivia para sua subsistência para um amante da vida, um homem proporcionalmente rico, popular e que sabia aproveitar cada segundo que a vida lhe oferece como se fosse o último.
Na manhã seguinte, ele acordou levemente... Abriu os olhos com muita calma, pronto para um novo dia, esperando ver o semblante alegre de sua parceira nupcial da noite anterior, quando abriu os olhos e viu que estava sozinho na cama.
'Nossa... Cadê a estrangeira?' Ele perguntou para si mesmo quando se deu conta de um pequeno pedaço de papel amarelo que se encontrava na mesa da cozinha.
"Keitarô, adorei a noite! Valeu a pena confiar em você quando disse que a sua casa era organizada! Espero que esse evento se repita! Desculpe sair cedo! Eu tomei a liberdade de pegar o seu telefone no seu celular, me desculpe se fui ousada! Eu te ligo!
Beijos, Nyamo"'Que bom, ela gostou!' Disse Keitarô, animado, pois antes não sabia a sua capacidade sexual, na verdade ele não sabia muito de sexo, estava aprendendo aos poucos com o que via na internet somado às suas poucas experiências, número esse que agora aumentava rapidamente graças a essa mudança que acontecia naquele momento na vida dele.
'Sim, esta é a fórmula da felicidade: transei com uma garota ontem à noite e não estou compromissado nesta manhã, ah, o que seria da minha vida sem a promiscuidade!' Ele clamava orgulhoso de seu ato, que segundo qualquer padrão normal é tão errôneo.
Passou-se o fim de semana sem nenhuma outra grande novidade e Keitarô foi trabalhar como de costume na segunda-feira.
Novamente teria ele que enfrentar toda aquela gente estressada, todas as discussões e brigas, para ter como resultado um jornal na sua melhor forma possível. Reuniões, demissões, contratações, matérias, assinar papéis importantes e com textos compridos que ele teria que ler inteiros... Tantas coisas a fazer... Era seis horas da manhã quando Keitarô já estava com seu carro no meio de um engarrafamento colossal na avenida principal que ligava a sua casa ao CJIT. Carros buzinavam uns aos outros, homens se xingavam, faróis acendiam e apagavam acompanhando o semáforo que vagarosamente funcionava como se nada acontecesse.
'Que tédio... Essa gente não para de gritar... Depois a Srta. Aoyama ainda me fala que eu não tenho motivos para ser estressado...' Keitarô reclamava.
'Ae tio! Me dá um trocado ai? Com esse carrão, você deve ter alguma coisa aí no bolso, não é verdade!' Um garoto, provavelmente filho de mendigos, esmolava no farol quando chegou no carro de Keitarô.
'Se isso foi um elogio, muito obrigado. Sim, tenho algumas moedas.' Keitarô disse, tirando algumas moedas do bolso e entregando ao garoto. 'Esse mundo está desprezível... Tanta gente na rua...' Reclamou ele novamente.
Finalmente após um bom tempo no trânsito, Keitarô chegou ao CJIT. As portas automáticas se abriram quando ele passou do estacionamento para o piso térreo.
'Olá Sr. Urashima!'
'Olá!'
'Como vai a vida, Sr. Urashima?' Todos o cumprimentavam.
'Mudando, Sr. Assamura, em constate mudança, de um tempo para cá.' Ele respondia.
Não era aquela nenhuma mentira dita somente para dispensar as pessoas as quais ele não queria ver em face. Sua vida realmente mudava dia após dia, hora após hora, minuto após minuto, arriscaria até dizer segundo após segundo, aliás, tudo no mundo está em constante mudança... Tão constante que tal constância nem é percebida.
Entrara então no elevador. A CJIT era enorme, um prédio altíssimo, como coordenador, Keitarô trabalhava no sexto andar. Aquele andar era o dos funcionários medianos, obviamente Keitarô não se incluía naquele grupo, mas posto que ele era o coordenador dos funcionários, ele tinha de trabalhar entre eles.
O sexto andar compreendia dez salas. Nove delas eram ocupadas por jornalistas recém-formados ou com uma experiência relevante, a outra sala era a de Keitarô, o coordenador, que, diga-se de passagem, era muito respeitado naquele local.
O elevador chegara ao sexto andar quando ele foi em direção à sua sala. Passou por sua secretária, uma senhora de cinqüenta anos que trabalhava para ele por um décimo de seu salário, e chegou a sua sala, onde sentou-se numa cadeira estilo presidente em frente a sua mesa.
Naquele dia estava aéreo, não conseguia se concentrar em nada.Tinha uma reportagem enorme sobre política para fazer. Tantos eram os corruptos de Tóquio, usavam do dinheiro como fonte vital, cada vez queriam viver mais e melhor, não importando quantos seres honestos eles tivessem que matar, roubar, entre outros atos hediondos... Mas Keitarô não conseguia pensar em nada, eram muitas as mudanças que ocorriam em sua vida naquele momento, o trabalho tinha de dividir um espaço extremamente apertado com as novidades.
Mas mesmo com tais dificuldades ele estava feliz. Não se preocupava, pois conseguia escrever o que quisesse e não precisava de muito esforço para isso, a escrita era o seu maior dom.
E assim continuou escrevendo. Estava à frente de sua mesa na qual se encontrava o computador onde ele salvava todas as suas reportagens antes de mandar para a central, onde elas passavam por uma censura e eram publicadas.
Escrevia enquanto sua mente estava totalmente deslocada de seu trabalho: pensava em sua vida, seus novos contatos, os novos locais que ele freqüentava... De repente, o telefone de seu escritório tocou. Era o ramal de seu chefe, que disse:
'Keitarô, a Sra. Wakae será transferida para um cargo mais alto na central, por isso nós colocaremos uma nova secretária no lugar dela, só precisamos do seu consentimento para fazermos isso. Ela é a sua secretária, portanto, sem o seu consentimento não podemos tira-la do cargo.'
'Senhor, ela quer ser transferida?'
'Sim, o salário em seu novo posto é maior.'
'Se é da vontade dela, então eu nada tenho a dizer. Vocês têm o meu consentimento.'
'Certo. Amanhã nova secretária começará o seu trabalho.'
'Certo.' Keitarô disse e eles desligaram o telefone.
Desligando o telefone, Keitarô saiu de sua sala dando em face com a Sra. Wakae.
'Sra. Wakae, fiquei sabendo da sua transferência...' Ele disse para a secretária.
'Sim, Sr. Urashima... É que o salário que recebo neste cargo não supre as minhas necessidades... O Sr. Sabe que eu já sou avó!'
'Sim, eu sei e compreendo. Se eu pudesse, pode ter certeza que eu já teria te dado um aumento há muito tempo.'
'Eu sei, mas de qualquer forma, continuaremos mantendo contato!'
'Sim, eu sei disso, e por isso não me entristeço. Pode ter certeza, que se um dia eu chegar a ser o diretor deste jornal, o maior jornal do Japão, você ganhará não o que ganha, mas o que merece ganhar: um salário infinitamente maior.'
'A confiança que o Sr. deposita em mim me dá esperança! Espero que um dia chegue a este cargo!'
'Eu também! E acredite em mim, esse dia não se demora a chegar.'
'Esperamos!'
'Bom, hoje você está dispensada. Pode descansar pelo resto da tarde. Amanhã começará no seu novo cargo. Ah! E se precisar de alguma coisa lá, é só me ligar, eu tenho contatos na central! Eu arrumo pra você!'
'Muito obrigado, Sr. Urashima!'
'De nada!'
'Bom, preciso ir agora!'
'Certo! Até mais!'
'Até mais!'
Keitarô voltou então para o seu escritório e ligou para a central, dizendo:
'Mande-me diretamente qualquer telefonema que seja de meu interesse.'
'Sim senhor.' A central respondeu. E a partir daquele momento, qualquer telefonema que fosse mandado para a sala da secretária de Keitarô cairia diretamente na linha do mesmo.
'Ah... Pessoas... Vão e voltam... Saem para nunca mais voltar... Voltam para ficar para sempre... Quem sabe o que vai acontecer no futuro?' Ele começou a clamar para si mesmo. Na verdade, queria ser justo, mas por dentro sentia muito a falta da secretária, tinha muito apresso por ela.
De repente, o telefone tocou novamente, era o chefe de Keitarô.
'Alô, Keitarô?'
'Sim.'
'Amanhã compareça na central para que você selecione a sua nova secretária.'
'Sim senhor.' Disse ele e o telefone fora desligado novamente.
O resto do dia fora totalmente normal. Ligações e mais ligações, incumbências, gente falsa, mandos e desmandos de Keitarô nos outros jornalistas, montes de matérias para se escrever: Muito stress, suor, trabalho e dinheiro.
Mais ou menos sete horas da noite, Keitarô pode finalmente sair da CJIT e ir para casa. Novamente, teve que enfrentar o horário de pico nas estradas. Keitarô reclamava como qualquer outro. O trânsito de Tóquio era enorme, muita gente reclamava para o governo, o governo fazia o possível para melhora-lo, mas o "máximo possível" não era possível o suficiente.
Chegara finalmente em casa. Travava uma guerra mortal contra suas pálpebras que tentavam fechar, com mais força a cada segundo. Seus passos eram vagarosos, era o máximo que o seu corpo conseguia fazer, dolorido como estava. Colocando a chave na fechadura da porta de entrada de sua casa, ele errou a mira cinco vezes antes de finalmente acerta-la, devido ao seu cansaço. Entrara em casa, trancara a porta, deitara-se no sofá da sala e sem força para chegar ao quarto, lá ele dormiu.
Na manhã seguinte, o despertador tocou às 6 horas da manhã. Era, obviamente, um desgosto para Keitarô, que chegara em casa na noite anterior quase sem conseguir andar, mas ele tinha de levantar e ir ao CJIT novamente.
Naquela manhã de terça-feira, ele mal chegou em seu escritório e já foi chamado por seu chefe para a seleção de sua nova secretária.
'Bem, Keitarô, como você sabe, o desemprego está muito grande em nosso país, portanto é natural que muitas mulheres tenham se candidatado para esta vaga, mesmo com o salário mediano que ela compreende. Nós fizemos uma pré-seleção escolhendo somente as de melhor currículo. Bem, vamos para o que interessa. Por favor, que entre a primeira!' O chefe chamou.
'Olá, eu sou Kya Namura!'
'Olá.' Keitarô cumprimentou.
Após cumprimentar Keitarô, a garota cruzou os braços e não os abriu mais até o final da entrevista.
No final de sua entrevista, Keitarô disse:
'Muito obrigado, se você for escolhida, nos a contataremos.'
'Sim, obrigada.' A garota disse e sai da sala.
'O que achou dessa, Keitarô?' Perguntou seu chefe.
'De jeito nenhum... Cruzou os braços durante praticamente a entrevista inteira, isso é bom sinal, ela não mostra segurança.'
'Sim, é verdade, é o que geralmente tem de ser observado. Próxima!' O chefe chamou novamente.
A garota entrou com óculos escuros. Com esta, Keitarô conversou por um breve momento somente para fingir que ela tinha chances de ser contratada. Só o fato de ela estar de óculos escuros já a excluía da lista de possibilidades.
Quando ela saiu, Keitarô disse para seu chefe:
'Como pode? Como alguém pode vir a uma entrevista de emprego com óculos escuros! Qualquer idiota sabe que isso é pedir para não ser escolhido!'
'Cada um é cada um, Keitarô, mas ela tem que obedecer a normas. Descartemo-la. Próxima!'
Uma garota entrou. Aquela parecia não ter nada de errado. Vestia roupas formais, era muito bonita, seios avantajados, belas pernas... Parecia modelo.
'Olá, meu nome é Naru Narusegawa!'
'Olá.' Keitarô disse, friamente, como fazia com todas as candidatas e apertou a mão de Naru em sinal de educação.
Keitarô olhou brevemente para o currículo da garota e disse:
'Vejo que o seu currículo é invejável, foi o melhor de todos os que vi nesta entrevista... Aqui diz que você fala três línguas...'
'Sim! Japonês, inglês e francês.'
'Fez faculdade de Administração de Empresas e pós-graduação... Mestrado... Doutorado...'
'Sim, exatamente!'
'Posso te fazer uma pergunta?'
'Sim.'
'Por que está procurando um emprego de salário tão mediano?'
'Não ligo muito para o dinheiro... Quero trabalhar no que gosto, vim trabalhar nesta empresa com o intuito de prosperar, mas não quero começar do topo só por causa do currículo, quero começar de onde se deve: do começo.'
'O que você quer dizer com começar?'
'Tenho muito pouca experiência... Só trabalhei em duas empresas depois de terminar a faculdade... Uma hora pedi demissão do meu segundo emprego para poder estudar mais e me especializar... Terminei minhas especializações... Agora gostaria de começar a trabalhar e progredir cada vez mais.'
'Muito bem... Quero que saiba que você tem grandes chances de ser contratada. A entrevista com você terminou, se for contratada, nos a contataremos.'
'Sim, muito obrigada.'
'Eu que agradeço.'
Naru saiu da sala.
'O que você achou dessa, chefe?'
'Linda! Essa deve ser boa de cama!'
'Bem, profissionalmente, duvido que alguém alcance o status que ela tem... Está praticamente contratada.'
'Como você é safado heim Keitarô! Só por que a menina é bonita você já vai contrata-la!'
'Não, senhor, estou falando do currículo dela!'
'Sei... Sei... Você finge que fala a verdade e eu finjo que acredito!'
O chefe de Keitarô não era um daqueles homens bravos que fazem de gato a sapato com seus empregados, como já fora mencionado, era um homem gordo que mantinha relações sexuais com suas secretarias, mas era de extrema boa índole, gostava de aproveitar a vida e tratava seus empregados como amigos pessoais.
A entrevista durou três longas horas e finalmente terminou. Como já era previsto, ninguém conseguira ser melhor do que aquela menina, a tal Naru Narusegawa.
O chefe de Keitarô ficou a zoa-lo durante três meses devido à contratação da menina. Dizia ele que Keitarô não dava a mínima para histórico ou currículo, que ele era mesmo um tarado que misturava sexo com a vida profissional.
Com o fim da entrevista, Keitarô voltou para a sua sala e lá continuou até o final de seu expediente. Voltou para casa mais cansado do que no dia anterior, e assim passou a semana: Quanto mais passavam-se os dias da semana, mais cansado ele ficava. Naru só começaria a trabalhar com Keitarô na segunda feira. Já é de se imaginar que quando chegara sexta-feira à noite, Keitarô parecia uma múmia indo para casa. Aquela semana fora extremamente estressante. Sexta feira ele dormiu às 8 horas da noite, quando chegara em casa, e acordou às 2 da tarde do sábado. Acordou muito melhor, se sentia bem, tudo o que não havia dormido na semana anterior, ele conseguira dormir em uma só noite. Estava se sentindo melhor do que nunca.
'Hahahahaha! Estou saindo no lucro! Já estou pronto para outra semana de trabalho sendo que ainda tenho um fim de semana inteiro! Que ótimo, vou sair nessa noite! Mas para onde?'
Vira então ele um cartão que jazia sobre a mesa, nele estava escrito:
Silêncio do BurburinhoO remédio para curar os males do cotidiano
A maior casa noturna de Tóquio.
Aberto todos os dias da semana.
'Oh, sim, as coisas realmente acontecem de acordo com o destino! Silêncio do Burburinho, é para lá que eu vou!' Disse ele, andando em direção ao banheiro, ainda estava de pijamas, iria tomar um banho, passar perfume, escovar os dentes pegar a chave do carro e sair, e assim o fez.
Já descansado, seu corpo outra vez o obedecia. Fazia o que queria fazer, aproveitava o fim de semana da maneira mais precisa e prazerosa.
Chegara então na casa noturna, desta vez estava sozinho, mas o "Silêncio do Burburinho" era generoso em demasia, até os menos prováveis conseguiam atingir seus objetivos.
Na entrada, enormes seguranças vestiam ternos pretos e camisas sociais brancas. Keitarô fora então revistado, nada fora detectado de estranho em seus bolsos.
Passara então pela recepção onde recebera um pequeno cartão onde marcavam digitalmente o que fora consumido, para depois ser pago com a consumação. Passara então em frente ao cartaz que marcara sua mente por tanto tempo... E finalmente entrou. Estava então naquele local julgado por uns sagrado e por outros promíscuo: o local onde sua vida amorosa pode mudar totalmente em uma noite. O "Silêncio no Burburinho".
'Vejo que está cheio mais uma vez... Como de costume... Não dá para acreditar... Como pode esse lugar nunca ficar vazio? Nunca vi alguém tão bem-sucedido como o Sr. Seta... Imagino que todo esse sucesso do qual ele goza hoje em dia seja devido ao fato de ele ser tão humilde e simples...' Keitarô pensava enquanto via todas aquelas pessoas se beijando sob os olhos dos seguranças e dos invejosos... Tanta gente bebendo diferentes tipos de bebidas: alcoólicas e não alcoólicas... Promiscuidade para alguns, descontração para outros. Até porque, o que seria do ser humano sem os pecados que ele comete? A vida não teria graça se tudo fosse rosas, tudo fosse certo. Às vezes, algo tem de ser ou dar errado para que nós aproveitemos ou aprendamos com o que aconteceu. Todo o pecado é tentador.
E assim Keitarô continuou andando até chegar em uma mesa vazia. Lá ele sentou e permaneceu pensativo e quieto por alguns minutos.
Estava de olhos abertos, mas não via o que se passava a sua frente: estava preocupado demais com seus pensamentos para dar atenção ao que acontecia fora de seu corpo.
Pensava em como a vida existia fora daquela mesmice do CJIT, como enquanto alguns trabalham e dão seu suor pelo desenvolvimento de uma irmandade, sociedade ou empresa, outros já são tão endinheirados que podem aproveitar a vida sem dever algum.
Estava de olhos parados, olhando para um único ponto enquanto pensava e em seus pensamentos viajava.
Sua concentração teve seu final quando duas garotas vieram lhe inquirir algo. Uma delas tinha cabelos negros, olhos verdes e pele pálida como a neve, vestia roupas comuns de serem encontradas numa casa noturna: brancas, para que chamassem atenção em contraste com a luz negra, e curtas, para que qualquer homem que visse o branco que fosforescia ao reflexo da luz negra, visse também seu corpo desejado por tantos dos mesmos e invejado por tantas mulheres.
A outra era uma loura de olhos cor-de-mel. Suas vestes seguiam o mesmo estilo da primeira já descrita.
'O que vejo aqui?' A morena disse, em tom de exaltação. 'Um homem sozinho...'
'É verdade, Natasha... Coisa diferente de se ver aqui!' Concordou a loura.
Keitarô então acordou de seu "transe" e se deu conta das garotas que se encontravam a sua frente.
'Oh, me desculpem, estava pensando numas coisas e não percebi que estavam aí.'
'Não se preocupe. Está sozinho mesmo?'
'Sim, vim aqui só pra arejar a cabeça depois de um dia de trabalho estressante...'
'É o que todos fazem... Bom, aqui estão os nossos telefones... Liga qualquer dia pra a gente marcar de fazer alguma coisa legal.' Natasha disse, entregando dois cartões de apresentação para Keitarô.
'Certo, eu ligo.'
'Você parece ser interessante. Não queria perder a chance de conhecer um cara assim só por que temos de ir embora agora.'
'Muito obrigado. Pois é... Temos que agarrar as oportunidades como se elas fossem únicas... Às vezes elas realmente são.'
'Sim.' Natasha parou de falar por um instante, deu uma piscadela insinuante em direção a Keitarô e continuou dizendo: 'É o que estamos fazendo. Até mais!'
'Até mais!' Keitarô respondeu e as garotas saíram da casa noturna.
Keitarô ficou então observando o que acontecia no local, o tipo de gente que lá ia em pleno meio de semana quando de repente viu uma garota sozinha e pensativa numa mesa. Primeiramente olhou seus cabelos cor castanha. Logo após, olhou seu belo corpo, finalizando, olhou seus olhos cor-de-mel e notou que conhecia a tal garota. Se aproximou mais um pouco e então disse:
'Srta. Narusegawa?'
E a garota olhou em sua direção dizendo:
'Como você sabe o meu no...' A garota interrompeu sua própria fala quando vira que estava falando com Keitarô. 'Oh, Sr. Urashima! O senhor por aqui?'
'Eu que me surpreendo! Que coincidência!'
'Ah... Depende... Eu não diria que é uma coincidência... Posto que estamos na maior casa noturna de Tóquio... Todo mundo vem pra cá...'
'É... Você tem razão. Mas nós estamos fora do ambiente de trabalho, por favor, me chame de Keitarô.'
'Certo, mas foi o senh... digo... você que começou com esses pronomes de tratamento!'
'É, novamente você está certa! Bem, mas é muito interessante encontrar meus empregados fora do ambiente de trabalho, adoro quando isso acontece!'
'Por que você acha isso?'
'Ah, na CJIT, como em qualquer outra empresa, eles andam com semblantes sérios durante o dia inteiro... É tão bom vê-los como realmente são...'
'Isso é interessante.'
'Gostaria de saber... O que você faz aqui? A imagem que tenho de você é a de uma garota que não sai para lugares como esse... Só fica em casa estudando e aproveitando as coisas mais simples da vida, tais como ficar em casa assistindo televisão ou ouvir uma música de seu gosto...'
'Ah, para que eu me contentaria com coisas simples se posso ter coisas grandiosas? Eu estudo muito quando estou em casa... Mas não é por isso que eu deixo a minha vida social de lado!'
'É, vendo pelo seu currículo, eu pensei que você realmente não saísse...'
'Ah, tudo aquilo eu consegui equilibrando a minha vida entre os estudos e o lazer... É tão simples fazer isso... Não entendo por que são tão poucos os que o fazem...'
'Não é tão simples como parece... Bem... Mas como você está se sentindo? Vai começar a trabalhar na próxima segunda-feira!'
'Sim, estou muito feliz! Vou conseguir experiência para o meu currículo!'
'Pois é! Isso é muito importante... E trabalhando na CJIT você pode garantir o futuro como uma grande jornalista. Eu só precisaria da permissão do meu chefe para te subir de cargo... Mas imagino que, até mesmo pela ética, não é certo que eu faça isso tão cedo... É que eu fico até meio encabulado por causa do seu currículo, ele é tão bom, que ao invés de ser uma secretária, você deveria ser uma executiva que ganhasse ao menos 3000 dólares (10000 reais) por mês...'
'Eu sei, mas como já disse, quero começar do início... Não tenho experiência o suficiente para ocupar um cargo tão bom.'
'Sim, eu fico muito feliz de ter uma secretária tão culta e estudada. Você tem todos os atributos para ser uma grande jornalista. Um dia ainda será.'
'Muito obrigada! É o que eu espero! Bem, Sr. Urashi... Digo... Keitarô, preciso ir para casa agora... Só vim aqui para esfriar a cabeça um pouco. Estou descansando o máximo possível nesse fim de semana para estar ótima na segunda-feira no meu primeiro dia!'
'Certo! Foi um prazer encontra-la aqui!'
'O prazer foi todo meu!'
'Até segunda-feira!'
'Até segunda-feira!' Eles se despediram e Naru saiu da casa noturna.
'Naru Narusegawa... Realmente ela é muito bonita... Meu chefe tem razão... Mas meu profissionalismo fica sobre qualquer coisa... Eu nunca contrataria uma empregada somente por causa de sua beleza.' Keitarô pensou.
Depois daquele dia, ele deitou-se na cama numa hora não tão tardia e adormeceu.
