Silêncio do Burburinho
Fanfiction
Anime: Love Hina
Por: Simbiot
Definição: AU, OOC
Capítulo cinco: A Borboleta Voadora
Keitarô havia dormido cedo na última noite, logo após chegar em casa depois de um estranho encontro que para uns poderia ser uma coincidência e para outros não, já que o local era tão propício a encontros coincidentes. Local este, o "Silêncio do Burburinho".
Pensava ele que não tinha compromissos, então não ativara o despertador. Esquecera-se de "Flying Butterfly" ("Borboleta Voadora", em português), a tal garota com quem ele marcara encontrar-se em frente da Torre de Tóquio. Acordara por conta própria. Ficou se mexendo na cama como se a sua posição atual o incomodasse. Até a hora que desistiu de tentar dormir novamente e levantou-se. Não estava com sono, havia dormido bem. Já na cozinha, fazendo seu café da manhã, olhou para o pequeno calendário pendurado na parede. Era domingo.
'Por que será que eu tenho a impressão de ter algum compromisso do qual não me lembro agendado para hoje?...' Ele se perguntava. 'Que compromisso é tão importante para ser marcado num domingo, dia em que até Deus descansou?' Obviamente, não teve resposta.
São os mais sábios os que falam com o próprio ego. Mesmo sem resposta, era prazeroso para ele falar sozinho, assim ele expunha as suas idéias, mesmo que para somente o vento ouvir.
De repente, enquanto ele comia sua refeição matutina, uma borboleta azul e rosa entrou pela janela da cozinha, voando e pousou na mesa.
'Olha só... Uma borboleta... É linda... Mas não tenho que me preocupar com isso agora... Tenho que pensar no meu suposto compromisso esquecido.'
Ligara a televisão. No canal em que ela estava, havia um jornal matinal. A notícia corrente era a seguinte:
'Ontem, houve um ataque de borboletas em Nagoya. Os biólogos dizem que isso acontece devido ao fato de estarmos muito próximos ao início da primavera. Borboletas de todas as cores que já há tanto tempo não eram vistas com tanta freqüência nas áreas urbanas do nosso país estão aparecendo em massa nessa próspera primavera!'
'Ué... Nagoya? Mas estamos em Tóquio e essa borboleta entrou aqui... Deve ser só coincidência...'
Trocou ele então de canal. Neste, havia um programa infantil.
'Olá, Dona Borboletinha! Posso entrar na sua casinha?'
'Nossa... Tem borboleta em tudo o quanto é lado mesmo heim...'
Mudou novamente de canal. Neste outro, passava um programa qualquer de luta livre.
'Senhoras e senhores, apresentemos então o nosso desafiante: Borboleta Silvestre!'
Já cansado, ele desligou a televisão.
Pensou então durante alguns momentos... E finalmente lhe caiu a ficha.
'Ai meu Deus! Flying Butterfly! Borboleta Voadora! Eu marquei com ela hoje! Tenho que sair correndo!' Ele gritou exaltado e correu para o banheiro, para tomar um banho. Lavou-se em cinco minutos, enrolou-se na toalha como se houvesse mais alguém naquele apartamento de que ele pudesse se envergonhar e fora diretamente ao quarto. Entrou no closet e se trocou.
Como já é de costume, Keitarô estava atrasado para o encontro. Desarrumava seu closet, gravatas, ternos e calças voavam por alguns instantes naquele pequeno espaço, levados pelo impulso rápido e não-pensado que Keitarô aplicava nos mesmos, até que chegassem ao chão e lá se acomodassem.
Keitarô procurava uma roupa condizente com a ocasião e demorou nada mais nada menos do que sete minutos para acha-la.
Finalmente após se arrumar, ele correu para a garagem do prédio e entrou rapidamente no carro.
Pelas ruas de Tóquio o carro corria como se desgovernado, pessoas o xingavam nas ruas devido às muitas ultrapassagens que fazia e aos semáforos fechados os quais ele desrespeitava, somente para chegar na Torre de Tóquio as duas horas daquele domingo, como era o combinado. Finalmente após todos os xingamentos, e desrespeitos ao trânsito, finalmente Keitarô chegou a Torre de Tóquio.
Parou o carro na frente da Torre, estava vestindo as habituais vestes caras. Parou na frente de uma das pilastras que sustentavam a torre e lá esperou a garota por pouco menos de dez minutos.
Estava ansioso, suando frio. Aquele pequeno espaço de tempo correspondente a menos de dez minutos parecia uma eternidade, era como se Cronos o odiasse.
Finalmente a garota chegou. Vestia roupas azuis e uma boina francesa.
'Imagino que você seja o "Solteiro Solitário", não é?'
'Isso mesmo! Então você deve ser a "Flying Butterfly!"'
'Em carne e osso! Então é você o ricaço que trabalha na CJIT e ganha uma bolada por mês!'
'E... E... Eu? Não exatamente! Como você disse, eu trabalho sim na CJIT. Bom, você fala que eu "ganho uma bolada" como se eu fosse o homem mais rico do mundo! Não, eu só ganho o que eu mereço ganhar devido a tantos anos nos quais eu tanto estudei.'
'É o que vocês, ricos, sempre falam!' Flying Butterfly disse, não dando a mínima importância para sua própria imagem e a que passaria para o homem que acabara de conhecer.
'Bom, depende do ponto de vista... Mas você queria uma prova, e aqui está ela.' Disse Keitarô, mostrando a carteira de identificação da CJIT com seu nome inteiro entre outros dados.
'É realmente, não tem como negar: aqui está o seu nome e a sua foto, Keitarô, você trabalha lá e vejo que só tem vinte e um anos mesmo... É tão novinho! Tem a minha idade e já tem um cargo tão alto!'
'Pois é... Mas a vida é assim mesmo! Algumas pessoas têm sorte.' Keitarô disse, parou por um momento, ficou pensativo e voltou a dizer 'Se bem que no meu caso não foi sorte... Nunca conheci alguém que tenha estudado tanto quanto eu.'
'É, na verdade isso é o que faz de você o que é hoje em dia. Foi privilegiado.'
'É verdade, disso eu não posso me queixar... Mas bem... Você já sabe o meu nome, mas eu ainda não sei o seu...'
'O meu nome é Mitsune Konno, mas pode me chamar de Kitsune!'
'Certo... Kitsune, gostaria de fazer alguma coisa?' Keitarô convidou.
'Você escolhe!'
'Tudo bem... Vamos no cinema... Depois a gente pode dar uma volta no shopping, o que você acha?'
'Certo... E depois do shopping... O que você acha de ir a minha casa?' A garota falou, com um ar chamativo e com uma pitada de pimenta. Keitarô percebeu a tal segunda intenção mas preferiu não mostrar nenhuma manifestação à cantada. Somente concordou.
Aquele era realmente um dia cheio de programas. Cinema, shopping e fazer "Deus sabe o que" na casa da tal garçonete.
Foram então ao cinema, este, era localizado dentro do shopping. Keitarô tinha ainda pouca experiência com mulheres, mas já sabia que o melhor filme para assistirem seria um de romance. E assim o fez.
A sala de cinema era como outra qualquer. Paredes em cor vinho, lustres com lâmpadas amarelas e fracas somente para que haja iluminação antes do filme começar, poltronas reclináveis com porta-copos, a tela era enorme.
Entraram eles na sala e se sentaram na sétima fileira.
'Que ótimo! Adoro romance! É bem melhor do que esses filmes onde um monte de gente morre!'
'Sim, é verdade.' Keitarô concordou, apreciando os gracejos da garota.
As luzes se apagaram e finalmente o filme começou. Era aquele um filme romântico como outro qualquer. Desses que os homens geralmente vão de maneira obrigatória, pois as garotas sempre escolhem este tipo de filme para assistir. Geralmente quando isso acontece, os homens não dão a mínima atenção ao filme e às vezes, eu repito: somente às vezes conseguem resultados em seus romances momentâneos. Quando conseguem resultados, tais resultados logo somem, pois quando o casal sai da sala de cinema a garota começa a comentar sobre o filme e percebe que o homem não prestou atenção alguma, logo elas desistem.
Mas Keitarô era diferente. Era promíscuo, leviano, mas culto. Por isso, prestou atenção no filme.
No fim do filme, como já era de se esperar, o personagem principal beija a garota. Quando isso aconteceu, Keitarô beijou Kitsune.
Os dois sabiam que aquele beijo era somente um carinho, um ato momentâneo. Keitarô só ficava com as garotas se ele tivesse a total certeza de que a garota sabe que aquela seria uma relação finita, que acabaria provavelmente no mesmo dia ou no próximo.
Saindo do cinema, como já era previsto, Kitsune começou a conversar sobre o filme. Qualquer outro homem não se daria tão bem em tal circunstância, mas Keitarô conversou normalmente, mostrando total entendimento e ter prestado total atenção.
Passeando pelo shopping, Keitarô se deu conta de outro erro terrível que cometera. Ele deveria saber que um dos piores lugares a se ir com uma garota era o shopping. Kitsune parou em cada loja de calçados e roupas que ela via pela frente, e ficava no mínimo meia hora em cada.
'Deus inventou a mulher para o homem e o shopping center para a mulher... O cara da TV estava certo...' Pensava Keitarô, sobre um programa de televisão que havia visto no dia anterior, uma entrevista com um homem totalmente machista em um late show.
Kitsune não saia de uma loja de jeito nenhum. Keitarô já estava perdendo a paciência.
'Kitsune...' Disse Keitarô, já desanimado 'Qual é a sua dúvida quanto a essas roupas?'
'É que eu não sei se eu levo a calça jeans com rendas ou a desbotada, a camiseta simples ou com babadinhos, o tênis verde ou azul, os óculos escuros com haste preta ou marrom...'
Saíram de lá naquele momento, pois Keitarô tomara a sábia, mas dolorosa e sacrificante decisão de comprar todas as roupas para a garota logo de uma vez. Gastou o equivalente a 1200 reais só naquele dia em roupas, posto que a loja não era como outra qualquer, mas uma extremamente cara. Por isso que Kitsune estava tão em dúvida sobre qual roupa levar. Todo o dinheiro que ela tinha só dava para comprar uma daquelas tantas que se penduravam nos cabides ou jaziam dobradas nas prateleiras.
'O que não se faz pela imagem... Já imaginou se todas as garotas que eu saio decidissem ir ao shopping? Eu iria a falência.' Continuava pensando Keitarô.
'Obrigada pelos presentes Keitarô!' Disse Kitsune, com um sorriso que ocupava os dois extremos do rosto. Sua felicidade era mais do que aparente, era óbvia.
'Vou começar a sair mais com esses caras da alta!' Pensava Kitsune numa atitude no mínimo interesseira.
'Bem... Vamos então?' Keitarô sugeriu.
'Certo... Vamos para a minha casa, certo?'
'Sim, vamos.' Keitarô concordou com Kitsune.
Keitarô pagou o estacionamento e saíram do shopping. Foram para a casa de Kitsune. Lá, diferentemente de sua última parceira íntima, ela não fez rodeios, foi direta e clara em seu desejo.
'Vamos transar?'
Essa era uma qualidade de Kitsune. Ela dizia o que pensava sem se demorar. Com isso geralmente conseguia o que queria.
Keitarô obviamente ficou surpreso com a tal sugestão, mas não é tolo e aceitou. Assim passaram os dois desde o princípio até o fim da noite. Keitarô só saiu da casa da tal garota ás seis da manhã do dia seguinte.
Leitores, desculpem-me pela demora. É que estou escrevendo uma fiction ao mesmo tempo. Mas logo sairá o capítulo seis!
Simbiot
