Silêncio do Burburinho

Fanfiction

Anime: Love Hina

Por: Simbiot

Disclaimer: As elegias de Duino foram escritas e pertencem a Ranier Maria Rilke, e não a mim.

Capítulo seis: 14 de Fevereiro

A tristeza de Keitarô era visível. O fim de semana havia acabado e ele teria que voltar para o CJIT, para trabalhar, dizia ele, como um camelo durante mais cinco dias, sem parar.

Por essa e outras razões que ele achava totalmente justo o salário que recebia. Coordenar um grupo de jornalistas não era fácil, ele tinha toda a responsabilidade sobre a matéria que fora mal-escrita, a ilustração que fora editada no lugar errado da página, o índice que não condizia com o número real de páginas... Levava a culpa pelos erros de doze pessoas que constituíam o seu núcleo, por isso, sempre gostava de revisar cada matéria antes de ser lançada no jornal, o que não evitava as broncas que levava de seu chefe, posto que tinha menos de um dia para ler a edição inteira que sairia nas bancas de jornal no dia seguinte, coisa impossível de se fazer para um ser humano normal.

Entrou pela garagem com seu carro na CJIT, estacionou em sua vaga particular e subiu o elevador.

Ficou muito surpreso quando encontrou Narusegawa no elevador, haviam chegado na mesma hora.

'Srta. Narusegawa! Vejo que chegamos na mesma hora hoje!' Keitarô disse, com um sorriso no rosto.

'Sim... Me desculpe Sr. Urashima... Eu fiz de tudo para não me atrasar... Meu despertador quebrou... Eu...'

'Não se preocupe, isso acontece com qualquer um... Na verdade, eu também cheguei aqui meio desanimado... Mas agora que estou te vendo... É estranho... Mas não sinto mais desânimo...'

'Oh, Sr. Urashima... Não tenho o que dizer, eu...' Narusegawa disse, confusa devido ao que ela entendeu como uma cantada mal intencionada do chefe. Havia um fato no mínimo inesperado, quando dizia isso, Narusegawa tinha um sorriso em seus lábios.

'Não, me desculpe, não me entenda mal... Acho que me expressei erroneamente... Quero dizer que quando eu vejo que não sou o único que tem que trabalhar nesta segunda feira, fico muito menos desanimado... Quando vejo que não sou o único pobre coitado que tem de fazer este trabalho! Desculpe a minha má forma de me expressar...' Disse Keitarô, agora tentando se explicar com uma certa dificuldade, explicação essa que parecia não convencer a secretária.

'Ah, claro, entendo...' Narusegawa disse, fechando o sorriso que antes havia dado, percebendo a ilusão que havia tido.

O elevador chegou no andar no qual ficava o escritório de Keitarô e sua recepção, onde ficava Narusegawa.

Cada um então foi para o seu posto. Keitarô começou então a revisar alguns textos que iriam para o jornal do dia seguinte quando olhou de relance para um calendário que se fixava na parede. Era o dia 14 de Fevereiro. Um dos dias mais tradicionais no Japão, e Keitarô em sua rotina trabalhosa nem mesmo havia se dado conta disso. Era o Valentine's Day, o Dia dos Namorados na maior parte do mundo.

No Japão, é costume das garotas darem chocolates feitos por elas mesmas para os seus amados no Dia dos Namorados. Alguns dias depois, é comemorado também o White Day, quando os garotos retribuem os chocolates com marshmellows, também feitos por eles mesmos, caso recebessem chocolates da garota que gostam no Dia dos Namorados.

Keitarô começou a se lembrar de como odiava o dia 14 de Fevereiro quando colegial. Lembrou que naquele dia, todas as garotas do colégio traziam chocolates e davam para os alunos mais populares, dentre os quais, Keitarô obviamente não estava. Quando estava no colégio, aquele era o dia marcado de seu encontro com o sofrimento, em ver que somente ele e seu amigo Akio ficavam no canto da sala vendo todos aqueles chocolates sendo distribuídos por ente os "caras bons" do colégio.

De repente, Keitarô ouviu batidas na porta.

'Pode entrar.' Ele disse.

Era Narusegawa.

'Sr. Urashima, eu queria te dar uma coisa...' Ela disse.

'Claro, Srta. Narusegawa po...' Keitarô estava terminando sua sentença quando o telefone tocou.

Ele atendeu, ligando o viva-voz. Sempre que havia alguém em sua sala e o telefone tocava, Keitarô o atendia em viva-voz, pois dizia que sua vida era um livro aberto, não gostava de guardar segredos.

'Sr. Keitarô, o carteiro deixou aqui na recepção uma sacola enorme cheia de chocolates endereçada ao senhor, podemos mandar um empregado mandar até o seu escritório?'

'Sim, podem mandar sim, muito obrigado.' Disse Keitarô, e desligou o telefone. 'Srta. Narusegawa, o que você queria me dar?' Ele perguntou.

'Ah, nada não! Não se preocupa. Mas... mas qualquer coisa me chama!' Naru disse, novamente confusa e saiu do escritório de Keitarô. Foi então para a recepção e tirou o pequeno chocolate do bolso. 'Que droga... O Sr. Urashima nem vai olhar pro meu chocolate direito! Vai receber uma sacola enorme cheia deles! É melhor eu esquecer isso!'

Logo chegou na recepção a sacola cheia de chocolates. Realmente era uma sacola muito grande, havia mais ou menos uns vinte chocolates, desde caixas até estatuetas. Dos preços mais módicos aos mais caros.

Narusegawa viu todos aqueles chocolates, alguns que deveriam ter custado mais do que seu próprio salário e realmente tentou esquecer de sua tentativa frustrada.

O chocolate que Naru estava querendo dar para Keitarô era realmente gracioso. Era pequeno, mas o que ela não percebia é que era estiloso. Simples, mas ao mesmo tempo estiloso. E quem disse que o que é simples não é merecimento de valor, e às vezes mais valor do que o que é complexo?

Além disso, se o bom é o início do terrível (1ª Elegia de Duino, por Ranier Maria Rilke), o simples é o início do complexo.

Narusegawa ligou o ramal de Keitarô e disse:

'Sr. Urashima, a sacola com chocolates acabou de chegar aqui na recepção, posso levar até o senhor?'

'Pode sim, Srta. Narusegawa, obrigado.' Keitarô respondeu.

Narusegawa levou então os chocolates para Keitarô, que tomou um susto ao ver o tamanho da sacola. Começou então a ver os nomes das mulheres que lhe estavam dando os chocolates.

Eram todas do antigo colegial. Novamente aquele gosto delicioso da vingança lhe ferveu no sangue.

'Não vou responder a nenhum.' Keitarô disse, quando Narusegawa ainda estava na sala.

'O senhor não gosta do Dia dos Namorados, Sr. Keitarô?'

'Ah, quando eu estava no colégio, eu não recebia chocolates por que era "nerd"... Todos estes chocolates foram mandados pelas garotas do colégio, que eu reencontrei há um mês atrás... Mas elas estão todas interessadas em mim só por que eu tenho este emprego e o meu salário aqui na CJIT... Mulheres assim não valem a pena. Nunca recebi um chocolate de uma garota que realmente gostasse de mim pelo que sou.'

'Nossa, mas a imagem que tenho do senhor, se me permite dizer, é a de um homem que não se preocupa tanto com a imagem que carrega, mas na diversão que vive...'

'E não está errada. Mas diversão é uma coisa, relacionamento sério é outra... Eu gosto de sair, me divertir, tive alguns casos sim... E pouco me importa se estavam interessadas no meu dinheiro ou não, eu as larguei no mesmo dia, e com elas só tenho amizade. Não vão conseguir nada de mim além de mera amizade.'

'Então o senhor considera a possibilidade de ter um relacionamento sério?'

'Claro! Só não achei a garota ainda! Se um dia eu encontrar uma garota que valha a pena, com certeza eu me caso com ela!'

'O senhor... Tem certeza do que me disse no elevador hoje?'

'Bem... Eu...' Keitarô iria terminar a sentença quando o telefone tocou novamente. Desta vez era seu chefe. Keitarô atendeu o telefone novamente em viva-voz.

'Keitarô, um dos jornalistas do meu núcleo ficou doente e não pôde vir hoje, por favor, ocupe o lugar dele e vá fazer uma matéria para mim.'

'Nossa, mas assim, tão de repente?' Keitarô perguntou, até mesmo assustado com o súbito pedido.

'Sim, precisamos desta matéria para uma edição do jornal que sairá amanhã nas bancas!'

'Mas que matéria seria essa? Quem é esse jornalista?'

'Ele é um crítico. Você irá fazer uma crítica no lugar dele hoje.'

'E qual seria o lugar que irei criticar?'

'Você e uma acompanhante irão hoje à noite, a trabalho, para uma boate muito movimentada aqui em Tóquio, não sei se já ouviu falar. Se chama... Se chama "Silêncio do Burburinho"!'

'Ah, o "Silêncio do Burburinho"! Sim, já conheço. Não se preocupe seria um prazer fazer esta crítica para o senhor. O senhor disse que eu posso levar uma acompanhante?'

'Sim, afinal, queremos saber como eles tratam ambos os sexos! Olha a mão na roda que eu estou te dando, heim, Keitarô!'

'S... Sim, chefe... Então está feito, irei fazer esta matéria sim.'

'Muito obrigado, receberá pelo extra!'

'Certo! Muito obrigado.' Keitarô disse e desligou o telefone.

'Srta. Narusegawa, considere-se minha acompanhante! Hoje, vamos ao "Silêncio do Burburinho"!'

'Muito... Muito obrigada Sr. Keitarô! Será um prazer!' Narusegawa aceitou o convite, infinitamente contente.

Narusegawa saiu do escritório do Keitarô e sentou-se em frente a sua mesa, na recepção, realizada. Aquele era um dos dias mais maravilhosos que sua vida amorosa já havia tido.

A última gota de esperança que estava fadada a se esgotar e secar, desobedeceu o fado e se espalhou, formando um caudaloso rio.

'Vou dar o chocolate para Keitarô hoje a noite, o lugar onde vamos é bem mais romântico do que aqui.' Pensou Narusegawa, e realmente com razão. O "Silêncio do Burburinho, alvo dos casais apaixonadamente enlaçados, desesperadamente apaixonados, e por que não, amorosamente desesperados.

Apaixonadamente enlaçados, pois neste estado, só falta um pequeno toque para que um beijo seja dado e um compromisso selado. O toque citado é a tal casa noturna.

Desesperadamente apaixonados, pois neste estado, o beijo já foi dado e o compromisso já foi selado, só lhes restam curtir um o outro. O "Silêncio do Burburinho" é o lugar perfeito para esse tipo de casal.

E por fim, e por que não dizer, amorosamente desesperados, pois neste caso, a relação já está nas beiras de um precipício, onde a esperança já é falha, neste caso, somente o "Silêncio do Burburinho" para reatar tais laços já tão frouxos.

Por isso, aquela era a maior de todas as casas noturnas de Tóquio, por que usava argumentos como estes aqui citados, para fazer seu próprio marketing. E a melhor de todas as propagandas, é que tudo o que dizem é verdade. O "Silêncio do Burburinho" era um lugar invejável por qualquer outro japonês que não viva naquela grande cidade e não tenha a oportunidade de ir naquela casa todas noites de sábado.

O dia continuou e o trabalho que Keitarô teve foi totalmente normal. O que seria diferente mesmo aconteceria à noite. Keitarô estava já muito ansioso, não pela oportunidade de ir na discoteca mais badalada de Tóquio de graça com uma acompanhante, pois para um homem de seus tostões, não seria problema algum pagar a conta da tal noite. Mas pela ótima desculpa que seu chefe lhe arranjou para convidar Narusegawa para o tal passeio.

Finalmente, o horário de trabalho normal de Keitarô já havia se cumprido. Agora ele iria fazer o que tanto esperara o dia inteiro: cumprir seu extra.

Já estava vestindo seu paletó e pegando a sua mala quando o telefone tocou. Era seu chefe novamente.

'Alô, Keitarô?'

'Sim, chefe.'

'Agora que sua carga horária já acabou, antes de você ir para aquela casa noturna, eu gostaria de te perguntar... Só por curiosidade... Quem você vai levar como sua acompanhante? Eu a conheço?' Perguntou o chefe, com seu linguajar descontraído e seus tons exagerados de sempre.

'Sim, senhor, vou levar comigo a Srta. Narusegawa.'

'Ah! Não falei que você a contratou com interesses amorosos!' O chefe disse, brincando com o funcionário.

'Bom, na verdade a contratação dela foi justa, mas de qualquer forma, agora vejo que poderei tirar algum proveito sobre a mesma.'

'Sim, você gostou do fato de eu ter te colocado no lugar daquele crítico? Eu fiz isso pensando exatamente na sua vida amorosa! Você sabe que você é o meu melhor funcionário!'

'Muito obrigado chefe! Na verdade eu gostei muito sim. Na verdade eu já estava pensando em algum pretexto para convidar a Srta. Narusegawa para sair!'

'Bom, aproveite a noite! E... Eu imagino que depois de tanto tempo trabalhando, você deva estar suado e mal-cheiroso. Diga a sua acompanhante que eu, o seu chefe, estou mandando vocês dois irem para as suas respectivas casas se arrumarem antes de irem à casa noturna. Na verdade isso é mais para o seu bem mesmo... Para você ficar elegante para ela, mas use como desculpa o fato de que vocês têm de estar apresentáveis para os gerentes e donos da casa.'

'Sim, muito obrigado, chefe! Te devo essa.'

'Certo! Amanhã quero saber com detalhes o que aconteceu!'

'Depois do que o senhor tem feito por mim, eu conto sim.'

'Então até amanhã!'

'Até amanhã, e muito obrigado!' Keitarô disse, desligando o telefone.

Saiu então da sala e disse para Narusegawa:

'Srta. Narusegawa, meu chefe acabou de ligar e falou para que nós fôssemos para as nossas casas e nos arrumássemos para esta noite, para que estejamos apresentáveis para os gerentes e donos do lugar.'

'Certo!'

'Eu te deixo em casa e em uma hora eu volto para te pegar.'

'Sim, Sr. Urashima! Estarei te esperando!'

'Ah, e me chame de Keitarô.'

'S... Sim... K... Keitarô.' Narusegawa chegou a ficar incrédula com a intimidade que lhe havia sido dada. Intimidade é sinal de um amor crescente.

Como havia sido combinado, Keitarô deixou Narusegawa em casa e foi para o seu apartamento.

Tomou seu banho mais bem-tomado, vestiu sua melhor camisa, sua mais bela calça, sua mais linda gravata, usou de seu mais caro perfume francês. Escovou seus dentes cinco vezes só para ter certeza que seu hálito estava impecável. Aquela noite havia de ser, por autoridade, mais do que perfeita, divina.

Saiu de seu prédio pela garagem, com seu carro, que já era perfeito por natureza, de tão belo que era, e tão caro que havia sido.

Chegando na casa de Narusegawa, ele pensava em como sua vida havia mudado desde o Ano Novo. Quando chegou em frente a casa de Narusegawa, estacionou o carro numa vaga qualquer que se encontrava vazia na rua, saiu do seu carro com cabeça alta e olhos para o horizonte e tocou a campainha da casa. Aquela era uma casa característica de uma pessoa de renda média, nada diferente de qualquer uma que se vê por aí, não importando onde se vive.

A porta se abriu. Narusegawa já estava pronta. Estava com roupas também consideravelmente luxuosas, não tão caras, devido à sua renda mensal, mas mais caras do que as outras que se encontravam em seu armário.

'Você está lind... Digo... Muito elegante.' Disse Keitarô, tentando não mostrar a paixão que começara a sentir de um tempo até o presente momento.

'O Senhor... Digo... Você... Também.'

'Queira entrar no carro, vamos ao local em que a crítica será feita.' Keitarô disse. No banco de trás, estavam sua mala e seu bloco de anotações, afinal de contas, por mais que aquilo não parecesse, era parte de um trabalho.

Chegaram então ao "Silêncio do Burburinho". Os manobristas abriram as portas do carro para ambos.

'O senhor é o crítico que viria hoje, não é?' Disse o manobrista a Keitarô.

'Sim. Sou eu mesmo: Keitarô Urashima.'

'Senhor, seja bem vindo ao "Silêncio do Burburinho", esteja certo que nunca mais se esquecerá deste lugar.'

'Você tem razão. Eu não consegui esquece-lo até hoje.'

'Por aqui, senhor.' Indicou o manobrista a entrada.

Keitarô entrou de braços dados com Narusegawa, estavam sendo recebidos como reis. Essa é a rotineira vida de um crítico, de arte, gastronômico, de cinema, ou seja qual for.

'Olhe só... Da última vez que vim não tinha visto esta frase aí embaixo da fachada...' Dizia Narusegawa, vendo o escrito: "Silêncio do Burburinho – O remédio para curar os males do cotidiano".

'É, este lugar é assim mesmo... Você tem que notar cada detalhe... E sempre que volta, tem algo que você não havia notado. Eu vi esta placa na primeira vez que vim... Ela vem de uma longa estória.'

'Você a conhece?'

'Sim... Um amigo meu me contou. Qualquer dia eu te conto.'

Entre as cinco pistas de dança que ocupavam os cinco andares do casarão a do último andar tinha um quê de especial. Nela, só tocavam músicas lentas, era um ambiente muito mais suave do que os outros quatro andares que o precediam. Haviam muitas mesinhas de dois lugares. Aquela pista havia sido feita somente para os casais apaixonados. E foi lá que Keitarô e Narusegawa foram acomodados.

Ficaram conversando sobre a estrutura do local e a comida que lá era servida. De repente, um homem tocou as costas de Keitarô, dizendo:

'Olá, meu amigo. É muito bom recebe-lo aqui.' Keitarô se virou a cabeça e olhou nos olhos do homem. Era Seta. 'Sejam bem vindos ao "Silêncio do Burburinho"!'

'Muito obrigado, Seta. Já havia um tempo que não te via!' Keitarô disse, entusiasmado com a presença do amigo.

'Sim, é verdade! E quem é esta? É a sua namorada?' Perguntou Seta, curioso.

'N... Não... Essa... Essa é a minha secretária, Naru Narusegawa.' Keitarô disse, um pouco encabulado pelo engano.

'Srta. Narusegawa, é um prazer tê-la conosco aqui, no "Silêncio do Burburinho".'

'O prazer é todo meu, Sr. Seta.'

'Quem diria que nos encontraríamos nestas circunstâncias, não é verdade, Keitarô?' Exclamou Seta.

'É verdade. Hoje, estou aqui não como cliente, mas como crítico.'

'Então eu peço: Se tiver que falar mal, fale mesmo! Diga a sua opinião mais sincera!'

'Não se preocupe! Meu profissionalismo irá sobre qualquer outro requisito.'

'É exatamente o que desejo. E qualquer hora, vamos marcar de nos encontrar, temos muito o que conversar! Vejo que a sua vida mudou um tanto desde que veio aqui primeira vez, com nosso amigo, Akio.'

'Sim, é verdade. Nesta semana eu te ligo, assim marcamos uma boa conversa.'

'Certo, aproveite o máximo esta noite.'

'Sim. Muito obrigado, Seta.'

'Eu é que agradeço.' Disse Seta, se retirando.

Os garçons tratavam Keitarô da melhor maneira possível, tudo estava perfeito naquela noite. Só faltava um detalhe: Era Dia dos Namorados, havia um chocolate sobrando naquela relação.

Comeram e dançaram as músicas lentas que eram tocadas ao vivo, aproveitaram realmente o máximo daquela noite e no final, quando estavam quase indo embora, Narusegawa disse:

'Keitarô... Hoje é dia 14 de Fevereiro... O Dia dos Namorados... E eu... Bom, eu não sigo muitas tradições... Mas... Esta, eu gostaria de começar a seguir... Desde... Desde hoje. Toma!' Narusegawa estendeu a mão com um o pequeno, porém estiloso chocolate, abaixando a cabeça, a vergonha não deixava que seus olhos, as janelas da alma, fossem mostrados para agora, seu amado.

Keitarô viu, não pelos seus olhos, mas por seus gestos, o que Narusegawa sentia. Aquele não era um chocolate de amizade como qualquer outro. Era mais que isso, era um chocolate dado para uma pessoa por quem se sente amor.

'Este chocolate, Naru, totalmente diferentemente daqueles outros chocolates sem valor algum que recebi hoje no CJIT, tem muito valor para mim. Este, certamente eu comerei e gozarei do gosto ao máximo.' Keitarô agora começara a tratar Narusegawa com mais intimidade ainda, começou a chamá-la pelo nome.

'E... Qual é... A sua resposta?' Perguntou Narusegawa, suando frio.

'Naru, é exatamente para isso que serve o White Day. O dia das respostas. Neste dia, tudo se concluirá.' Disse Keitarô, satisfeito.

Narusegawa finalmente levantou a cabeça mostrando seus olhos, muito mais esperançosos do que antes, afinal, se a resposta fosse negativa, não seria preciso esperar tanto tempo para dizê-la. Nenhum homem era tão carrasco a esperar um mês para dizer um "não" a uma menina sonhadora.

A/N: Pessoal, me alegra muito a conclusão de mais este capítulo. O capítulo sete será o final. Ainda vos prometo o capítulo oito, que será o epílogo. Muito obrigado, e não percam o próximo capítulo, o grande final, o capítulo sete está por vir!

Simbiot