Capítulo 5: O Pequeno Profeta


Mitch acordou cedo, vestiu uma roupa da Seleção Irlandesa de Futebol e pegou sua Bolsa de Contravolume: tinha muitas compras para fazer e precisava de um local aonde por as mesmas. Vasya e Sergei ensinavam a Enya alguns pequenos truques com claves de malabaristas e Boris e Anastasia disputavam uma animada partida de xadrez de bruxo com Cedric e Harry, aonde peões estilosos lutavam palmo a palmo para adquirir o terreno do tabuleiro de xadrez. Mitch tomou seu café rapidamente e depois dirigiu-se a Harry:

- Harry, vai comprar suas coisas para Hogwarts?

- Sim... Tenho que melhorar um pouco: tive N.O.M.s ótimos, mas se não melhorar, vou ficar para segundo plano no Ministério.

- Certo. Vamos nessa?

- Tudo bem, já estava perdendo mesmo! – disse Harry, derrubando propositalmente o seu rei, mesmo que a contragosto do mesmo e de Cedric, o que indicava que Harry tinha desistido da partida.

Harry e Mitch pegaram um ônibus e desceram em Trafalgar Square, e caminharam o resto do caminho até o Caldeirão Furado. Lá chegando, Mitch, mesmo não estando totalmente recuperado das lesões, fez as honras e abriu a passagem do Caldeirão Furado para o Beco Diagonal. Passaram rapidamente em Gringotes e pegaram bastante dinheiro. Foi quando Mitch olhou sua lista de livros:


"Lista de Materiais – 4° Ano:

Livros:

Livro padrão de Feitiços, Quarta Série, de Miranda Goshawk;

O Encantamento do Papel: Artefatos Mágicos em Folhas, de Emile Firecaster;

O Poder do Papel: Magias para todos os gostos em uma folha, de Shiro Minamino;

Combate Marcial Mágico Avançado, de Ryouji Suzuhara;

O Grande Livro da Magia Cultual, de Josh Mbenga;

O Grande Livro do Voodoo, de Papa Zulu;

Os mistérios dos Bruxos Curandeiros, de Alex Mbouasha;

As Artes das Trevas, Um Guia Inicial, de Tom Riddle;

Formulação de Contrafeitiços: Livro I – Introdução aos Contrafeitiços, de Shin-Ya Katsuragi;

Formulação de Contrafeitiços: Livro II – Contrafeitiços Simples, de Shin-Ya Katsuragi;

Guia da Animagia: Entendendo e Aprendendo, de Suzan Zooroaster

O Sigilo da Magia: História, Importância e Polêmicas, de Judicius Whitney;

Um Estudo aprofundado das Leis Bruxas, de Meriadoc Carlsberg;

Estatuto do Sigilo da Magia, Edição Comentada, de Caesar Menotti;

Estatuto do Sigilo da Magia,Versão Simples, do Ministério da Magia;

Casos comentados de Advomagia, Volume 1, de Lex Remolus;

Análise Forense das Artes das Trevas, de Frank Scheidt;

Teorias avançadas da Magia, de Stephen Einstein;

O Grande Compêndio de Criaturas Mágicas, coleção completa, de Newton Scamander, Nicola Erian, et. al.;

1001 Teoremas Aritmânticos comentados, de Thales Aristotelis Pitagorus;

Equipamentos:

Pergaminhos coloridos e multicoloridos, resma de 1000;

Pergaminhos padrão, resma de 1000;

Aquarela Mágica padrão 3;

Crayons Mágicos padrão 5;

Penas para desenho, número 00 a 15, 4 pares de cada;


- Que coisa estranha... – pensou Mitch – Incluirem um livro do Tom Riddle no material...

- Deve ser coisa do Dumbledore. – disse Harry – Ele sabe que Tom Riddle foi um ótimo aluno antes de virar Voldemort, e pretende usar esse conhecimento contra o próprio Você-Sabe-Quem.

- Talvez... Acho que vou ver melhor depois, quando já tivermos os livros à mão.

Mitch percebeu que havia uma aura de nervosismo no Beco Diagonal: ou algo de muito errado tinha acontecido recentemente, ou o povo estava ficando definitivamente paranóico. Mitch notava que as pessoas andavam mais aos grupinhos, em blocos, de forma bem-rápida, falando em sussuros, e que as crianças não ficavam mais empertigadas diante da Artigos de Qualidade para Quadribol: claro que para Mitch realmente era muito estranho esse comportamento.

- Isso aqui está dando calafrios. Parece as ruas dos bairros católicos de Belfast, esperando um ataque da Brigada de Orange ou do Partido de Ulster... – disse Mitch.

- Parecem mesmo. – disse Harry, não fazendo a mínima idéia do que Mitch queria dizer, mas sentindo o que Mitch queria dizer.

Os dois passaram na Floreios & Borrões, aonde compraram seus livros, e passaram na Pincel Mágico, para comprar as coisas para Mitch. Depois compraram roupas novas na Madame Malkin (Mitch continuava crescendo bastante rápido, mesmo para os padrões irlandeses, tendo agora 1,80 m) e depois foram para a Florean Fortescue. Mitch passou rapidamente e comprou uma caixa grande de sapinhos de chocolate para levar para o Orfanato da Madame Kinnigan para Bruxos Desafortunados.

Mitch entrou por vielas que ele já conhecia das visitas anteriores ao Orfanato, e rapidamente Harry e Mitch estavam diante do prédio do Orfanato, agora todo pintado em azul e rosa, com os mesmos parapeitos caiados e as mesmas flores em um jardim. No gramado próximo, muitos bruxinhos e bruxinhas ficavam andando, brincando de pique-esconde, Snap Explosivo e Xadrez de Bruxo, enquanto outros trocavam figurinhas dos Sapos de Chocolate, em suas diversas edições, como a Comum, a Quadribol e a Artistas. Alguns também brincavam de pega-pega de bruxo, aonde o bruxo "pegava" o outro lançando-lhe centelhas que deixavam o bruxo "pegado" com manchas multicoloridas, mas de outra forma inofensivas, por todo o corpo.

No meio dos bruxos, coordenando uma roda de histórias, Mitch viu Erika: ela estava mais forte do que habitualmente era, mas não parecia ter perdido um nada de sua tradicional agilidade. Ela estava mais alta também e parecia bem com aquelas crianças todas. Quem visse Erika cercada por todas aquelas crianças jamais imaginaria que ela era uma medibruxa da Sonserina.

Mitch e Harry entraram no jardim, e foi quando Mitch gritou:

- Oi, Erika! Não disse que vinha?

Erika correu e abraçou Mitch. Mitch então viu o amigo Carlos Amaral do lado: negro, alto, um corpo aparentemente raquídico, mas de uma agilidade impressionante, Carlos tinha todo um gingado próprio no caminhar, como quem está dançando, um gingado lento e hipnótico, que uma pessoa descuidada acabaria entendendo como sinal de fraqueza e não levando a sério as habilidades de Carlos. O que normalmente era derrota certa: Carlos era um lutador de habilidades únicas, capaz de despedaçar cabeças com uma tranquilidade e simplicidade atroz.

- E aí, Mitch? Beleza? – disse Carlos.

- Claro!

- Mitch, você trouxe o Harry? – disse Erika, espantada.

- Claro! Achei que não haveria nada demais. – disse Mitch.

Foi quando uma das crianças que aparentava ser das mais novas reparou bem e olhou na testa de Harry, procurando enxergar por debaixo dos cabelos do mesmo. Ela então fez uma cara de espanto e gritou:

- Gente! Gente! É o Harry Potter! É o Harry Potter de verdade! – disse a garotinha, com a máxima empolgação do mundo.

- Como? – gritou um garotinho, que se aproximou. Esse era mais alto, e provavelmente estaria indo para Hogwarts naquele ano. Ele olhou bem Harry e disse:

- Tem a cicatriz mesmo! É como dizem: é em forma de raio! – disse o garoto completamente abobado.

- Crianças, o que está acontecendo... – disse a senhora Kinnigan, saindo, quando olhou bem os olhos de Harry, depois mirou na testa, como se soubesse o que procurar – Por Deus! É Harry Potter! Harry Potter no meu Orfanato! Que honra! – disse a Madame Kinnigan, toda empolgada.

Harry claramente estava que nem um pimentão, quando aquela garotada toda se aproximou dele, observando sua cicatriz como se fosse a coisa mais sensacional do mundo. Mesmo tendo agora 16 anos, Harry ainda não se acostumara com todo aquele assédio. Foi quando a Madame Kinnigan trouxe-os para dentro e levou-os a uma espécie de sala de estar: brinquedos e mais brinquedos espalhados pelo chão davam a questão da desordem da sala.

- Aisha! – disse a Madame Kinnigan.

Uma garotinha apareceu cabisbaixa. Ela tinha um ruivo no meio termo do ruivo-sangue de Mitch e do ruivo-trigo de Rony Weasley, e olhos de um azul celeste bastante vivo.

- Aisha Haskett, se me lembro bem hoje era dia de você arrumar tudo!

- Mas, tia Kinnigan...

- Nada de mas. – disse a Madame Kinnigan, amorosa mas severa – É bom você arrumar logo essa sala, senão eu vou dar um jeito em você...

- Não precisa se preocupar, Madame! – disse Harry, envergonhado – Tá tudo bem...

- Harry, não é por você, mas é que elas precisam aprender a manter as coisas no lugar...

- Deixa comigo! – disse Aisha – A tia Erika ensinou um feiticinho bom para isso.

A garota sacou uma varinha, de uns 16 cm, toda feita de ébano. Mitch não sabia qual era o cerne, mas uma varinha tão pequena tinha que ser para Feitiços simples:

- Ordenos Locatio! – disse a garotinha. Uma pequena chuva de centelhas azuis, como pó de pirlimpimpim, começou a voar pela sala. Os brinquedos foram sendo lentamente organizados nas caixas e as caixas lentamente colocadas em vários locais corretos. Livros e gibis eram colocados nas prateleiras corretas, e tudo ficou arrumado em questão de 10 segundos.

- Prontinho... – disse Aisha.

A sala parecia outra: agora Mitch via que tinha vários puffs em um canto da sala, e três sofás grandes estavam colocados nas paredes. Na parede aonde não tinha sofás, várias estantes tinham fotos, livros e brinquedos, pelo que dava a entender de moradores ou ex-moradores do Orfanato. Entre as fotos, Mitch viu a que tirou no final do 1° Ano em Hogwarts, com vários alunos e ex-alunos atuais, como Percy Weasley, Olivio Wood, Angelina Johnson, e vários de seus amigos, com Cedric Gryffindor e Timothy Robbins. Uma mesinha de centro tinha um Profeta Diário sobre ela.

Mitch tirou então discretamente o Profeta Diário e colocou a caixa de sapinhos de chocolares sobre a mesinha de centro. A garotada toda do Orfanato, umas 40 crianças na idade de 2 a 13 anos, mais Erika de 14 anos, mirou com surpresa e desejo os doces. Foi quando Mitch disse:

- Senhora Kinnigan, isso é um pequeno presente meu e do pessoal para vocês. Agora, por favor não briguem por esses doces, crianças: tem para todos, e se souberem dividir não vai faltar...

- As crianças não fizeram nenhuma bagunça, e Mitch tinha quase certeza que era por causa de Harry.

- E você, Erika, nem conversamos direito no aniversário? O que você fez? – disse Mitch.

- Aconteceu muitas coisas, mas basicamente ajudei a Madame Kinnigan a curar uma epidemia de catapora de gnomo e a reformar a casa.

- Erika, está escondendo algo? – disse Harry.

- É que eu fui selecionada para a Guarda de Hogwarts.

- Não tem nada de errado nisso. – disse Harry.

- Mas será que vão confiar em uma aluna da Guarda de Hogwarts da Casa de Sonserina? – disse Erika

- Não sei. Mas você mesma disse certa vez que parecia um novo começo. Agora, é a hora de mudar. – disse Harry – Além disso, eu e Rony também vamos fazer parte da Guarda. A Hermione não vai tar porque ela é monitora.

- Legal! – disse Mitch – Não sabia dessa.

- A capa chegou ontem. – disse Harry.

Harry e Erika começaram a conversar alguma coisa qualquer, sendo ocasionalmente interrompidos pelos órfãos, que queriam tirar fotos no colo de Harry e tudo o mais (para Mitch, lembrava as crianças trouxas quando viam um Papai Noel). Mitch deixou Harry curtir um pouco daquele carinho e resolveu folhear o Profeta Diário:


"Arrastão no Beco Diagonal:

Os Bruxos da Lei não conseguem resolver caso. Aurores são convocados. Suspeitas caem sobre bruxos ligados Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado

Rita Skeeter, Reportagem Local

Está cada vez mais flagrante a incompetência do atual Ministro da Magia, Cornélio Fudge. O índice de crimes no Beco Diagonal cresce vertiginosamente, enquanto as pessoas sentem-se cada vez mais inseguras para andarem mesmo em locais protegidos pelos trouxas.

Em uma ação rápida e ousada, Twists e ladrões fizeram um arrastão no Beco Diagonal ontem. Boa parte das pessoas que se encontravam no Beco Diagonal foram roubadas e muitos perderam todo seu dinheiro e compras. Muitos alunos de Hogwarts que vieram fazer suas compras perderam tudo. "Não sei como vou recuperar tudo o que comprei! Usei até o fim dos meus Galeões para comprar as coisas!", disse Lisa Turpin, aluna do 6° Ano da Corvinal em Hogwarts, desesperada por ter perdido todas as suas compras.

"Alguns orfanatos bruxos da região estão", disse o comandante da tropa dos Bruxos da Lei na região do Beco Diagonal, Lionel Hardt, "servido apenas de fachada para gangues de Twists e outros bruxos delinquentes".

"Isso é um ultraje!", disse Roberta Kinnigan, do Orfanato da Madame Kinnigan para Bruxos Desafortunados, revoltada com a necessária revista dos orfanatos na região. "Eles chegaram aqui e revistaram a nossa casa como se fossemos Homens Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! As crianças estão assustadas com os roubos e agora ainda mais essa!"

Os boatos que correm é que alguém teria visto a Marca Negra após o arrastão. Muitos perderam suas varinhas, roubadas por bruxos do mal durante a confusão que se seguiu. Na correria e no desespero, vinte pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.

Sobre os boatos, tudo que o Ministro da Magia declarou foi que Aurores serão posicionados por todo o Beco Diagonal, e que a Travessa do Tranco será vistoriada mais vezes. As lojas Floreios & Borrões, Olivaras e Madame Malkin já se prontificaram a repor os produtos roubados na medida do possível. Calcula-se que o prejuízo tenha chegado na casa de mais de 40 mil Galeões..."


- Madame Kinnigan, isso aqui foi ontem?

- Sim... – disse a Madame respondendo a Mitch – Alguns Twists da Travessa do Tranco. Mas o pior é que agora todos estão sendo vigiados aqui no Beco.

- Parecia que tinha um clima meio estranho você andando no Beco Diagonal. As pessoas pareciam tensas... – disse Harry

- São os Twists. – respondeu Erika – Eles estão sendo reorganizados por algum Fagin, mas de onde eu não sei.

Foi quando uma das crianças tocou Mitch e deu um sobressalto nela, que mantinha a mão em Mitch. Mitch percebeu que a criança parecia ter ficado com olhos vítreos e que o encaravam no olho. A criança então disse:

"O Escudeiro ergue a Lança.

A Sagrada Lança será invocada.

O Herói irá lutar sozinho,

Mas o Escudeiro também terá sua luta.

A Cobra irá se erguer de seu túmulo

Vazio de dor e esquecimento.

Sua Marca profana será novamente vista

Mas ela não durará muito tempo.

Setenta vezes sete gerações passaram-se.

A arma deve surgir.

Antióquia, Grécia e Arimatéia se unirão.

Herói, Escudeiro, Pajem e Bardo.

Perfurando o coração do mal,

Dissipando a força da destruição

O Trevo não será útil nesse caso

Mas a Lança será campeã."

O menino piscou os olhos, que voltaram ao normal, olhou para Mitch e começou a chorar. Mitch sabia o que tinha acontecido: o garoto tinha acabado de ter uma E.I.M. de Adivinhação:

- Gilbert Roshelstein, o que você está fazendo sem as luvas? – disse a Madame Kinnigan, ralhando com o jovem garoto.

- Des-desculpe, Ma-Madame Ki-Kinnigan! É que elas irritam demais, e eu não estou acostumado com isso.

- Então, coloque suas luvas! – disse Kinnigan – Pode ser pior sem elas.

O garoto saiu. Foi quando Mitch perguntou:

- Erika, o que está acontecendo?

- Ele possui um poder de toque divinatório. – disse Erika – Tocando em uma pessoa ou objeto ele pode ver o passado ou prever o futuro...

- O problema – disse a Madame Kinnigan – é que ele não possui o mínimo de controle nisso. Mandei uma carta para Hogwarts perguntando se poderia dar algumas lições sobre isso, mas acharam melhor que eu comprasse uma par de Luvas de Contenção Anti-Adivinhação para ele. Ele está indo para Hogwarts esse ano e eu canso de dizer para ele que ele tem que usar essas luvas, mas não é raro ele esquecer delas e, tocando acidentalmente as pessoas, fazer profecias sobre elas. Graças a Deus, ele errou todas até agora.

Depois conversaram um pouco sobre diversos assuntos, e foi quando a Madame Kinnigan virou-se para Harry e disse:

- Harry, você realmente é como dizem: tem os olhos da mãe, mas o rosto do pai.

- Como sabe disso, Madame?

- Estudei com seus pais. Eu era da Lufa-Lufa na época. – disse Kinnigan – Eu realmente gostava muito de estudar, tanto que estudei de tudo. Mas não era muito o meu destino ser uma estudiosa, e sim uma mãe, mas uma mãe de muitas crianças. Harry, quando eu estudei, eu realmente gostava do seu pai. Ele era um grande amigo, e um jogador de quadribol de raça, um apanhador capaz das maiores loucuras para pegar o pomo. Bem, depois que nos formamos, vim para o Beco auxiliar minha mãe aqui no Orfanato. Foi quando, naquele Dia das Bruxas fatídico, seus pais morreram. Quando correu esse boato, minha mãe prontamente me mandou ir para Hogwarts para conversar com Dumbledore, mas então...


"- Professor Dumbledore! Você simplesmente NÃO PODE fazer isso! – disse a jovem bruxa.

- Senhorita Kinnigan, acredito que a senhora entenda que tenho minhas razões... – disse o diretor da escola de Hogwarts, enquanto a garota ficava faiscando os olhos.

- Professor Dumbledore! Eu sei de suas razões, mas se a professora McGonagall está certa, e Deus queira que não esteja, esses trouxas parentes do Harry são o pior tipo de escória, até mesmo entre os trouxas! Deixar Harry lá vai ser uma loucura!

- Senhorita Kinnigan, eu entendo que você tenha suas razões, mas seria difícil criar Harry em um ambiente que esperaria demais dele. Talvez seja melhor assim. Além disso, deixei aos Dursley uma carta explicando tudo que aconteceu com Harry nesse dia fatídico. Espero que minha intuição não esteja errada.

- Senhor, você sabe que não pode deixar o filho de um bruxo com trouxas! Por mais bondosos que sejam, quando ele começar a emitir magia aleatória, como eles ficarão? E como explicar aos outros trouxas? Você sabe disso.

- Senhorita Kinnigan, eu tive meus motivos.

- Desculpe, professor Dumbledore. Posso até entender que tenha motivos, mas você não pode tirar de mim o direito de ficar indignada nessa situação. E vou embora, porque estou vendo que não vou conseguir mudar o que aconteceu. – disse Roberta Kinnigan, triste."


- Pedi a Dumbledore, depois, que me desse uma cópia do que escreveu naquela carta, e ele me deu isso. – disse Madame Kinnigan, entregando a carta a Harry – Depois, voltei aos meus afazeres. Muitos jovens passaram aqui, até que Erika chegou. Era mandona, brigona e chata, mas ficou uma boa garota. Bem, ela foi para Hogwarts, entrou na Sonserina e o resto é história.

Harry deixou para ler a carta uma outra hora. Passaram uma boa tarde contando as muitas aventuras que tiveram como alunos de Hogwarts. E foi uma tarde muito agradável para todos. Claro que foi registrada para o que, Harry veio depois descobrir, era a "Galeria da Fama" da Madame Kinnigan: uma foto com o próprio Harry Potter, o Menino Que Sobreviveu. Claro que tudo isso fez Harry corar, mas de certa forma era bom para Harry trazer alegria para alguém para variar um pouco.

Foi quando, pouco antes de irem embora, a Madame Kinnigan se aproximou de Harry com dois livros:

- Harry, acho que você trouxe um pouco de alegria para essa casa hoje.

- Não, que é isso...

- É sério, Harry: muitas dessas crianças passaram por maus lençóis antes de chegarem aqui. Você conhece a história de Erika, por exemplo. E eu tento dar muito carinho para essas crianças, mas é difícil: são 40 crianças, e mesmo com os mais velhos como Erika, Anya, Claire e João nos ajudando, é complicado dar carinho para elas. Talvez, por ter sido criado entre os trouxas, você não faça idéia do mito que é entre os bruxos, Harry Potter. Mas elas cresceram ouvindo o seu nome, como o de um herói, que venceu o Você-Sabe-Quem. Bem, Harry, tenho uma coisa para te dar, ou melhor, duas.

Harry pegou dois livros. O primeiro deles era um grande livro amarelo e preto, com o Texugo da Lufa-Lufa nele, mas ao abrí-lo Harry percebeu que havia um brasão de Grifinória desenhado na contracapa com as assinaturas "Tiago Potter" e "Sirius Black" em vermelho. Estava escrito nele "Album de Recordações" e ao virar as páginas, Harry viu várias fotos de seu pai e de sua mãe, mais as dos Marotos Sirius e Remo, e mais a de amigas como Emmanuele Dachau e Naira Breeds, que Harry sabia que estudaram com seu pai pelo que Sirius lhe contara, e de muitos outros alunos, em vários locais de Hogwarts, inclusive em locais que, pelos brasões, Harry imaginava serem os Salões Comunais de Corvinal e Lufa-Lufa. Ainda tinha fotos feitas durante jogos de Quadribol, aonde mostrava-se as capturas fantásticas de pomo do seu pai.

No segundo, um livro com um grande brasão de Hogwarts escrito "Livro do Ano", aonde estavam listados vários alunos de Hogwarts. No sétimo ano, viu os registros sobre os seus pais Tiago e Lilian. Claro que os dados de Severo Snape, Hidalgo Andaluzia e Lucio Malfoy também estavam incluidos lá, mas ele pouco se importava.

- É apenas um pequeno presente, frente à tarde inesquecível que você deu a essas crianças. – disse a senhorita Kinnigan.

Kinnigan apenas não sabia o quanto aquele pequeno presente era reconfortante para Harry.