Capítulo 7: A Chegada a Hogwarts e a Seleção
Mitch descansara um pouco e foi colocado na Guarda dos Primeiro-Anistas ao chegarem em Hogwarts. Mitch só conseguira descansar mantendo a mão no cabo da Espada do Trevo de Quatro Folhas, ainda assim apenas depois que Enya lhe tocara, de forma bem baixa, a Suantraí. Se não fosse por isso, dificilmente Mitch estaria pronto para o que lhe seria exigido naquele momento. Tão logo saiu do trem, já desceu com a varinha em punho:
- Enya, Cedric, se cuidem! – disse Mitch – Por segurança, varinhas sempre perto!
- Deixa comigo! – disse Cedric, que não dava nada para entrar numa briga, mas dava mil boiadas para NÃO sair.
Mitch decolou sua vassoura Nimbus XL e percebeu que Rony também deixou a Nimbus 2000 no Expresso de Hogwarts, subindo com a XL. Nakuru e Harry completavam os quatro guardiões da passagem dos primeiro anistas.
Posicionaram em locais específicos sobre o Lago de Hogwarts e ficaram a uma altura de 5 metros da superfície do lago:
- Guarda do Lago! – gritou uma voz pelos comunicadores, que Mitch percebeu ser a de Justino Finch-Fletchley. – A postos?
- Sim! – disse Harry, confirmando. – Pode liberar.
Em alguns segundos, Mitch pode ver uma garotada descendo em direção ao lago de Hogwarts. Mitch sentiu algo estranho: muitos deles estavam apreensivos, mas não da forma como era esperada; eles pareciam com medo de alguma coisa. Mitch não os culpava, depois de terem visto o que viram:
- Gente, eles tão assustados demais! – disse Nakuru – Não é uma reação normal.
- Não os culpo. – disse Rony – Eles ficaram muito assustados com o ataque dos homens do Vocês-Sabem-Quem.
- Seria legal a gente fazer alguma coisa que pudesse os alegrar, ou ao menos os acalmar... – disse Harry.
- Tive uma idéia. – disse Mitch – Astrae Via!
O Feitiço do Caminho das Estrelas iluminou o pequeno corredor que os barquinhos faziam enquanto passavam pelo lago com uma pequena chuva-de-prata mágica, branco-azulada, que refletia-se no lago, formando um corredor prateado no piso límpido da água do lago, efeito esse que impressionou os novos alunos. Harry disse:
- Mitch, o que você...
- Eles estão assustados com o poder de destruição mágica dos homens de Vocês-Sabem-Quem! Se não mostrarmos que a magia pode ser algo bom e divertido, dificilmente eles não sentirão medo. – disse Mitch.
- Aonde você leu sobre esse feitiço? – disse Nakuru.
- Um livro de magia para festas de Aniversário, Festas em Um Minuto – Um Encantamento. Meu avô tinha ele em Caer Slaeun.
- Mamãe tem esse livro! – disse Rony – Não sabia que tinha nele esse tipo de magia.
- Apenas vamos deixar eles sossegados.
A chuva-de-prata mágica contrastou ainda mais com as velas e as sombras do Castelo exposto ao luar. Claramente Mitch sabia o que tinha acontecido. Na verdade, era EXATAMENTE a intenção de Mitch. Os jovens bruxinhos ficaram impressionados com o que viram do Castelo de Hogwarts, uma imagem que lhes transparecia segurança e confiança.
Conforme os barquinhos avançavam pelo caminho prateado, Harry, Rony, Mitch e Nakuru os acompanhavam lenta e discretamente. Todos atentos para possíveis ataques vindos de Voldemort. Mas o ataque esperado, felizmente, não ocorreu. Quando os barquinhos entraram pelo túnel que levaria-os à entrada de Hogwarts, Mitch e os demais subiram até alcancarem a entrada de Hogwarts. Desmontaram as vassouras. Na porta, uma surpresa para Harry:
- Dobby! – disse Harry.
- Harry Potter, senhor! Sim, Dobby está aqui esperando Harry Potter e os Guardiões! Dumbledore foi até Dobby na cozinha e disse: Harry Potter está na Guarda do Lago. Dobby pegará as vassouras dos Guardiões e as levará até os quartos deles. E Dobby disse: Sim, mestre Dumbledore! Mestre Dumbledore bondoso e poderoso, como Harry Potter, e sábio também! Mestre Dumbledore pediu e Dobby vai cumprir.
- OK, Dobby! – disse Harry, entregando-lhe sua Firebolt.
- Nakuru entregou a sua Sengoku Kamikase para Dobby, e Rony e Mitch entregaram suas Nimbus XL.
- Obrigado, patrõezinhos, por confiarem suas vassouras ao Dobby! – disse o elfo doméstico, que se retirou logo em seguida.
Mitch, Nakuru, Rony e Harry correram para o Salão Principal e se sentaram em seus lugares. Helen já o esperava.
- A Seleção já aconteceu? – perguntou Mitch.
- Ainda não, Mitch. Aparentemente, a professora McGonagall só esperou vocês chegarem. – disse Helen.
- Foi tranqüilo até aqui?
- Sim, mas todos estávamos com muito medo...
- Vamos deixar a conversa de lado! – disse Rony – Eles vêem vindo.
Os novos alunos vinham descendo o corredor no meio do grande Salão Principal, observando as velas suspensas por candelabros invisíveis e o teto invisível, mostrando o céu límpido. Eles pareciam não mais assustados, mas sim impressionados pelo que estavam vendo. Mitch ficou muito feliz ao ver que aqueles novos bruxinhos não mais sentiam medo do que viam. Foi quando o tradicional Chapéu Seletor foi colocado sobre o banquinho de quatro pernas. Obviamente teve aqueles sussuros de "Que diabos é esse trapo velho!", seguidos pelos "Oooohhh!" de espanto quando o mesmo revelou uma boca e começou a cantar:
"Não tenham medo, jovens bruxinhos.
Pois Hogwarts é um lugarzinho
Aonde o mal não pode tocar
E por cujas portas as trevas não se atrevem passar.
Se temem o que viram
Saibam que não é nem um milhonésimo do que eu já vi
Desde que os Quatro Grandes surgiram
E eu passei a existir.
A mais de mil anos, quatro bruxos se uniram
E cada um criou um caminho
No qual seus escolhidos deveriam trilhar.
O primeiro de todos, Godric Gryffindor,
Homem de coragem no olhar
Decidiu que Grifinória seria o local
aonde a honra iria morar.
A Segunda, Helga Hufflepuff
Toda alegre e faceira
Definiu que Lufa-Lufa
Seria amizade e brincadeira.
A Terceira, Rowena Ravenclaw
Com coragem e energia
Sonhou com Corvinal
Como um lar para sabedoria.
Já o último, Salazar Slytherin
Com paciência e altivez
Criou a Sonserina
Aonde a ambição tem sua vez.
Quatro animais diferentes são seus símbolos
Aos quais seus alunos usam com muito carinho.
O Leão de Grifinória, e o Texugo para a Lufa-Lufa
Os céus com o Corvo de Ravenclaw,
ou a Terra com a Cobra de Slytherin.
Qual desses símbolos
Vocês irão portar a partir de hoje?
A resposta está comigo
Pois os Quatro Grandes me criaram
Para que a todos pudesse dar abrigo!
Pois venham, não me temam, pois,
Embora nenhum segredo me seja oculto
Da mesma forma eles não vazarão para fora.
Pois fui feito apenas para escolher
E é essa função que irei fazer"
O Salão Principal explodiu em aplausos, como de costume. Foi então que prontamente a professora McGonagall pegou a lista dos novos alunos e disse:
- Quando ouvirem o seu nome, sentem-se no banquinho, coloquem o Chapéu e ele logo dirá qual será a sua Casa. Diego Andaluzia.
O jovem Andaluzia, que tinha olhos azuis com olhar seguro de si e de suas habilidades, sentou-se e logo foi mandado para:
- Corvinal!
Em seguida foi a vez de:
- Ernest Anderseen.
Que era alto, espichado, magricela e desengonçado, sem falar na cara de tonto que o mesmo tinha. Não estranhamente, ele foi mandado para:
- Lufa-Lufa!
E depois foi a vez de uma brasileira até bastante bonita, chamada:
- Amanda Avancini.
Ela sentou-se no banquinho e ficou quase um minuto com a cabeça dentro dele. Mas não tardou e o Chapéu a mandou para:
- Lufa-Lufa!
E assim foi seguindo. Andraas Belarus fez jus ao sobrenome e foi mandado para Sonserina. William Burroughs, um garoto com alguma coisa de irlandês, Mitch percebeu, foi mandado para a Grifinória. Alanis Carslberg foi mandada, porém, para a Lufa-Lufa. Emmanuel Fitzgerald, Bernhardt Gibbs e Emmanuele Godwin foram todos mandados para a Grifinória, e depois veio um caso interessante.
Haviam quatro garotos loiros e de olhos azuis da cor do gelo aguardando a sua vez de passar pela Seleção. Pequenas diferenças entre eles poderiam ser notadas apenas por um observador atento como Mitch. Um deles vestia suas vestes de forma aprumada, rígida até. Ele foi chamado por seu nome para ir ao banquinho colocar o Chapéu Seletor:
- Fritz Guttenmeyer!
O Chapéu mal resvalou a cabeça do garoto e já o tinha mandado para:
- Sonserina!
Um dos que ainda ficavam lá estava com o cabelo mais descontraído, e tinha um olhar calmo para tudo. Seu nome era:
- Hans Guttenmeyer!
Para desgosto do irmão que já estava na Mesa da Casa da Cobra, Hans foi mandado para a:
- Grifinória!
O terceiro deles era mais desleixado, e tinha um olhar apagado, mas mesmo assim expressivo. Ele era:
- Ulf Guttenmeyer!
Pouco tempo depois, os dois irmãos que já tinham sido selecionados viram ele indo para a:
- Lufa-Lufa!
O último dos quatro garotos tinha um andar empertigado e confiante. Seu nome era:
- Uwe Guttenmeyer!
E em questão de segundos, ele foi mandando para a:
- Corvinal!
Então Amelia Hemingway foi para a Grifinória e Keitaroh Ikari para a Lufa-Lufa.
Nessa hora, Boris disse:
- Camaradas, torçam pelos meus primos! Eles não mereceriam cair em Sonserina.
Na mesma hora que ele disse isso, a professora McGonagall chamou:
- Sergei Amaruska Kievchenko!
E rapidamente ele foi escolhido para:
- Grifinória!
A mesa de Grifinória explodiu de alegria, mas ainda tinha o outro:
- Vasya Amaruska Kievchenko!
Mas ele mal entrou na cabeça de Vasya e mandou-o para
- Grifinória!
De resto, foi a tradição. Thomas Krycek foi mandado para a Sonserina. Hannah Langley-Soryu, uma teuto-japonesa com ar mais mandão que o de Hermione Granger (se é que é possível uma aberração dessa), foi mandada para Corvinal. Ephraim Maddiney, um garoto com um ar prepotente e bastante abusado (duas vezes Mitch desejou arremessá-lo pela porta dos fundos do trem, porque ele sempre procurava dar um jeito de provocar os Guardiões e Monitores), foi mandando para Sonserina:
- Esse moleque é desagradável de tudo! – disse Mitch – Juro por São Patrício, se ele vacilar esse quinquinho, ele vai pilotar uma vassoura de carga cheia de banana podre para Hong Kong.
Nesse papo Mitch não viu Seymor McNamara ser selecionado para a Corvinal. Em seguida, foi a vez de Tobiak Pulskas ter sido selecionado para a Sonserina:
- Já ouvi falar nesses Pulskas. – disse Rony – São tão ruins quanto os Malfoy, e mais discretos... Talvez seja hora de ficar de olho nele.
Uma leva de corvinais foi feita depois de Pulskas: Anderson Rodrigues, Gilbert Roshelstein (o menino das luvas da Madame Kinnigan), Jens Spielgränzt e Petra Torvalds foram todos mandados para a Casa do Corvo.
Os últimos dois selecionados então foram para a Casa do Texugo: Stacy Vermont e Matthew Wiston.
A Seleção encerrou-se e o professor Dumbledore levantou-se. Mitch imaginou que ele iria dizer alguma das coisas tipicamente nonsense que dizia, mas essa idéia sumiu de sua mente ao reparar que Dumbledore o olhava com um faiscar nos olhos que não lembrava o bondoso Alvo Dumbledore ao qual todos estavam acostumados, e sim um grande e temível guerreiro:
- Alunos novos de Hogwarts: como devem ter notado, o mundo da magia não está mais seguro como era antes! Homens de Voldemort ergueram-se das cinzas, como seu Patrono, para trazer terror e medo a todos os bruxos e trouxas.
Um burburinho correu o Salão. Dumbledore continuou:
- Porém, não devemos temer Voldemort. Ele pode ser forte, mas enquanto houver uma centelha de esperança, uma chuva de amor, não poderemos ser abatidos! Quando Hogwarts foi fundada, os Quatro Grandes idealizavam um local melhor, aonde os bruxos se tornariam melhores, não apenas como bruxos, mas também como pessoas.
- Muitos que passaram aqui se tornaram melhores como pessoas do que eram antes de entrarem em Hogwarts. Porém, muitos outros se tornaram piores. E Voldemort foi um deles. Conheci-o quando jovem, e de olhar em seus olhos sabia o que ele viria a ser: uma ameaça a todos.
- Por isso mesmo, escolhemos em Hogwarts alunos de todas as casas e anos para fazerem parte da Guarda de Hogwarts. Esses foram os alunos que, corajosamente, lutaram contra os Comensais no caminho até aqui, e foram eles também que, digamos assim, fizeram uma singela e não-oficial recepção a vocês em Hogwarts! – disse Dumbledore, quando Mitch sentiu os olhos do Diretor cruzarem os dele, e aqueles olhos eram carregados de alegre repreensão.
- Agora, saibam que aqui estarão protegidos. E também lembrem-se que não devem temer nem odiar Voldemort. Pois ele vive disso: vive do desejo que os outros o temam e o odeiem.
- Queria, antes de que todos saboreassem a refeição, que os alunos da Guarda levantassem-se e recebessem uma salva de palmas em reconhecimento ao esforço e ao risco corrido por esses jovens.
Mitch se levantou e ele viu os demais Guardiões, cada qual vestindo em sua capa de Guardião a cor da sua casa: os Grifinórios, como Mitch e Nakuru, vestiam capas vermelhas com as aramelas e dragonas douradas. Os Lufanos, como os gêmeos Wittlesbach, vestiam capas amarelas com aramelas e dragonas de um cinza muito escuro, beirando o preto. Os Corvinais, como Teo Fiurucci e Patrick Augustin, vestiam capas de cor azul-marinho e dragonas e aramelas da cor do cobre. Já os Sonserinos, como Erika e Annete, vestiam capas cor verde-musgo e dragonas e aramelas prateadas.
Quando todos os Guardiões estavam de pé, o Salão explodiu em palmas, quando todos os Guardiões agradeceram e também bateram palmas mutuamente. Depois disso, o diretor pediu que todos se sentassem para dar início ao banquete.
O banquete estranhamente estava bem menos animado do que o habitual, mas Mitch já fazia idéia do motivo que levava àquilo:
- Vasya, Sergei, porque estão tão quietos?
- Mitch, não sabíamos que ia ser tão confusa a chegada até Hogwarts. – disse Vasya, que aparentemente tinha mais iniciativa que seu irmão Sergei.
- Não é assim sempre! – disse Enya. – Tudo isso é culpa do Vocês-Sabem-Quem.
- Vasya, esqueça o que aconteceu no trem! – disse Harry – Você ouviu Dumbledore: é no temor que temos dele é que Vold... quero dizer, Vocês-Sabem-Quem, ganha poder.
- Para início de conversa – disse Mitch – vamos parar com essa história de Vocês-Sabem-Quem. Vasya, o nome dele é Voldemort! V-O-L-D-E-M-O-R-T! Voldemort! – todos na mesa de Grifinória se surpreenderam com a coragem e, até por que não dizer, arrogância, do jovem irlandês – Nada pode mudar isso! Chamá-lo de Vocês-Sabem-Quem, Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear, isso tudo é balela!
- Mitch tem razão! – disse Natalie (ou Nat) Higgenbotham – Isso é voodoo mumbo jumbo! Voldemort pode ser milhares de vezes mais forte que qualquer bruxo na face da Terra, até mesmo mais do que Dumbledore, mas não pode vencer sozinho a todos os bruxos do mundo juntos.
- Voldemort – disse Nakuru, escondendo o medo de dar o nome Daquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear – se alimenta do medo, da insegurança... Ele gera medo, para gerar discórdia por conseqüência. Ele SABE que, se nos unirmos, podemos vencê-los, quando e onde quisermos.
- Mas se até mesmo os pais do Harry foram mortos por Vocês-Sabem-Quem? – disse Sergei.
- Bela b...! – disse Nathan, o irmão mais velho de Natalie – Matou dois dos maiores bruxos de sua época, e foi detonado por um bebê! Ele era um pedaço de m..., e continua sendo! Por isso mesmo é que eu não temo o nome dele: Voldemort! – disse Nathan, com convicção.
- Vasya, Sergei, lembrem-se sempre: Voldemort ganha poder no medo. Se tiverem medo dele, ele ficará forte, e poderá os matar. Mas se não tiverem, ele NUNCA poderá atingir vocês. – disse Harry.
- Harry, é fácil para você dizer isso: você é o Menino que Sobreviveu... – disse Sergei
- Sergei, nunca quis esse título. Você não sabe o peso que isso traz. Parece que todos esperam algo de mim apenas porque, quando bebê, sobrevivi ao ataque do Voldemort. Mas o mais importante é: você é a sua postura; tenha postura alegre, e você será alegre; tenha postura fraca, e você será fraco. Tudo é postura interior: se você quer ser, você será.
Sergei e Vasya, assim como os novos grifinórios, entenderam muito bem o recado.
O restante do jantar pareceu transcorrer de forma mais alegre. Na sobremesa, uma surpresa: quilos e quilos de sapinhos de chocolate aguardavam aos alunos das Quatro Casas de Hogwarts. Os sapinhos de chocolate animaram os jovens bruxinhos, que passaram a conversar mais animadamente sobre como seriam as novas aulas. Enya também conversava animadamente com Anastasia e Boris sobre as novas aulas: Enya faria Pedagomagia e Medibruxaria, além de Trato de Criaturas Mágicas e Advomagia. Já Boris, de todas as matérias de Enya, não faria apenas Pedagomagia, trocando-a por Artefatos Mágicos, enquanto Anastasia faria as mesmas matérias de Enya, mas trocando Pedagomagia por Estudo dos Trouxas.
Todos estavam agora de estômago mais cheio de comida e cabeça mais vazia das lembranças do ataque de Voldemort. Foi quando Dumbledore deu as habituais recomendações e lembretes e o hino de Hogwarts novamente foi ouvido. Mitch novamente o cantou como um brado de guerra, e novamente Enya inebriou a todos com sua voz deliciosamente angelical, vindo a corar novamente quando o professor Dumbledore pediu aplausos à jovem grifinória irlandesa.
Logo as multidões de primeiro-anistas começou a subir as escadarias. Mitch se aproximou de Cedric e perguntou:
- Cedric, que aulas vai fazer esse ano?
- Vou fazer Artefatos Mágicos, Adivinhação, Trato de Criaturas Mágicas e Runas Antigas.
- Já comprou os materiais, claro.
- Lógico, apesar que o livro de Adivinhação tenho desde o ano passado.
- Ótimo... Bem, sabe que, se precisar, pode mandar o Lee para nós na Torre da Grifinória.
- E vocês também, mandem Hawking e Brigitte para mim de vez em quando lá nas Masmorras da Sonserina. Não se preocupe que o Malfoy já colocou o Starshooter nos eixos, e ele não vai mais encher o saco por ver algumas corujas grifinórias nas Masmorras. – disse Cedric, enquanto se separava dos demais para voltar às Masmorras de sua casa.
Foi quando:
- Mitch, vem cá! – disse Hermione Granger, com um tom um pouco mandão.
- Calma, só estava me despedindo do Cedric. – disse Mitch.
Mitch então foi para perto de Hermione Granger.
- Me ajuda a levar os novos alunos até a Grifinória?
- Claro... Acho que é dever da Guarda, não? – disse Mitch.
- Aliás, senhor McGregor, – disse uma voz que Mitch logo reconheceu como a da professora Minerva McGonagall – devo admitir que, embora de certa forma irregular, sua pequena recepção aos alunos foi de muito bom gosto e em um momento propício. Mas espero que lembre-se que deve obedecer aos regulamentos de Hogwarts para manter-se na Guarda.
- Claro... – disse Mitch. Mitch não era o que podia se chamar de "aluno modelo" quando o quesito era respeito às normas. Não poucas vezes foi à Floresta Proibida e esteve fora do seu quarto durante a noite. Também estudou artes mágicas proibidas e quebrou uma ou duas normas legais dos bruxos quanto ao uso de aparelhos eletrônicos (ou Artefatos dos Trouxas). Mesmo assim, era um aluno guiado por um forte senso de justiça, o que lhe redimia na maioria dos casos.
Mitch acompanhou Hermione, fazendo escolta aos alunos do primeiro ano. Quando chegaram no Quarto Andar, um degrau desmanchou-se aos pés de Neville, que começou a ser içado pelos pés, virado de cabeça para baixo, por uma criaturinha de aparência maldosa e desagradável. Ela também tentou agarrar Vasya e Sergei Kievchenko com uma de suas mãos, enquanto sustentava Neville na outra mão:
- Socorro! – gritava Neville, desesperado.
- Qual é a desse fantasma? – disse Vasya.
- Isso não é um fantasma. – disse Rony – É Pirraça, o poltergeist mais mala sem alça da face da Terra.
- Pirraça! – disse Hermione – É melhor você sair daqui, ou faço questão de te mandar embora a base de magia.
- Que divertido! A Cabelo-de-Vassoura Granger! – disse Pirraça – Acho que vou aproveitar e me divertir com você.
Pirraça lançou Neville contra Hermione, o que fez os dois rolarem escada abaixo. Claro que isso deixou Mitch, Rony e Harry muito pê da vida:
- Agora você vai nos pagar! – gritou Rony, sacando sua varinha. Harry também estava com a sua em punho.
- Você fez a única burrice que não devia ter feito, Pirraça: me irritar. – disse Mitch, os olhos explodindo em fúria verde.
- Oh! O Mitch bengalinha agora é o Chapéuzinho Vermelho McGregor! Que belezinha! – disse Pirraça, puxando a capa de Mitch, fazendo-o rodar sobre si mesmo.
Mitch ficou desnorteado um pouco. Hermione então disse:
- Harry, Rony, levem o restante dos alunos à Torre! Eu e Mitch damos um jeito no Pirraça!
Ei, vocês se esqueceram de nós! – disseram duas vozes de garotas.
Mitch virou-se e viu Helen e Nakuru, ambas com varinhas sacadas.
- Mitch, você está bem? – disse Helen, se aproximando de Mitch.
- Apenas um pouco zonzo.
- Pirraça, agora você vai ver o que é luta! – disse Nakuru. Ela então segurou sua varinha em riste e colocou os dedos indicador e médio da mão livre sobre a varinha, segura com a mão esquerda fechada (Nakuru era canhota). Ela então disse:
- Técnica ninja Hiiragisawa: Delocattio!
Um pequeno brilho dourado iluminou a varinha, e duas Nakurus se separaram, ficando cada uma de um lado da Nakuru verdadeira.
A confusão de Pirraça em saber qual era a verdadeira Nakuru deu tempo suficiente para Nakuru chutá-lo com uma técnica especial desconhecida de Mitch (que obviamente levava magia), fazendo-o desaparecer em altíssima velocidade através do quadro de um bruxo com roupas à Luis XV, que teve de se esquivar de susto em ver um poltergeist voando a mais de 300 quilômetros horários em sua direção, saltando dentro de um chiqueiro de um quadro de um fazendeiro bruxo do lado.
Mitch ainda estava desorientado:
- Helen, me ajuda, estou tonto! – disse Mitch, que ainda estava caído, não conseguindo se levantar.
- Revelae Vitallis! – disse Helen, invocando os mostradores vitais.
Mitch observava ela avaliando.
- Mitch, é uma pequena labirintite provocada pelo giro rápido. Logo você ficará bem. Apenas se apóie em mim para continuarmos o trajeto até a torre.
Mitch colocou seu peso sobre a baixinha Helen. Claro que ela demonstrou que estava dificil carregá-lo, e logo precisou da ajuda de Nakuru. Hermione foi na frente, pois ainda tinha que dar a tradicional palestra em frente à porta da Torre de Grifinória para os jovens bruxinhos. Claro que Mitch chegou no final, quando Hermione dizia:
- ... nunca, JAMAIS, dêem a senha de Grifinória a qualquer um, mas em especial aos Sonserinos. Embora nem todos sejam ruins, a grande maioria não merece sua confiança...
Então Hermione voltou-se para o quadro da Mulher Gorda.
- Olá Hermione! Vejo que enfim tornou-se monitora!
- Sim.
- Então, por favor, a senha.
- Filho de Davi.
- Claro... Pois não...
O quadro abriu-se e Hermione terminou as orientações básicas. Enquanto ela fazia isso, Helen pegava em seu malão uma estranha poção. Mitch a bebeu e sentiu um gosto horrível de chá amargo:
- Essa é uma poção anti-vertigem. Deve fazer você ficar melhor em alguns instantes. – disse Helen.
Claro que Mitch quase adormeceu na poltrona macia e confortável, com respaldo alto. Mas Hermione não deixou:
- Mitch, se você quiser dormir, acho que a sua cama é um local melhor para isso. – disse ela, brincalhona e mandona.
Mitch então subiu até o seu quarto, aonde já encontrou os demais garotos em um sono profundo, no qual também entrou poucos minutos depois.
