Capítulo 26: O Objetivo de Voldemort


Havia um ar de preocupação em todos em Hogwarts após o Recesso da Páscoa: o número de ataques atribuídos aos homens de Voldemort aumentavam dia após dia. Corujas do Ministério da Magia não paravam de chegar a Hogwarts, cheias de perguntas. Dumbledore tomou uma atitude que revoltou o Ministro da Magia, que era dizer a verdade aos alunos: Voldemort retornara e com força total. E praticamente declarou guerra contra Hogwarts:

- Não quero e não permitirei que o pânico tome conta de Hogwarts enquanto eu, Alvo Dumbledore, for o diretor. Agora, saibam que há muitos métodos de escapada e planos de contingência que os Quatro Grandes e que os muitos diretores de Hogwarts que me antecederam deixaram preparados, para a eventualidade de Hogwarts ser invadida. Os monitores, monitores-chefes, Guardiões e todos os professores estão completamente informados sobre esses planos, e farão uso do sigilo sobre eles até que seja necessário usá-los, e esperemos que não sejam. Além disso, a própria Guarda está preparada para lutar contra os homens de Voldemort, tendo sido treinados à exaustão durante esse ano e preparados o melhor possível dentro do pouco tempo que houve para essa preparação.

Mitch, Draco, Harry, Rony e seus amigos continuavam a pesquisar tudo que possível sobre a Lança de São Longuinus:

- Ai que droga! – gritou Hermione na biblioteca, tendo recebido um olhar de reprovação da Madame Pince – Afinal de contas não existe nada nessa biblioteca que diga algo além do que já sabemos?

- Não achamos nada! – disse Harry – Não existe nada sobre a Lança Longuinus... As vezes acho que é piada...

- Não é! – disse Mitch – Eu a vejo, em sonhos: é uma pilum, uma Lança Romana, com a lâmina preparada para ser usada como uma arma de haste, como uma naginata. A lâmina é feita de bronze, e o cabo de uma madeira muito resistente.

- Mitch, o que a lenda dizia sobre a Lança?

- "Tu, Longuinus de Antióquia, deverá viajar ainda mais ao Oeste, para a Ilha-Esmeralda, sozinho. Ao chegar lá, arremesse a Lança e dirija-se ao local para onde ela for. Lá será seu túmulo e seu descanso final. Quanto à Lança, aonde você cair, ela cairá com você, e não antes que setenta vezes sete gerações se passem, ela não poderá ser retirada, até que o Sangue do Escolhido, daquele que irá purificar o mundo dos bruxos e dos trouxas, caia uma vez. O mal deverá cair uma vez para cair uma segunda vez, depois de se reerguar, e o jovem deverá lutar para vingar os pais. Um do povo da Ilha-Esmeralda deverá ser o Escudeiro, podendo carregar a Lança, mas é destino do Escolhido, usá-la para vencer o mal. Quanto aos demais, assim que Longuinus partir, poderemos conversar."

- Mas não fala nada sobre possíveis locais aonde a Lança tenha caído? – perguntou Rony.

- Na verdade, diz-se que um vento a trouxe de volta à ilha da Bretanha. Como eu li em um livro: "Ao arremessar a Lança, porém, um vento a carregou de volta, e ele voltou à Ilha da Bretanha, aonde ficou perto do local aonde a Lança caiu, e terminou os seus dias nessa região, como sábio, guardado por centauros, fadinhas e outras criaturas: até mesmo algumas ditas malignas, como os lobisomens, não aproximavam-se do antigo soldado, a não ser para buscar conselho e consolo para a dor de suas maldições. E ele falava com os animais e criaturas da floresta e, mesmo sendo trouxa, era respeitado e querido por todos. E lá ele dormiu."

- Peraí? Você está querendo dizer que a lança veio parar em uma floresta?

- Sim... – disse Mitch – Ao menos é o que diz a lenda.

- Mas... – pensou Rony em voz alta – Não poderia ser uma floresta qualquer. Pensem: se fosse em qualquer uma, com certeza algum trouxa já a teria encontrado e ficado com ela. Mas isso aparentemente não aconteceu...

- E se não for uma floresta comum? – perguntou Hermione – Percebam, aqui fala – disse ela, apontando a cópia de Artefatos Lendários de Magia: 10001 armas, caldeirões, bastões, e outros itens antigos de magia – que ela caiu aonde haviam vários seres mágicos, lobisomens, unicórnios, fadinhas, centauros e até mesmo vampiros...

- Mas isso foi BEM antes do Estatuto de Sigilo da Magia, foi muito antes, quase mil anos! – disse Rony.

- Mas faz algum sentido. – disse Mitch – Mesmo na Irlanda, e olhem que lá foi dureza implantar o Sigilo da Magia por causa dos Daoine Sidhe, mesmo lá nunca existiram florestas, bosques ou cavernas que permitissem que tantas criaturas mágicas ficassem ocupando o mesmo território. Na Irlanda, por exemplo, acho que apenas um bosque perto de Limerick é suficientemente grande para conter tantas criaturas. Nos demais, os Daoine Sidhe acabavam chutando os Knocker e Leprechauns longe, isso quando os dois não se ajuntavam para chutar os Daoine Sidhe.

- Mas deve existir algum local suficientemente grande na ilha da Bretanha que permitisse tantas criaturas mágicas no mesmo local. – disse Harry.

- E existe, Potter. Acho que vocês é que não colocaram a cabeça para funcionar. – disse a voz arrastada de Draco.

- E qual é esse local, Malfoy? A sua casa? Porque deve ter um matagal monstruoso lá... – disse Rony.

- Não, tenho elfos que cuidam de lá, Weasley. Eu iria responder que é a sua casa, mas melhor deixar pra lá. Olhem pela janela e descobrirão a resposta.

Todos olharam para a janela e viram a resposta às suas dúvidas:

- A Floresta Proibida! – disse Harry – É claro! Como pudemos ser tão idiotas!

- Eu posso responder essa facinho! – disse Draco, irônico.

Surpreendentemente, os demais não tentaram matar Draco a pancadas, muito pelo contrário: riram da piada de Draco.

- Acho que agora vocês entenderam porque Voldemort quer atacar Hogwarts primeiro. – disse Draco – Ele sabe que em algum lugar da Floresta está a Lança de Longuinus. Estive pesquisando umas coisas sobre Artes das Trevas com a ajuda do professor Snape...

- O que o "corvo seboso" fez dessa vez? – perguntou Rony.

- Weasley, se você soubesse valorizar os professores que tem, daria graças a Deus por estudar com Severo Snape. Bem, voltando ao assunto original, eu descobri isso.

Draco colocou sobre a mesa um livro de uma textura estranha e desagradável: parecia estar encardenado no couro resistente de algum animal mágico, possivelmente de dragão, e as páginas pareciam pele humana.

- Isso aqui é um livro antigo de Magia Negra, e papai o consultava muito, segundo o que Snape me disse. – disse Draco, folheando – O problema é: metade desse livro é em grego antigo, que eu não domino, embora quebre o galho; o restante, latim, que não é problema, hebraico, aramaico, fenício, egípcio e sânscrito, que é aonde a coisa muda de figura: é justamente esses idiomas que eu desconheço.

- Deixe-me ver, Malfoy. – disse Hermione, folheando – Hummm... Algumas coisas aqui não são textos, e sim seqüências aritmânticas. Vi isso em Aritmancia e posso resolver. Agora, existem partes que parecem ser muito importantes, resoluções mágicas. Não podemos tentar descobrir nada sobre esse livro sem traduzir essas resoluções: poderia gerar interpretação errônea ou dúbia e isso certamente não seria nada bom.

- E o que vamos fazer? – disse Neville, que também estava com o grupo.

- Eu esperava que alguém aqui soubesse o que fazer, Longbottom... Seria bom que alguém por aqui tivesse o mesmo talento do tal Andaluzia com o qual meu pai andava na sua época...

- Andaluzia! – disse Mitch, assustado – Hidalgo Andaluzia? O pai do Adrian que morreu no final do ano passado?

- Isso mesmo, McGregor. Porque?

- Accio Diário Andaluzia! – disse Mitch, utilizando-se da varinha.

Automaticamente a Madame Pince fez um sinal de desagrado para Mitch, pois normalmente não pode-se utilizar magia na biblioteca. Mitch não estava nem aí. Em segundos, o grande livro de capa preta, com o brasão dourado-carmesim do clã Andaluzia espanhol estava nas mãos de Mitch.

- Esse foi um diário de Hidalgo Andaluzia que mandaram para Cedric no Natal. Não foi dito quem mandou, apenas que devíamos fazer bom uso. Bem, vejamos o bom uso que podemos fazer.

Mitch abriu o livro: a textura áspera e ao mesmo tempo viscosa do livro não era muito agradável e dificultava a manipulação das páginas. Mitch abriu a primeira página do livro: era a primeira vez na qual abria um livro de magia negra. Logo na primeira página, o livro tinha a receita da Poção Polissuco:

- Divertido não? – disse irônico Mitch – Acho que vamos encontrar nisso aqui todos aqueles encantamentos que podem ajudar nas festas...

- Anda logo, McGregor! – disse Malfoy – Se o que estou pensando estiver correto, vamos encontrar muito mais do que esperamos nisso aí.

E realmente, o diário de Hidalgo Andaluzia tinha uma grande quantidade de feitiços, poções, encantamentos e rituais de Magia Negra pesada, Magia Negra como Mitch nunca vira antes:

- A gente lê isso e parece que ele fica dizendo – disse Mitch, a seguir colocando um tom asmático na voz – "Venha para o Lado Negro da Força, Luke!".

- Força! Que diabo é isso? – disse Draco.

- Esquece! – disse Hermione – Você nunca viu Star Wars: filme de trouxas, mas muito legal!

- Bem, vamos ver o que temos aqui...

A pesquisa continuou, e Mitch passou a entender o que Cedric dizia que tinha alguma coisa com aquele livro que não o agradava: parecia que o próprio livro era carregado de Magia Negra, e no sentido de ter sido "benzido" com magias profanas e malignas.

Harry sentiu uma pontada em sua testa:

- Ai... Esse negócio parece realmente cheio de Magia Negra. – disse Harry.

- O que foi, Potter? A cabeça tá doendo? – disse Draco, meio irônico.

- Vai chupar um prego, Malfoy! O Harry tem disso: de vez em quando, principalmente quando ele sente o Você-Sabe-Quem, ele sente essas pontadas.

- Eu heim... Coisa louca! Acho que esse Potter está doido, não é, McGregor... McGregor, o que foi?

Mitch segurava o antebraço direito, aonde a cruz celta estava tatuada:

- O que foi, Mitch? – perguntou Rony.

- Está... forte... – disse Mitch, procurando controlar-se – Tem muita Magia Negra nesse negócio, muita mesmo. Estou sentindo pelo braço: a ferida do Aço Estígio, lembram-se? Essa ferida é sensível à magia negra.

- Falando em Aço Estígio... – disse Draco – Aqui, achei algo interessante.

- Para quem? – perguntou Rony com suspeita.

- Cala a boca, Weasley! – disse Draco, irônico. – Aqui, vejam isso:


"Propriedades do Aço Estígio:

Muitas armas mágicas são encantadas para lutar contra as criaturas das Trevas, isso é o que dizia o Niger Styx Libram, que encontrei por acaso na Sessão Reservada da biblioteca, aqui em Hogwarts. Mas existem formas de anular tais poderes e até mesmo de revertê-los, através da Profanação.

O Ritual da Profanação é extremamente complexo, mas envolve o sacrifício de 7 pessoas de formas específicas, conforme descrito nos esquemas abaixo. Desses, 3 passam pelos "Dentes de Cérberos", transformando-se em Caldo Estígio. Os outro 4 são usados para a Profanação:

Utilizando-se das víceras dos trouxas mortos, o bruxo realiza o traçado de um pentagrama invertido, conforme as orientações básicas do Necroarcanorum Secularum Hadeno Arcana, um livro básico de Magia Negra para aqueles que realmente se interessam no assunto, mas muito difícil de ser encontrado, ao redor de um altar previamente construído segundo as instruções do próprio Necroarcanorum,feito em mármore negro e com runas arcanas marcadas nele. Depois, cinco velas vermelhas e feitas de sebo humano, conforme as instruções do Necroarcanorum, devem ser acesas, uma em cada ponta do pentagrama. Logo em seguida, incensos especiais devem ser queimados para formarem uma nuvem de proteção mística contra forças contrárias. O objeto a ser Profanado deve ser colocado em seguida em uma urna de prata suficientemente grande para conter o objeto com folga. A partir daí, uma série de cantos devem ser entoados, conforme descrito abaixo, que eu retirei do Niger Styx Libram, enquanto o Caldo Estígio deve ser colocado lentamente sobre a arma. Depois, a urna deve ser enterrada abaixo dos pés do altar e retirada em 24 horas. Se o ritual for devidamente feito, existe uma grande chance de o objeto Ter seus poderes revertidos para o mal..."


- Doentio... Realmente doentio... – disse Rony, enojado.

- Potter, agora estava pensando... – ia dizendo Draco.

- E você pensa, Malfoy?

- Vê se cala essa boca, Weasley! – disse Draco, irritado – Estive pensando, Potter: e se por acaso Voldemort quisesse profanar a Lança? Lembra-se do que o meu pai disse?

- Sim... que eu, você e sua mãe iríamos permitir que ele forjasse a arma mais poderosa do mundo.

- Exato: e se for assim, acho que sabemos porque Voldemort quer atacar Hogwarts primeiro.

- É claro! – disse Hermione – Ele obteria a Lança e a profanaria. Depois destruiria Alvo Dumbledore e, bem, a partir daí todos os seus inimigos...

- Claro que ele também teria que passar pelo garoto-cicatriz aqui, mas ele acha que não seria difícil, e tenho que concordar: ao menos no estado atual das coisas, Potter, você não é páreo para Voldemort.

- Eu sei. – disse Harry, cabisbaixo.

- Mas sabemos o que precisamos fazer para fazer Harry ter poder para enfrentar Voldemort: encontrar a Lança Longuinus!

- Mas não fazemos a menor idéia de onde encontrá-la! – disse Rony, amuado – E a Floresta é enorme!

- Bem, de alguma forma, temos que chegar à Lança antes de Voldemort! Temos que chegar! – disse Mitch, convicto.