Capítulo 31: Amizade e Amor – Rony & Mione x Rabicho


Harry, Rony e Hermione novamente estavam sozinhos, apenas os três:

- Não gosto disso. Não gosto nada disso. – disse Hermione, segurando a varinha.

- Voldemort deve estar nos esperando. Em algum lugar! – disse Harry.

- Será que o Vocês-Sabem-Quem quer nos matar? – disse Rony.

- Ao menos a mim, eu sei que ele quer!

- Mas Harry, tudo isso para...

Hermione não terminou a frase, pois tropeçou em algo grande. Quando os três apontaram as varinhas iluminadas para o chão, viram um ser metade homem, metade cavalo, caído no chão, com cabelos loiros e um corpo baio:

- Firenze! – disse Harry.

- Mas... o que será que atingiu um centauro com tanta intensidade para o derrubar? – disse Rony.

- Só duas coisas: a Azaração do Estuporamento, ou...

- A Maldição Imperdoável da Dor! – disse Harry.

- Bem, vamos acordá-lo! – disse Rony – Enervate!

Firenze começou a abrir lentamente seus olhos e a erguer-se:

- Menino Potter! – disse Firenze ao ver Harry – A Floresta não é em absoluto lugar para você, já lhe dissemos!

- Tenho que ficar aqui! – disse Harry – Tenho que seguir meu destino! – apontando para o bracelete de couro aonde estava presa, reduzida, a Lança Longuinus.

- Então, você a encontrou! – disse Firenze, assombro, terror e alegria no rosto – Júpiter e Marte não apareceram à toa nos céus hoje! É o embate entre a força e a crueldade, e Vênus vem em apoio a você. Mercúrio carrega suas asas para lhe ajudar e seus amigos são como as Plêiades, que consolam e apoiam Atlas na sustentação do céu: eles vem o sustentando quando perde sua força.

- Um bando de baboseiras antigas! – gritou uma voz no meio da Floresta.

Então ele saiu de dentro da Floresta: era um bruxo baixinho, de cabelos ralos e esparsos, meio careca, com olhos lacrimosos e um nariz pequeno e que não parava de se mexer, como se ele tivesse tentando farejar alguma coisa no ar. Em uma das mãos carregava uma varinha. A outra era uma mão feita aparentemente de névoa, mas parecia mais uma luva de armadura metálica do que qualquer coisa. Firenze correu para se esconder.

- Vejamos, Potter, se você pode comigo, sem a ajuda daquele inútil do Sirius! – disse Rabicho – Crucio!

Rony pulou de lado e jogou Harry para fora do caminho da Maldição. O próprio Rony não teve tanta sorte:

- AAAAAAAHHHHHHHHH! – gritou Rony, com todas as forças do seu pulmão.

- RONY! – gritaram Harry e Hermione.

- Harry... Corre! – gritou Rony.

- Mas... – disse Harry.

- Harry... Você tem que pegar Voldemort... Não sou eu, nem Hermione! É você! – disse Rony.

- Corre Harry! – disse Hermione – Se você continuar dando chance para o azar, Rabicho vai pegar você.

Ele observou os dois e, com grande convicção, disse:

- Boa sorte! – e correu em disparada para as partes mais profundas da Floresta Proibida.

- Não pense que vai me escapar, Potter! Crucio! – disse Rabicho.

Novamente, Rony pulou no meio do caminho da Maldição Imperdoável da Dor. E novamente, o grito ecoou por cada uma das árvores da Floresta Proibida:

- Rony! – gritou Hermione, correndo na direção do jovem Weasley.

- Nada feito, garota! – disse Rabicho – Vocês não vão conseguir escapar para ajudar o Potter!

Novamente a varinha de Rabicho estava apontada para Rony, mas o que Rony ouviu foi diferente:

- Imperio!

A Maldição Imperdoável do Comando atingiu Rony. Rony nunca sentiu nada tão bom em sua vida: ficar sem pensar, a mente vazia de tudo. Apenas uma voz no fundo de sua mente...

"Mate a garota sangue-ruim... E depois se mate..."

"Porque eu faria isso, se eu amo ela?", pensou Rony.

"Mate a garota sangue-ruim... E depois se mate..."

"Não! Não quero! Não vou a matar!", pensou Rony.

"Mate a garota sangue-ruim... E depois se mate!"

"NUNCA! NÃO VOU FAZER ISSO, PORQUE EU A AMO!", gritou Rony, aparentemente apenas em sua mente. Mas quando ele deu conta, Hermione ouviu o que ele disse:

- Rony...

- Hermione...

- Que cena mais comovente! – disse Rabicho, enojado – Mas vamos acabar com a festinha, embora vou deixar para você, sangue-ruim, a decisão de quem é que vai morrer primeiro, se é você ou esse panaca Weasley?

- Que tal uma opção a mais? – disse Hermione – Um otário com cara e vida de rato!

Aquilo foi uma ofensa que Pedro Pettigrew jamais aceitaria, apesar de ser a mais pura e real verdade.

- Cadela de sangue-ruim! Agora você decidiu! A primeira a morrer é você! Avada Kedavra!

Mas Hermione, que não era boba nem nada, conseguiu se jogar com Rony no chão:

- Como?

- Simples: você acha que eu vou ficar esperando a morte vir para mim? – disse Hermione.

- Bela manobra, Hermione! – disse Rony, animando-se – Tarantallegra!

A Azaração dos Pés Descontrolados derrubou Rabicho no chão, enquanto seus pés mexiam-se descontroladamente.

Rabicho estava visivelmente irritado:

- Finite Incantatem! – disse ele, anulando a Azaração. - Agora vocês acabaram com minha paciência!

- Dizemos o mesmo! – disseram Rony e Hermione.

Os três ergueram suas varinhas ao mesmo tempo:

- Expelliarmus!

Rony e Hermione conseguiram lançar seu Feitiço antes que Rabicho sequer raciocinasse qualquer coisa contra eles. O golpe do Feitiço de Contragolpe lançou o homenzinho longe. Foi quando ele fez um gesto:

- Rony, ele vai tentar se transformar!

- Nada feito! – disse Rony – Não dessa vez! Petrificus Totalus!

O feitiço quase funcionou: ele poderia ter atingido Rabicho se não fosse o momento: Rabicho já era novamente o rato Perebas.

- Ah, não, Pettigrew! – disse Hermione – Não dessa vez! Prisionis!

A Azaração do Aprisionamento envolveu o agora Perebas, que não podia escapar para qualquer direção para a qual tentasse ir: aonde quer que tentasse correr, batia em uma barreira invisível.

Hermione cometeu um erro bem básico: Perebas estava perto da varinha de Pedro Pettigrew.

O rato começou a se contorcer e a voltar para a forma humana:

- Acha que esses truquezinhos básicos podem me fazer alguma coisa, garota tola? – disse Rabicho.

- Você sabe que Prisionis só cai quando o invocador deseja, ou quando ele é morto ou estuporado.

- Isso pode ser providenciado! E você se esqueceu de uma coisa, fedelha: enquanto o Aprisionamento estiver erguido, você não pode utilizar nenhuma magia!

"É verdade!", pensou assustada Hermione. Enquanto o Aprisionamente estivesse erguido, ela não poderia usar nenhum Feitiço, mesmo estando com a varinha na mão. Assim que utilizasse um Feitiço, por menor que fosse, ela derrubaria o Aprisionamento, o que significaria uma chance de Rabicho escapar.

- Mas você se esqueceu de uma coisa, seu rato patético! – disse Rony.

- O que foi, garoto? – disse Rabicho, confiante.

Rony ergueu sua varinha:

- Eu tenho minha varinha e sei como usá-la!

Foi então a vez de Rabicho se preocupar.

- Vamos ver então... Moleque... como você se sai! – disse Rabicho, em um tom de desafio, mas mais preocupado do que estava anteriormente.

- Crucio! – disse Rabicho.

- Reversoris! – disse Rony.

A Maldição Imperdoável da Dor voltou para Rabicho, que não contava com o contragolpe de Rony:

- AAAAAAAHHHHHHHHH! Maldito! Você me enganou! – disse Rabicho.

- Vamos! Me ataca! Me deixe feliz! – disse Rony.

- Rony, isso não é hora para bravatas! – disse Hermione – Acaba com esse rato sujo de uma vez.

- Quero ver se é capaz de acabar comigo mesmo, Weasley! – disse Rabicho.

Rony e Rabicho partiram para uma troca rápida de Feitiços. Rabicho continuava preocupado: não sabia o que esperava ele, se ele iria utilizar-se de Feitiços ou tentaria sobrepujar os dele. Foi quando Rabicho então partiu para um golpe sujo:

- Crucio! – atirou Rabicho contra Hermione.

Rony não ficou parado, e correu para tirar Hermione da reta. Novamente, sobrou para Rony a parte dolorosa:

- AAAAAAAHHHHHHHHH! – gritou Rony, com todas as forças do seu pulmão.

- Rony! – gritou Hermione.

Foi quando Hermione reparou que Rabicho tentava fugir correndo para a Floresta.

- Ah, não! Não dessa vez! Estupore! – disse Hermione.

A Azaração do Estuporamento de Hermione atingiu Rabicho diretamente nas costas, mandando-o a nocaute. Enquanto Hermione trazia o corpo inconsciente de Rabicho, Firenze retornava, acompanhado de mais dois centauros:

- Ronan! Agouro! – disse Hermione.

- Menina Granger. – disse Ronan – É um prazer vê-la novamente. Pena que a circunstância não seja mais positiva.

Nesse momento chegaram Neville, Draco e Mitch:

- Vocês estão bem? – disse Neville.

- Mais ou menos! – disse Hermione – O Rony é que não está muito bem!

- O que houve, Weasley? – disse Draco.

- Se te interessa, Malfoy, levei três Cruciatus na moringa! E ainda sobrevivi a uma Imperius. Isso deve ser o suficiente para levantar o astral de qualquer um. – disse amuado Rony.

- É... Devo admitir que tem coragem, Weasley! – disse Draco, disfarçando (muito mal) seu assombro – E o Potter?

- Foi lutar contra Voldemort! – disse Hermione.

- Não podemos deixar ele aqui! – disse Mitch, apontando Rabicho.

- Deixe comigo! – disse Firenze.

- Vai aceitar um humano em suas costas, Firenze? – disse revoltado Agouro – Você por um acaso é uma mula?

- Não! – disse Firenze – Não quero é que esse dejeto de gente contamine a floresta.

- E como você vai garantir que ele não vai fugir?

- Ferula! – disse Mitch

- Indestructo! – disse Malfoy.

Os laços indestrutíveis criados por magia prenderam-se ao corpo de Rabicho:

- Isso deve bastar! – disse Mitch. Depois ele apontou para a direção de onde vieram – Ali para baixo está preso um Comensal da Morte. Aproveitem e levem ele embora.

- Deixe conosco! Vamos conclamar todos os seres da Floresta, e também os sereianos do Lago, para lutarem do seu lado! – disse Firenze.

- Sabemos o que está em jogo! É a sobrevivência de todos, animais e humanos! – disse Agouro.

- Que Júpiter continue traçando o caminho de vocês! – disse Ronan.

Os três centauros sairam, Firenze carregando Rabicho, e foram para a direção de Hogwarts.

- E quanto a nós? – perguntou Rony.

- Se quer esperar aqui, Weasley, eu aceito, mas eu quero ver aquele cara-de-cobra morrer! – disse Draco.

- Vamos lá! – disseram os demais.

Faltava apenas mais uma batalha, mas que decidiria tudo. Era a batalha na qual todas as cartas estavam apostadas.

E todos sabiam que, mesmo com todas as vitórias que tinham tido até ali, se Harry falhasse em vencer Voldemort, tudo seria em vão. E isso, definitivamente, não poderia acontecer, pelo bem dos trouxas, dos bruxos, e de toda a vida no planeta.