Capítulo 32: Impedindo a tomada de Hogwarts
Enquanto os seis corriam para a batalha, Dumbledore, Enya e Cedric, os únicos que além deles sabiam sobre a Lenda da Lança de Longuinus e da Profecia de Cliodna, procuravam evacuar Hogwarts e impedir o avanço dos inimigos.
A Guarda lutava bravamente, armada com muitas armas disponibilizadas por Nakuru e por outros forjadores de Hogwarts. Os equipamentos tecnomânticos foram encantados por Nathan, Nat, Nigel e outros interessados na experimental arte da tecnomancia. As formas de luta contaram com treinamento de Erika, Nakuru, Carlos, Mitch e qualquer um com o mínimo conhecimento de qualquer forma de luta, até mesmo da Smasha (arte marcial dos duendes).
Hagrid e Olímpia Maxime (a diretora meio-giganta da Academia de Bruxaria Beauxbatons) convocaram a ajuda de alguns gigantes das colinas. Do norte, alguns gigantes das geleiras, filhos de Ymir, o Rei dos Jotuns (como os gigantes das geleiras chamam a si próprios), entraram na briga, embora do lado de Voldemort também houvessem gigantes.
Mas o exército de Voldemort era muito maior: os Comensais eram muitos, e além deles tinham quimeras, manticoras, dragões, dementadores e gigantes, e ogres (maiores, mais fortes e mais burros que os trasgos) e trolls (ainda maiores, ainda mais fortes e ainda mais burros que os ogres). Uma rocha arremessada por um gigante já tinha provocado estragos na Torre de Astronomia, bloqueando a saída da Torre da Corvinal:
- Vamos! – gritou Sally Wittlesbach.
- O que? – disse Victor Fiorucci, da Sonserina.
- Temos que desobstruir a saída da Torre da Corvinal! – disse Juan Andaluzia, da Lufa-Lufa.
- Por que?
Fátima Andaluzia deu um chute no vão das pernas de Victor.
- Teu irmão é da Corvinal! – disse Fátima – Vai deixar ele lá morrendo?
- Temos que retirar os alunos de Corvinal que ainda estão lá. – disse Juan.
Todos então correram para ajudar.
Cedric e Enya continuavam ajudando na retirada dos livros e materiais importantes, principalmente ajudando a conter as Poções Incendiárias que os Comensais arremessavam para tentarem espantar os bruxos.
Foi quando uma das paredes explodiu, banhando Cedric em Poção Inflamável (o equivalente bruxo ao napalm):
- Ahhh! Enya! Socorro! – gritou Cedric.
- Ah, droga! – disse Enya – Vai doer e não vai ser bonito!
Enya utilizou-se de Ferula para amordaçar Cedric:
- Laminare! – disse Enya.
Cedric começou a gemer de dor, enquanto sua pele ia sendo deixada em carne viva.
Depois de alguns segundos, o braço direito de Cedric estava todo esfolado:
- Agora, em seqüência: Lesio Higienus! Selare Danosa! Anestesia! Ferula!
O ferimento agora estava fechado, limpo e o braço de Cedric estava protegido e anestesiado.
- Agora vou parar com a palhaçada! – disse Cedric - Accio Tarô Andaluzia!
O pequeno estojo com as cartas do Tarô do século XVI, herança do Clã Andaluzia, voou das Masmorras da Sonserina até às mãos do jovem McGregor.
- O que você pretende? – disse Enya.
- Veja só! – disse Cedric, sorrindo, e sacando do baralho o Arcano 11 – A Força.
"Que o Livro da Vida abra-se diante de seu dono, e que as forças dos 22 Arcanos fiquem abertas para ele. E eu, Cedric McGregor, dono do Livro da Vida, peço e ordeno que a Força apareça para domar o leão e impedir a queda dos muros!"
Cedric tocou com a varinha a carta. No mesmo instante, a figura da carta, uma moça aparentemente frágil, saiu de dentro da carta e, usando apenas as mãos, escorou os muros da biblioteca:
- Boa idéia, senhor McGregor! – disse a Madame Pince. Enya e Madame Pince, além de outros alunos de Hogwarts, continuavam a recolher os livros. Troy e Andraas Belarus vieram em ajuda:
- Fixorum! – disse Troy.
- Impedimenta! – completou Andraas.
Mas a cada momento, a batalha ficava cada vez mais desesperadora:
- Não vamos pará-los por muito tempo! – disse Nathan, enquanto lutava.
- Não podemos parar! Temos que confiar nos nossos amigos que estão na Floresta! – disse Nakuru, enquanto entregava uma vara de pescar quebrada para um grupo de alunos da Lufa-Lufa e da Sonserina. A vara era uma chave de portal: tão logo a tocaram, eles voaram rapidamente, sendo transportados para um lccal seguro.
- Certo! – disse Carlos, enquanto terminava uma boa seqüência de golpes contra um Comensal – Mas temos que parar esses Comensais, porque senão, Hogwarts vai ser destruída completamente!
- E quanto à evacuação? – gritou Erika, enquanto auxiliava na operação de uma das Balestras de Energia, mirando-a contra um dragão que vinha em direção a Hogwarts.
- Tudo certo! Terminamos a evacuação, e já recolhemos os livros da biblioteca. Os elfios domésticos também estão nos ajudando a retirar tudo que pudermos das salas de aula, mas temos problemas: algumas paredes já ameaçam desabar! – disse Nakuru, entregando uma bota velha para os últimos alunos que estavam em Hogwarts, um conjunto de alunos da Corvinal que ficaram trancados na sua Torre após o desabamento que atingiu a Torre de Astronomia.
Foi quando uma turba de dragões foi se aproximando de Hogwarts:
- Essa não! – gritou Nakuru.
- O que foi? – disse Nathan.
- Nathan... São... Rabos-Cornéos Húngaros! Pelo menos umas duas dúzias deles! – gritou Natalie pelo comunicador, enquanto armava as balestras.
- Professor Dumbledore , o que...
- Balestras, mirem os dragões... – disse Dumbledore – Temos que garantir que eles não atrapalhem o grupo que está na Floresta.
A ordem foi obedecida: em questão de segundos, as Balestras começaram a disparar Azarações contra os dragões. Mas dos muitos dragões que vinham, apenas dois ou três foram derrubados, enquanto os demais permaneciam no ar, apenas mais furiosos.
- Recarreguem! – disse Natalie – Vamos tentar mirar e concentrar em alguns deles para derrubar essas bestas feras do ar!
- Não teremos tempo! – disse Eric Wittlesbach, que armava uma das balestras com a ajuda dos irmãos.
- Seja como for, vamos seguir em frente! – disse Nakuru, enquanto corria para ajudar nas Balestras – Se for para morrermos, vamos dar a esses malditos uma lição!
- Quando Nakuru disse isso, o socorro enfim chegou, na forma de 12, 13 criaturas serpentíneas, de mais de 50 metros de comprimento e 10 de alturas, cada uma delas cavalgada (ou seria carregando) pelo menos 10 samurai (aurores japoneses), devidamente armados com suas armaduras de pele de oni, suas espadas diamantinas e varinhas em seus lugares, suas vassouras Sengoku Tsunami, Sengoku Kamikaze e Shinobutsu Stargazer prontas para a batalha.
- Pelo Japão, pela Inglaterra, por Hogwarts e pela Academia Imperial! – gritaram alguns dos samurai, enquanto desembanhavam espadas e varinhas.
- Banzai! – gritaram todos em resposta, enquanto pulavam dos Dragões Orientais, colocando as vassouras por entre as pernas. Nakuru podia jurar que alguns daqueles dragões também gritaram, com suas vozes reptilianas e profundas.
Ao mesmo tempo que as vassouras dos samurai passaram a coalhar os céus de Hogwarts, e eles desciam azarando todos os gigantes, ogres e trolls, e dementadores e Comensais que podiam, os Dragões Orientais ficaram mais leves e com isso podiam voar mais rápidos, lançando rajadas de fogo, gelo, raios e ácido e fumaça tóxica contra seus primos brutais do Ocidente. A batalha começou a ficar mais favorável para os bruxos que protegiam Hogwarts, ou ao menos tornava-se mais equilibrada. Mesmo assim, as tropas de Voldemort continuavam a avançar.
- Balestreiros, continuem abatendo os Dragões inimigos. Quanto menos deles estiverem nos céus, mais os Dragões orientais mandados por Ryumyo poderão nos ajudar com sua poderosa magia.
Os Balestreiros continuavam então a disparar suas Balestras de Magia para derrubar todos os Dragões possíveis, enquanto um dos Dragões Orientais, de nome Shakushu, disse:
- Fujitaka, pela direita! Denchishiro, pela esquerda! – disse Shakushu para outros dois dragões que estavam ao seu lado, orientando-os para cercar um Dragão Verde-Galês que começou a atacar Hogwarts de forma mais contundente do que no começo da batalha. Os três dispararam então suas baforadas: Fujitaka com sua baforada de gás venenoso, Denchishiro usando-se de usa rajada de raios e Shakushu com sua baforada de fogo, derrubando o dragão que, mesmo com sua poderosa resistência mágica, virou um alvo extremamente fácil.
Embora a velocidade de avanço tenha sido muito reduzida, os Comensais iam avançando, lenta e inexoravelmente. E Enya via isso, das janelas da sala do professor Lupin, enquanto o auxiliava a retirar seus livros e objetos mágicos mais importantes e perigosos:
- Professor, eles não vão conseguir segurar os Comensais por muito mais tempo! – disse Enya.
- Não adianta ficarmos parados! – disse Remo. – Temos que recolher todos esses objetos, Enya!
- Por que, professor? – disse Cedric – Se Hogwarts cair, tudo estará perdido, não?
- É aí que vocês se enganam! – disse Lupin – Helga Hufflepuff era uma adivinha, e um dos planos criados por ela ela viu da 2ª Guerra Mundial dos trouxas. Os russos foram vencidos em Moscou, mas ao recuarem, levaram embora tudo que pudesse dar vantagens ao inimigo: comida, roupas, cobertores, armas... e o que não puderam levar, destruíram, de forma a deixar os alemãs vitoriosos com uma vitória vazia, que acabou sendo uma derrota: em uma Rússia fria, ficar sem comida, abrigo e cobertores é um suicídio.
- Está querendo dizer que...
- ... Helga propôs aos outros Fundadores que, caso Hogwarts viesse a cair, que fosse totalmente limpa e em seguida destruída. Esse plano nunca foi usado antes, e espero que não tenhamos que usá-lo, mas não à toa estamos recolhendo tudo.
- Vamos então! – disse Enya, ajudando Cedric a recolher um conjunto de lanças africanas.
Mais à baixo, Nathan continuava lutando:
- Oh droga! – disse – Esses caras não param de avançar! Precisamos de mais reforços!
- Vocês querem reforços? – disse uma voz amplificada – Terão reforços!
Vários bruxos começaram a aparecer do lago de Hogwarts. Eram alunos avançados das várias Escolas de Magia amigas de Hogwarts: Beauxbatons, Durmstrang, Instituto de Salem, Academia Imperial, Liceu Brasileiro, os portugueses do Ateneu Lusitano com seus chapéus e bandanas; os negros pintados, armados com lanças e vestidos em peles do Centro de Estudos de Kilimanjaro; os hashishin islâmicos de Alamut, com suas longas cimitarras; os alunos do Internato de Magia de Santa Maria de Magalhães, no Brasil, com seus cristais e conchas; os alunos do Hijos del Sol, com seus ponchos coloridos; os alunos do Instituto Teuto-Brasileiro de Magia, com suas vestes tradicionais, nas cores alemãs; e até mesmo algumas bruxas do Gabriel Hiberaldo, derrotando Comensais com graça e leveza.
O ataque continuava complicado: o avanço dos Comensais continuava a perder velocidade, mas ainda assim não parava. Muito lentamente, os Comensais continuavam a ganhar espaço, e a se aproximar das portas do Salão Principal de Hogwarts:
- Levem os feridos! – gritou Nathan – Levem os feridos para a Madame Pomfrey, depois desloquem-os pelas Chaves de Portal até locais seguros!
- Certo! – disseram alguns dos alunos de Medibruxaria que estavam na batalha.
- Erika, quero você no cuidado dos alunos feridos.
- Ok!
Eles estavam a uns trinta metros da entrada de Hogwarts. Os balestreiros não podiam fazer mais nada, exceto abater os Dragões, ogres, trolls e gigantes, e os Comensais que voavam em vassouras. Os Dragões Orientais, que superavam muito em número os Dragões inimigos começaram a descer e se transformar, virando os grandes guerreiros em vestes japonesas, portando suas espadas e varinhas tradicionais.
Foi quando Enya, que agora auxiliava a Madame Pomfrey a cuidar dos feridos com maior gravidade, disse:
- O que é aquilo? – apontando para um lugar ao longe.
Nakuru, que estava lá, acionou os sensores de seu visor para enxergar mais longe:
- É a população de Hogsmeade! – disse Nakuru, vendo as tochas e varinhas acionadas com Feitiços de Luz, os bastões e forcados, as foices e arados. Vinham fazendo uma pequena balbúrdia.
- Eles vão enfrentar os Comensais! – disse Enya, correndo.
- Senhorita McGregor, o que... – dizia Pomfrey, mas tudo o que ela queria dizer, Enya não ouviu.
Cedric a acompanhou na corrida. Ela estabefeou magicamente um Comensal que tentou se aproximar dela e, tomando-lhe a vassoura, subiu com muita velocidade, como apenas uma apanhadora poderia fazer. Cedric a acompanhou, após pegar uma vassoura de um Comensal que entrou em Hogwarts por uma janela rápido demais para percebê-lo.
Enya vôou perigosamente por dentro de Hogwarts até a Torre de Astronomia. Pode sair pelo teto pois ele estava semi-destruído.
- O que pretende fazer? – disse Cedric.
- Isso! – disse Enya, que também tinha aprendido alguns truques com Mitch durante suas férias em Caer Masar, varinha à mão – Accio Harpa de Brigitte!
A Harpa prateada voou até as mãos de Enya:
- Agora! Sonorus! – disse ela, apontando a varinha contra sua garganta.
Enya então guardou a varinha e começou a roçar os dedos pelas cordas da Harpa, enquanto sua voz começava a cantar canções irlandesas de apoio e coragem, de força e união.
- Geantraí! - disse Cedric.
Foi quando as tropas de Voldemort vacilaram pela primeira vez.
E foi quando perceberam que a população de Hogsmeade vinha, disposta a acabar com aquela loucura.
Do alto da Torre de Astronomia, Cedric usou o Feitiço da Amplificação de Volume em si e bradou, varinha em punho:
- Draco Dormiens Nunquam Tilintanlus!
- Hogwarts! – bradaram todos os que lutavam por Hogwarts.
Ao ouvir isso, de sua janela, preparado ele próprio para entrar em ação caso fosse necessário, Alvo Dumbledore sorriu. Um sorriso de vitória.
A luta que se seguiu começou a obrigar os Comensais a fugir. Muitos porém, continuavam lutando, na esperança de que seu Mestre viesse a vencer aquela batalha. Que ele ressurgisse com o objeto de poder que ele sabia que estava em Hogwarts, e que a muito estava esquecido.
Mal sabia eles que essa era uma esperança.
Mal sabia eles que seu Mestre lutava sua própria batalha.
E que ele não tinha a menor chance nela.
