Disclaimer: Yu Yu não me pertence!

AVISO: Yaoi, dark,meio-lemon...


Capítulo I – HERE

Três dias. Há três dias que estava nas mãos de seu inimigo, Tsura, o Senhor das Sombras, e Kana, sua esposa e Senhora da Magia. Ainda não entendia como fora parar ali.

Num canto escuro e úmido da cela que cheirava a bolor e a carne morta, Kurama se encostava à parede, curvando-se o máximo possível, na tentativa de amenizar a dor dos ferimentos que acabara de receber.

Isso é para você aprender a não desobedecer mais o Mestre. – disse Nizu, braço direito de Tsura, fazendo ar de superior.

Mal...di..to.. – a raposa sussurrou, um filete de sangue escorria pelo canto direito de sua boca.

Retire-se Nizu, verifique como andam os nossos planos.

Imediatamente, Senhor.

O servo de Tsura deixou o local. Kurama estava a sós com o Mestre das Sombras. Era vítima dele, e já imaginava o que o aguardava.

Com esforço, Kurama se levantou, ficando cara a cara com aquele ser desprezível. Tsura agarrou o queixo da raposa, apertando-o com força. Pego de surpresa, tentou se desviar, mas seu agressor o prendeu contra a parede.

Inútil...

A mão livre de Tsura percorreu a cabeleira ruiva, acariciando e logo em seguida puxando para baixo, fazendo com que Kurama pendesse a cabeça para trás. Em um movimento repentino, os lábios de Tsura grudaram nos de Kurama, num beijo forçado.

Era um ataque violento, Kurama mexia-se tentando se desvencilhar do beijo que consumia seu oxigênio. Sua saliva era sugada com voracidade, sentiu a língua invasora penetrando em sua boca. Quanto mais se mexia, mais Tsura o apertava e aprofundava o beijo.

Kurama gemeu ao sentir os caninos afiados perfurando-lhe os lábios. O gosto do sangue espalhava-se por ambas as bocas, dando um toque amargo naquela violência oral.

Quando se separaram do beijo, Tsura fez uma cara sarcástica ao ver a raposa no chão ofegando, com uma das mãos sobre a boca e soltando leves gemidos.

Adoro os seus olhos, principalmente quando estão sofridos... Implorando, com mágoa e fúria...desespero...

Nun...ca mais me... to..que..

Não está em condições de exigir nada, Raposa Maldita. Já se esqueceu de que é meu prisioneiro? Posso fazer com você o que bem entendo.

Seu tempo de triunfo está terminando.

Kurama se preparou para dar um soco em Tsura, mas este parou o soco com uma das mãos.

Ameaçando? – perguntou apertando o punho de Kurama. – Continua um teimoso, então sua resposta ainda é não?

Isso mesmo...argh..ah...

Sendo assim...

Tsura o atingiu com um soco. O ruivo caiu de joelhos, abraçado ao estômago. Junto com a crise de tosse, gotículas de sangue escarlate manchavam suas vestes e o chão.

Mudará de idéia. Descanse bem raposinha. Háháhá...háhá..

Kurama ouviu o bater da porta. Finalmente só, ou quase, se ele considerasse dor uma companhia (não muito agradável). Ainda não acreditava que tinha sido descuidado. Maldição. Tocou os lábios doloridos há pouco beijados.

"Com certeza Tsura vai se aproveitar até que eu diga sim..."

Fez uma careta de dor ao tentar se mexer. Seu estômago pedia por socorro. Mas como? Nem poderes tinha mais. Como era maldita a Senhora da Magia. Arrastou-se até a parede, ficando um pouco mais confortável.

Não tinha muita iluminação ali, nem comida decente. Uns trapos imundos embolados no chão, que não poderia chamar de cama e acima de tudo, era o 'brinquedinho' favorito de Kana e Tsura. Esse era o preço que devia pagar?

"Yusuke..."

Serva inútil, traga algo mais demonstrativo e sensual.

Sim, Senhora.

E diga ao imprestável do Nizu que prepare o quarto.

Imediatamente.

A serva abandonou o recinto em que Kana se preparava para mais uma longa noite ardente. Desde que seu prisioneiro chegara, nunca havia se divertido tanto.

Kana...

Tsura, onde esteve? – a Senhora da Magia perguntou dando um beijo fogoso.

Nossos planos estão indo muito bem, aqueles ningens terão uma surpresa...

Então quer dizer que estava com NOSSO 'brinquedinho'...?

Perdão meus Senhores. Senhora aqui está sua roupa... E o quarto já está preparado.

Retire-se.

Vai brincar cedo hoje?

Você devia também, Tsura-koi.

Não o esgote muito que irei mais tarde.

Daijoubu, só vou usá-lo até ficar satisfeita. – disse saindo do quarto com um sorriso malicioso.

"Você nunca se satisfaz... Minha doce (maligna) Kana..."

Kurama estava com as mãos presas junto à cabeceira da cama, e os pés presos à outra extremidade. O quarto era todo revestido de azul-rei enegrecido, o acolchoado da cama se destacava por ser de um vermelho-escarlate, com bordas douradas. A fragrância das rosas, que outrora podia usar como arma, se espalhava delicadamente no recinto, causando sonolência.

O ruivo mexeu um pouco a cabeça para o lado, tendo uma visão maior do chão. Ali repousavam muitos objetos de tamanhos e formas diferentes, que Kurama julgou ser 'torturadores'.

Realmente a Mestra da Magia tinha um encanto ilustre, bem como seu poder de anulação de energia. Se seus ex-amantes o vissem ali, provavelmente se divertiriam com a cena.

Demorei Kitsune-Koi? – uma doce voz invadiu os ouvidos de Kurama.

A porta foi aberta calmamente, e dela surgindo aos poucos, a figura atrativa de Kana. Seu corpo revestido apenas por uma larga tira couro negro na região dos seios e em sua baixa cintura, uma saia de pele de raposa vermelha.

Kurama sentiu um frio na espinha ao ver a esposa de seu seqüestrador. Estava muito mais atraente que nos dias anteriores. A pele de raposa chamou a atenção dele, ao menos não era prateada.

"Com certeza quer me provocar..."

Kitsune-koi, vai ser uma noite maravilhosa! – a morena disse chicoteando a almofada ao lado da raposa.

Não me chame assim. – sua voz soou num tom irritado.

Tadinho, tá com raivinha é, MINHA RAPOSINHA? Vem cá...vem...

Kana sentou-se em seu tórax e desembainhou suas garras. Sua mão correu pela face direita do ruivo e arranhou-a com firmeza. Kurama gemeu. Sentiu o sangue escorrer por sua face avermelhada, nesse momento, só pensava Yusuke.

Foi trazido de volta à realidade pela surpresa que tomou conta de sua boca. Kana cravava seus caninos nos seus lábios, no mesmo local onde Tsura havia o beijado anteriormente. O sangue fluía aos poucos, a morena fazia questão sugar o sangue e brincar com sua língua.

Kurama tentou se livrar do ataque repentino, mas ela segurava sua cabeça com ambas as mãos.

Você é muito Gostoso... – sussurrou em seu ouvido – Adoro sua boca, e seu cabelo...é tão maravilhoso... – e continuou a mordiscar a orelha do ruivo.

Pare com isso, por...favor...

Estava quase se entregando totalmente aos encantos de Kana.O ruivo estremeceu quando sentiu o chicote dançar em sua pele. Uma. Duas. Três. As chicotadas vinham uma atrás da outra, sem intervalo. Logo o quarto foi preenchido com os gritos de dor e agonia e um toque de prazer.

O chicote cortava a carne sem piedade, deixava apenas marcas, banhadas por uma trilha ensangüentada. A cada açoitada, Kurama apertava mais forte os olhos. De repente, sentiu uma língua passando por sua carne ferida.

Frio. Úmido. Molhado. Não conseguia distinguir a sensação, mas ainda sim sentia conforto e prazer. Kana movimentava sua língua de cima para baixo provocando em Kurama uma terrível excitação. Estava sentada em suas costas. Com uma das mãos prendeu o pescoço do rapaz, e com a outra arrancou a 'blusa' que vestia e o amordaçou. Ela riu sarcasticamente.

Hugh...

Gomen Raposinha, mas se gastar toda sua voz agora, Tsura não vai poder ouvi-lo gritar depois.

Que tal estou? – perguntou virando-se para ele.

Ah é, esqueci. Háháhá, háhá.

Mmm...m..

Talvez goste disto...

E com um puxão, arrancou a roupa (trapos) que Kurama usava.

Ai, que dia tedioso. Com essa chuva não posso nem sair para socar uns youkais...

Ah é, Yusuke? Então quer dizer que ficar abraçadinho comigo aqui nesta cama, é um TÉDIO?

Não foi iss...

Um beijo calou a boca de Yusuke. As mãos de seu amante procuravam a abertura de sua camisa.

Ei, Raposa Safada, está mais safada que antes... – disse com um ar malicioso.

Que culpa tenho? Não mandei você ser atraente, bonito e sensual...

Sei...E não adianta me olh...

Foi pego com vários beijinhos no pescoço.

OK Kurama, você venceu...

Então vamos ao AQUECIMENTO...

'Cê que manda Raposa Safada...

Yusuke mal tinha aberto sua camisa quando o telefone tocou. Não deu importância e continuou o que estava fazendo.

Continuou a tocar. O barulho já estava enraivecendo o moreno. Não atenderia.

Segundos depois...

"Mas que droga de telefone...Mato esse baka que ligou..."

Da próxima vez, desliga o telefone koibito. – Kurama disse sorrindo.

Yusuke estreitou os olhos e sorriu cheio de malícias, depois se concentrou ao telefone.

Kurama entrou no carro, visivelmente irritado. Assim que seu parceiro entrou, virou o rosto rapidamente para o lado oposto.

Raposa, eu não tive culpa...

Entenda que é importante...

Vai ficar mudo agora?

Kurama, eu tô falando com você!

Desse jeito, vai acabar batendo! – diz secamente.

K'so...

Realmente, não foi nada de mais. A batida na árvore não matou a nenhum dos dois, apenas deixou um Yusuke irritado resmungando. Kurama apenas suspirou em respostas às reclamações de seu amante.

Botan já estava estressada com a demora do casal. Tudo bem que Yusuke até poderia se atrasar, mas Kurama? Nada disso estava certo. Desnecessário dizer que a garota de cabelos azuis ainda sentia uma pontada de ciúmes do Youko e inveja de Yusuke.

"Aposto que estavam em alguma saf..."

Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Kuwabara.

Até que enfim, viu?

Foi mal, a gente teve um contr...

Nada de desculpas Yusuke! Não precisava atrasar Kurama também. – disse dando um tapa nele.

Tá maluca, é? – reclamou se desviando do ataque – A culpa é DELE. – apontou para Kurama, que estava encostado na parede.

O que está insinuando? Que eu saiba, quem bateu o carro foi VOCÊ! – respondeu alterando sua voz.

Kuwabara, Hiei e Botan balançaram a cabeça negativamente. Que hora mais perfeita para uma briga de casal.

A discussão parou quando os dois perceberam a katana de Hiei fincada no chão, entre eles.

Vocês vieram discutir coisas fúteis ou o que?

Olha aqui como fala hein, baixinho? Por que se...

Se não o que? É mesmo um esboço de youkai inútil de quinta categoria. – disse sorrindo malvadamente – Saiba que terei o maior prazer em acabar com a tua raça!

Como se atreve seu metido insolente, vou te...

Yusuke, deixa.

Mas Kurama...

Não viemos aqui para isso.

ESCUTEM AQUI – Botan disse gritando de cima de uma pedra – Koenma-sama ORDENOU que VOCÊS fossem IMEDIATAMENTE ao Makai, evitar que uma grande tragédia aconteça.

E o que isso tem haver conosco? – Hiei pergunta irritado.

Simplesmente porque um youkai muito poderoso chamado Tsura, planeja roubar a Gema Vermelha.

O que?

Yusuke – Kurama tocou em seu ombro – A Gema Vermelha é uma jóia criada para antigos rituais malignos. Quem tiver posse dela, poderá controlar grande parte do poder das trevas e dentre outros poderes óbvios.

Você sabe muito sobre ela, não é? – indaga Hiei

É que uma vez tentei roubá-la. – ele responde meio sem graça, com a face ruborizada.

Então o que estamos esperando?

Eh Botan, por que o Reikai tem interesse nela?

Nada não, Kurama.

E onde o Reikai conseguiu essas informações?

Ah, isso é hmm...secreto. – a garota responde toda desconcertada.

Kurama, você quer parar de fazer perguntas sem sentido à Botan?

Mas Kuwabara...

Ela não tem nada com isso.

Botan ficou aliviada. Ainda bem que Kuwabara a livrara destas perguntas.

Então, simbora galera – diz Yusuke todo animado.

Já está atrasado seu molenga. – Hiei grita, já bem lá na frente com os outros.

Hein! Esperem aí, não me deixem...

É um baka.

Com certeza – afirma Kuwabara.

Infelizmente, ele não muda.

Ouvi isso Kurama, seu traidor, você me paga.

"Esses rapazes não mudam nunca... Não devia estar fazendo isso, mas... Quem se importa?"

Continua...


NOTA: Não sei em que estava pensando quando a fiz! Esta foi a primeira das muitas, que tive coragem de escrever, mas acho que não ficou tão ruim assim. Resolvi fazer um triângulo aberto e o Kurama com o Yusuke, pois enjoei do Hiei. Enviem reviews...Onegai...