Capítulo 1
===== Um ano depois =====
Os poderosos yokais foram banidos da face da Terra em um " curto" período de 500 anos. Hoje não passam de lendas, histórias que os pais contam para tentar disciplinar os filhos.
Sempre me perguntei se meio milênio não era um espaço muito curto para que toda uma raça fosse banida da face da Terra... Por algum tempo pensei que tudo não passava de divagações infantis... Quem aqui pode garantir que não teve medo de um monstro que vive no armário ou embaixo da cama?
- Não posso evitar rir dos tolos mortais que acreditam que realmente puderam acabar conosco... – O primeiro rapaz estreitou os olhos - E que conversa é essa de nos comparar a monstros de armários?
- Cale-se, idiota. – O rapaz da direita murmurou para seu companheiro – Não percebe que é assim que tudo foi planejado?
É muito cômodo para nós simplesmente acreditarmos que as histórias fantasiosas que nossos pais e avós contavam não passam disso... Lendas. Mas, a verdade é muito mais cruel e assustadora...
Mesmo nas histórias infantis contadas por nossos antepassados ou escritas em pergaminhos antigos ou novíssimos livros de lendas, é fato comprovado o instinto assassino desses seres.
Não posso negar que cheguei a considerar a hipótese de que eles houvessem se matado. Sua natureza violenta, a ganância poderia tê-los levado a extinguir a própria espécie.
Mas, pensar que simplesmente mataram uns aos outros é muito simples... fácil demais, na minha opinião. Apenas uma desculpa para acalmar nossas consciências e não mais pensarmos no que realmente aconteceu.
- Por que fomos mandados aqui assistir a isso? – O primeiro rapaz perguntou novamente fazendo com que seu parceiro lançasse um olhar irritado em sua direção antes de voltar a atenção a garota que continuava a remexer em papéis consultando dados antes de falar. – Não ouse olhar para mim desse modo, Sesshoumaru. Sabe muito bem que isso não é o bastante para me calar.
- Vamos colocar de outro modo, então... – O rapaz levantou uma sobrancelha e continuou a falar no mesmo tom baixo e sem emoção que sempre utilizava – Ou você cala sua maldita boca ou vou matá-lo... – Estreitou os olhos ao ver o sorriso que se formou nos lábios do irmão – Novamente.
- Feh! – O segundo rapaz cruzou os braços na mesma posição indiferente que adquiria todas as vezes que se sentia acuado e se calou. Sabia que o irmão não teria coragem de matá-lo realmente, mas não estava disposto a ficar em confinamento por estar machucado demais para cumprir suas funções... Ao menos não novamente.
Segundo minhas pesquisas os yokais não foram extintos e apenas sofreram uma espécie de mutação...
Sesshoumaru olhou para a garota interessado e sorriu, quase que imperceptivelmente, ao ver o irmão fazer o mesmo ao ouvir o que a garota acabara de pronunciar.
É comprovado que muitas pessoas tem a visão de um "anjo" antes de morrerem. Muitas vezes, esses anjos as acompanham por um certo período de tempo, antes da morte, até que elas se acostumem com a idéia de fazerem a " passagem" para o outro mundo calmamente.
- Ela está falando de nós...
- Cale-se, InuYasha.
Shinigamis... Era assim que meu avô costumava chamá-los e...
- Seu avô era um velho louco. – Um dos cientistas que estavam sentados na primeira fileira do grande teatro falou secamente – Pensamos ter vindo aqui para ouvir sobre uma pesquisa séria e não sobre um apanhado de lendas que você...
- Eu ainda não terminei de expor minhas idéias, Sensei. E agradeceria se ouvisse o que tenho a dizer até o fim antes de se pronunciar. – A garota falou calmamente, sem se importar com a censura e troça que ouvia dos companheiros.
- Não somos obrigados a permanecer aqui ouvindo suas loucuras.
– O que estou tentando expor é algo baseado em pesquisa real e não histórias que criei em minha mente
- Não lembro de ter dito que as criou, apenas que deu ouvidos ao que um velho moribundo que nunca falou nada além de mentiras em toda sua vida disse em seu leito de morte.
- Eu agradeceria se não se referisse a minha família desse modo. – A garota estreitou os olhos castanhos. Um brilho perigoso passou por eles o que chamou a atenção dos dois rapazes sentados no fundo do auditório – Não é obrigado a ficar aqui e realmente suas opiniões não são importantes para mim.
- Ela tem coragem.
- Cale-se. – Sesshoumaru murmurou sem desviar os olhos da garota.
- Está nos expulsando de sua 'sessão de lendas'? – O velho cientista falou em tom sarcástico e olhou para seus companheiros em busca de apoio – Julga-se mesmo tão importante a ponto de poder nos dispensar?
- Não expulsei ninguém... – Ela sorriu docemente e ajeitou os óculos que escorregavam a todo momento – O senhor mesmo disse que não estava disposto a ouvir minhas histórias... apenas estou lhe dando permissão para fazer o que quiser, Sensei.
- Pirralha abusada. – O velho bufou enquanto pegava sua maleta e paletó da cadeira a seu lado – Acha que pode falar com um superior assim e ainda continuar a ser ouvida? – Lançou um olhar irritado para a garota que continuava a sorrir calmamente – Se eu vou todos vão.
- Assim como disse não ser obrigado a permanecer aqui, não acredito que tenha o direito de arrancar pessoas interessadas em ouvir minha teoria, Sensei.
- Eu não preciso obrigar ninguém. Todos têm o bom senso de perceber alguém buscando sucesso em bobagens folclóricas quando vêem uma. - O velho sorriu para a garota de modo confiante antes de olhar em volta – Vamos, amigos. Não temos que ouvir as bobagens de um velho louco da boca de uma jovem abalada por sua morte. – O sorriso se apagou de seu rosto ao ver todos desviarem os olhos e continuarem em seus lugares, ignorando-o. – Façam como quiserem. Só não venham reclamar para mim quando descobrirem que perderam seu tempo ouvindo lendas e não fatos.
A garota sorriu internamente enquanto observava seu antigo professor sair do teatro contrariado. Olhou em volta satisfeita por ver que ainda tinha a atenção de todos e baixou a cabeça procurando o ponto em que tinha parado em sua explanação.
- Acho que podemos continuar agora... – Ela arrumou os óculos mais uma vez antes de continuar. – Meu avô os chamava de Shinigami... Deuses da morte, encarregados de virem buscar a alma das pessoas que tinham cumprido sua missão na Terra. Eles têm poderes maiores do que humanos e uma aparência diferente de nós, apesar de poderem se disfarçar quase que perfeitamente a maior parte do tempo...
- Gosto mais dela agora que expulsou aquele velho.
- Você precisa aprender a ter mais respeito com os mais velhos, InuYasha. – Sesshoumaru lançou um ultimo olhar para a garota que continuava a falar animadamente de suas teorias antes de levantar. – Vamos.
- Pensei que tínhamos vindo buscar a garota... – InuYasha levantou rapidamente para seguir o irmão – Ou ao menos apagar sua memória, ela sabe demais sobre nós para continuar...
- Não, InuYasha. – Sesshoumaru saiu do auditório disfarçadamente sendo seguido pelo irmão – A garota continuará a contar sobre nós.
- Mas, eu pensei...
- Pensou errado. – Ele examinou o saguão até reconhecer a figura masculina parada na porta de uma das muitas salas no final do corredor - O 'velho', como você mesmo disse, é nosso alvo dessa vez.
- Mas, a garota – InuYasha estreitou os olhos – Por que me obrigou a assistir aquela palestra chata se não tínhamos nada com a garota?
- Chegamos adiantados... – Ele deu de ombros caminhando na direção do "alvo" – E pensei que um pouco de cultura não lhe faria mal.
- Maldito seja você e sua cultura inútil.
Sesshoumaru sorriu ao notar a irritação do irmão e deixou que ele passasse a sua frente. A garota e suas "teorias" teriam que esperar até que terminassem aquela missão. Ela também era um "alvo", mas seu nome ainda não fazia parte do Kiseki.
===== 0 =====
- Por que não podemos simplesmente levá-lo? – O rapaz mais novo perguntou, pelo que deveria ser a milionésima vez em apenas três dias, fazendo com que o irmão girasse os olhos – Estou entediado.
- E eu aborrecido com suas perguntas repetitivas e constantes.
- Se você respondesse eu não continuaria a perguntar
- Se eu soubesse que você pararia de perguntar responderia.
- Dane-se, idiota.
- Cale-se, estúpido. – Sesshoumaru estreitou os olhos e examinou o 'alvo' novamente, por sorte não tinha percebido a presença dos dois. – Não podemos simplesmente levá-lo. Sabe que a 'hora dele' é apenas daqui a duas semanas.
- Vamos embora e voltamos daqui a duas semanas.
- Não podemos. – Ele apontou para o velho que conversava com dois alunos sem esconder o ar superior ao corrigi-los – Este vai dar trabalho, é apegado demais a esse mundo e a tudo o que tem aqui para concordar em deixá-lo pacificamente.
- Se eu o fizer aceitar, podemos levá-lo hoje? – InuYasha perguntou esperançoso e deu um passo na direção do 'alvo'.
- Não! – Sesshoumaru suspirou exasperado e colocou a mão no ombro do irmão para impedi-lo de se mover – Vou te dar outro serviço enquanto cuido dele.
- Você sabe que não podemos nos separar... – InuYasha falou duvidoso – Se Ela nos descobrir...
- Ela está a par do que temos que fazer aqui, não se preocupe.
- Então, você apenas me manteve a seu lado esses dias para... – Estreitou os olhos – Me torturar?
- Não posso negar que foi divertido vê-lo bufar por não ter o que fazer além de observar os hábitos sedentários daquele velho, mas ... – Sesshoumaru deu um meio sorriso ao ver a carranca do irmão – Eu precisava me certificar de que não faria nenhuma besteira se ficasse sozinho.
- Eu não faço besteiras.
- Claro que não... – Sesshoumaru colocou a mão no bolso procurando pelo pedaço de papel com as informações que tinha pego com os GuShoShin antes de virem a Terra.
- Outro 'alvo'? Estão economizando 'viagens' agora?
- Aquelas aulas de etiqueta que nossa mãe queria lhe dar realmente fazem falta.
- Boas maneiras são para bichas.
- Eu participei dessas aulas. – Sesshoumaru levantou uma sobrancelha.
- Preciso comentar? – InuYasha sorriu ao ver o irmão estreitar os olhos perigosamente e amassar o pedaço de papel em uma tentativa de tentar se controlar.
- Você está mesmo querendo experiênciar a morte novamente, InuYasha.
- 'Sobrevivi' primeira tentativa não foi?
- Isso é um desafio?
- Isso é um fato!
Os dois irmãos travaram uma batalha de olhares e rosnados, quase que inaudíveis, por alguns momentos até que uma nuvem azul apareceu sobre suas cabeças e uma voz infantil foi ouvida.
- Ei, idiotas!?
- O que acha que está fazendo aqui, Shippou?
- Maldito Kistsune sempre estragando minha diversão – InuYasha suspirou, controlando a vontade de bater no pequeno yokai.
- Ela mandou que eu viesse auxiliar vocês.
- Não precisamos de ajuda, volte para suas tarefas habituais. – Sesshoumaru fez um gesto com a mão como se pudesse afastar o yokai do mesmo modo que se livra de uma mosca indesejável.
- Não precisam? – Shippou cruzou os braços flutuando entre os dois irmãos com um sorriso presunçoso nos lábios infantis.
- Não precisamos. – Os irmãos responderam em uníssono.
- Entendo... – O sorriso alargou-se em seus lábios enquanto ele apontava para um ponto atrás dos dois Shinigamis – Então onde está seu 'alvo'?
Os dois viraram quase que simultaneamente apenas para encontrar o local onde o velho professor tinha estado falando pomposamente com alguns colegas até minutos atrás para encontrá-lo vazio.
- Bela hora para o 'alvo' começar a se mover. – Sesshoumaru quase suspirou enquanto vasculhava o local com os olhos em busca da figura conhecida.
- Eu disse para você me deixar matá-lo, mas.... nããããããoooo – InuYasha cruzou os braços contrariado e imitou o irmão – "Temos que fazer tudo pelas regras"... Idiota!
- Não está ajudando, InuYasha.
Shippou levantou uma sobrancelha olhando para os dois discutindo e foi baixando no ar até que seus pés tocassem o chão. Bateu o pé no chão em um gesto de impaciência e estreitou os pequenos olhos irritado quando eles continuaram a ignorar sua presença.
- Idiotas... Não passam de dois, super crescido, idiotas – Caminhou até InuYasha e calma e furtivamente retirou o pedaço de papel com instruções de sua mão – e pensar que eu ainda tentei discutir com Ela sobre precisar de uma 'ajuda extra' nessa missão... – Continuou murmurando para si mesmo enquanto levitava novamente. – Ei, palhaços. – Pairou sobre suas cabeças e quando nem assim conseguiu atenção, aplicou um pequeno soco na nuca de cada um – Vou cuidar disso – Balançou o papel na frente dos dois e subiu mais um pouco no ar quando notou o brilho perigoso nos quase idênticos pares de olhos dourados. – Localizem o 'alvo'.
- Como ele pegou aquilo? – Sesshoumaru perguntou irritado massageando o local atingido – Pensei ter entregado a você.
- Ele roubou de mim... – InuYasha estreitou os olhos não comentando o galo que se formara em sua cabeça – Aquele pequeno ladrão...
- Você é um idiota.
- Idiota é você por ter dado aquele papel para mim.
- Então admite que é um pobre ser desprovido de inteligência e incapaz de realizar a mais simples das tarefas sem ajuda?
Os dois se encararam com raiva e abriram a boca ao mesmo tempo quando a nuvem azul voltou a aparecer.
- Procurem o 'alvo', idiotas! – A voz aguda ainda ressoava no ambiente quando a nuvem com o pequeno yokai voltou a desaparecer.
- Podemos matá-lo? – InuYasha sorriu maldosamente com os pensamentos – Lenta e dolorosamente... ninguém sentiria falta. Existem tantos ajudantes naquela biblioteca...
- Está errado. – Sesshoumaru limpou um pó invisível da roupa antes de começar a caminhar pelo infindável corredor, seus instintos lhe diziam que o velho tinha entrado em uma daquelas salas para se gabar novamente com outro pobre aluno. – Ela notaria e você sabe disso.
- Droga, eu não deveria falar sobre meus planos contra aquela bola de pêlos inútil em voz alta. – InuYasha murmurou para si mesmo enquanto seguia o irmão distraidamente – Estarei mais do que morto novamente se Ela ouvir.
- Não deveria sequer pensar... – Sesshoumaru olhou pela pequena janela de vidro da porta e girou os olhos quando não encontrou o velho professor novamente – Sabe que Ela pode ler pensamentos ás vezes.
- Nem quero pensar no que vou ter que suportar se Ela descobrir...
- Qual foi mesmo seu castigo da última vez? – Sesshoumaru olhou por mais duas portas antes de parar esperando pelo irmão.
- Ela me presenteou com um novo parceiro. – InuYasha falou desanimado.
- Você está comigo a pelo menos duzentos anos. – Ele levantou uma sobrancelha.
- Para você ver como os castigos Dela são duradouros...
===== 0 =====
- O velho voltou? – Shippou apareceu atrás dos dois irmãos – A casa está escura, será que... Ei! O que acha que –
- Cale-se, pirralho. – InuYasha pegou o pequeno yokai pelo pescoço e olhou perigosamente em sua direção – Quem disse que você pode ficar aparecendo do nada? Vai acabar estragando nosso disfarce.
- Não devia fazer isso com ele, InuYasha... – Sesshoumaru levantou uma sobrancelha ao olhar para os dois. Seu irmão tinha um sorriso maldoso nos lábios enquanto continuava a segurar o pequeno kitsune que lutava para se libertar.
- Não me importo com o castigo, ao menos terei a satisfação de saber que vou me livrar desse pequeno inútil...
- Ele está com as informações do outro caso, InuYasha... – Ele suspirou - Não pode matá-lo... – Viu Shippou sorrir vitorioso quando o irmão diminui a pressão em seu pescoço e sorriu maldosamente – Ao menos ainda não...
- Ei!
- Legal – InuYasha segurou o kitsune pelo rabo e o chacoalhou até que o conteúdo de seus bolsos caísse no chão – Como você guarda porcaria... – Jogou o garoto contra a cerca e abaixou recolhendo os papéis que continham as informações recolhidas durante a tarde.
Sesshoumaru suspirou e voltou os olhos para a frente da casa ao ver alguém caminhando.
- O 'alvo' chegou.
- Velho complicado – InuYasha bufou enquanto dobrava as folhas e as colocava no bolso – Como pode ter desaparecido desse modo durante toda a tarde?
- Não acredito que vieram esperá-lo em casa ... – Shippou cambaleou na direção dos dois ainda meio atordoado – Eu vivo dizendo que vocês são inúteis...
- Cale a boca ou será morto por um dos 'inúteis'.
- Droga, Sesshoumaru... – Shippou estremeceu ao notar o brilho assassino nos olhos normalmente frios do rapaz – Você é mais assustador do que InuYasha.
- A perfeição se adquire com tempo e prática... – Ele murmurou voltando a atenção para o interior da casa, ignorando a risada de Shippou ou o rosnado baixo que veio da direção do irmão.
===== 0 =====
== ==
- Os Yokais foram transformados em Shinigamis...qual parte você ainda não entendeu?
- Você deveria apenas responder as minhas perguntas com sinceridade e não fazer outras...Temos um acordo, lembra?
- O que você quer saber? (suspiro cansado)
- Eu já repeti essa pergunta mais de uma vez. Quero saber COMO os yokais se transformaram em Shinigamis... Eles eram seres que adoravam guerrear...
- Nem todos.
- Como passaram de monstros com instintos assassinos para "Anjos da Morte"?
- Você é mais burro do que imaginava. Sua resposta está na pergunta.
- Desculpe, por minha inteligência não atingir o nível da sua, mas como pode ver sou apenas um reles mortal...
- Não parece claro que serem Shinigamis é uma espécie de castigo?
- Ter a vida eterna parece um castigo para você?
- Acredite. A "vida eterna" que você tanto busca é um castigo quando você finalmente a obtém.
- Você é imortal, rapaz... Como pode achar que isso é um castigo?
- É um castigo assistir todos aqueles que você ama partirem antes que você... É um castigo ainda maior quando você tem que tirar a vida de alguém e assistir seus ente queridos chorando por ela.
- Pensei que Yokais não tivessem sentimentos...
- Bem, imagine que isso é uma outra parte de nosso castigo.
- Então, não se importaria com a vida eterna se não possuísse sentimentos?
- Não haveria vida eterna para mim se eu não possuísse sentimentos, velho.
- Quer dizer que apenas quem tem sentimento é transformado em Shinigami?
- Apenas Yokais com sentimentos foram transformados em Shinigamis. ( suspiro novamente ) Você faz perguntas demais, velho... Sabe que é sua vez de jogar?
- Nossa conversa parece mais interessante.
- Não para mim... É sua vez.
== ==
A garota desligou o gravador com um sorriso nos lábios, seu avô podia ter sido um velho que adorava inventar histórias e preso demais a fantasias, mas não seria esperto o suficiente para montar todos aqueles diálogos. Guardou o gravador em uma caixa de sapatos, junto com as outras e levantou.
Não, apesar de sua reputação de 'caçador de lendas' ele nunca seria capaz de montar tudo aquilo.E mesmo que em uma louca hipótese ele tivesse realmente forjado todas aquelas fitas, onde conseguiria encontrar alguém para interpretá-la? A voz daquele rapaz mostrava tanta emoção e tristeza, isso não poderia ser forjado.
Afastou o quadro da parede e abriu o antigo cofre de seu avô, sorriu com saudade ao ver todas as caixas com fitas que continham conversas como aquela que estivera escutando. Ele deveria ter feito aquilo durante anos, sorriu novamente ao pensar no rapaz que conversava com seu avô em cada uma daquelas gravações. Depois da morte do velho Shinwa, ela tinha passado dias ouvindo aquelas 'conversas', primeiro chocada ao ponto que seu velho avô tinha chegado para provar suas loucas teorias e depois maravilhada pela possibilidade de que aquilo tudo pudesse ser real.
Fechou o cofre com um olhar decidido, não importa o que dissessem, continuaria com suas pesquisas e conseguiria provar que nem todas as teorias de seu avô eram loucuras de um velho aficionado em lendas.
Com um ultimo olhar saudoso ao escuro escritório que tinha permanecido ao velho Shinwa Kaiyo ela murmurou.
- Não se preocupe, vovô... Ainda encontrarei seu Yokai...
===== 0 =====
- Por favor, diga que podemos levá-lo agora...
- Não, InuYasha... – Sesshoumaru contou mentalmente até mil, aquilo estava realmente testando sua paciência – Vá procurar um graveto.
- Vai fazer uma fogueira no telhado do velho?
- Não. – Sesshoumaru sorriu inocentemente – Vou jogar o mais longe possível e quem sabe você se distraia por alguns dias procurando por ele.
- Vá para o inferno... não sou um maldito cachorro para você brincar de 'vá buscar o graveto' comigo.
- Bem, eu tentei... – Ele sorriu satisfeito e voltou sua atenção para o velho que continuava a fazer anotações – Não pode mais me atormentar por não tentar acabar com seu tédio.
- Maldito idiota... – InuYasha murmurou entre dentes – Por que não falamos com ele? O propósito de chegarmos mais cedo é convencermos as pessoas que devem nos seguir, não é?
- Tenha paciência, InuYasha.
- Uma semana já se passou... Uma LONGA e TEDIOSA semana.
- Ainda consigo acompanhar o passar dos dias, mas obrigado por me lembrar.
- Por que não posso me aproximar dele e convencê-lo a seguir o 'caminho da luz' quando a hora chegar?
- Porque se eu permitir que se aproxime provavelmente vai fazer com que a hora dele chegue mais rápido.
InuYasha apenas suspirou sem mais saber o que dizer para tentar convencer o irmão, seu desanimo era tanto que quase agradeceu quando viu a conhecida nuvem azul aparecer sobre suas cabeças e a irritante voz do pequeno yokai raposa.
- O que conseguiu dessa vez, Shippou? – Sesshoumaru perguntou desviando os olhos do interior da casa para o recém chegado.
- Descobri onde estão guardadas. – O menino sorriu e entregou um pequeno bloco de anotações – Um cofre na parede...escondido por um quadro... – Ele girou os olhos – Que coisa mais comum...
Sesshoumaru apenas sorriu e guardou o bloco em um dos bolsos da jaqueta. InuYasha suspirou novamente e olhou irritado para o garoto.
- Por que só ele tem tarefas divertidas?
- Ei! – Shippou pulou na cabeça de InuYasha ignorando o rosnado que escapou de seus lábios – Não pense que é divertido espionar os outros.
- Não pode ser pior do que estou fazendo... E saíadaminhacabeça, Bola de pêlo.
- Na verdade é bem parecido... – Ele ignorou a ordem do rapaz e sentou confortavelmente em sua cabeça fazendo com que InuYasha rosnasse mais alto e levantasse as mãos para pegá-lo pelo rabo novamente.
- Shippou saía daí e pare de brincar com meu irmão.
- Que pena, estava tão divertido – O pequeno yokais desapareceu pouco antes que InuYasha conseguisse pegá-lo e voltou a aparecer no ombro de Sesshoumaru – Tenho que ficar aqui fazendo nada com vocês agora?
- Não estamos 'fazendo nada', Shippou... – Sesshoumaru estreitou os olhos voltando sua atenção para o garoto – E desça daí antes que eu resolva jogá-lo em algum lugar e mandar meu irmão 'pegá-lo'.
- Pela ultima vez.... – InuYasha levantou mal humorado – Eu não brinco de 'pega' ou ' vá buscar o tronco, Tot
- Vocês são muito mal humorados... – Shippou estreitou os infantis olhos azuis – Vou voltar para a biblioteca e volto quando tiverem algo para ser feito. – Suspirou quando nenhum dos dois lhe deu atenção e desapareceu em sua nuvem azul.
- Paz finalmente – InuYasha sorriu ajeitando-se para deitar no telhado.
- Você se esquece, querido irmão... – Sesshoumaru sorriu sarcasticamente – Que pode ter se livrado dele agora, mas vai ter que agüentá-lo novamente pela manhã...
- Pensarei nos problemas quando aparecerem – Ele resmungou fechando os olhos.
Sesshoumaru apenas sorriu enquanto esperava pacientemente que o 'alvo' adormecesse, não contara ao irmão, mas esse parecia o único momento que o velho professor se tornava mais flexível. Pegou o bloco de anotações que Shippou tinha lhe entregado e começou a ler as anotações com atenção, talvez isso fizesse o tempo passar mais depressa...
N.A. – Oi minna,
Vocês foram tão boazinhas deixando reviews naquele prólogo confuso, conseguiram baixar o meu nível de maldade.
Esse é o primeiro capítulo, acho que dá para entender mais ou menos o que a história vai ser. ( Não muito, eu sei XD)
Arigatou pelas reviews - Kisamadesu, Polly-chan, Megawinsome, Dark-Sofy, Madam Spooky, Tici-chan, Leila Wood, CaHh Kinomoto, Lan Ayath, Rin-chan, Hell's Angel-Heaven's Demon.
Muito, muito obrigada a todas e espero que gostem do começo da história :D
P.s – Devo dizer que passei a tarde inteira tentando publicar esse capítulo já que achei que aquele prólogo não tinha muito sentido sozinho, mas o destino pareceu não me permitir ser boa e só agora o voltou a aceitar uploads de documentos...
Voltarei a ser má...Dá muito menos trabalho XD
( Alguém notou como essa nota ficou menor que a do Prólogo? T-T )
Kissus e ja ne,
Naru
